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Exercício resolvido - Calcule a força elétrica gerada em uma carga por um aro semicircular com densidade linear de cargas constante.
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Aluna: Ana Julia Marchi Crocciari Exercício: Calcule a força elétrica gerada em uma carga (q) por um aro semicircular (Q) com densidade linear de cargas (𝜆) constante. Sendo que a carga está alinhada com o centro desse pedaço de anel. Resolução: Esquema da situação: Para resolver esse problema, vamos dividir (fragmentar) esse aro semicircular em muitos pedaços pequenininhos (dl; infinitesimais). De modo que, cada pedacinho apresente uma carga bem pequena em seu interior (dQ). A partir dessa carga (dQ), podemos escrever a Lei de Coulomb: 𝑑𝐹𝑒 ⃗⃗⃗⃗ = 1 4𝜋𝜀0 𝑞𝑑𝑄 |r |² �̂� A expressão acima refere-se à força gerada somente por um pedacinho. Para saber a força em todo o fio, faz-se a integração. 𝐹𝑒 ⃗⃗⃗⃗ = ∫ 1 4𝜋𝜀0 𝑞𝑑𝑄 |r |² �̂� Antes, é importante ter atenção quanto à simetria do problema, para tentar eliminar a parte vetorial da integral e, dessa maneira, facilitar a resolução do problema. (Os argumentos de simetria são muito importantes para a solução de problemas em Eletromagnetismo) Em que direção a força elétrica apontará? A força que essa carga sentirá é necessariamente para baixo, passando pelo centro do aro semicircular. Como saber isso? A carga “dQ” provocará uma força “dFe” na direção “r” (diagonal). No entanto, note que para todo pedacinho de carga, sempre existirá um outro pedacinho oposto a ele, em relação ao eixo semicircular. Como a densidade de cargas é constante, os módulos dessas forças “dFe” são iguais, bem como a angulação. De modo que as componentes horizontais das forças “dFe” gerada pelo pedacinho e pelo outro pedacinho se cancelam, resultando apenas na componente vertical. Não teremos componente horizontal da força, pois elas se cancelam. Sendo assim, é possível fazer a integral somente da componente vertical, o que facilita a solução do problema. Afinal, somando vetores que apontam para uma mesma direção, basicamente podemos somar o módulo deles. Isto é, o aspecto vetorial da questão é simplificado, passando a ter uma integral comum, que pode ser resolvida com mais facilidade. 𝑑𝐹𝑒 ⃗⃗⃗⃗ = ∫ 1 4𝜋𝜀0 𝑞𝑑𝑄 |r |² �̂� Portanto: 𝐹𝑒 = ∫ 1 4𝜋𝜀0 𝑞𝑑𝑄 r² Acima temos o módulo da força elétrica. Para pegar a componente vertical, precisamos definir certo ângulo teta. Essa escolha é arbitrária. Note que: 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = 𝑑𝐹𝑒𝑣 𝑑𝐹𝑒 Assim, para a componente vertical, basta pegar: 𝑑𝐹𝑒𝑣 = (𝑑𝐹𝑒)𝑐𝑜𝑠 𝜃 Portanto: 𝐹𝑒 = ∫ 1 4𝜋𝜀0 𝑞𝑑𝑄 r² 𝑐𝑜𝑠 𝜃 Nesse problema, o ângulo (𝜃) varia para cada (dl). Vamos tentar simplifica-lo mais para frente. Levando em conta a distribuição de cargas: 𝑑𝑄 = 𝜆𝑑𝑙 Em relação ao fio, (r) também é constante. Observação: Trata-se de um módulo. Apesar do vetor ser diferente, o módulo dele é igual para qualquer ponto do anel. Afinal, a carga está no centro do aro. E a densidade (𝜆) também é constante. Logo: 𝐹𝑒 = 1 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆∫𝑑𝑙. 𝑐𝑜𝑠 𝜃 Existem duas maneiras de resolver esse problema: O cosseno varia dependendo do (dl). Portanto, o ângulo (𝜃) pode ser escrito em termos do comprimento do fio (mais complicado). No entanto, como trata-se de um aro circular, tratar o problema utilizando ângulos é mais fácil. Afinal, o ângulo é definido justamente pra facilitar questões que envolvem circunferência. Para cada (dl), pode-se definir uma pequena seção circular (infinitesimal), com certo ângulo (também infinitesimal; 𝑑𝜃). Lembre-se: 𝜃 = 𝑙 𝑅 L = comprimento do arco R = raio da semicircunferência 𝜃 = ângulo varrido pelo comprimento. Como temos infinitesimais: 𝑑𝜃 = 𝑑𝑙 𝑅 Ou seja: 𝑑𝑙 = 𝑅.𝑑𝜃 Portanto: 𝐹𝑒 = 1 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆∫𝑑𝑙. 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝐹𝑒 = 1 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆∫(𝑅.𝑑𝜃). 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝐹𝑒 = 𝑅 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆∫ 𝑑𝜃. 𝑐𝑜𝑠 𝜃 Quais serão os limites de integração? O ângulo (𝜃) foi definido a partir da reta que passa pelo centro (direção da força). Sendo assim, temos que ir de (-𝜋/2) até (𝜋/2), para varrer o fio todo. 𝐹𝑒 = 𝑅 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆∫ 𝑑𝜃. 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝜋/2 −𝜋/2 Uma outra possibilidade seria perceber que uma das metades do fio produzirá uma contribuição de força igual a outra metade. Dessa maneira, integrar de zero até (𝜋/2) e multiplicar essa integral por 2. 𝐹𝑒 = 𝑅 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆[𝑠𝑒𝑛𝑜(𝜋/2) − 𝑠𝑒𝑛𝑜(𝜋/2)] 𝐹𝑒 = 𝑅 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆[1 − (−1)] 𝐹𝑒 = 2𝑅 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝜆 Como (𝜆) é constante, podemos escrever: 𝜆 = 𝑄 𝜋𝑅 (meia circunferência) Portanto: 𝐹𝑒 = 2𝑅 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝑄 𝜋𝑅 Definindo uma direção (-�̂�) de cima para baixo, da direção da força elétrica, temos: 𝐹𝑒 ⃗⃗⃗⃗ = − 2𝑅 4𝜋𝜀0 𝑞 𝑅² 𝑄 𝜋𝑅 �̂� Logo: 𝐹𝑒 ⃗⃗⃗⃗ = − 𝑞𝑄 2𝜋²𝜀0 1 𝑅² �̂� Referências bibliográficas: [1] https://youtu.be/7B2qJOT5nQY [2] "Eletrodinâmica" - David J. Griffiths