Psicodrama e suas Teorias

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PSICODRAMA - TEORIAS FENOMENOLÓGICAS EXISTENCIAIS II
Sannara Alcântara - https://www.passeidireto.com/perfil/sannara-alcantara/
PAPÉIS SOCIAIS | ESPONTANEIDADE | CONSERVA CULTURAL | CATARSE
SOCIODINÂMICA | SOCIOMETRIA | SOCIATRIA | FATOR TELE | INVERSÃO DE PAPÉIS
SOLILÓQUIO | INTERPOLAÇÃO DE RESISTÊNCIA | REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA
ESTÁTUA | CONTEXTO | ETAPAS | INSTRUMENTOS | ENCONTRO MORENIANO
O psicodrama foi criado por J. L. Moreno.
Abordagem humanista - 3ª força
Objetivo do psicodrama
Reativar a espontaneidade e o fator TELE assim a
pessoa recupera e supera o apego às situações do
passado (as repetições) facilitando as relações
télicas (as escolhas, o processo de empatia
bipessoal, abertura para o novo seja as
experiências, seja um novo participante no grupo)
superando as relações de transferências.
Para Moreno estamos o tempo todo performando
papéis sociais.
Papel
É a forma como a pessoa vai reagir a uma situação
específica em relação a outras pessoas e objetos.
O termo “papel” é um conjunto das várias
possibilidades identificatórias do ser humano. A
partir disso, os papéis psicodramáticos
expressariam duas faces: as dimensões
psicológicas do eu e a versatilidade potencial de
nossas representações mentais.
Teoria do Papel
O papel (role) no drama moreniano representa a
ligação entre o indivíduo e a cultura. A sua
personalidade é um processo cultural. O papel é a
unidade cultural de conduta. Padrão de conduta
que tem como objetivo a satisfação de funções
fenomenológicas.
Os papéis culturais são pré-existentes ao indivíduo
e é sobre eles que a personalidade traça a sua
adaptação.
As normas constituem-se como algoritmos sociais.
Códigos de conduta explícitos e não explícitos. As
normas criam vínculos externos. Vínculos a
terceiros. Cada indivíduo representa uma
multiplicidade de papéis.
No psicodrama o Super Ego, o Ego e o iD de Freud
são substituídos pelo Dever, pela realidade e pelo
prazer.
Os papéis psicossomáticos. São papéis que
representam o modo de ser. O espaço interior de
cada indivíduo.
O drama moreniano procura criar a liberdade da
espontaneidade para a inovação criadora. O
objetivo do psicodrama é criar uma catarse
psicodramática. A catarse de integração que
ultrapassa barreiras.
Espontaneidade
Capacidade de responder de forma nova/diferente
a situações novas ou antigas.
A espontaneidade é a capacidade de agir de modo
"adequado" diante de situações novas, criando uma
resposta inédita ou renovadora ou, ainda,
transformadora de situações preestabelecidas.
A espontaneidade é impermanente e inata
Conservas Culturais
Para Ramalho (2002), as conservas culturais são
padrões de comportamento estereotipados que o
ser humano assume, com vistas aos valores sociais
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em que vive, e que acabam por automatizar
respostas nos indivíduos.
De acordo com Gonçalves, Wolff e Almeida (1988),
a manifestação da criatividade ocorre no momento
em que as conservas culturais constituem
somente o ponto de partida para a ação, ou seja,
elas são necessárias para o ato criador, mas
acabam tornando-se obstáculos para a
transformação.
As conservas culturais são tão importantes quanto
a espontaneidade. Uma está ligada a outra.
Todo resultado de um processo de criação ou de
um ato criador pode cristalizar-se como conserva
cultural.
Conservas culturais são objetos materiais
(incluindo-se obras de arte), comportamentos, usos
e costumes, que se mantêm idênticos, em uma
dada cultura. Se o homem se detivesse no
excessivo respeito àquilo que sua criatividade já
produziu, apenas conservando e cultuando o que
está pronto, ele perderia sua espontaneidade. Para
que a criatividade se manifeste é necessário,
segundo Moreno, que as conservas culturais
constituam somente o ponto de partida e a base
da ação, sob pena de se transformarem em seus
obstáculos.
Catarse
Em 1923, Moreno (1975, p. 79) publica seu novo
conceito de catarse: “o psicodrama produz um
efeito terapêutico não no espectador (catarse
secundária), mas nos atores-produtores que criam
o drama e, ao mesmo tempo, se libertam dele”.
Surgiram, então, dois tipos de catarse: catarse de
integração (catarse mental) e a catarse de
ab-reação. A catarse de integração é definida como
um processo que acompanha um aprendizado
específico; ela busca a realização do eu, traz
soluções e transformações à tona. Não auxilia
somente na liberação ou descarga de tensões, mas
traz equilíbrio e paz ao indivíduo (Moreno, 1975).
Ela tem como objetivo a liberação de emoções
Socionomia
A ciência que estuda as leis das interações sociais e
as estruturas das relações para a Psicoterapia
Interpessoal,
A teoria socionômica parte-se em:
SOCIODINÂMICA
SOCIOMETRIA
SOCIATRIA
Sociodinâmica
Estuda o Funcionamento das relações
interpessoais.
É o estudo das leis que conduzem as relações
humanas, o estudo do ser humano em suas
vivências interacionais cotidianas.
Percebe as relações, os papéis e suas
representações, organização, pensamento e
desenvolvimento do grupo
Sociometria
Estuda a estrutura das relações através da
mensuração das relações entre as pessoas.
Permite a compreensão da estrutura grupal a
partir da mensuração das relações interpessoais e
os papéis desempenhados pelas pessoas.
Mensura as relações sociais e as escolhas de seus
indivíduos nas suas interações, a qualidade e
quantidade dos vínculos:
atração e repulsa - as redes sociométricas
átomo social - relação sujeito e o grupo
capacidade télica - trocas de sentimentos das
funções e dos papeis.
O instrumento utilizado é o Teste Sociométrico,
amplia a compreensão da complexidade relacional
das escolhas pessoais, revelando a realidade social
que não fica exposta.
Sociograma
O sociograma possibilita que o terapeuta possa
contar e analisar as reciprocidades – escolhas
TÉLICAS no grupo.
MORENO afirmava que logo na primeira sessão do
terapeuta com o grupo terapêutico:
Começava a visualizar o sociograma intuitivo do
grupo observando o que acontecia ao seu redor.
O momento ideal para aplicar o teste sociométrico
de um grupo para alcançar o sociograma seria
depois de várias sessões. Quando o grupo já estiver
bem estabelecido e com relacionamento
apropriado com o terapeuta.
Sociatria
Estudo científico das técnicas de tratamentos dos
sistemas sociais.
É preciso considerar as diversidades
inter-relacionais do indivíduo e grupos para o foco
terapêutico ou psicoterapêutico.
Algumas ferramentas são: Psicoterapia de Grupo,
Psicodrama, Sociodrama, Jogo Dramático,
Psicodrama Individual, Psicodrama Bi-Pessoal,
Psicodrama de Casal, Psicodrama Infantil,
Sociodrama Público, Sociodrama Institucional,
Sociodrama Educacional, Sociodrama Familiar, Role
Playing e etc.
Encontro moreniano
O ENCONTRO é uma vivência intensa do momento
presente com a ausência de interferência do
passado (fenômeno de transferência), havendo
uma total confiança no outro.
Para que haja o verdadeiro encontro MORENIANO:
É necessário a TELE na interação humana
Espontaneidade
A importância do sociograma é perceber como
esses processos de TELE vão acontecendo ao longo
dos encontros.
Fator Tele
Promove encontros existenciais e a recuperação da
criatividade e espontaneidade da pessoa.
Sintetizando a seu desenvolvimento, permite a
experiência subjetiva profunda entre pessoas e
pode ser observado por um terceiro (é objetivo).
Este fator supera o afastamento entre sujeitos que
se relacionam. Tele significa "à distância",como o
radical grego de televisão e de telepatia
TELE a empatia no PSICODRAMA ocorre sempre
nas duas pessoas ao mesmo tempo – tem um
caráter bipessoal.
É necessário a TELE para acontecer o drama de
forma espontânea e surgir novas formas de lidar
com a situação encenada.
É necessário a tele para promover:
Encontros existenciais
Recuperação da espontaneidade e a criatividade do
Sujeito
A ausência do fator TELE faz com que ocorra a
transferência.
Transferência é um processo de repetição que
impede a pessoa de reativar sua espontaneidade, a
pessoa está apegada de forma inadequadaà
situações do passado.
Técnicas do Psicodrama
As técnicas do psicodrama estão baseadas no jogo
entre o protagonista e o ego-auxiliar.
Tem como objetivo atingir um clímax para gerar
uma catarse de integração.
Técnica do espelho
O protagonista observa seu comportamento sendo
representado pelo ego-auxiliar durante a cena.
Pode acontecer de duas maneiras:
O ego-auxiliar entra em cena junto com o
protagonista e começa a imitá-lo
O ego-auxiliar toma o lugar do protagonista no
cenário e o protagonista, com o apoio do diretor,
assiste a si mesmo de fora do cenário como
expectador
Concretização
Possibilita o cliente ou do ego-auxiliar atuar
representando um sentimento ou emoção, ou
como objetos inanimados, partes do corpo e até
mesmo doenças orgânicas
Objetivo: proporcionar a manifestação através de
movimentos corporais, ou fala dramática de
conteúdos expressados apenas verbalmente.
Inversão de papéis: Trocar com o ego. Olhar o
outro a partir da representação do outro. É uma
técnica usada para a resolução de conflitos. O
desempenho do papel do outro revela as posições
do outro lado. Tem por base o processo da
fenomenologia do espírito. A observação do
processo visa criar consciência de si.
Solilóquio (diálogo consigo mesmo): Pensar alto.
Encontrar a representação do eu. Procura a “insight
vision” do protagonista.
Interpolação de Resistência: O ego introduz
alterações de comportamento. Permite ver
alternativas de saída para problemas complexos.
Confronta o eu com as evidências. (é complexo do
ponto de vista emocional. Exprime emoções pelo
ego e permite compreender a sua complexidade
Representação Simbólica: Constitui-se como um
jogo de representações. Pode-se recorrer a um
objeto intermediário. Constitui a colocação dum
objeto em cena para fazer a transição ou para o
diálogo.
Estátua: A execução de estátua permite a
representação estética de emoções ou de objetos.
O psicodrama, para se operar, leva-se em conta:
três contextos, cinco instrumentos fundamentais e
três etapas ou períodos.
3 Contextos - 5 Instrumentos - 3 Etapas
3-5-3
Contextos
Social
Grupal
Dramático
Contexto social
Corresponde ao extragrupo, à chamada “realidade
social” por Moreno. É regido por leis e normas
sociais que impõem ao indivíduo que o integra
determinadas condutas e compromissos. É desse
contexto que provém o material trazido pelos
pacientes para a sessão. Nesse contexto vivem e
nele ficaram doentes. O que nos dirão será, pois,
um relato dos fatos ocorridos em determinado
meio e com sua perspectiva particular.
Contexto grupal
É constituído pelo próprio grupo.
Acha-se formado por todos os integrantes, tanto
pacientes como terapeutas, suas interações e o
produto destas, isto é: seus costumes, normas e
leis particulares.
Esse contexto é sempre particular a cada grupo,
apesar de o enfoque terapêutico ser
constantemente o mesmo. Vai dando origem à sua
história, e a história, por sua vez, passa a formar
parte do contexto, caracterizando-o e
diferenciando-o dos demais grupos.
Referente ao grau de compromisso, é semelhante
ao contexto social, no sentido de que cada indivíduo
deve fazer-se responsável por seus atos e palavras
perante outros indivíduos e perante o grupo. O
compromisso é, pois, total. Mas diferencia-se do
contexto social por sua maior liberdade, tolerância
e compreensão, dadas as finalidades terapêuticas
prefixadas e conhecidas por todos.
Contexto dramático
É a cena montada pelo protagonista e pelo diretor.
Tratando-se de um produto do protagonista, sua
estrutura está cheia de significações e sugestões a
ser levadas em conta durante o processo
dramático.
É neste contexto artificial e fantástico que os
protagonistas desenvolvem seus papéis em um
permanente “como se”.
Essa circunstância acentua a separação entre
contexto grupal e dramático, entre realidade e
fantasia, entre indivíduo e papel.
No cenário, desempenham papéis, interpretam-se
papéis, interatua-se de uma maneira particular;
cenas podem ser feitas e desfeitas; modificam-se
acontecimentos; trocam-se personagens; altera-se
o tempo etc. etc. Tudo isso contribui para diminuir
as tensões intrapsíquicas do protagonista.
Etapas
Aquecimento
Dramatização
Comentários ou análise
Aquecimento
Momento de preparação para a dramatização,
criando ambiente psicológico de proximidade.
Conjunto de procedimentos que intervêm na
preparação de um organismo para que se encontre
em ótimas condições para a ação.
Desse ponto de vista, devemos considerar dois
tipos de aquecimento: o inespecífico e o específico.
Por exemplo: todos os exercícios prévios que
realiza o atleta antes da prova, a fim de preparar o
organismo para o esforço, constituem um
aquecimento inespecífico, e aqueles dirigidos a
estimular especialmente determinadas unidades
neuromusculares que vão participar de uma ação
específica (lançamento, salto etc.) constituem um
aquecimento específico.
Aquecimento inespecífico: O aquecimento
inespecífico na sessão de psicodrama corresponde
ao primeiro período da sessão, durante o qual o
diretor entra em contato com o auditório com o
fim de realizar uma atividade comum. Consiste em
um conjunto de procedimentos destinados a
centralizar a atenção do auditório, diminuir os
estados de tensão e facilitar a interação.
É a preparação para os canais de comunicação e
canalização das energias das cenas, promover o
acolhimento inicial
Aquecimento específico: É aquele que se realiza
com o protagonista emergente do e do grupo.
Corresponde ao conjunto de procedimentos
destinados à preparação do protagonista para que
este se encontre nas melhores condições para
dramatizar.
início de construção de cena, dos personagens,
protagonista, podendo ser privado ou público.
Dramatização
É a segunda etapa da sessão de psicodrama.
A dramatização é o núcleo do psicodrama e o
caracteriza.
Durante sua realização, o material trazido pelo
protagonista é tratado com técnicas ativas, com o
fim de concretizá-lo e plasmá-lo em seu contexto
particular e dentro de um campo terapêutico que
permita:
Estudar dinamismos psicossociais.
Operar terapeuticamente no “aqui e agora”.
Verificar as modificações ocorridas pela introdução
de elementos terapêuticos e sua estabilidade.
Praticamente, a dramatização inicia-se com o
encontro entre o diretor e o protagonista. O diretor
interroga e investiga o protagonista, em busca da
cena mais adequada para iniciar a dramatização.
“como se”, o paciente/ator irá expressar na atuação
o conteúdo que está dentro de si, diferente da
representação do papel teatral que tem um roteiro
exterior dado.
O conteúdo expressado em cena pelo cliente pode
ser esvaziado, impedindo a tendência de repetição
do comportamento em situações inadequadas.
A finalidade é alcançar o insight psicodramático.
Comentários/análise
É a terceira e última etapa de cada sessão
psicodramática.
Essa é a etapa mais importante do psicodrama, e
não a dramatização.
Consiste no momento e m que acaba a
dramatização e o sujeito volta a construção verbal
não analítica. Ex.: “quando fez isso... o que você
sentiu, o que lhe ocorreu?”
Trabalha o sentimento e processa o que aconteceu
durante a sessão
Nela, a atenção centraliza-se no auditório e
solicitam-se aos membros opiniões referentes à
dramatização em si, ao protagonista e a eles
mesmos.
Instrumentos
Diretor Psicodramático: (Terapeuta/Psicólogo)
Organiza - Inicia e fecha a sessão.
Leva as pessoas para o palco - inicia e encerra a
cena, reúne todos e solicita o compartilhamento,
etc..
Ego Auxiliar: (Co-Terapeuta, outro Terapeuta
Psicodramatista)
É o braço, extensão do diretor no palco.
Faz a representação das hipóteses do diretor na
cena (onde o diretor não deve entrar).
Protagonista: (Tema Protagônico)
Não é aleatório (não é como “quem quer ir hoje?”)
Vai acontecendo a partir das falas do grupo e de
maneira orgânica
O protagonista da sessão surge quando O GRUPO
se identifica e aquilo que o sujeito trouxe afeta a
TODOS.
Quando uma pessoa dramatizar estará tocando
a todos já que foi um assunto em comum.
Logo,o protagonista é o representante do grupo.
Público/Plateia
Quem não está participando da dramatização.
Palco
Espaço onde articula o nível psicodramático do
“como se”.
Onde possibilita que a etapa da dramatização
(concretização) aconteça.
Pode ser um tapete, um lado da sala, etc
Fontes:
Slides disponibilizados pela professora
Livro: Lições de psicodrama Introdução ao
pensamento de JL Moreno
Livro: Introdução ao psicodrama
Resumo de psicodrama do perfil
https://www.passeidireto.com/perfil/drielle-costa-sa
ntos/