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Leandro Medeiros – P3B Coração, vasos da base e pericárdio Sistema sanguíneo Coração Órgão muscular oco, subdividido internamente por seu esqueleto fibroso em 4 câmaras, duas superiores (átrios) e outras duas inferiores (ventrículos) Funciona como uma bomba aspirante e premente Aspirante, porque suga o sangue de 6 Veias encontradas em sua base (veia cava superior, veia cava inferior, e veias pulmonares) para o interior das câmaras superiores, durante o relaxamento do músculo cardíaco (diástole) Premente, porque empurra o sangue das câmaras inferiores (ventrículos) para o interior de artérias (aorta e tronco pulmonar), associadas às referidas câmaras, durante a contração do músculo cardíaco (sístole), e assim impulsiona o fluído ao longo da circulação sistêmica (coração-corpo-coração), ou da circulação pulmonar (coração-pulmão-coração) Situação do coração Localizado no interior da cavidade torácica, num espaço entre os dois pulmões denominado mediastino Apresenta disposição oblíqua de seu longo eixo, com 2/3 do seu volume à esquerda do plano mediano, e o 1/3 restante situado à direita do referido plano Encontra-se por cima do músculo diafragma, por diante do esôfago, da porção torácica da a. aorta e da coluna vertebral, por trás das cartilagens costais e do osso esterno A manutenção da posição do coração no Tórax é garantida através dos seguintes meios de fixação Continuidade com os vasos da base (aorta, tronco pulmonar, veias cavas e veias pulmonares) Saco fibroseroso que envolve e fixa o coração (pericárdio) Área cardíaca Corresponde à área de projeção do coração sobre a parede anterior do tórax Situa-se entre dois planos, um superior localizado em nível do 2º espaço intercostal e um inferior no 5º espaço intercostal No 2º espaço intercostal devemos estabelecer dois pontos: um ponto “A” situado a 2cm da margem esquerda do osso esterno e um ponto “B” localizado a 2cm da margem direita do mesmo osso No plano inferior também devemos estabelecer duas referências: um ponto “C” justamente sobre a margem direita do osso esterno e o ponto “D” localizado aproximadamente a 6 cm do referido osso Após estabelecermos os pontos, iremos ligá-los através de linhas ligeiramente abauladas de convexidade voltada para fora, resultando na delimitação da área cardíaca Volume e peso do coração O volume do coração varia de acordo com a idade e o sexo (sendo um pouco maior no homem), sendo comparado ao volume do punho O coração de um adulto, normal, mede cerca de 12cm de comprimento, por 6 a 9 cm de largura em nível da base, com 6 cm de espessura O seu peso no homem varia de 280 a 340 gramas, na mulher existe variação 230 a 280 gramas Este volume pode estar aumentado em duas situações completamente distintas: a hipertrofia e a dilatação Tanto na Hipertrofia como a Dilatação o aumento do órgão pode ser constatado através de exame radiográfico no vivo, ou diretamente no cadáver Na hipertrofia, comum em atletas, o órgão apresenta um aumento do componente muscular de suas paredes, em sintonia com o desenvolvimento muscular de todo o corpo Já a dilatação representa um estado patológico em que o coração se apresenta aumentado, porém não há incremento no componente muscular de suas paredes que apresentam-se finas, traduzindo o estado de insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca congestiva Ocorre quando o coração não consegue bombear sangue com eficiência, causando refluxo As causas incluem hipertensão arterial, infarto do miocárdio, cardiomiopatias, lesões valvares ou do pericárdio, fibrose pulmonar e hipertireoidismo grave Estratigrafia do coração O principal constituinte das paredes do coração é o miocárdio, sendo o mesmo revestido por duas outras túnicas: uma interna, o endocárdio, e a outra externa, o epicárdio Epicárdio = camada externa fina (mesotélio) formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso Miocárdio = composto pelo tecido muscular estriado cardíaco, que apesar de apresentar estriações transversais semelhante aos músculos esqueléticos, seu funcionamento independe da nossa vontade Endocárdio = corresponde à túnica íntima do coração, é composta de células endoteliais escamosas e contínua com o revestimento endotelial dos vasos Pericárdio Pericárdio fibroso (externo) Pericárdio seroso (interno) Lâmina parietal Lâmina visceral (epicárdio) Pericárdio fibroso Continuo inferiormente com o tendão central do músculo diafragma Ligamento pericardiofrênico Pericárdio seroso Composta principalmente por mesotélio, uma única camada de células achatadas que formam um epitélio Apresenta duas lâminas Parietal: serosa brilhante aderida ao pericárdio fibroso Visceral: constitui a lâmina externa da parede do coração (epicárdio – camada da parede cardíaca mais externa) Reflete-se do coração e grandes vasos como a lâmina parietal Cavidade pericárdica Espaço virtual entre o pericárdio seroso (lâmina parietal e visceral) Líquido pericárdio: atua reduzindo o atrito Seio transverso do pericárdio Passagem transversal no saco pericárdico entre as origens dos grandes vasos aferentes e eferentes Abertura posterior à margem esquerda do tronco pulmonar e aorta ascendente Anterior a veia cava superior Superior aos átrios Importância cirúrgica Uso de clamp cirúrgico Ligadura ao redor dos grandes vasos Insere os tubos de aparelho de circulação extracorpórea Fecha a ligadura, para interromper ou desviar a circulação de sangue Seio oblíquo do pericárdio Recesso amplo semelhante a uma bolsa na cavidade pericárdica situada posterior a base do coração, formada pelo átrio esquerdo, com abertura inferior à desembocadura da veia pulmonar inferior esquerda Limites Lateral: desembocadura das veias pulmonares e veia cava inferior; Superior: reflexão do pericárdio seroso Posterior: pericárdio que cobre a face anterior do esôfago Irrigação do pericárdio Artéria pericardicofrênica (ramo fino da artéria torácica interna) Outras Artéria musculofrênica (ramo da torácica interna); Artéria brônquica Artéria esofágica Artéria frênica superior Artérias coronárias Drenagem venosa do pericárdio Veias pericardiofrênicas Tributárias das veias torácica interna ou braquiocefálica Outras: Tributárias do sistema venoso ázigos Inervação do pericárdio Nervos frênicos C3-C5 (fibras sensitivas) Nervos vagos Troncos simpáticos (vasomotores) Pericardite aguda É uma inflamação do pericárdio que apresenta um início súbito, sendo frequentemente dolorosa A inflamação faz com que o líquido e os produtos inflamatórios do sangue (como fibrina, eritrócitos e leucócitos), depositem-se no espaço pericárdico, o que chamamos de derrame pericárdico Causas Infecções virais Câncer SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida) Infarto do miocárdio Cirurgia cardíaca Lúpus eritematoso sistêmico Doença reumatoide Insuficiência renal Lesões traumáticas Radioterapia Escape de sangue de um aneurisma da aorta Pericardite constritiva crônica Processo inflamatório crônico que envolve os dois folhetos do pericárdio, levando a espessamento dos mesmos e compressão dos ventrículos Morfologia Fibrose do pericárdio seroso parietal e do folheto de pericárdio visceral No início o espaço pericárdico contém fluido que pode ser hemorrágico Com o avançar da patologia ocorre a fusão dos folhetos e a constrição miocárdica Atrofia e fibrose do miocárdio Doença pericárdica constritiva efusiva Inflamação do pericárdio provoca o acúmulo de quantidades variáveis de líquido pericárdico Morfologia Apresenta densas pontes de fibrina entre os folhetos (tipo de pão e manteiga) O pericárdio visceral e parietal estão envolvidos O líquido no espaço pericárdico pode estar loculado O tamponamento cardíaco é pouco frequente Acúmulo lento de líquido Estudo da configuração externa Externamente, o coração apresenta para estudo: 3 faces (esternocostal, diafragmática e pulmonar), ápice e base Faces do coração Esternocostal: formada pelo ventrículo direito Diafragmática: ventrículo esquerdo e direito Pulmonar esquerdo: ventrículo esquerdo (ocupa a impressão cardíaca do pulmão esquerdo) Pulmonar direito: formadapelo átrio direito Margens do coração Base do coração Voltada para os corpos vertebrais T6 a T9 (face posterior) Estende-se superiormente até o tronco pulmonar e inferiormente até o sulco atrioventricular ou coronário Formada pelo átrio esquerdo e átrio direito Recebe as veias pulmonares e veias cavas superior e inferior Ápice do coração Situa-se posteriormente ao 5° espaço intercostal esquerdo Formado pela porção ínfero-lateral do ventrículo esquerdo Face esternocostal Na posição anatômica de estudo, está voltada para o osso esterno e para as cartilagens costais Apresenta Aurícula direita Aurícula esquerda Artéria aorta Tronco pulmonar Sulco coronário/artéria coronária direita Ventrículo direito Sulco interventricular anterior Ventrículo esquerdo Face diafragmática Em posição anatômica de estudo, está voltada para baixo, apoiada sobre o músculo diafragma Possui Átrio direito Veia cava superior Veia cava inferior Átrio esquerdo Veias pulmonares Sulco coronário/veia cardíaca magna Veia cardíaca parva e artéria coronária direita Sulco interventricular posterior Ventrículo esquerdo/seio coronário Anatomia externa do coração Grandes vasos Artérias (saem): aorta e tronco pulmonar Veias (chegam): veias cavas inferior e superior e veias pulmonares Esqueleto fibroso do coração Estrutura de colágeno denso que forma 4 anéis fibrosos que circundam os óstios das válvulas, um trígono fibroso direito e esquerdo (conexão dos anéis) e as partes membranáceas dos septos interatrial e interventricular Função Mantém os orifícios das valvas AV e arteriais permeáveis e impede que sejam excessivamente distendidos por aumento de volume Oferece fixação para o miocárdio e para as válvulas (folhetos) das valvas Forma um “isolante” elétrico, separando os impulsos conduzidos mioentericamente dos átrios e ventrículos, de forma que estes se contraiam independentemente Estudo da configuração interna Internamente o coração é subdividido em 4 câmaras, através de septos de natureza fibrosa, que fazem parte do esqueleto fibroso do coração Câmaras Átrio direito Átrio esquerdo Ventrículo direito Ventrículo esquerdo As câmaras são divididas por septos Septo interatrial Septo atrioventricular Septo interventricular Os septos formam os óstios atrioventriculares Átrio direito Câmara cubóide e alongada, encontra-se dividido em duas partes, uma lisa que corresponde à direção das veias cavas, o seio da veia cava, e uma expansão desta, que corresponde a aurícula direita Apresenta seis paredes Anterior: óstio atrioventricular direito Posterior: crista terminal Superior: óstio da veia cava superior Inferior: óstio da veia cava inferior Lateral: músculos pectíneos Medial: fossa oval, limbo e óstio do seio Comunicação interatrial Persistência do forame oval Mistura entre o sangue arterial e venoso Complicações: insuficiência cardíaca, arritmias, hipertensão pulmonar Ventrículo direito Paredes apresentam-se menos espessas que a do esquerdo (1/3 da espessura) Capacidade de 85mL Óstio atrioventricular direito permite a comunicação com o átrio direito Está provido de um conjunto de três válvulas (anterior, posterior, septal) que vão constituir a valva atrioventricular direita As válvulas representam dispositivos orientadores da corrente sanguínea que impedem o refluxo do sangue do ventrículo para o átrio Para exercer essa função, as válvulas associam-se aos músculos papilares através de finos filamentos, as cordas tendíneas Medialmente ao óstio atrioventricular encontra-se o óstio do tronco pulmonar, guarnecido pela valva do tronco pulmonar Cone arterial/infundíbulo Parte afilada para o tronco pulmonar Crista supraventricular Separa a parede muscular rugosa da parede lisa do cone arterial Trabécula septo marginal Feixe muscular curvo que atravessa a câmara ventricular direito da parte inferior do septo interventricular até a base do músculo papilar anterior Átrio esquerdo Câmara cuboide alargada, encontra-se dividido em duas partes, uma lisa que corresponde a desembocadura das 4 veias pulmonares, e sua expansão que corresponde a aurícula direita Apresenta quatro paredes Anterior: óstio atrioventricular esquerdo Posterior: óstios das veias pulmonares Lateral: músculos pectíneos Medial: assoalho da fossa oval Ventrículo esquerdo Ocupa uma pequena porção da face esternocostal, entretanto representa a metade da face diafragmática Este ventrículo é maior e apresenta paredes mais espessas quando comparado ao direito Óstio atrioventricular esquerdo é guarnecido da valva atrioventricular esquerda A valva atrioventricular esquerda é constituída por 2 válvulas, e apresenta as mesmas relações que a direita, como também função semelhante Medialmente ao óstio atrioventricular esquerdo encontramos o óstio da artéria aorta, guarnecido pela valva da aorta Vestíbulo da aorta Válvulas semilunares aórticas Posterior Direita Esquerda Septo interventricular Parte muscular Parte membranácea (esqueleto fibroso) Valva atrioventricular direita e do tronco pulmonar Valva atrioventricular Válvula anterior Válvula posterior Válvula septal Cordas tendíneas Músculo papilar Anterior Posterior Septal Valva do tronco pulmonar Válvula anterior Válvula direita Válvula esquerda Valva atrioventricular esquerda e da aorta Valva atrioventricular Válvula anterior Válvula posterior Válvula da aorta Posterior Direita Esquerda Sopro cardíaco Ruído produzido pela passagem do fluxo de sangue através das estruturas do coração Pode ser fisiológico ou patológico Nos adultos, predominam os sopros que aparecem como complicações de cardiopatias provocadas pela febre reumática ocorrida na infância O sopro não é uma doença, mas um sinal de doença, sendo a doença mais preocupante que o sinal Vascularização do coração Artéria coronária direita Origina-se no seio aórtico direito (sulco coronário) Ramo do nó sinoatrial Ramo marginal direito Ramo do nó atrioventricular Ramo interventricular posterior Artéria coronária esquerda Origina-se no seio aórtico esquerdo (sulco coronário) Ramo Circunflexo - Artéria marginal esquerda Ramo interventricular anterior Suprimento da artéria coronária direita Átrio direito Maior parte do ventrículo direito Face diafragmática do ventrículo esquerdo 1/3 posterior do septo interventricular Nó sinoatrial ou sinusal Nó atrioventricular Suprimento da artéria coronária esquerda Átrio esquerdo Maior parte do ventrículo esquerdo Parte da Face esternocostal do ventrículo direito 2/3 anteriores do septo interventricular Nó sinoatrial ou sinusal Feixes do sistema de condução atrioventricular Ramo interventricular posterior da artéria coronária direita a artéria direita se anastomosa com o ramo circunflexos da coronária esquerda Drenagem venosa do coração Drenado principalmente por veias que se abrem no seio coronário, que é um canal venoso que segue na parte posterior do sulco coronário Parcialmente por pequenas veias que drenam para o átrio direito (veia ventricular direita e cardíaca mínima) Veia interventricular anterior ou cardíaca magna Veia interventricular posterior ou cardíaca média Veia cardíaca parva na margem direita Veia ventricular esquerda posterior Veia marginal esquerda Sistema de condução do coração Nó sinoatrial: marca passo do Coração, responsável por desencadear impulsos nervosos responsáveis pela frequência dos batimentos Cardíacos Os estímulos do nó sinoatrial se espalham pelos átrios, e alcançam uma formação localizada no terço inferior do septo interatrial: o nó atrioventricular Do nó atrioventricular o estímulo atravessa o septo atrioventricular através do fascículo atrioventricular O fascículo atrioventricular alcança o septo interventricular pelo lado esquerdo, e logo subdivide-se em ramos direito e esquerdo O ramo direito perfura o septo interventricular da esquerda para a direita, e já no ventrículo direito se distribui pelo miocárdio O ramo esquerdo se distribui pelo miocárdio do ventrículo esquerdo Inervação do coração Emaranhado de filetes que constituem os plexos cardíacos superficiais e profundos Fibras nervosas autônomasdo plexo cardíaco que é formado por fibras simpáticas e parassimpáticas Estímulo simpático provém das fibras dos gânglios paravertebrais cervical e torácico superior dos troncos simpáticos Estímulo parassimpático: fibras do nervo vago Estímulo simpático Aumenta a frequência cardíaca Aumenta a força de contração Dilatação das artérias coronárias Estímulo parassimpático Diminui a frequência cardíaca Reduz a força do batimento cardíaco Constringe as artérias coronárias
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