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Leandro Medeiros – P3B Fisiologia da regulação da respiração e equilíbrio ácido-base Concentração do H+ É precisamente regulada e essencial, pois as atividades de quase todos os sistemas de enzimas no corpo são influenciadas pela concentração de H+ Variações da concentração de H+ alteram, praticamente, todas as funções celulares e corporais Definições e significados de ácidos e bases Íon hidrogênio = próton único livre, liberado do átomo de hidrogênio Ácido = moléculas que contém átomos de hidrogênio e podem liberar íons hidrogênio (HCl, H2CO3) Base = íon ou molécula capaz de receber um H+ (HCO3ˉ, HPO4ˉ²) Concentração plasmática de H+, normalmente, se mantém dentro de limites estreitos (0,00004mEq/L = 40 nEq/L), variando entre 3 a 5 nEq/L pH normal do sangue arterial = 7,4 pH normal do sangue venoso ≈ 7,35 Devido às quantidades extras de CO2 liberadas pelos tecidos para formar H2CO3 Acidose = pH abaixo de 7,4 Alcalose = pH acima de 7,4 6,8~8,0 = limites mínimo e máximo do pH no qual a pessoa pode viver O pH intracelular geralmente é pouco mais baixo do que o pH do plasma Pois o metabolismo das células produz ácido, principalmente H2CO3 Hipóxia dos tecidos e fluxo sanguíneo deficiente podem causar acúmulo de ácido e, consequentemente, diminuir o pH intracelular Defesas contra variações da concentração do H+ Três sistemas primários que regulam a concentração de H+ nos líquidos corporais, evitando acidose ou alcalose Sistemas tampões químicos ácido-base dos líquidos corporais Se combinam, imediatamente, com ácido ou base para evitar alterações excessivas da concentração de H+ Respondem em fração de segundos para minimizar alterações Não eliminam ou acrescentam íons H+ ao corpo, apenas mantém controlados até que o equilíbrio possa ser restabelecido Centro respiratório Regula remoção de CO2 do líquido extracelular (LEC) Segunda linha de defesa Age em questão de minutos Rins Podem excretar tanto urina ácida quanto alcalina, reajustando a concentração de H+ no líquido extracelular Terceira linha de defesa Mais lenta, porém são os sistemas reguladores ácido-base mais potentes O sistema tampão e o sistema respiratório evitam que a concentração de H+ se altere muito, até que a resposta dos rins consiga eliminar o excesso de ácido ou base do corpo Regulação respiratória do equilíbrio ácido-base O CO2, formado continuamente pelos processos metabólicos intracelulares, se difunde das células para os líquidos intersticiais e para o sangue, e então o fluxo sanguíneo o transporta para os pulmões Nos pulmões, ele se difunde nos alvéolos, sendo transferido para a atmosfera pela ventilação pulmonar Aumento da formação metabólica de CO2 = aumento da Pco2 do líquido extracelular Aumento da ventilação pulmonar resulta em CO2 expelido pelos pulmões e diminuição da Pco2 no líquido extracelular Em caso de formação metabólica constante de CO2, o único fator que afetará a Pco2 no LEC será a ventilação alveolar Ventilação alveolar = Pco2 Não só a ventilação alveolar influencia a concentração de H+ ao alterar a Pco2 dos líquidos corporais, como também a concentração de H+ afeta a ventilação alveolar A compensação respiratória ao aumento do pH não é tão efetiva quanto a resposta à redução do pH, uma vez que quando a ventilação alveolar diminui devido ao aumento do pH (menor concentração de H+), a quantidade de oxigênio acrescentada ao sangue e a pressão parcial do oxigênio (Po2) no sangue também caem, o que estimula a ventilação Como a maior concentração de H+ estimula a respiração, e já que o aumento da ventilação alveolar diminui a concentração de H+, o sistema respiratório age como controlador por feedback negativo típico da concentração de H+ O controle respiratório não retorna à concentração de H+ precisamente de volta ao normal, quando um transtorno fora do sistema respiratório altera o pH, tendo eficiência entre 50% e 75% A regulação respiratória do equilíbrio ácido-base é um tipo fisiológico de sistema tampão porque é ativado rapidamente e evita que a concentração de H+ se altere muito até que a resposta mais lenta dos rins consiga eliminar a falha do equilíbrio Comprometimento da função pulmonar pode causar acidose respiratória Enfisema grave diminui a capacidade dos pulmões de eliminar CO2, o que provoca um acúmulo de CO2 no líquido extracelular e uma tendência à acidose respiratória Padrões de ventilação Eupneia Respiração normal em repouso (basal ou espontânea) Hiperpneia Aumento da frequência ventilatória e/ou volume em resposta ao aumento do metabolismo Acontece no exercício físico Hiperventilação Aumento da frequência ventilatória e/ou volume sem aumento do metabolismo Presente em casos de hiperventilação emocional e soprando um balão Hipoventilação Diminuição da ventilação alveolar Exemplo: respiração superficial, asma, doença pulmonar restritiva Taquipneia Respiração rápida, normalmente com frequência ventilatória aumentada com diminuição da amplitude Respiração ofegante Dispneia Dificuldade de respirar “Fome de ar” Relacionada com várias doenças ou exercício vigoroso Apneia Cessação da respiração Exemplo: suspensão voluntária da respiração e depressão dos centros de controle do SNC Efeitos da mudança da ventilação alveolar na a PO2 e na PCO2 nos alvéolos Quando a ventilação alveolar aumenta, a PO2 alveolar aumenta e a PCO2 alveolar diminui, ocorrendo o oposto em casos de diminuição da ventilação alveolar Classificação das hipoxias Hipoxia hipóxica Ocorre quando há uma baixa do PO2 arterial Causado por grande altitude, hipoventilação alveolar, diminuição da capacidade de difusão pulmonar e relação perfusão-ventilação anormal Hipoxia anêmica Está relacionada com a diminuição da quantidade total de O2 ligado à hemoglobina Tem como causas a perda de sangue, anemia (baixa concentração de hemoglobina ou ligação Hb-O2 alterada), envenenamento por CO Hipoxia isquêmica Advém da redução do fluxo de sangue São causas: insuficiência cardíaca (hipoxia de todo corpo), choque (hipoxia periférica), trombose (hipoxia de um único órgão) Hipoxia histotóxica Acontece devido à falha das células em usar O2 por terem sido envenenadas Causada por cianeto ou outros venenos metabólicos Controle da respiração Controlador central Centros respiratórios Aferência Sensores Quimiorreceptores Receptores pulmonares Outros receptores Eferência Efetores Músculos respiratórios Controle químico da respiração O objetivo fundamental da respiração é manter concentrações apropriadas de O2, de CO2 e de íons hidrogênio nos tecidos Excesso de CO2 ou de íons hidrogênio no sangue atua basicamente de forma direta sobre o centro respiratório Gera grande aumento da intensidade dos sinais motores inspiratórios e expiratórios para os músculos respiratórios O O2, por sua vez, não apresenta efeito direto significativo sobre o centro respiratório no controle da respiração Esse elemento atua quase exclusivamente sobre os quimiorreceptores periféricos situados nos corpos carotídeos e aórticos, e esses quimiorreceptores, por sua vez, transmitem sinais neurais adequados ao centro respiratório, para o controle da respiração Os quimiorreceptores periféricos são intensamente estimulados pela diminuição da PO2 abaixo da normalidade (entre 30-60mmHg) CO2 também estimula, sendo o efeito mais intenso na área central Apresenta dois tipos celulares Tipo I: apresenta grande número de mitocôndrias, retículo sarcoplasmático e vesículas com neurotransmissores (dopamina, acetilcolina, norepinefrina) Tipo II: células de sustentação envolvendo as células tipo I e os capilares Receptores J Localizados nos pulmões Justacapilar → terminações livres de fibras Estimulados por distensão das fibras pulmonares Ingurgitamento dos capilares com sangue e aumento do volume do líquido intersticial os ativam → aumento do ritmo respiratório Causa: respiração rápida e superficial, broncoconstricção e aumento da concentração de muco Receptores musculares e articulares Mecanoceptores (articulações, músculos) → detectam o movimento dos membros e instruem o centro inspiratóriopara aumentar o ritmo respiratório, importante resposta antecipatória ao exercício Estimula a ventilação via mecanismos dependentes de núcleos hipotalâmicos Receptores de irritação Epitélio da traquéia, brônquios e bronquíolos são supridos por terminações nervosas sensitivas. Detectam pqn deformações da superfície das vias respiratórias Causando tosse, taquipneia e constrição brônquica, como na asma e enfisema Padrão de respiração rápida e superficial Já os quimiorreceptores centrais (mais importantes para controle minuto por minuto) respondem ao aumento de íons H+ no sangue Localizados na superfície ventrolateral do bulbo, próximo da área do controle respiratório Responsáveis por 75% da hiperventilação induzida pelo aumento da concentração de CO2 Especialmente excitados pelos íons H+ BHE praticamente impermeável ao H+ e aumento da permeabilidade ao CO2 Centro respiratório Compõe por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente no bulbo e na ponte do tronco cerebral Gera o ritmo respiratório que é modificado por reflexos originados em receptores periféricos e centrais O produto final é contração ordenada dos músculos envolvidos com a ventilação (efetores) O controle neural é iniciado espontaneamente pelo SNC por despolarizações neurais (óbex-bulbo) O ciclo é dado por sucessivas descargas dos neurônios respiratórios determinando a frequência respiratória Divide-se em três agrupamentos principais de neurônios Grupo respiratório dorsal Situado na porção dorsal do bulbo Responsável principalmente pela inspiração Sinal inspiratório “em rampa” = Sinal começa fracamente e aumenta constantemente (rampa) durante cerca de 2 seg. A seguir cessa, abruptamente, durante os três segundos subsequentes, produzindo a expiração Grupo respiratório ventral Localizado na parte ventrolateral do bulbo Encarregado basicamente da expiração Complexo de Bötzinger é o marca-passo respiratório Centros respiratórios pontinos Centro pneumotáxico · Encontrado na porção dorsal superior da ponte · Incumbido, essencialmente, do controle da frequência e da amplitude respiratória Centro apnêustico · Associado com o pneumotáxico no controle da intensidade da inspiração · Envia sinais ao grupo respiratório dorsal para retardar o desligamento do sinal em rampa · Retarda inibição do pneumotáxico e inspiração sustentada (apnêustica) · Lesões respiração apnêustica · Associada a infarto pontinho por trombose da artéria basilar O grupo respiratório dorsal de neurônios apresenta uma função importante no controle da respiração e, em grande parte, se situa no interior do núcleo do trato solitário (NTS) O NTS corresponde à terminação sensorial dos nervos vago e glossofaríngeo, que transmitem sinais sensoriais para o centro respiratório a partir de Quimiorreceptores periféricos Barorreceptores Vários tipos de receptores nos pulmões O ritmo básico respiratório é gerado, principalmente, no grupo respiratório dorsal de neurônios O centro pneumotáxico, situado dorsalmente no núcleo parabraquial da parte superior da ponte, transmite sinais para a área inspiratória Efeito primário desse centro é o de controlar o ponto de “desligamento” da rampa inspiratória, controlando, assim, a duração da fase de expansão do ciclo pulmonar Sinal pneumotáxico intenso = promove leve expansão dos pulmões (inspiração pode durar até 0,5s) Sinal pneumotáxico fraco = enche os pulmões com excesso de ar (inspiração pode durar por 5s ou mais) A função do centro pneumotáxico é basicamente a de limitar a inspiração, que adicionalmente apresenta o efeito secundário de aumento na frequência respiratória A limitação da inspiração também reduz a expiração e o ciclo total de cada movimento respiratório Situado em cada lado do bulbo, a cerca de 5 milímetros, está o grupo respiratório ventral de neurônios A função desse grupo neuronal difere do grupo respiratório dorsal em vários aspectos importantes Os neurônios do grupo respiratório ventral permanecem quase totalmente inativos durante a respiração normal e tranquila Os neurônios respiratórios ventrais parecem não participar da oscilação rítmica básica responsável pelo controle da respiração A estimulação elétrica de alguns dos neurônios no grupo ventral provoca inspiração, enquanto a estimulação de outros leva à expiração Os sinais de controle respiratório podem aumentar ou diminuir para atender às necessidades ventilatórias do organismo Por exemplo, durante atividade física intensa, a intensidade de uso do oxigênio (O2) e de formação do dióxido de carbono (CO2) tem elevações frequentes de até 20 vezes o normal, exigindo elevações proporcionais da ventilação pulmonar Regulação nervosa da respiração Sistema voluntário (tálamo e córtex cerebral) Fibras do trato corticoespinhal fazem sinapse com os neurônios motores dos músculos da respiração Sistema autonômico Regula, mantendo a homeostasia Centros respiratórios: bulbo e ponte Fibras eferentes deslocam-se pela via piramidal Bulbo raquídeo (medula oblonga) neurônios relacionados com o controle da respiração Grupo A Tem atividade tônica sobre músculos inspiratórios Grupo C Inibe, de forma intermitente, o grupo A Regulação da respiração – percepção de estímulos Receptores de estiramento Adaptação lenta São terminais nervosos mielinizados na musculatura lisa das vias respiratórias (traqueia até os bronquíolos) Informam ao centro respiratório o grau de insuflação pulmonar Reflexo de Hering-Breuer Inibe a inspiração → desencadeado pela distensão muscular lisa pulmonar Aferência pelo nervo vago e eferência pelo nervo frênico Reflexo de desinsuflação de Hering-Breuer Pneumotórax causa desinsuflação abrupta → causa aumento da frequência respiratória Ocorre via sensibilização de receptores J
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