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1\'I~ ED ITO RA ~ intersaberes O selo DIALÓCICA da Editorn l11terSabcresfaz referência às publicações t1u.e privilegi<un uut<t linguage.1n na t1ual <> a.ulor <iialogo co111 o leilor por 111eio de recursos Je:rluois e 1;i.suais. o que torna o t'ónletí<IO 111ui10 n1ais dintiniico. Siío J ivros que cria111 tun a1ubiente de interaç<1o coo1 o leitor - seu unir1erso cultural, socit1l e de elaboraç11o de conlu:cin1entos - , possibilitando 111u tcol proces$0 de interlocuçao para que <r co11u111ü:oçao se efetü;e. Rua Clara Vendranlin. 58 Mo.,unguê . CEP 81200-170 Curitih:i . PH . l3r.1!>il ~'!!o if~ EO I TOR A intersaberes ...... , (41)2106-4 170 W\\'\\1,intersabcres.001n cdi1on.1@edi1ol'ainters..1beres.coen.br Con•elho editoria l Dr. Ivo José Both (p1·esiden1e) 01". ~;lena Codoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. Neri cios Sanlos Or. Ulí Cregor Haranow Editor-cheíe Lindsay Aznn1huja 1 Editor-assislente Ariadne Nunes Wenger Projeto gr{ifico Baphocl Bcrnad clli Oaiclos Jot<:rnacion:1is deCU1t1l1>gaç.1io 1\11 PuhlM-11~·.!l.o (Cll)) (C3mara llm!<ilc:irn do· t..i\•ro. SP. Orosil) Agibcrt. Cfoudi.cioor Segurança exc<"uli\•a e de auloridll(lcs l livrock:ln'JnicoV Claudionor Agibcrt. Curitíb.1: lnlcrSahcre.;;. 20L i, 2 Mb: 1•or Hil.iliogralia. ISBN 91ll -35·5972-367·0 1. Lideronça 2. Moli\·aç4o 3. S4:gurançu - Admini~ruçJo 4. s~gur11nça pri\ ada -S;:n ic;ob 5. StJ:,:urança ptJblíca - Scn íc,-os 1. T!lulo. f 1Kli tts 1)11.ra ealálogosiMcm41 ico: I, S~:g11rança Ot't"UIÍ\3 C de autoridades: t\dministrnçào 363.289 COD-36:1.26'> Capa Design: Laís Cal\•üo do!l: s~1n1 0:.t lnu1gens: 11ullplus, ~'likhail Starodubov, Jagga1 Hashi<l i, KreangKrai sudachoru. Andrey_ Popov. Vladimir198:22. David Stun1·t Producl ions 1 01uitry Ka 1 i novsky e Sisacoru/Shut te rstock Oi agra moção llenala S ilveira Iconografia Regina Claudia Cruz Prestes 1• .?dit;ao. 2017. r(li íci•o o tlcp6~ito k&:il. l1Ú911rn1m(1" t1u<' f de inl('ir;1 ~l!IM)lt~l)l!ilidmk do a11tor a em~~o de ('Otl<'ei\Oi;, .Ne11hum1\ 1>;u1t Jt>ta r•1l>lic-a('<10 111>derá .-.(!t te1)roi:lu~dt1 por<11 .. 1'<1ut'.t nwio ou f(ltll\ll s.t!m a 1ll'é\ i11 nut<1ri1~c,·•lO ela ~.:Al itor11 lnttrSi1li<:·ret1. 1\ 'iolac,·ào dos cl ir~itOt> autorais~ <"rim<: <:~abclc:cido na Lei 11. 9.610/l9'J3<:1>011ido l'ld u :u't. 16'l clo C6dii;(• Peo11I. prefácio 13 apresentação 15 como aprovei tar ao máximo este livro 17 Capítulo l Considerações preliminares - 21 u Desenvolvimento histórico da proteção pessoal de autoridades e executivos - 22 1.2 Sistemas de proteção ele autoridades e executivos - 24 Capítulo 2 Gestão em proteção pessoal de autoridades e executivos - 33 2.I Gestão de pessoas - 34 2.2 Gestão dos recursos materiais - 36 2.3 Gestão da form ação e do aperfeiçoamento dos agentes de proteção - 40 2.<I· Gestão dos processos de trabalho - 43 2.5 Intel igência na proteção de autoridades e executivos - 46 2.6 Liderança e motivação - 4 7 2.7 Planejamento de missões de proteção - 50 o • l"'""'I ~ 'CÕ a ~ íl1 Capítulo 3 Estrutura de uma seção de proteção - 63 :u Recw·sos humanos - 64 3.2 Recw·sos materiais - 67 Capítulo 4 O trabalho operacional - 73 1L 1 O perfil do agente de proteção - 7 4 •l·.2 Vestuário, armamentos e equipamentos - 76 Capítulo 5 Procedimentos e normas - 85 s.1 Locais fixos - 88 .'i.2 Em deslocamento - 89 s.3 Varreduras e inspeções - 117 Capítulo 6 Planos de contingência e tecnologias aplicadas à proteção de autoridades e executivos - 131 6.1 Planos de contingência - 132 6.2 Tecnologias aplicadas à proteção de autoridades e executivos - 135 para concluir 149 refe rências 151 respostas 155 sobre o autor 159 Dedico est.e tmballw à. minha mulhe1~ Suzana, e aos meus dois filhos, João Pedro e Bernardo, pelo esforço, pelo sacrifício e pela compreensão quando das minhas ausências. Ao Grande Arquiteto do Universo, por me dar saúde e disposição. ;} minhafamtlia, pelo apoio prestado em todos os momentos. Ao meu amigo José Semmer Neto, profissional de alto gabarito que contribuiu significati-uam.ente para a realização desui obra. "O ignorante afimw, o sábio dwvida, o sensato reflete." Ari.st6teles Enquanto escrevo esle prefácio, as manchetes estão novamente "gri- tando" sobre os mais recentes ataques terror istas num mundo em que nossa insegurança est;'í aumentando cada vez mais. Pelo menos 39 mortos atirados em Istambul, uma dupla bomba suic ida deixou 27 pessoas mortas em Bagdá - o ano novo está come- çando como o ano velho terminou. E nenhum país está imune: ata- ques em 2016 na França, na Alemanha e nos Estados Unidos provam que nossas esperanças de que existem lugares seguros são meras ilusões. A nova realidade de ataques lone wolf1' exige inovação e vigilân- cia reforçada. Mais do que nunca, é de suma importância que nossos políticos e líderes da economia sejam protegidos para que possam estabelecer uma sociedade viável. * lhne rrol/é urna cxpí'essão que illdica a açiio de urna (Jr1ica pessoa. c:-01110 os atiradores cru escolas. shopping centers e danceterias, bastante con1uns nos Estados Unidos. A necessidade de oferecer segurança vital aos indivíduos c ria oportunidades às pessoas nas esferas privada e pública. Neste 'l ivro, o Capitão Agibert nos brinda com uma visão completa sobre a segu- rança executiva, a importância de ta l serv iço e as etapas precisas nesse complexo ambiente. Como um policial encarregado da segurança de uma insta lação de infraestrutura vital na cidade de Chicago e na proteção do pes- soal-chave que hi trabalha, posso ates tar que a obra cobre os mais importantes aspectos da proteção e do planejamento. O Capitão Agibert revela um conhecimento aprofundado do assunto de segurança executiva e nos traz conselhos úteis na execução dessa tarefa. Depois de ler este livro, estou planejando implementar algumas das ideias dele numa tentativa de aperfeiçoar nosso próprio s istema de segurança. Estou cer to de que qualquer indivíduo interessado em segurança executiva irá achar esta obra indispensável. O Capitão Agibert nos deu o plano; agora cabe a nós o implementarmos. Eugene J. Roouey Police Officer Chicago Police Depa rtment Chicago-II, USA Esta é uma obra destinada à área de segurança, públ ica ou pri- vada, no que diz respeito às ações voltadas para proteger autorida- des, djgnilários e pessoas muito importantes, seja pela relevância pública de seus cargos, seja pelo papel estra tégico de suas posições. No Bras il , prat icamente não ex iste his tórico s ign ifica tivo de alentados dessa natureza, de maneira a caracterizar como endê- mico o problema. Todavia, podemos mencionar o caso do ex-pre- feito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, do vice-governador de Goiás, José Eliton, em 2016, e de alguns candidatos a cargos eletivos. Além disso, juízes e promotores de Jus tiça também foram mortos. Portanto, mesmo não sendo crítica a agressão sis temática contra autoridades, digni tá rios e pessoas mu ito importantes no Bras il, cada vez mais verificamos que os profissionais empenha- dos na proteção deles devem estar devidamente capacitados para m1n1m1zar as ameaças. Em seis capítulos, este livro aborda diversos assuntos relacio- nados, d ire ta ou indiretamente, à atividade de proteção pessoal. No Capítulo 1, tra tamos sobre o desenvolvimento histórico da t6 proteção pessoal de autoridades e executivos e os s istemas de pro- teção destes. No Capítulo 2, discutimos sobre gestão de pessoas, gestão dos recursos materiais, geslão da form ação e aperfeiçoamento dos agen- tes de proteção, gestão dos processos de trabalho, inteligência na proteção de autoridades e executivos, auditoria em proteção de auto- ridades e executivos, liderança e motivação e planejamento de mis- sões de proteção. U no Capítulo 3, apresentamos a estrutura deuma seção de pro- teção no que diz respeito aos recursos humanos e aos recursos mate- riais. No Capítulo 4, tratamos sobre perfil do agente de proteção, vestuário, armamentos e equipamenlos e procedimentos e normas. No Capítulo 5, a proposta é refiei ir a respeito dos procedimentos e normas a serem aplicados pelos agentes nas missões de proteção. Por último, no Capítulo 6, abordamos a necessidade de planos de contingência e as ca racterísticas destes. Além disso, discorre- mos sobre o uso de veículos blindados na proteção de autoridades e executivos, entre outras tecnologias. A necessidade de escrevermos uma obra desse porle ocorreu prin- cipalmente em virtude da escassez de material científico sobre o lema, já que o conteúdo se encontra, na maioria das vezes, disperso em apostilas de cursos de especialização. Inserimos sínteses, qua- dros sinóticos, referências e atividades que reforçarão os assuntos tratados e est·imularão a pesquisa, uma vez que o conhecimento eleve sempre ser atualizado. Nosso desejo é que você busque a todo momento novas questões, formule oulras hipóteses, raciocine sobre as diversas oportunidades; enfim , aperle içoe o modelo proposto. Boa leitura e bons estudos! Este livro traz alguns recursos que visam enriquecer o seu aprendi- zado, facilitar a compreensão dos conteúdos e tornar a leitura mais dinâmica. São ferramentas projetadas de acordo com a natureza dos temas que vamos examinar. Veja a seguir como esses recursos se encontram distribuídos no proje to gráfico da obra. .... _ Apó:ou e>f1J1.lo de.-te t-;:i,rw'\utc .. H~ ~~ t~~(lll'.. e~: .. ...__ ...... '"'""'*,....... .. -"""""• __ ,._ ·--...... -1 .... 1 .... _ .. _ .. _ : ............ ~·-"-··"'"-·-··-~ ~ ... ~ .............. ~-- .. ,....,. ...... _~·~ I CQnteúdQs dQ cnpítufo: Logo 1w abertura lW capítulo, você.fica conhecendo os conteúdos que nele serão abordados. Após Q est1LdQ deste capít1Lfo, vQcê será capaz de: Você também é i11fomwdo a respeito das competências que irá desenvolver e dos conhecimentos qne irá adquirir com <> estudo do capítulo. i j \ ___ ........ -i..•-""'" ... ~~· _.. ........... . _ ..... .a._w ........ -·-·- ........._ .. ,_ •• .,.. . .._ ..... ~-i.-96W··"-""" ,...._ __ ..., __ ... 11_ .... 1_ •• " ..... __ ....... _ _....._ .. ....._.,....__ . ......, ... • _,...._...,,._ •• 1 ... - . .......... -... _ .............. _ .................. -- .. .. _,.,i.-"'-""""-.._ ................. u-c.i.. 1:-••·-·--""" .,t.-l "-"-• ·-·-..i.a. -o>oi;..-.11~ .. . .- .... _ ... _....,,.. ... ,.._ ........ ~ .. ....... _.,,,_-. .................... ........ ... -... .,,-~ ....... ...,. ....... _ ......... . _,_,..,._... .... _ ... _ ..... .........w __ .. ,,,.,.. .. _., ..... -.,.. ..... .......... ,,,._,.i_...l "t1"""'-___ ,,.......,,,.,,.# •• \ . ~'-.. ·-·'*'t ...... -..,.,_. ....... ................................... • ~-· ..... o( .... ~-··"'--h~ .... ,...,... Q1testões para reflexão Sín tese Você dispõe, tlO final do capCtulo, de uma síntese que traz os principais conceitos nele abordados . Questões p<trct revisão Com. estas ativul(l(les, você tem. a possibilidade de rever os principa.i.s conceitos arwlisados. Ao final do livro, o autor disponibiliza as respostas às quesf<jes. afim de que você possa verificar como está sua aprendizagem. lt v-.... _ .............. ,_ ... __ ............... ~.1;.,...cw .• _ ........ - ''"~·· ................... _ .. __ ,.. .. ._..... ....... i-.....&. .......... ..i.-~-.. ..... ........ -.-.. l ....... 1;,i-,_ .. -~ .... _._ .... , ....... . w. ..... ,,_.... __ .. ,_.._ , .. _ ....... l'l?\ 11 __ ... _,_ "-'.,,,..!~ .. ., ........... --.. -·, ...... - Nesui seção, a proposl<i é levá-lo a refletir criúcamente sobre alguns assuntos e a trocar i<leias e experiências com seus pares. ·---·-···l.·lo ... ----, ....... _ ......... .,.. .... _,_.i-_ ...... __ .... .i.-u. ........ _.. .............. . ,.. __ ... --~·- ............. u..---...;... ........ ,.,, .................. . ........ ,,.... - ....... i-.... - ............. _ -~- .......... -.--..... ... .......... ._.. ..... ~ .. --.'~-- i,.....i.,.,.-+~--·"'""-·~· ""'•-' '"'...r.~·--w,..--.. - ..... ..... _ ... ! ~ l ,, ~ .... _ • ..._._ ...... 1.-... _...... #_ .... __ , .. _,_...._...._ .... ,_ ....... .. .._ .... _ . .•• i-,_-...... ~ ........ ....i .... ~-· ~ ... __ ..... ...,.e.- .--"'·· .... ..,.._ .. -··--.. -...... -·-.. o.,._ ..... ___ .. ,...i...; ....... __ .td.. .... ~ .. ··---..1,.._, .. _._ ~·--- .. --.i•---""'·---.. ...... ,,,___\··-....... 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P"r" Sltber rtutis Você pode consultar as obras indicadas nesta seção para aprofundar sua aprendizagem. - Conteúdos do capítulo: » Desenvolvimento histórico da proteção pessoal de autorida- des e executivos. » Sistemas de proteção de autoridades e executivos. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: l. discorrer sobre a proteção pessoal de autoridades e executivos como serviço especializado da área de segurança; 2. descrever a evolução cronológica dos serviços de proteção pessoal; 3. identificar alguns s istemas ele proteção de autoridades e executivos. 1 r:./) a,) ~ crj = ·~ s ·~ ~ a,) ~ o.. r:./) a,) ~o Üll crj 1 ~ a,) '"'O ·~ r:./) = o u Antes de nos aprofundarmos na temática desta obra, é muito impo1~ Lante entendermos a evolução histórica da atividade de proteção de autoridades e executivos. Analisar como isso se desenvolveu faci- litará a absorção dos conhecimentos técnicos posteriormente, e é o que faremos nes te capítulo. 1.1 Desenvolvimento histórico da proteção pessoal de autoridades e executivos A proteç,ão de autoridades e executivos, como serviço especiali:.:ado na área de segurança, é tema relativamente recente. Nesse sentido, D ale L. June (2015, p. 83, tradução nossa) assim observa : Se ti·vermos de compreender as questões comple.~as que definem a proteção pessoal de alto n(uel atualmente, o ponto adequado de in{cio da. hist6ria deste campo siw <1s últimas quatro décadas do século X X. Desde os anos turbulentos e ·violentos dn década de 60, a proteção pes- soal aproximada evoluiu do guorda.-costas baseado na. mentalid(ule de rei.aguarda com compleição física con- siderá·vel ao especialista ern artes marciais e à proteção executiva e agora aos altamente treinados e profissionais especialistas de proteção pessoal. No entanto, é importante Lermos uma perspectiva c ronológica dos serviços de proteção pessoal. Nessa linha, destaca-se a maté- ria disponível no site da Sykes Group LLC (2012, tradução nossa): O exato i11Ccio do conceito de guarda-costa.s ncio é conhe- cido; contudo, os samurais japoneses foram localizados no século V depois rle Cristo. Os scwwntis eram b(lsÍC<t- mente guarda-cosi.as a quem eram destinadas missões com a responsabilidade de manter seus senhores vivos e n.o poder. Em uma missã-0 que os samurais leva·vammui- to a sério. Se o samurai jàllwsse na s1w missão, vergonlw e desonra cairiam sobre ele, e o método para se redimir de siwfitlha era cometer o Hari Kari {suicülio) . De acordo com o site, entre 800 e 900 d.C., gangues de guerrei- ros na Noruega cumpriam o papel de guarda-costas da corte real. Eles foram chamados de Berserkers em virtude de um hábito curioso: durante as batalhas, tiravam as roupas e se lançavam em urna car- nificina (Sykes Group LLC, 2012). Importante enfatizar que, como mencionado no supramencionado site, "os protetores foram até o limite de experimentar a comida dos protegidos pa ra protegê-los contra envenenamento" (Sykes Group LLC, 2012). Muito interessante notar também que a Royal Body G1Kud of the Yeomen o.f the Guard* protege o rei (rainha) da Inglaterra há vários séculos . Dessa maneira, podemos verificar que a necessidade de proteção de autoridades existia desde tempos imemoriais; os escolhidos para essa ta refa eram aqueles com melhor condição física. * Para 1nais infonnaçõcs, con:=:uhar o sile da Royal B()dy Cu<Htl of tlte lwme11 of the C1wrd, disponível cm: <l11t1)://yeo111enof- 1heguanl.co111/index.h1m>. 23 1.2 Sistemas de proteção de autoridades e executivos Atualmente, existem excelentes sistemas de proteção de autorida- des e executivos no mundo. Devem ser destacados o Shin Bet israe- lense, a BKA alemã, a VIPPU chinesa, a RCMP ca nadense e o serviço secreto americano, entre outros. No Brasil , há vár ias orga- njzações com responsabilidades de proteção, como o Departamento da Polícia Federal, o Departamento da Polícia Rodoviária Federal, as Políc ias Civis e as Polícias Militares (estas mais especifica- mente nas Casas Militares, com missão de proteger o governador, vice-governador e familiares). Sem sombra de dúvidas, o serviço secreto americano é uma das mais preparadas agências de proteção. Portanto, é relevante pe rceber a evolução da atividade nos Estados Unidos, consoante matéria dis- ponível no site da Sykes Group LLC (2012). De acordo com o texto, no período compreendido entre 1865 e 1977, vários incidentes ocor- reram naquele país, entre os quais os assassinatos dos presidentes norte-americanos Abraham Lincoln (1865), James Garfield (1881) e William McKinley (1901), aos quais se somaram atentados con- tra outros presidentes. Tal cenário motivou inúmeras mudanças, que ganharam corpo em 1916, quando o secretário de Es tado, Robert Lans ing, estabeleceu formalmente a segurança no Departamento de Estado Americano. Ao longo do tempo, o serviço secreto dos Estados Unidos atingiu um nível ele excelência em missões ele proteção, como é possível observar hoje. Iniciando no final <Üi déc<ida. de 1960, vários embaix<i- dores e funcionários de departamentos foram. Oll seques- trados ou assassino.dos. Essas ações ressa /taram. a possí- vel exploração de diplomatas americanos com. objetivos políticos. Para en}i-entar essa nova ameaça, o Escrit6rio de Segurança ma:úmizou. s1ws capacidades de prote- ção. Os atos de terrorismo criaram zuna nova e crescen- temente perigosa ameaça aos cidadãos americanos e às missões no exterior, tanto quanto a visitas ilustres nos Estados Unidos. O Escrit6rio de Seguranç<i respondeii à ameaça cont.rauuulo mais de cem novos agentes sob o "Plano Ea.gleburger" e começou a adquirir veículos, rá- dios e outros equipamentos de suporte pam e1!frentar esse desafio. [ .. }começou <L produzir apostilas e manuais so- bre terrorismo, fornecendo assessoria para o pessoal no exterior. Agentes de segurança receberam treinamentos mais intensivos e aprenderam novas lwbili<Üides, como direção defensÍ'Va. A intensi<l<ule dos ataques terroristas awnentou. { .. ./ Em 4 de novembro de 1985, o Escrit6rio de Segurança Diplomática. e o Se1-viço de Segurança Diplomática.fo- ram ojici<ilmente estabeleci<los. (Sykes Group LLC Law Enforcement/Secu rity Training & Consulting, 2012, trn- d ução nossa) Ao longo desta obra, você poderá estudar conceitos, técnicas e procedimentos util izados por várias escolas de proteção, e não ape- nas os provenientes de uma escola específica. Isso certamente lhe trará novas informações, bem como enriquecerá seu conhecimento acerca do assunto. 25 ~ ~ ~ i5 ~ ~ " " .:i ~ " a :: ;:: ~ 26 Síntese Vimos neste capítulo que o serviço de proteção de autoridades - do modo como se observa hoje - não existe há muito tempo, embora a necessidade esteja presente desde tempos imemoriais, quando a principal característica do agente de proteção era a força fís ica. ldenti ficamos também que atualmente há excelentes s istemas ele proteção de autoridades e executivos no mundo, entre os quais o Shin Bel israelense, a BKA alemã, a VIPPU chinesa, a RCMP canadense e o serviço secreto americano, entre outros . Finalmente, comentamos acerca das várias organizações que, no Brasil , incumbem-se da responsabilidade de proteção, como o Departamento da Polícia Federal, o Departamento da Polícia Rodoviária Federal, as Polícias Civis e as Polícias Militares (estas mais especificamente nas Casas Militares, com missão ele proteger o governador, vice-governador e familia res). Questões para revisão 1) Sobre o desenvolvimento histórico da proteção pessoal de auto- ridades e executivos, assinale a alternativa correta: a. A proteção de autoridades e execut ivos , como serviço especializado na área ele segurança, remonta a tempos 1memona1s. h. Os samurais eram basicamente guarda-costas a quem eram destinadas missões com a responsabilidade de manter seus senhores vivos e no poder. e. Na Noruega, em algum momento entre os anos 1.500 e 1.800 d.C., gangues de guerreiros se aliavam à corte real para servir como guarda-costas. d. O(A) Rei(Rainha) da Inglaterra atualmente não é mais protegido(a) pelos Yeoman of the Guard. 2) Sobre os sistemas de proteção de autoridades e executivos, assi- nale a alternativa incorreta: 3) a. O sistema BKA israelense é um dos mais modernos no mundo. b. As Polícias Militares, por meio das Casas Militares, têm a missão de proteger o governador, vice-governador e familiares. e. No Brasü, as autoridades estrangeiras , em regra, quando em vis ita oficial, são protegidas pelo Departamento de Polícia Federal. d. Na América , entre os anos 1865 e 1977, houve vários incidentes, incluindo o assassinato de três presidentes (Abraham Lincoln: 1865; James Garfield: 1881; e William McKinley: 1901) e quatro alentados contra presidentes, que colocaram em desenvolvimento uma série de mudan- ças que trouxeram o serviço secreto americano ao seu nível atual de competência e e;tpertise em operações de proteção. Analise as afirmações a seguir e marque V para as verdadei- ras e F para as falsas: ( ) Existem apenas duas escolas de proteção de aulorida- des no mundo. ( ) No Brasil, há um histór ico significativo de alentados con- tra autoridades e executivos. ( ) No Canadá, a agência especializada é a RCMP. ( ) No Brasil apenas o Departamento de Polícia Federal rea- liza missões de proteção. ~ "' .:; .§ -::: "' ·! E " :;;; '.<! d 27 4) Quais são as agências responsáveis pela proteção de autori- dades no B rasi 1? 5) Qual o evento mais recente ocorrido contra uma autoridade no Brasil? Questão para reflexão 1) Muitas vezes a ocorrência de uma lraaédia acaba acarretando ' . ~ a revisão de procedimentos e, por conseguinte, o aperfeiçoa- mento destes e elas técnicas ut ilizadas. Alan Silverleib (2011, tradução nossa), em 30 de março de 2011, no artigo intitulado "The day thal changed presidential security forever", anali- sando a tentativa de assassinato contra o presidente Ronald Reagan, assim observou: 7)·ês décadas depois, o que foi aprendido pela tentativa de a.~sassinato feiui por H inckle )'? Todos os procedimentos do Serviço Secreto foram observados naquele dia, lem- br<i Shaddick.Mas líinckley e;r.ploroii um ponto fraco na segurança presidencial: o fato de que, à época, em muito fácil chegar perto do presidente em. alguns pontos. Des<le <i tentati·vci contra a vicki de Reagan, magnetô- metros têm. sido um dispositivo mais com.wn nas sa.tdas presidenciais. Ninguém pode chegar tão perto do presi- dente sem ser totalmente escaneado. E enquanto os pe- rímetros <le segurança têm sido aumentados, barracas agora são frequentemente usadas para blindar as entra- das e as saíclas do presidente, de acordo com o jornalista Del Quentin Wilber, autor de "Rawhide Down", um. livro recém-publicado sobre a /.entativa de nssassinato. Wilber também observa o regular e rigoroso treinamento q1ie os membros da equipe de segurança presidencial têm que passar nas instalações do Serviço Secreto em Belts ville, Maryland. Os agentes agora /.reinam duas semanas a cadcl oito. O treinamento contlnuo efeüvcunent.e come- çou no final dos anos 1970, m.as sua importância foi awnentcula. pelo Ma.que de flinckley. "Eles não querem. arriscar que os agentes pensem.", diz Wilber. "Eles s6 têm. que agir". "Você se pergunta como se responde com. tama- nlw. ·uelocidade",jàlti Shaddick. "O treinamento toma a ação mais instintiva". Dessa maneira, é possível ressaltar que as medidas de proteção tendem a minimizar ao máximo os riscos, porém é impossível eliminá-los por completo. A atenção deve sempre ser redo- brada quando em uma missão real, e subestimar a ação de elementos adversos pode ser um erro decisivo. Como dilo, o agente deve Irei nar tanto a ponto de adotar os procedimentos instintivamente. Baseado nesse relato, responda: Você acredi ta que as med idas de proteção eliminam por completo os riscos a que estão expos- tos os líderes, dignitár ios e pessoas importantes? Justi fique sua resposta. Perguntas e respostas 1) Sem sombra de dúvidas, o serviço secreto americano é uma das mais preparadas agências de proteção de autoridades e digni- tários. Sobre isso, assinale a alternativa correta: a. Na América, entre os anos 1865 e 1977, houve vários inci- dentes que colocaram em desenvolvimento uma série de mudanças que trouxeram o serviço secreto americano ao seu nível aluai de competência e experúse em operações de proteção. 29 h. A segurança do Departamento de Estado Americano foi ÍOt" malmente estabelecida em 1936, pelo secretário de Estado Robert Lansing, e era liderada pelo agente especial chefe. e. No fina l da década de 1980, vários embaixadores e fun- cionários de departamentos começaram a ser sequestrados ou assassinados. Essas ações ressalta ram a possível explo- ração de diplomatas americanos com objetivos políticos. cl. Os atos de terrorismo não criaram uma nova e crescente ameaça aos cidadãos americanos e às missões no exterior, assim como as visitas ilustres nos Estados Unidos. Respostas: a. Correta. b. Incorreta: O ano é 1916. e. Incorreta: A década é a de 1960. cl. Incorreta: Os atos de terrorismo criaram uma nova e cres- cente ameaça aos cidadãos americanos e às missões no exterior. Comentá1·io: Inegavelmente, o serviço secreto an1ericano se conso1dou como um dos melhores do mundo em virtude de eventos que o afola- ram. Assim, muitas vezes o aperfeiçoamento somente vem pela "dor", ou seja, pela ocorrência de alentados ou de a taques, com várias pessoas mortas e/ou feridas. Ser profissional da área de proteção de autoridade/ executivo implica preparo físico, intelectual, psicológico e disposição para aprender e enfrentar situações novas e inesperadas. Para saber mais O serviço secreto americano é uma das mais preparadas agências de proteção de autoridades e digni tár ios. Para mais deta lhes, con- sulte o seguinte site (em inglês) : UNlTED STATES. Secr et Se1·vice. Disponível em: <hllp://www. secretservice.gov>. Acesso em: 3 dez. 2016. 31 Conteúdos do capítulo: » Gestão de pessoas. » Gestão dos recursos materiais. » GesLão da formação e aperfeiçoamento dos agentes de proteção. » Gestão dos processos de trabalho. » Inteligência na proteção de autoridades e executivos. » Liderança e motivação. » Planejamento de missões de proteção. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: l. tratar sobre a gestão de pessoas; 2. discorrer sobre a gestão de recursos materiais; 3. dissertar sobre a gestão da formação e do aperfeiçoamento dos agentes de proteção de autoridades e executivos; 4. discorrer sobre a gestão dos processos de trabalho; S. perceber a importância da intel igência na proteção de autori- dades e executivos; 6. explicar a importância das técnicas de liderança e motivação; 7. planejar missões de proteção. II 1 34. Para quaisq uer atividades, a gestão desempenha papel fundamental e determinante do sucesso das organizações. Isso também se apl ica ao contexto da segurança executiva e de autoridades, no qual esse cuidado é necessário e envolve pessoas, materiais, processos de tra- balho etc. este capítulo, tra taremos sobre esse lema, apresentando as principais ideias e reflexões da área. 2.1 Gestão de pessoas A gestão de pessoas é de rundamental importância no sucesso das organizações, qualquer que seja a atividade destas. Concordamos com o pensamento da empresa Anthuerpia Consultoria & Treina- mento (2016), no sentido de que "as pessoas são o maior tesouro de uma organização, e assim como os diamantes, precisam ser lapida- das com muito trabalho, sabedoria e dedicação para se tornarem ainda mais valiosas". Realmente não existe recurso mais vaJ ioso que o humano, já que profissionais mol ivados são os responsáveis diretos pelo sucesso de qualquer organização. Dessa maneira, é necessário ter conhecimento da administração de pessoas para o melhor a tingimento de melas. Nesse sentido, Lucas Veiga Ávila e Jaime Peixoto Stecca (2015, p. 18-19) assim esclarecem: A Admin.istraç(i.O de Recursos Nu.ma.nos (A R H) consiste no planejamento, 1ui 01gan.ização, no desenvolvim.ent,o, na coordenação e no controle de técnicas capazes de promo- ver o desempenho eficiente elo pessoal, ao mesmo tempo em que a orgfuiizaç<io representa o meio que permite às pessoas que com ela colaboram alcançar os objeti'VOS in- dividuais relacionados direta 011. indiretamente com o tra- balho. Podemos entender que a ARH busca conquistar e manter emprega;los 1w organização, trabalhaiulo e dan- do o máximo de si, com wna at.itude positi-v<i ejàvorável. Inegável, portanto, que em uma seção/departamento com res- ponsabilidade de proteção de autoridades e executivos a gestão ade- quada de pessoas ganha relevo especial, porque trata dos maiores bens existentes (a vida e a integridade física). Ter a habilidade para gerir com eficiência e eficácia os recursos humanos é, portanto, fun- damental. essa linha, José Lu iz Bichueui (2015) comenta: Gerir gente eficazmente é saber definir as necessid<ules de pessoal, saber atrair, contratar, rete1; motivar, avalia.r desempenho, desenvolver, remunerar, reconhecer empe- nho (diferente de desempenho) e, aM, saber demitir. É re- conhecer que gente é o prop11lsor que move as empresas. Há diferentes tipos de planejamento estratégico para gestão de pessoas. Nessa linha, Ávila e Stecca (2015, p. 26, grifo do origi- nal) assim lecionam: » Planeja.mento conserv(ldor - püuiejamento vol- tado para <• estabilida.de e ma1111J.e11çã-0 <ÚL situação existe11te. As decisões S<to tomadas no senti<lo de obter bons res11ltados, porém dificilmente este planejamen- to procurará j(1zer m11danças radicais da mga11ização. » Plcuiejmnento otim.iza.nte - ·voltado para a adaptabilida<le e inovaçüo da organização. As de- cisões são tomadas 1w se11tido de obter os melhores resultados possíveis minimizando recursos ou ma,-r.i- mizando o desempenho para melhor utilizar os recur- sos disponvveis. » Pla.nejw nent.o prospectivo - é o planejamen- to voltadopara as contingências e para o.futuro <ÚL orga.nizaç<1o. As decisões são tom.adas 110 sentido de g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "' " " ~ e " ..., "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ 35 compal.ibilizar os diferentes interesses envolvidos, atra- vés de uma composição capaz de levar a resultados para o desenvolvimento n(ltural da empresri e ajustá-las às contingências que surgem no meio do caminho. Em um primeiro momento, podemos pensar que o tipo mais adequado para a gestão de pessoas em proteção de autor idades e executivos deve ser o conservador. Ledo engano. As técnicas opera- cionais estão em constante desenvolvimento e, sempre que possível, a inovação e o aperfeiçoamento devem ser considerados. Devemos res- saltar, no entanto, que protocolos de proteção (para o agente e para o protegido) devem ser seguidos rigorosamente, sob pena de com- prometimento da segurança. Entretanto, a contribuição dos agentes para que esses protocolos sejam revistos, atua 1 izados e melhorados é fundamental. O perfil adequado para a função de agente de pro- teção será visto mais adiante nesta obra. Consideramos, por conseguinte, que o elemento humano constitui a maior riqueza de qualquer organização. O planejamento adequado, a mentalidade sensível à inovação e o gerenciamento humanizado, ~ voltado ao resultado, são fatores primordiais para o sucesso em uma :;; s seção/departamento de proteção. ~ {! " ;; .:; ã :; .; 36 2 .2 Gestão dos recursos materiais De igual sorte, uma administração correta dos recursos materiais - muitas vezes escassos - pode contribuir significativamente para o sucesso da organização. Renato Ribeiro Fenili (2015, p. 9) observa que a gestão de recw·sos materiais é sobremaneim simples e objetiva: as organizações admi- nistmm. recursos escassos. Como decorrênci(t l6gicci, a gestão acurada repousei 1w determinação das altema- tivas parei acesso a recursos, bem. como para a elimina- ção de desperdícios em sita utilização, consubstancicui- do modos de angariar vantagem competitiva - na. eefém privada - ou e.i;pressões do binômio eficiência/economi- cidade - na e~fera p1í.blic(t. É relevante aqui trazermos o conceito de recw·sos materiais. l essa esteira, Paulo Nunes (2016) observa: Os recursos m.ateria.is são um. tipo espec(fico de recursos 01gcmizcicio1utis colocados à disposiçri.o de um.a deter- minada organização para que esta possa desenvolver a sua atividade e atingir os seus objecúvos e incluem as máquinas, equipamentos e utensflios utilizados pela or- ganização, as suas i1i5talações produtivas e administra- t.ivas e também. as tecnologias e processos utilizcidos na produção e na gestão. Os recursos materiais podem ser de dois tipos, como ensina Fenili (2015, p. 15, grifo do original): Para fins de gestão. os recursos materiais, em. sentido amplo, podem ainda ser classificados em duas subca- tegorias: (. . .J Recurso m<Lteri<tl, em sentido estrito, é todo o bem f~sico (tangvvel) empreg(ido em wna 01ganização que de- tém natnreza não permanente. Em geral, constituem-se em. materiais qne são consumidos ao Longo do tempo, constituindo-se, usualmente, bens de estoque. Apescir de ser esta uma classifu:ação contábil, o conceito de recurso material, em senJ.ido estriw, aproxima-se sobremaneim do inerente <t material de cm1.mmo. R ecurso pa.trim.011.ia.l é todc o bem fCsico (tangfvel) empregado em uma organização que detém natureza g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "" " " ~ e " .,, "'- ~ s '" " ~ " ~ •• "" " ~ ~ 37 permanente. Em geral, os bens patrimoniais podem ser de três tipos: im6'veis (prédios, terrenos etc.), instalações (uma central de ar condicion<tCÚ>, por e.wmplo) e mate- riais permanentes (máquinas, m6veis, computo.dores etc.). Uma seção ou um departamento de proteção podem ser constituí- dos no ambiente público ou privado. No âmbito público, devem ser rigorosamente observados os princípios da Administração Pública previstos na Constituição Federal de 1988: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qual- quer dos Poderes da União, dos Estados. do Distrito Federal e dos Munidpios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência( ... ). (Brasil, 1988) Dessa maneira, questões a !etas a aquisição, transforências, uti li- zação, inservibilidade e outras precisam obedecer a todas as pres- crições legais e regulamentares. Na iniciativa privada, em que pese não haver essa obrigatorie- dade, é prudente adotar um sistema sustentável, lógico, eficiente e eficaz de gestão de recursos materiais, de maneira a otimizá-los em prol dos objetivos formatados. Cabe ressaltar que a área de recursos materiais se relaciona com todas as outras. Vejamos a an<llise de Fenili (2015, p. 20, grifo do original): Cúpula da orget.nização ~ determina (L política de gest.rio de mMeriais dei orgcuiizaçrio. M a:.timizar ou. minimizar estoques? Alienar ou não determinado bem? Quais aquisições e contratações devem ser realizadas? Quais os projetos relacionados à. melhoria. dos processos de gestão de materiais devem ser patrocinaCÚ>s? Quais as <t tividades inerentes à. gestão de materiais que de~·em. ser terceiriuulas? Qual a polrtica de sanções administrati- vas oriwulas de processos liciuit6rios que será adota.da? As respostas (lesses qnestionamentos devem ser providos [sicJ pela cúpula do 6rg<io público. Área d e recursos hum.anos --+ proví! o f erramental luwumo à cond11çc7o das tarefas de gestiio de materiais. Em 61gãos públicos, relaciona-se à verificação de ne- cessidade de pessoal, ao pfonejamento de sua reposição ('via concursos públicos), bem como à elaboração de cro- nogramas de treinamento e capaciwção dos envolvidos, entre outras tarefas. Área d e i11formá ticci--+ proví! o f e rramental d e sis- temas de tec11ologia clci i11for11uição e comm1.ica- ção (TIC) que wbsidiará as tarefas inerentes à gestão de materiais. O desenvolvimento e emprego de sistemas informatiza dos de bancos de dmks destinados à condu- ção das atii;iclades de administração de materiais é extre- mamente usual no setor público brasileiro contemporâneo. Clientes internos --+constituem a razão da existên- cia e da estntttu'ltçii.o d" área de gestão ele ma- teriais. Exercem. o papel de demandantes e ele usuários de materiais na organização. Árn" orçamentária --+ busca a provisão dos recursos necessários à (tquisição de novos 11utteriais. [ . .)Compila, ainda, os dados de planejamento com. ·vistas ao aporte de recursos para exercCcios financeiros subsequentes. Área financeira. --+ efetua os pagamentos, controlando as despesas inerentes à aquisiçã-0 de materiais. l nst.ânci<is ju.ríclica.s --+ seio responsáveis pela emis- são de pareceres jurídicos sobre licitações, dispensas 01i inexigibiliclades [ .. J. g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ 39 "º Auditoria interna ~ ·verifica se rzs rotinas e os atos administrativos protagonizados pela área de gestão de materiais mostram-se em co1iformidcuie com os preceil.os legais, emitindo, ao f incil, relat6rios de recomendaçtio. Geralmente uma seção/depat'lamento de proteção conta com tele- fones (fixos e móveis , quiçá até central telefônica), rádios de comuni- cação, coletes balísticos, veículos (blindados ou não), equipamentos de varredura/inspeção, detectores de meta is, eventualmente arma- mento, sem mencionar patrimônio como mobiliá rio e computadores. Saber gerenciar esses recursos é fator primordial para minimizar custos e evita r desperdícios, maximizando a utilização e contri- bu indo para o atingimento dos resultados esperados. 2.3 Gestão da formação e do aperfeiçoamento dos agentes de proteção Devemos ler em mente que todos os profissionais precisam estar sujeitos a algum tipo de formação, treinamento e aperfeiçoamento, de maneira a melhorar o desempenho de suasatividades. Isso é fu nda- mental em qualquer segmento e especialmente naqueles que atuam na á rea de proteção de autoridades e execut ivos. Os professores Lencastre, f elício e Baptista (2003, p. 21, gr ifo do original) discorrem sobre a operac ionalização da formação: 2 .1 In íc io da Fo n n<1ção - Organizar o t t'ítbctlho colcibor<tti'Vo » Definir o nLÍmem de elementos que constituem wn gn.1,- po de trabalho e proceder à sua organizaçii.o; [ .. .] 2. 2 Estruturação de uirefa.s e m mnbien.te ele i11- terclepe 11clênci<i posit fon p<r.rct os g rupos » Explicilar os objectivos da formação e relacionar os conceitos com a experi€ncia passada dos formandos, de modo <• garantir o máximo de transfer€ncia e de retenção de con.hecirnentos; » Seleccionar os conceitos relevantes, expor procedimen- tos a seguir e dar exemplos para ajudar os.formandos a. compreender o que vão aprender e com.o vão jitzer os trabalhos que lhes irão ser propostos; [ . .] » Explicitar os critérios de sucesso (avaliação). 2. 3 ~1011.itorização e i11.ter·ve 11.ção » Monitorar os comportamentos dos formandos de for- ma a obser·var o seu trabalho colaborativo e o seu es- tilo de aprendizagem; [ .. ] » Intervir para ultr<lpassar eventuais dificuldades no trabalho ern grupo; [ .. ]. É possível verificar que é imperioso existir um planejamento de curso preparatório para todos os profissionais que integrarem uma seção de segw·ança de autoridades e de executivos. Além disso, é necessfü·io haver um período de estágio obrigatório e instruções periódicas de manutenção. Observe no Quadro 2.1 um modelo de proposta de curso de Segurança de Dignitários. g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "' " " ~ e " ..., "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ " 1 Quadro 2.1 - Modelo de pl<uw de disciplinas de Curso de Segurança, de Dignitários Disciplina Legislação Aplicada à Atividade Planejamento Operacional Estratégia Operacional Doutrina de Segurança de Dignit{u·ios/Executivos Segurança em Operaçõe~ Segurarn,:a de Dignitários/Executivos 1 Segurança de Dignitários/Executivos II Segurança de 1 nstalações Físicas Tiro VlP Defesa de Terceiros Direção Operacional Val1'edura e Evacuação Operações TOTAL Carga l1orúria Sh Sh Sh lOh Sh 20h 20h Sh 30h 20h 20h Sh 30h 180h O período de estágio recomendável é de 30 dias. As instruções periódicas de manutenção podem ocorrer uma vez por mês, abran- gendo conteúdos de segurança, varredura, tiro VIP e operações, ministrados em um final de semana (em torno de 25 horas). O cuidado com a parle técnica dos agentes de proteção de auto- ridades e de executivos pode s ignificar o sucesso ou o fracasso de uma missão. Agentes bem treinados e qualificados tendem a mini- mizar significativamente os riscos de qualquer operação. 2.4 Gestão dos processos de trabalho Importante inicialmente entender o conceito de processo. Nesse sentido, o Manual Interativo de GesUio por Processos 01gcmizacionais, elaborado pelo Insti tulo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - lphan (2015, p. 8, grifo do original), assim dispõe: No contexto público, ÚJTocesso] é um conj11nto de aúvida- des estruturculas com Úlfsi!l. e Eim. que geram J0.i.!u. para o Cidadão. "Qnalquer at.ivida(le que receba wna entrada. (lgrega -lhe valor, e gera wna saída para um cliente in- terno (pessoas e 6rgãos) ou extemo (cidadãos e socieda- de). Os processos fazem. uso dos recursos da organização pam gerar resu.luulos concretos para wn cidadão 01t uni- dade interna ou outra parte interessada". Geralmente as atividades de imi processo passan·i por diversas unida<les, on seja., cluunamos isto de tmnwersalidade de atividades dentro de um processo. Assim, podemos imaginar mna piscirui com raias e diversos nadadores. As raias são uni- dades (clepartamentoslcoordenações geraislcoorde1w- ções) e os nculadores corresponclem. <t atividades. Todas as aúvidacles deverão ser cumpridas parei (file o ciclo seja concluído. Processos envolvem. ciclos q1.te se repetem, en- volvendo "entrada, processcunento e saída". Dessa maneira, verificamos que existe uma sequência, uma rotina, que deve ser seguida e melhorada constantemente. a área de pro- teção de autoridades e executivos, portanto, a gestão de processos se torna fundamental porque lida com a vida, a integridade física e psicológica de pessoas muito importantes. g ~ .~ ~ ~ "" ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "" ~ s '" " ~ " ~ •• "' " ~ ~ <13 <14 Nessa linha, gestão po1· pi·occssos é "urna metodologia que ordena e nos faz continuamente melhorar nosso dia a d ia de uma forma ordenada e sistematizada" (Iphan, 2015, p. 9). Os grandes sucessos de diversas atividades estão ligados à padronização e ao estabelecimento de protocolos. Seja na medicina, seja na engenha- ria, seja até na segurança pública e privada, tal medida pode ser fator decisivo. É deveras relevante que a autoridade ou o executivo consigam entender os protocolos e segui-los adequadamente, porque, do con- trário, não será possível garantir a probabilidade mínima de ocot'- rência prejudicial a eles. De acordo com o ManuaJ Intera tivo de Gestão por Processos Organizacionais, referido anteriormente, existe um ciclo da gestão de processos constituído por: estratégia, mapeamento e diagnóstico, redesenho, implementação e controle, moni toramento, avaliação e melhoria. O mesmo órgão esclarece (Iphan, 2015, p. 9 -10): Est,.atégia - Para utilizar a gestão por processos, é ne- cessário ter-se wnli diretriz, ou seja, 11ma orientaçilo de onde pretendemos chegar e que se,.viçolproduto tenws que gerar para alcançar os objetivos propostos para a concretizaçilo da miss(i.Q da Organizaçilo. Por tal motivo, a metodologici deve começar por considerar a estratégia. da Organização. [. .. } Mapeamento e diagnóstico - O mapeamento ou de- senho de processo de trabalho constitui a etapn em qne é.feito o levantamento d.e todas a.1 informações necessá- rias de um processo d.e trabalho atual, como legislaçilo que o subsidia, dificuldades de execuç!io, dificuldades de alinhamento, se há muito retrabalho em sua execução, se o processo de tmbalho perpassa ou.tras áreas (interfa- ces), se há comunicação efeti:U(L entre as tmida<ies/áreas (interfaces) que executam. tal processo de trabalho. [ .. ] Ern seguida, tais informações serão analisadas consi- derando as especificidades do processo de trabalho, se1i alinhamento c01n a estmtégici da organização e com o objeti:vo a que tiver mais aderêncici (tfim de constituir urn diagn.6stico que ser·virá corno subsídio para melhoria do processo de t.rab(l./ho. Red esenho - Nessa elapa, (. . .]é proposto e !lalidado wn novo desenho do processo de trabalho. Esse redesenho (. . . }é concebido considerando premissas legais, força de trabalho e estrutura, poss(veis, agregação de ·valor e prin- cipalmente a "meUwr m.aneir(t do processo acontecer", se- gundo (t percepção dos participantes que o executam. [..] I m.p le me tttação - Corn o redesenho e plcino de im- plantação !la.lidados, iniciam-se os procedimentos para a colocação ern prática do novo processo de tra.balho ern 11111 esforço conjunto: Gestor do processo e Equipe de execução. O gestor tem a. responsabilidade pela impla.n- tação e implementação do n(ruO processo, beni como em rej)(LSsar iriform<tções de desempenho do processo parei a unid(ule responsável[. .. ]. Controle, m.m1ito rwne11 to, ava.lia.çií.o e m.e lho - rici - A finalidade, nessa etapa, é medir o processo de trabalho em execução, <ifim de ·verificar se o resultado (t que se pretende chegar com. o irulicador e meta. está sen- do alcançado e, obviament,e, se o novo modo de desen- volvê-Lo (redesenho) está atendendo às expectCLtivas da área executara e consequentemente da organização. Com o controle e 111.011.it.oramento é possÍ'~·el avaliar sna eficiên- cia e eficácici etraçar soluções para corrigir os desvios obsernados, bem como apontar outras melhorias possíveis. Assim, qualquer seção com a missão de proteção de autoridades e executivos deve, de acordo com a estratégia, estabelecer protocolos g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ <15 <16 e padronizar procedimentos. Isso facilitará a execução pelos agen- tes ele proteção, bem como o treinamento des tes, além ele funcionar como variável relevante para a pessoa protegida. 2.5 Inteligência na proteção de autoridades e executivos O levantamento de informações que possam ser úteis no desempe- nho ela missão é decis ivo. Assim, um trabalho prévio de inteligência para cada evento do qual o protegido participará será fundamen- tal. É muito importante que alguém fique com a missão de produzir inteligência, analisá-la e emitir parecer sobre ela. Nesse sentido, Vinfcius Domingues Cavalca nle (2016, p. 9-10) assim esclarece: Segurança e Inteligência caminham SEMPRE lado a lado! Em. tocÚ> planejamento de UITUL segurança pessonl, sempre é necessário coletar informes e a'Valiar todos os da- dos disponíveis sobre riscos [ , .], inimigos e <ulversários do protegido, identificação [ , .] de grupos ou de pessoas, ava- li<ição de recursos à disposição dos adversários que possam ser empregados em ações de alentado, histórico de ações anteriores perpetradas pelos referidos grupos on irulivtduos, seus "moclus operandi '", c/.emíncias anônimas, informes de procedências mais diversas, informações sigilosas etc. [ . .} Nos Estados Unidos, o Serviço Secreto - que protege o Presidente da Rep1íblica, .ma Jámíli<i e os candidatos à presidêncir1 quando em ccunpanlut - recebe informnções de todos os outros árg<ios governamentais de Segurança e Inteligência como o FBI, a NSA e <L CIA. Qualquer indCcio de que cilguém ou algum grupo político poss<t pretender atentar contra o presidente dos Estados Unidos merece investigação; uni simples ·'e-mail" (1.meaçador é checado e su.a autoria a.puradcL. Ap6s o assassiruuo dei Ministra de Relcições Exteriores da Suécia, A mui Lindlz, em setembro de 2003, verificou-se que ela vinha. rece- bendo e-mails ameaçcidores, os quais não rnerecerarn qualquer atenção. Uma seção de proteção de autoridades e executivos precisa t reinar os agentes para coletarem informações que possam ser utilizadas para a avaliação de riscos, assunto que será abordado ma is adiante. NatLu-almente, o objetivo é minimizar a possibilidade de o protegido sofrer qualquer alentado à sua vida, integridade física ou psicoló- gica. Em havendo possibilidade, deve existir um setor de inteligên- c ia em uma seção de proteção de autoridades e executivos; se isso não for possível, pelo menos um agente terá a missão específi ca de analisar a inteligência, em que pese o fato de que todos os outros agentes devam ser treinados para a coleta, como dito anteriormente. Verifica-se, portanto, a importância da inteligência para ativi- dade de proteção de autoridades e executivos, pois, como afirma Cavalcanle (2016, p. 35), "As informações oriundas dos levanta- mentos de Inteligência são o alicerce do planejamento de uma segu- rança de dignitários". 2.6 Liderança e motivação Naturalmente, as pessoas que trabalham com a proteção de autor i- dades e executivos precisam Ler espírito de Lderança e motivação bastante desenvolvidos. lsso ocorre pelas possibilidades de atua- ção isolada ou, em caso de algum atentado e eventual baixa de um comandante de equipe, a assunção da função de coordenador. g ~ .~ ~ ~ "" ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "" ~ s '" " ~ " ~ •• "' " ~ ~ "7 <18 Preliminarmente, importante entender o conceito de liderança proposto por Baitlett e Ghoshal, citados por Simone AI ano de Moraes (2004, p. 34): "Liderança é o processo de influenciar as atividades de um ind ivíduo ou de um grupo para a consecução de um obje- tivo numa dada situação. É um processo do líder, do liderado e de variáveis s ituacionais". Assim, é muito importante que a liderança seja desenvolvida nos agentes de proteção, objetivando o preparo adequado para o cumpri- rnenlo de sua missão. Nesse sentido, podem ser observados d iversos tipos de líderes, como bem assinala José Roberto Marques (2015): » Líder autoritál'io - Decide com base nas próprias ideias, sem levar em conta a opinião de outras pessoas. É conhecido como big boss e é temido - não respeitado - pelos subalte r- nos. Esse modelo de liderança está em desuso nas organiza- ções mais modernas. » Líde r carismático - P resente em empresas bem-sucedidas ou que contam com empregados fiéis; sua postura contagia todos os colaboradores, tornando-os mais motivados no dia a dia. Ele estimula o relacionamento entre a equipe e lambém com as chefias. O carisma constitui um dos a lributos mais sig- nificalivos em um líder. » Líder que motiva - Sua grande contribuição é motivar toda a sua equipe, levando-a a se supera r sempre de modo a al.in- gir resultados excelentes. Pode não corresponder plenamente quanto a aspectos técnicos, característica que não o prejudica na tarefa de levar a equipe a alcançar o sucesso. » Líde1· especialista - Se lhe falta habilidade para influenciar sua equipe ou os profissiona is que trabalham com ele, tem a característica de ser um expert na área de aluação, fazendo com que seu conhecimento contr ibua com o grupo e promova resultados. As relações interpessoais são um aspecto a ser tra- balhado por esse lipo de líder. » Líder libe1·al - Intervém pouco e estabelece um ambiente de total liberdade aos colaboradores para que criem e tenham ideias inovadoras. Se o contexto da organização é de um grupo de profissionais experientes e maduros, essa postura da lide- rança é positiva; entre tanto, ela pode traze r prejuízos, espe- cialmente se não houver direcionamento ou orientação sobre o caminho a seguir. » Líde r de1nocrático - Estimula a participação de toda a equipe nos processos de tomada de decisão. Tem o perfil de não decidir sozinho e de modo autoritário, ao mesmo tempo que cuida para não deixar na mão do grupo essa tarefa. Sua postura é de apresentar as possibil idades, deixando as pessoas escolherem o melhor caminho e promovendo, ass im, a inclu- são e a valorização de todos. » Líder coach - Sabe combinar a liderança com técnicas de coaching, isto é, sabe corno se automotivar e identifica o que de melhor cada empregado tem, auxil iando-o a aproveitar esse potencial e a superar as limitações existentes. Esse esforço da liderança estimula um trabal ho com s inergia, cujo desdobra- mento são os ótimos resultados que a empresa atinge. Com qual l íder você se identifica'? Podemos verificar, então, que lide ra r implica também motivar os integrantes da equipe. essa linha, assevera Moraes (2004, p. 34) : Liderança não é sinônimo de gerência, embora cada gerente deva ser tttn Uder. lnfeli.zrnente, muitos sabem pouco do que a liderança exige. Um LCcler, entrei anto, 1uio precis(L necessariamente gerenciar coisa algwna (Marchetti, 1997). Motivação é sinônimo de liderança. O sucesso de wn !Cder pode depender quase qiie exclusi- vamente de sua capacidade de motivar outras pessoas (Marchetti, 1997). g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "' " " ~ e " .,, "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ 49 .50 Dessa maneira, a liderança e a motivação caminham de mãos dadas. Mas devemos considerar que a motivação não tende a vir de fatores externos, como salário, entre outros. Parece que o mais acer- tado pensamento orienta que ela pa rle de nosso íntimo. Seguindo essa linha, Moraes (2004, p. 44), citando Ribeiro, assim leciona: Estímulos seio im.portan1.es, pois eles relembram às pes- soas ele sua im.portâ11cia, seus valores e sua existêncici, porém, não m.otbvam. (Ribeiro, .l 994) . A m.oti·vação é in- terna., vem ele dentro parafom; portanto, w1w equipe devebuscar constantemente <1 capacidade de automolivar-se. O principal responsdvel pela motivação 1U10 são os con- sultores e 11em os gerentes, mas sim o pr6prio indivíduo (Rüniro, 1994 ) . A despeito da necessária preocupação que a chefia ele uma seção ele proteção de autoridades e executivos deva ter com a motivação de seus recursos humanos, é inegável que cada um precisa encontra r elementos que catalisem internamente o sent imento de motivação. Buscar a motivação dentro de s i mesmo pode sign ificar o desenvol- vimento adequado das atribuições, com consequentes resultados satisfatórios. Com isso todos são vencedores, todos ganham: a orga- nização e o i nd iv íduo. 2.7 Planejamento de missões de proteção O planejamento de uma missão de proteção envolve várias atividades. Portanto, o conceito de planejamento deve ser bem compreendido. Sobre isso, Jefferson Silva (2012, p. 34-35) comenta: Segundo ChicwencLto (2000, p. 212), "planejamento é a função a.dmin i.strativa que define objeti'VOs e clecicle sobre os recursos e tarefas necessários para alcançá-los adequa- damente". Ou seja, o ato de planejar é,fiuulamentalmen- te, a. organização dosfatores pam alcançar determúwda meta f11t11ra. Continu<uulo seu pensamento, o autor diz q11e: [ .. ]A principal consequência do planejamento sã.o os planos. Os planos nã.o somente tornam uma orgcmi- zaçã.o bem-sucedida na realização de s11as metas e obje- tivos, como também funcionam como verdadeiros guias ou balizamentos [. . .). E ainda, planejar significa. olhar para frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito, elaborar bons pla.11 os e ajudar as pessoas cifazer hoje as ações necessárias par<i mellwr enfrentar os desafi.os do amanhii [ . . J. Cavalcante (2016, p. 49) apresenta posicionamento bem i nteressanle: Um planejamento de segurança deve ser elltendido como a fornwlcição de um conjunt.o de medidas - em. sua maio- ria, preventivas - que ·visam proteger nosso segurado de wnn série de ameaça.5 previsíveis. O planejamento exige do agente de seg11rança a identifi.caçã.o de potenciais fo- cos de ant.agonismo que possam atingir a pesso<t prote- gida.; avaliar qual a importdncia. ou projeção da pessoa nwn con/exto s6cio-polCtico-econ8mico; qllem quer que tenha razões para temê-la Oll odiá-la; saber quem ou quais grupos podem pretender atentar contra ci integri- dade dei pessoa segura.da; qu<iis os objetivos dos autores; avaliar as m.ot.ivações e os recursos que os adversários po- derão lançar nulo para atingir seus objetivos etc. [. . .] Nã-0 se deve 1:niciar qualquer "atividade de campo" sem. que essas indagações hajam. sido objeto <ie rüscussões e análises minllciosas. g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "' " " ~ e " ..., "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ 51 .52 Naturalmente, planejar envolve minimamente alguns aspectos fundamentais. Jefferson Silva (2012, p. 38-40, grifo nosso) escla- rece quais são os elementos essenciais do planejamento de uma ope- ração de proteção: a. Missão ~ É o princípio de todo planejamento, pois é quando se toma conhecimento de todos os pormeno- res do que irá ocorrer, seja em atividades rotineiras ou em evento que a autoridade participará, detalluuzdo aonde a autoridade irá, o que a autoridade irá fazer, quando e onde será o evento, qual a comitiva que irá acompanhar a autoridade no evento, quais os meios de transporte disponíveis, quais os apoios que ser<i-0 necessários, quais implicações polClicas, enfim toda e qualquer particularidade que possa favorecer o sii- cesso da missiio. b. Estudo de Sit1.wção ~ No qual se realiza a <uuí- lise dos fatores importantes para definiçiio de quais caminhos serão <Wotruios 110 cumprimento da missão, ern que serão exami<wdas todas a.s possibilidades de fatores que possam dificultar o sucesso do serviço a ser executado e assim determinar qual o melhor caminho que será seguido. Primeiramente, a cham(l(lci "equipe precursora.", a. qual tem a responsabilidade de antece- der a ida da autoridade (L qiwlquer evento, acercan- do-se que /.udo está em pe1jeitas condições para. sua chegada. Há ainda a necessidade de levantar jun- to ao organizador qual a previsão de público p<)ra o evento, e se há pre-visão de manifestações que possam denegrir a imagem ou (ité mesmo a. integridade frsi- ca das autoridades, solicita11do se necessário apoio de efetivo caracterizado da unidade policial da área, 1w. realização de atividade de policiame11to ostensivo preventi:vo. Ap6s ci análise dos fatores acima expostos devem ser deLerniina<los qual o efetivo e qual a neces- sidade de recursos materiais para o cumprimento <fa missão, detalh<uuw individualmente <t c<ida agente de segurança que fará parte da nússão qual sua res- ponsabilidade, sendo que deverá ainda ser determi- nado um chefe pam cada local espec(fico,facilitan.do assim o fluxo de informações. e. Atividade de lnteligêncin-'> É fwulamenLal a atividade de inteligência pam o planejamento das atividades de segurança, havendo, portanto a necessi- detde de uma proximidade com. o serviço de inteligên- cia das organizações policiais em suas mais diversas modalidades, pois as Íl!formações são fundamentais para antecipar, evitar eloufazerfrente a possCveis ris- cos que possam causar danos a integridade físicci e/ ou. moral da aul.orida.de. É fácil verificar que não existem regras rígidas sobre o plane- jamento, bem como quais procedimentos especificamente consti- tuem os elementos essenciais. Silva (2012) ajuda-nos a compreender melhor essas questões: » Reuniões preparatórias - Servem para decidir que entida- des e órgãos estarão envolvidos na missão da segurança, bem como a quant idade de pessoas (convidados e autoridades) esta- rão no palanque ou em outro espaço, a depender do tipo de evento. Definem-se também nesses encontros outros órgãos que da1·ão suporte, como ambulâncias, Corpo de Bombeiros, policiamento de trâns ito e outros. » Tl·einamento - Simulação daquilo que deve ocorrer no d ia do evento, a fim de permitir que se coloquem em prática o que foi discutido. Essa iniciativa auxi lia os envolvidos a terem a melhor dimensão daquilo que devem realizar. g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ 53 54. » Plano - Construção do planejamento final, em que são leva- dos em conta as etapas de reuniões e de t.reinamenlo. No plano também deve ser incluído o conjunto de medidas (operacionais e administrativas) a ser posto em prática na missão. » Execução - Presença alenta e alerta de Lodos os envolvidos na missão, para que Ludo o que foi plan~jado seja feito de modo adequado e bem-sucedido. Equipes devem estar preparadas para imprevistos que obriguem a alterar o planejamento, sem, contudo, surpreendê-las, haja vista a experiência e o preparo para ta is situações. Cavalcante (2016, p. 49-50) recomenda a seguinte metodologia : 1.1. inicialmente, procure definir quais as potenciais ameaças que incidem. sobre a pessocL protegida. 1.2. Avalie essas ameaças em. termos de probabilidade de se materializarem. [...) 1.3. Â'Valie a. ·vidci pública elo dignitário e 'Vej<L as possi- bilidades de perigo que ela pode acarretar. A quais inte- resses ele se contrapõe? Quem tem. razões pam temê-lo ou odiá-lo? Qual o hist6rico de <Lção 'Violent<L de tais gru- pos? De que recursos dispõem? [ . .] 1.4. Colete a maior quantidade poss(vel de informações sobre as poss(veisfon.tes de hostilidade.[ . .] 1 . .5. A·valie a ·vida privada do dignitário. Quem são seus amigos? Quem são seus inimigos? Como ele é 1ui inti- midnde? CosUL <le ost.entnção? É di.screto? 1.6. Avalie o grau de 'Vulnerabilidade e riscos elos "locais base" do protegido {residência, escrit6rio ou gabinete, casa de '/Jera.neio, fazenda etc.) tendo em mente a máxi- ma que estabelece que "onde 'VOCê puder ser esperado, lá o perigo pode lhe espreitar".[. .. ) l. 7. Avali,e os procedimentos de seg1imnça. existentes. Pense se eles seriam s1ifi,ci,e11tes pam deter ·você mesmo com.o a.gressor; no caso hipotético de qu.e ·você pretendes- se atentar cont.ra o segurado. 1.8. Liste um. co11jwllo de sugestões para contornar as deficiências constatadas, preferencialmente fazendo-as acompanlwr de notícias da mídia q1w exemplifiq1wm. a incwequa.ção dos procedimentos e recursos existentes e que obrigatorfom.en.te de11erão ser m.odifú;ados. 1.9. Enuncie escrup11losamente as necessidades de equi- pamentos, t.reirwmentos e quaisquer recursos, levando em consideração q1te a proteção 11ão deve se constituir nwn ônus pesado clemais para o erário público 01i, se for o caso, para as finanças do protegido. 1.1 O. Corwerse com. o protegido e explique-lhe a necessi- clade dei adoção dos procedime11tos, wn por um .. Você é o técnico cl<i matéria SEGURANÇA PESSOAL e prowre nc1o deixar muito espaço para as contra.-argumentações jimdamentadas no "achisrno''. { . .] 1.11. lmplem.ente os 11ovos procedimentos de segurança: Pla11os operacüma.is p(l.m a equipe de segurança, normas de procedimento para os demais f11ncionários, medidas de segurança na. residêncici, 110 gcibinete etc. Coloque tudo no papel, informe e fiscalize o c11rnprime11to! Por fim , realizar um planejamento objetivo, flexível e o mais com- pleto possível minimizará significativamente os riscos em uma opera- ção de proteção de autoridades e executivos. É claro que é impossível prever todas as possibilidades; todavia, com o devido preparo, a pro- babilidade de incidentes tende a cair e, por conseguinte, a operação tem mais chances de ser bem-sucedida. g ~ .~ ~ ~ "" ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "" ~ s '" " ~ " ~ •• "" " ~ ~ 55 56 Síntese Vimos neste capflulo que realmente não exis te recw·so mais valioso que o humano, já que profissionais motivados são os responsáveis diretos pelo sucesso de qualquer organização. Dessa maneira, é necessário ter conhecimento da administração de pessoas para o melhor atingimento de melas. O planejamento adequado, a mentalidade sensível à inovação e o gerenc iamento humanizado, voltado ao resultado, são fatores pri- mordjais para o sucesso em uma seção/depar tamento de proteção. De igual sorte, uma administração correta dos recursos materiais - muitas vezes escassos - pode contribu ir significativamente para o sucesso da organização. Saber gerenciá-los é essencial para mini- mi:i:a r custos e evitar despe rdícios, maximizando a utiliiação e con- tribuindo para o atingimento dos resultados esperados. Devemos Ler em mente que lodos os profissionais precisam estar sujeitos a algum tipo de formação, treinamento e aperfeiçoamento, de maneira a melhorar o desempenho das atividades. Isso é funda- mental em qualquer segmento e especialmente naqueles que atuam na área de proteção de autoridades e executivos. Questões para revisão 1) Sobre a gestão de pessoas, assinale a alternativa correia: a. Consoante Anthuerpia Consultoria & Treinamento (2016), "as pessoas são o maior tesouro de uma organização, e assim como os diamantes, precisam ser lapidadas com muito trabalho, sabedoria e dedicação para se tornarem ainda mais valiosas". b. Profissionais motivados não são os responsáveis di rei.os pelo sucesso de qualquer organização, pois este depende dos líderes. e. Gerir gente eficazmente é apenas saber defin ir as neces- s idades de pessoal. d. O tipo mais adequado para a gestão de pessoas em pro- teção de autoridades e executivos deve ser o conservador. 2) Sobre a gestão dos recursos materiais, assinale a alternativa incorreta: a. Conforme Pau lo Nunes (2016) observa, "os recu rsos materiais são um tipo específico de recursos organáacio- nais colocados à disposição de uma determinada organi- zação para que esta possa desenvolver a sua atividade e atingir os seus ohjectivos e incluem as máquinas, equipa- mentos e utensílios utilizados pela organização, as suas ins talações produtivas e administrativas e também as tec- nologias e processos utilizadas na produção e na gestão". h. Conforme destaca Renato Ribeiro Fenili (2015, p. 15, grifo do original), "Recurso mate rial, em sentido estrito, é Lodo o bem físico (tangível) empregado em uma organiza- ção que detém natureza não permanente. Em geral, cons- tituem-se em materia is que são consumidos ao longo do tempo, constituindo-se, usualmente, bens de estoque. g ~ .~ ~ ~ "" ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "" ~ s '" " ~ " ~ •• "" " ~ ~ 57 58 Apesar de ser esta uma classificação contábil, o conceito de recurso material, em senlido estrito, aproxima-se sobre- maneira do inerente a material de consumo". e. De acordo com Renalo Ribe.iro F'enil i (2015, p. 15, grilo do original), "Recu1·so patriuiouial é todo o bem físico (tangível) empregado em uma organização que detém natu- reza permanente. Em geral, os bens patrimonia is podem ser de três t ipos: imóveis (prédios, terrenos ele.), instala- ções (uma central de ar condicionado, por exemplo) e mate- riais permanentes (máquinas, móveis, computadores etc.)". cl. Urna seção/departamento de proteção pode ser cons- tituída no ambiente público ou privado. No âmbito pri- vado, devem ser rigorosamente observados os princípios ela Administração Pública previstos na Constituição Federal. 3) Sobre a gestão da formação e aperfeiçoamento cios agentes de proteção, assinale a a lternativa correta: a. Não é imperioso existir um planejamento de curso prepara- tório para Lodos os profissionais que integrarem uma seção de segurança de autoridades e de executivos. b. Deve-se te r em mente que todos os profissionais preci- sam estar sujeitos a algum tipo de formação, treinamento e aperfeiçoamento, de maneira a melhorar o desempenho de suas alividades. e. Não se faz necessário haver um período de estágio obriga- tório nem instruções periódicas de manutenção. cl. Agentes bem treinados e qualificados tendem a maximizar s ignificativamente os riscos de qualquer operação. 4) Comente a importância da gestão de processos na atividade de proteção de autoridades e executivos. 5) Disserte sobre a atividade de inteligência para a proteção de autor idades e executivos. Questão para reflexão 1) O planejamento adequado deven'í conter o maior número de informações e considerar todas as variáveis concebidas, ainda que minimamente prováveis. Um erro de planejamento contr i- buiu para a morte de Yitzhak Rabin, o primeiro-ministro de Is rael, em 4 de novembro de 1995. O assassino foi um israe- lense, Ygal Amir. Jamais se considerou a possibilidade de um is raelense atentar contra a vida do primeiro-ministro. Dessa maneira, enfatiza-se que, no planejamento, devem ser consideradas todas as possibilidades, ainda que remotas, bem como os proced imentos a serem adotados. Com base nessa informação e no que você estudou neste capí- tulo, responda: Mesmo que sejam remotas as chances de um alentado ou qua lquer outro incidente grave envolvendo a segu- rança de executivos e l íderes, essa possibilidade precisa ser levada em cons ideração no momento de planejar a atuação dos agentes? Por quê? Se a resposta for positiva, como isso deve ocorrer? g ~ .~ ~ ~ "'" ~ .g "' "" " " ~ e " ..., "'" ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ 59 60 Perguntas e respostas 1) Com toda a certeza, o planejamento de mjssões de proteção é um dos aspectos mais importantes. Sobre isso, assinale a alternativa correta: a. Um planejamento de segurança deve ser entendido como a formulação de um conjunto de medidas - em sua maioria, repressivas - que visam proteger nosso segurado de uma série de ameaças previsíveis. b. Os planos não somente tornam uma organ ização bem-suce- d ida na realização de suas metas e objetivos, como tam- bém funcionam como verdadeiros guias ou bal izamentos. e. Todo planejamento envolve regras rígidas .cl . Na metodologia do planejamento, a primeira providência é analisar as ameaças. Respostas: a. Incorreta: As medidas são, na maioria, preventivas, e não repressivas. b. Correta. e . Incorreta: Todo planejamento deve ser flexível. cl. Incorreta: A primeira providência é definir quais as poten- ciais ameaças que incidem sobre a pessoa protegida. Co1nentário : Um planejamento flexível, completo, detalhado e contendo o maior número possível de variáveis lerá, s ignificativamente, chance muito maior de sucesso. Naturalmente, sempre existirá a possibilidade de algo dar errado ou não sa ir como o plane- jado, mas o importante é estar preparado para segwr o proto- colo e adotar rapidamente as providências no caso de eventos i mprev is tos. A gestão e a administração de uma seção de proteção de autoridades/execut ivos são determinantes para o desem- penho da atividade. Líderes comprometidos, em busca constante de atualização, poderão trazer resultados cada vez melhores. Para saber mais Uma obra bastante completa, contendo até check-lists de planejamen- tos diversos, é o Bodyguard Manual, de Ler:oy Thompson: THOMPSON, L. Boclyguarcl Manual. Barnsley: Creenhil l Books, 2006. (Bodyguard l\fanual: Protection Techniques of Profess ional s) . g ~ .~ ~ ~ "'- ~ .g "' "' " " ~ e " ..., "'- ~ s .,, " ~ " ~ •• "' " ~ ~ 6t Conteúdos do capítulo: » Recursos humanos. » Recursos materiais. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 1. discorrer sobre a estrutura de urna seção de proteção quanto aos recw·sos humanos; 2. identificar a estrutura de urna seção de proteção no que diz respeito aos reeursos materiais. m o lcij e> V .p...J o ~ o... V ""O o lcij e> V 1 r:J2 clj s ~ V ""O clj ~ ~ .p...J ~ ~ .p...J r:J2 ~ Quando pensamos na estrutura de uma seção de proteção, não pode- mos de modo algum negligenciar os aspectos associados aos recur- sos humanos e materiais. São eles, entre outros mecanismos, que buscam assegurar missões de proteção bem-suced idas. Nesse sen- tido, neste capítulo apresentaremos e discutiremos a importância de tais recursos, identificando como e les se encaixam no contexto de segurança. 3.1 Recursos humanos A estrutura de recursos humanos encontra papel fundamental no desempenho das missões de proteção. aturalmente, o tamanho de uma seção de proteção de autoridades e executivos dependerá da natureza do cargo da autoridade/executivo e do órgão responsável pela missão (público ou privado), bem corno do orçamento disponí- vel. Vinicius Domingues Cavalcante (2016) apresenta um modelo de organograma, conforme ilustra a Figura 3.1. Figura 3.1 - Modelo de organograma de uma seção de proteção Planejamento e análise Chefe Subchefe Comunicações . . - Ad1111111stração - Operações e transportes Pessoal Organização Material Investigações » Peswal » Empregados »Controle de viagens »Investigações espec1a1s Proteção pessoal »Guarda-costas »Agente de segurança »Outros Ligação e coordenação - J nsb·ução » Te6l"ica »Prática »Armamento _ Arquivo e identificação » Regis tros » Identfrlade »Placas Fiscalização »Correspondência »Volumes »Alimentos »Bebidas »Outros Inspeções »It inerários »Edifícios »Terrenos »Fotografias »Mapas »Croquis »Viaturas Controle ele multidões Outras operações fonte: Ad11ptado de Cavidcante, 2016, p. 99. » Pessoal com uniforme » Pessoal civil » Ba1Teiras » Serviço de guarda » Todos os serviços necessários à pro- teção da PMI' * Refere-se à "pessoa 111uito i111portau1e··. Considerando-se o modelo proposto por Cavalcante {2016) como ideal, uma seção de proteção de autoridades e executivos teria o efe- tivo conforme aponta o Quadro 3.1. Q1wdro 3 .1 - Efetivo previsto para uma seção e proteção Nível Função Quantitativo Chefia Auxillai·es 1 Chefe l o 2 Subchefe l o 3 Ligação e coordenação l 2 3 Planejamento e amíUse l 2 3 Comunicações e transportes l 2 3 Administração l o 4 Pessoal l 2 4 Material l 2 4 Organização 1 2 3 Arquivo e identificação l 2 3 Instrução l 2 3 Operações l l 4 Investigações l 4 4 Inspeções l 5 4 Proteção pesso<i l l 30 4 Controle de multidões l 3 4 Fiscalização l 3 4 Outras operações 1 5 Total 18 67 TotaJ geral 85 Obviamente, o efetivo poderá variar. Consideradas as devidas pro- porções, será possível conceber estruturas menores, mantendo-se, no entanto, as atividades previs tas, uma vez que elas representam prat icamente todas as va riáveis envo.lvidas na proteção de autori- dades e execut ivos. 3.2 Recursos materiais Nesta seção, igualmente trataremos de questões ideais, abordadas de maneira genérica e que, no caso concreto, deverão ser personali- i adas. O primeiro aspeclo importante é orçamento d isponível, o que permitirá ao chefe da seção de proteção de autoridades e executivos planejar investimentos em equipamentos, armamentos, materiais de informática e de expediente, treinamentos e outros. De maneira geral, por óbvio, deve haver mobi liá r io, telefones fixos e celulares, computadores, laptops, tablet.ç, máquinas fotográ- fi cas, tri turadores, impressoras, dispon ibilidade da rede mundia l de computadores (internet) - fi xa e móvel. Se for possível, arma- mento, coletes balísticos, rádios comunicadores, detectores de metais, guarda-chuvas, capas de chuva, além de veículos - pelo menos o de uso da autoridade ou executivo deverá ser blindado. Em alguns casos, quando aplicável, deve haver uma central de comun icaç.ão (rádio e telefone) com agentes 24 horas por dia. É relevante ressal- ta r que a segurança da seção é muito importante, restringindo-se o acesso principalmente nos locais mais sensíveis. Com a dimensão da estrutura de uma seção de proteção de auto- ridades e executivos, no que diz respeito aos recursos humanos e materiais, serão estudados a seguir os aspectos operacionais, desde o perlil do agente de proleção até equipamentos, vestuários e pro- cedimentos operacionais propriamente di tos . 67 Síntese Vimos neste capítulo que o tamanho de uma seção de proteção de autoridades e executivos dependerá da natureza do cargo da autori- dade/executivo e do órgão responsável pela missão (púbI ico ou pri- vado), bem como do orçamento disponível. Isso vale tanto pai·a os recursos humanos. Observamos também que, se possível, devem ser contemplados a rmamento, coletes ba 1 íst icos, rádios comunicadores, detectores ele metais, guarda-chuvas, capas de chuva, além de veículos - pelo menos o de uso da autor idade ou executivo deverá ser blindado. Em alguns casos, quando aplicável, deve haver uma central de comunicação 24 horas. Questões para revisão 1) Sobre a estrutura de uma seção de proteção no que diz respeito aos recursos humanos, assinale a alternativa correta: a. O tamanho de urna seção de proteção de autoridades e executivos dependerá da natureza do cargo da autoridade/ executivo, do órgão responsável pela missão (público ou privado) e do orçamento disponível. b . O efetivo mínimo não poderá ser inferior a 85. e. Quando houver uma redução do efetivo, algumas ativida- des poderão ser desconsideradas. d . Quanto maior o efetivo, mais eficiente será a seção de proteção. 2) Sobre a estrutura de uma seção de proteção no que diz res- peito aos recursos materiais, assinale a ahernat iva in corre ta: a. De maneira geral, por óbvio, deve haver mobiliário, telefo- nes lixos e celulares. b. Sempre deverá haver armamento, coletes balísticos, rádios comunicadores, detectores de metais, guarda-chuvas, capas de chuva, além de veículos bl indados. e. Em alguns casos, quando aplicáve~ deve haver uma central de comunicação (rádio e telefone), com agentes 24 horas por dia. d. No geral, deve haver também computadores, laptops, tablets, m<'íquinas fotográficas, trituradores, impressoras, d ispo-
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