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Case Mount Everest - Português

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305-P01
 6 D E J A N E I R O D E 2 0 0 3 
 
 
Caso LACC # 305P01 é a versão traduzida para Português do caso # 303061 da HBS. Os casos da HBS são desenvolvidos somente como base para 
discussões em classe. Casos não devem servir como aprovação, fonte primária de dados ou informação, ou como ilustração de um gerenciamento 
eficaz ou ineficaz. 
 
Copyright 2006 President and Fellows of Harvard College. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em um sistema 
de dados, usada em uma tabela de dados, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio - eletrônico, mecânico, fotocopiada, gravada, 
ou qualquer outra - sem a permissão da Harvard Business School. 
 
M I C H A E L A . R O B E R T O 
G I N A M . C A R I O G G I A 
Monte Everest – 1996 
 
Feitos incríveis e grandes tragédias ocorreram nas traiçoeiras encostas do Monte Everest na 
primavera de 1996. Noventa e oito homens e mulheres escalaram o cume com sucesso, mas, 
tristemente, 15 pessoas perderam suas vidas. Só em 10 de maio, 23 pessoas atingiram o topo, 
incluindo Rob Hall e Scott Fischer, dois dos alpinistas de grande altitude mais experientes do mundo. 
Infelizmente, Hall, Fischer e três outros morreram quando uma tempestade cobriu a montanha 
durante sua descida. Outros escaparam com vida depois de vagarem por horas na escuridão, 
enfrentando temperaturas abaixo de zero. Desde então, muitos tentaram entender o que aconteceu 
naquele dia. 
História do Everest 
O Monte Everest eleva-se a 8.850 metros acima do nível do mar, e sua face culminante separa o 
Nepal do Tibete.1 Enquanto trabalhava em Calcutá, na Índia, em 1852, Radhanath Sikhdar foi o 
primeiro a calcular que este pico da cadeia do Himalaia era mais alto que qualquer outra montanha 
do mundo. Muitos anos mais tarde, Sir Andrew Waugh, topógrafo geral britânico na Índia, 
renomeou a montanha com o nome de seu antecessor Sir George Everest.2 Não surpreende que os 
nativos residentes na região já tivessem um nome para o majestoso pico. O povo nepalês referia-se ao 
cume como Sagarmatha, que significa deusa do céu, e os tibetanos usavam o nome Chomolungma, 
que significa deusa do universo.3 
A primeira expedição propôs-se a escalar o Everest em 1922, mas a equipe britânica liderada por 
George Mallory não alcançou o cume. Em 1924 Mallory e seu parceiro na escalada desapareceram 
durante outra tentativa. Ao todo, 15 expedições tentaram alcançar o topo e 24 homens morreram 
antes que uma equipe tivesse sucesso.4 Em 29 de maio de 1953, Sir Edmund Hillary da Nova Zelândia 
e Tenzing Norgay do Nepal alcançaram o topo. Os dois homens tornaram-se lendas instantâneas pelo 
mundo afora. 
Logo em seguida, outros formaram expedições e tentaram escalar o Everest. No início dos anos 80, 
mais de 100 alpinistas haviam chegado ao topo, embora muitos outros tivessem morrido em seus 
malfadados esforços.5 Uma expedição de 1985 marcou uma grande virada na história das tentativas 
ao cume. O perito alpinista americano David Breashears conduziu um rico negociante Texano de 55 
anos, Dick Bass, até o topo da montanha. Logo, alpinistas menos experientes começaram a desejar 
escalar o Everest, e montanhistas de grande talento identificaram a oportunidade de lucrar ajudando 
For the exclusive use of T. Veronez, 2015.
This document is authorized for use only by Tarik Veronez in Analise da Decis?o 2015 - 2 sem-1 taught by Fernando de Almeida, Universidade de Sao Paulo (USP) from March 2015 to 
September 2015.
 Monte Everest - 1996 
2 
esses indivíduos a realizar seus sonhos. O número de expedições comerciais começou a aumentar 
dramaticamente.6 O número de ascensões bem sucedidas totalizava 846 pelo final de 1996, sendo que 
metade havia ocorrido nos últimos cinco anos.7 Estas notáveis realizações não vieram sem custo; 148 
pessoas pereceram no período.8 (Para maiores informações sobre a história do Everest, ver Anexos 1 e 2.) 
As Expedições de 1996 
Trinta expedições partiram para a escalada do Monte Everest em 1996.9 Hall e Fischer lideraram 
duas das maiores expedições comerciais. Um alpinista perito tipicamente organizava e liderava cada 
um desses empreendimentos com fins lucrativos. O líder de uma expedição comercial servia de guia 
para os indivíduos que desejassem obter auxílio para sua escalada. Cada cliente pagava uma taxa 
substancial para participar da expedição. Hall, por exemplo, cobrava US$ 65.000 por cliente, a taxa 
mais alta de qualquer guia do mundo. 
Muitos outros alpinistas de renome mundial tentaram escalar o Everest em 1996. Por exemplo, 
David Breashears e Ed Visturs lideraram uma expedição que produziu um filme IMAX sobre o 
Everest. Estes dois homens haviam atingido o topo em várias ocasiões e haviam escalado muitas das 
mais altas montanhas do mundo. Em contraste, algumas expedições exibiam uma alarmante falta de 
experiência em alpinismo de grande altitude. Em particular, muitas pessoas expressavam sua 
preocupação com a capacidade dos alpinistas taiwaneses, sul-africanos e noruegueses. Uma pessoa 
fez o seguinte comentário sobre o time taiwanês: “Preferia estar na montanha com o time de trenó da 
Jamaica.”10 Quando Hall começou a encontrar os membros de várias expedições, também expressou 
sua preocupação com algumas das outras equipes. “Com tanta gente incompetente na montanha, 
acho bem improvável que passemos por esta temporada sem que alguma coisa ruim aconteça lá em 
cima.”11 Entretanto, de acordo com um observador, “O Rob achava que não ia ser ele; ele só estava 
preocupado em ‘ter que tirar outra equipe do sufoco.’”12 
Adventure Consultants 
Em 1990, Hall e seu parceiro Gary Ball escalaram os Sete Cumes – os mais altos picos em cada um 
dos sete continentes do mundo – num período de sete meses. Isso incluiu uma ascensão bem 
sucedida do Everest – a primeira de Hall após duas tentativas fracassadas na década anterior. Os 
parceiros financiaram este empreendimento através de patrocínios empresariais. Então, em 1992, os 
dois homens fundaram a Adventure Consultants [Consultores em Aventura], uma empresa que 
visava gerar lucros organizando e liderando expedições guiadas aos mais altos picos do mundo.13 A 
empresa teve um sucesso rápido e considerável, mas infelizmente Ball morreu de um edema cerebral 
numa expedição de 1993. Hall continuou a administrar a firma após a morte de seu sócio, e pelo final 
de 1994 havia conduzido 39 clientes ao topo do Everest.14 
No início de 1995, Hall anunciava outra expedição para o Everest: “Sucesso de 100%! Peça nosso 
folheto colorido.”15 Entretanto, fracassou em conduzir qualquer cliente ao topo. Devido a neves 
profundas que retardaram a escalada do grupo, Hall fez todos voltarem logo antes do cume, 
acreditando que não o alcançariam a tempo de descer com segurança. Em 1996, Hall montou outra 
vez uma expedição ao Everest, ansioso por provar que o fracasso do ano anterior era devido à 
natureza e não a sua capacidade de guia. 
Hall contratou Mike Groom, um alpinista australiano de 33 anos, e Andy Harris, um neozelandês 
de 31, para servir como guias em sua expedição ao Everest de 1996.16 Groom tinha extensa experiência 
em alpinismo de grande altitude e havia escalado o Everest sem oxigênio suplementar. Harris nunca 
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Monte Everest - 1996 
3 
havia tentado subir o Everest, embora houvesse escalado um pico muito difícil de 6.683 metros no 
Himalaia. Além disso, havia guiado alpinistas nos Alpes Meridionais da Nova Zelândia.17 
Hall também empregava sete xerpas para auxiliá-lo. Xerpas são montanheses que vivem no 
Nepal, na região de Khumbu. Acostumados a viver e trabalhar em grandes altitudes,os xerpas 
freqüentemente davam assistência àqueles que embarcavam em expedições para escalar o Himalaia. 
Muitos grupos contratavam xerpas para transportar material e mantimentos à montanha. Alguns 
xerpas escolhidos acompanhavam expedições até o cume, firmando cordas ao longo da rota dos 
alpinistas. Os xerpas gozavam das compensações e do status social que vinham com a participação 
nessas expedições, mas muitos perdiam a vida ao longo dos anos. Até 1996, 53 xerpas haviam 
morrido na montanha, mais de um terço de todas as baixas no Everest.18 
A Adventure Consultants recrutou oito clientes para juntar-se à expedição ao Everest de 1996. 
Nenhum dos clientes havia jamais completado uma subida bem sucedida ao Everest, assim como 
nenhum deles havia escalado qualquer outro pico acima de 8.000 metros. A seleção de Hall incluía 
três médicos que almejavam escalar o Everest: Beck Weathers, Stuart Hutchison e John Taske. 
Weathers, um patologista de Dallas, convenceu-se de que deveria tentar a escalada após ouvir a 
respeito da subida bem sucedida de Bass. Weathers explicou: 
Bass mostrou que o Everest estava no campo do possível para caras normais. Supondo que 
você esteja razoavelmente em forma em tenha alguma poupança, acho que o maior obstáculo é 
provavelmente tirar férias do trabalho e largar a família por dois meses.19 
Frank Fischbeck e Doug Hansen estavam voltando ao Everest após várias tentativas mal 
sucedidas de alcançar o topo. Fischbeck havia tentado escalar o Everest três vezes diferentes com 
outro guia comercial, chegando apenas a cem metros do topo em uma ocasião.20 Hansen, um membro 
da expedição de 1995 da Adventure Consultants, inicialmente expressou relutância em retornar ao 
Everest. Entretanto, Hall convenceu-o pessoalmente, oferecendo a Hansen um desconto na taxa da 
expedição. Hall sentia-se mal por não ter sido capaz de guiar Hansen ao topo em 1995. 
John Krakauer, jornalista da revista Outside, também se juntou à expedição através de um acerto 
especial com Hall. Nos últimos dois anos, Fischer havia tentado convencer Krakauer a juntar-se a 
uma de suas expedições ao Everest. Ele acreditava que um artigo de Krakauer daria grande 
publicidade a sua empresa em crescimento. Entretanto, as negociações entre Fischer e a revista 
Outside foram suspensas em janeiro de 1996, e Hall fez aos editores uma oferta mais atraente. Ele 
negociou espaço de anúncio na revista em troca do pagamento pela expedição de Krakauer. Ávido 
montanhista, Krakauer tinha pouca experiência em grande altitude. Antes de partir para o Nepal, ele 
garantiu à mulher que não iria muito mais alto que o Acampamento Base, localizado a 5.364 metros 
de altitude. 
Lou Kasischke e Yasuko Namba completavam a equipe da Adventures Consultants. 
Diferentemente de seus companheiros de equipe, estes dois clientes haviam escalado seis dos Sete 
Cumes; só lhes havia escapado o Everest. Namba também era a única mulher do grupo. (Para uma 
lista completa dos guias e clientes em ambas as expedições de Hall e Fischer, ver Anexo 3.) 
Mountain Madness 
Em 1984, Fischer fundou a Mountain Madness [Loucura pela Montanha], uma empresa que 
oferecia cursos de montanhismo e expedições guiadas. Ao longo dos anos, Fischer havia conseguido 
uma bela reputação por suas façanhas ousadas. Aqueles que o encontravam ficavam freqüentemente 
impressionados com sua ambição, sua personalidade carismática e seu desejo de ser respeitado por 
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 Monte Everest - 1996 
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seus colegas; seu assessor de imprensa observou: “O reconhecimento era importante para Scott. Ele 
ansiava por isso. Ele tinha um lado vulnerável que a maioria não via.”21 Em 1994, em sua quarta 
tentativa, Fischer atingiu o topo do Everest sem usar oxigênio suplementar.22 Fischer também escalou 
muitos outros picos de 8.000 metros na década de 90. Finalmente, em 1996, decidiu organizar uma 
expedição comercial ao Everest. Um assistente descreveu as motivações de Fischer para ser guia no 
Everest, “Acho que ele olhava o sucesso de Rob Hall e pensava...’Se ele pode, eu posso.’”23 Na partida 
de Fischer ao Nepal, um jornalista perguntou-lhe como sua família se sentia a respeito dos riscos de 
uma subida ao Everest. Fischer ofereceu a seguinte resposta: 
Eu acredito 100 por cento que eu volto...Minha mulher acredita 100 por cento que eu volto. 
Ela não se preocupa comigo quando sou guia porque vou fazer todas as escolhas certas. 
Quando acidentes acontecem, acho que é sempre falha humana. Então é isso que eu quero 
eliminar.24 
Fischer empregava dois guias para auxiliar clientes em sua expedição. Anatoli Boukreev era um 
perito montanhista de grande altitude e um experiente guia vindo da Rússia. Ele havia escalado sete 
das mais desafiadoras montanhas do mundo, incluindo o Everest, sem usar oxigênio suplementar. 
Faltava a Neil Beidleman, o outro guia da expedição da Mountain Madness, o prestígio e a 
experiência de Boukreev. Mesmo com sua vasta experiência, Boukreev reconhecia os perigos 
inerentes à escalada do Everest. Quando Fischer recrutou-o para juntar-se à expedição, Boukreev 
ofereceu o seguinte conselho: 
Não há margem para erros. Você precisa de tempo bom e muita sorte. Você precisa de guias 
qualificados, de alpinistas profissionais que conheçam grandes altitudes e montanhas. E 
clientes? Você precisa selecioná-los com cuidado; você precisa de gente que possa assumir as 
responsabilidades e os desafios da grande altitude. Isto não é o Monte Rainier. Escalar em 
grande altitude requer um conjunto diferente de regras. Você tem que gerar autoconfiança em 
seus alpinistas porque você não pode segurar as mãos deles o tempo todo.25 
Os clientes de Fischer incluíam Sandy Pittman, uma conhecida socialite de Nova York, que 
escrevia para as revistas Allure e Condé Nast Traveler. Fischer recrutou-a depois de falhar em 
convencer Krakauer a ser seu cliente. Pittman planejava enviar relatórios diários pela Internet para a 
NBC Interactive Media durante a escalada. Desde 1990 ela estava engajada numa campanha, 
divulgada mundialmente, para escalar os Sete Cumes. Pittman precisava subir o Everest para 
completar sua prova; ela havia fracassado em duas tentativas anteriores de alcançar o topo. Embora 
não lhe faltassem destreza e experiência, muitos alpinistas experimentados não a tinham em alta 
conta. Consideravam-na uma “diletante pretensiosa” e não gostavam “de seu jeito desavergonhado 
de correr atrás dos holofotes.”26 Um dos amigos de Fischer descreveu sua motivação para recrutar 
Pittman: “Scott via-a como uma pessoa importante, especial. Se ele levá-la ao topo, ôba!...Ela vai 
escrever sobre ele; vai falar dele; vai carregá-lo na onda de sorte que ela teve.”27 
Pete Schoening, uma lenda do montanhismo, também se juntou à equipe da Mountain Madness. 
Schoening havia-se tornado uma figura respeitada na comunidade dos montanhistas ao resgatar 
heroicamente seis companheiros durante uma expedição ao Himalaia em 1953. Agora com 68 anos, 
queria tornar-se o mais velho a alcançar o topo. Klev, sobrinho de Schoening, acompanhava-o na 
expedição. Klev, esquiador de encostas, não tinha muita experiência em grandes altitudes.28 
Dale Kruse, um grande amigo de Fischer da área de Seattle, forneceu o capital inicial para a 
expedição. A presença de Kruse criou um certo mal-estar no grupo, porque ele tinha um histórico de 
doença em grande altitude.29 Lene Gammelgaard, Martin Adams, Charlotte Fox e Tim Madsen 
completavam o grupo. Gammelgaard esperava tornar-se a primeira Escandinava a alcançar o topo. 
Adams, um operador de Wall Street, tinha certa experiência em alpinismo, embora não se tivesse 
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Monte Everest - 1996 
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aventurado acima de 7.400 metros. Fox já tinha dois picos de 8.000 metros em seu cartel e anos de 
experiência em alpinismo. Madsen, um patrulheiro de esqui, não tinha experiência em grande 
altitude, mas treinara intensivamente com Fox antes da Expedição ao Everest. 
Ao avaliar sua equipe, Fischer reconhecia que vários clientes não haviam passado muito tempo 
em grande altitude. Entretanto, ele não parecia preocupado. Perguntado a respeito, disse: 
A experiência é supervalorizada. Importante é a atitude, não a altitude...Temos toda a ficha 
do grande E, já instalamos toda a fiação nele. Hoje em dia, vai por mim, construímos uma 
estrada maravilhosa até o topo.30 
A Viagem ao Acampamento Base 
Em 31 de março de 1996, membros da expedição de Hall reuniram-se em Katmandu, no Nepal. 
Muitos alpinistas encontraram-se pela primeira vez no Nepal. Viajaram de helicóptero de Katmandu 
a Lukla, um vilarejo himalaio localizado a uma altitude de 2.804 metros.31 Dali, iniciaram a caminhada 
pela estrada até o Acampamento Base, andando aproximadamente três a quatro horas por dia. Os 
alpinistas comeram e dormiram em pousadas localizadas em vilarejos himalaios ao longo do 
caminho. O ar poluído e as condições anti-higiênicas nos vilarejos mostraram-se um problema; 
muitos alpinistas chegaram ao Acampamento Base com distúrbios respiratórios e digestivos. 
Krakauer pegou uma tosse persistente, enquanto Harris, Kasischke e Taske sofreram distúrbios 
intestinais.32 Beidleman também pegou uma tosse severa; alguns se perguntavam se sua condição 
física não inibiria sua capacidade de servir como guia durante a escalada.33 
Fischer lidou com uma série de problemas logísticos inesperados durante a jornada até o 
Acampamento Base. Primeiro, um problema na alfândega numa passagem da fronteira russa atrasou 
a entrega do suprimento de oxigênio da equipe da Rússia ao Nepal. A questão da alfândega não dizia 
respeito aos tubos de oxigênio, mas a um item que por acaso estava no mesmo caminhão, porém não 
relacionado à expedição ao Everest. Um problema com um vôo fretado prejudicou a entrega da 
barraca para grande altitude. No Nepal, o tempo ruim retardou a progressão dos iaques que 
carregavam suprimentos de Katmandu ao Acampamento Base. Em seguida, irrompeu um conflito 
com carregadores nepaleses, porque estes decidiram exigir um grande aumento de salário. Isto 
também impediu a entrega de oxigênio e outros suprimentos ao Acampamento Base. Todos estes 
problemas logísticos criaram um imenso peso sobre Fischer. Ele passou um tempo considerável 
resolvendo estas questões, em vez de planejar o curso de ação da equipe ou de se aclimatar 
adequadamente à maior altitude. Muitos notaram que ele parecia às vezes exausto durante os 
primeiros dias da expedição.34 
A equipe de Fischer chegou ao Acampamento Base em 8 de abril, e o grupo de Hall no dia 
seguinte. O Acampamento Base consistia em um grande agrupamento de barracas que forneciam 
abrigo a alpinistas de várias expedições. O complexo incluía uma enorme barraca-sede que os xerpas 
reabasteciam regularmente com comida fresca e bebidas dos vilarejos abaixo. Além disso, o 
Acampamento Base tinha duchas de campanha e uma barraca de comunicações que possibilitavam 
aos alpinistas manter contato com pessoas do mundo inteiro. Estas instalações tornaram-se a casa dos 
alpinistas pelas seis semanas seguintes. 
Assim que chegou ao Acampamento Base, Boukreev começou a tirar conclusões sobre a 
capacidade e a preparação de seus clientes. Ele mantinha reservas a respeito de alguns alpinistas: 
Eu estava preocupado com o nível geral de prontidão e capacidade da 
equipe...[particularmente] com as pessoas que não tinham nenhuma experiência de ataque a 
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 Monte Everest - 1996 
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grandes altitudes...Nossa prática no treinamento e desenvolvimento dos alpinistas era de 
firmar sua experiência e confiança por um longo período, começando com montanhas de 
menor nível e formando-os como “diplomados” em 8.000 metros quando estivessem 
preparados. Aqui, eu entendi, como havia sido o caso em outras expedições comerciais, eu 
havia sido contratado para preparar a montanha para as pessoas ao invés do contrário.35 
Krakauer também se sentia inquieto às vezes. Embora tivesse feito uma boa amizade com Hansen, 
ele não se sentia tão confortável com os outros. Krakauer lembrou suas preocupações: 
Eu não sabia ao certo o que pensar de meus companheiros. Em termos de perspectiva e 
experiência eles não eram nada parecidos com os alpinistas durões com quem eu costumava ir 
às montanhas. Mas eles pareciam caras legais, decentes...Em grande parte eu atribuía meu mal-
estar crescente ao fato de nunca ter feito uma escalada como membro de um grupo tão grande 
– nada menos que um grupo de completos desconhecidos.36 
Vários alpinistas preocupavam-se em saber se podiam confiar nos outros membros da equipe em 
tempos difíceis. Muitos também se preocupavam com o que os outros pensavam deles. Ficavam 
agitados com a possibilidade de não serem aceitos por seus companheiros de equipe. Boukreev disse 
que achara difícil desenvolver relacionamentos com outros alpinistas, em parte porque não falava 
inglês fluentemente. Krakauer também lamentava não ter laços fortes com seus companheiros: 
No alpinismo, confiar em seus parceiros não é um problema menor. As ações de um 
alpinista podem afetar o bem-estar da equipe inteira...Mas confiar no parceiro é um luxo 
negado àqueles que se inscrevem numa subida guiada.37 
Embora os clientes mantivessem dúvidas uns sobre os outros, permaneciam confiantes em suas 
própria capacidade. Krakauer lembrou o que sentira ao chegar ao Acampamento Base: 
Quando chegou a hora de cada um de nós avaliar sua própria capacidade e pesá-la contra 
os formidáveis desafios da montanha mais alta do mundo, parecia às vezes que metade da 
população no Acampamento Base sofria de ilusão patológica.38 
Aclimatação 
Em meados de abril, os alpinistas começaram a aclimatar-se às extenuantes atividades físicas em 
grandes altitudes. A rotina de aclimatação consistia de uma série de escaladas cada vez mais difíceis, 
com intervalos para repouso e recuperação. À medida que as expedições realizavam estas escaladas, 
elas estabeleciam acampamentos adicionais ao longo do caminho até o topo (ver Anexo 4 para um 
mapa da rota da escalada). As expedições subiam e desciam porções da rota durante a série de 
escaladas, descansando à noite nos acampamentos que haviam montado. De acordo com o plano, 
escalaram até algumas centenas de metros além do Acampamento III durante os exercícios. Quando 
os grupos completaram a rotina de aclimatação, voltaram ao Acampamento Base para descansar e 
preparar-se para o esforço final rumo ao topo. 
A maioria das expedições seguia um padrão similar nos exercícios de aclimatação. Sem isso, os 
alpinistas ficariam mais suscetíveis a doenças de altitude. Em particular, os alpinistas queriam evitar 
o edema pulmonar de grande altitude (HAPE), uma condição em que líquidos acumulam-se nos 
pulmões, e o edema cerebral de grande altitude (HACE), ou inchamento do cérebro. Ambas as 
doenças podem ser mortais a não ser que o alpinista desça rapidamente a uma altitude menor – feito 
difícil para alguém debilitado. 
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Monte Everest - 1996 
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Embora a aclimatação ajudasse a prevenir doenças, ela não preparava completamente os 
alpinistas para a escassez de oxigênio em grandes altitudes. Por isso, muitos alpinistas planejavam 
levar garrafas de oxigênio durante a subida final ao topo. Ao longo dos anos, 60 pessoas conseguiram 
escalar o Everest sem oxigênio suplementar, incluindo Groom, Boukreev e Fischer.39 Em 1996, 
entretanto, só Boukreev planejava subir sem ele. Isso preocupava vários alpinistas, que acreditavam 
que os guias devessem sempre usar oxigênio suplementar para garantir que teriam capacidade física 
e mental para dar assistência aos clientes.40 Mesmo com garrafas de oxigênio, subir até o topo do 
Everest permanecia um enorme desafio. Breashears descreve a sensação: “Escalar acima de 26.000 pés 
[7.800 metros], mesmo com garrafas de oxigênio, é como correr na esteira respirando por um 
canudo.”41 
A aclimatação começou com uma cansativa travessia pela Queda-de-Gelo de Kumbu, uma das 
áreas mais perigosas da montanha. A queda-de-gelo ficava onde uma geleira maciça emergia da 
parte baixa de um longo vale. Os movimentos da geleira criavam uma área traiçoeira cheia de fendas 
profundas e pedaços instáveis de gelo que se elevavam sobre a rota da escalada. Em muitas áreas, os 
alpinistas andavam sobre escadas estendidas horizontalmente através das fendas. Enquanto 
caminhavam por entre as torres de gelo, torciam para não cair numa fenda ou ser enterrados por uma 
avalanche. 
Ao realizar os exercícios de aclimatação cada vez mais exigentes, Krakauer começou a ter dúvidas 
sobre sua capacidade de alcançar o topo. Num certo ponto, expressou suas preocupações a Hall. O 
líder da expedição respondeu, “Já deu certo 39 vezes, companheiro, e alguns dos caras que chegaram 
lá em cima comigo eram quase tão patéticos como você.”42 Ao refletir mais tarde sobre esses 
momentos de dúvida pessoal, Krakauer lembrou que Hall “gabou-se em mais de uma ocasião de que 
conseguia colocar qualquer pessoa razoavelmente em forma no topo da montanha, e seu histórico 
parecia justificar o que dizia.”43 
Embora muitos alpinistas tivessem ido razoavelmente bem nos exercícios, alguns encontraram 
sérias dificuldades. Por exemplo, Hansen descobriu estágios iniciais de congelamento em vários 
dedos do pé. Sua laringe também congelou num dado momento.44 Chateado, Hansen descartou suas 
chances de alcançar o topo. Hall incentivou Hansen a não desistir. Pete Schoening também enfrentou 
obstáculos durante os exercícios de aclimatação; suas dificuldades respiratórias forçaram-no a usar 
garrafas de oxigênio ainda no Acampamento Base. Isso preocupava Fischer porque ele havia 
encomendado oxigênio apenas para uso em grandes altitudes. Ele não esperava que alguém 
precisasse dele durante os estágios iniciais da subida. 
Os problemas de Schoening continuaram durante o segundo exercício de aclimatação. Quando ele 
falhou em completar a escalada com sucesso, Fischer acompanhou-o de volta ao Acampamento Base. 
Mais tarde, quando o resto gozava um mais que necessário descanso, Fischer acompanhou Schoening 
numa segunda tentativa de alcançar o Acampamento II. Neste momento, Boukreev ficou preocupado 
com a condição física de Fischer: 
Scott parecia cansado...era minha impressão que ele estava esgotado pelos problemas 
logísticos com que estivera lidando, e porque havia descansado muito pouco, depois de sua 
última excursão de aclimatação.45 
Infelizmente, os problemas da equipe da Mountain Madness se intensificaram nos dias seguintes. 
Ao descerem do Acampamento II, Fischer e Schoening encontraram Ngawang Topche, um xerpa que 
parecia doente. Fischer instruíu-o a voltar ao Acampamento Base e procurar auxílio médico. Topche 
preferiu ignorar o conselho de Fischer e continuou a subir. Quando ele chegou ao Acampamento II, 
ficou claro que estava sofrendo de HAPE. Como o resgate por helicóptero era quase impossível numa 
tamanha altitude, Beidleman e Madsen carregaram Topche montanha abaixo enquanto lhe davam 
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grandes quantidades de oxigênio. No Acampamento Base, Topche não reagiu aos tratamentos usuais. 
Assim, Fischer conseguiu transporte para um hospital local, onde Topche morreu semanas depois.46 
Apesar desses desafios, as expedições completaram seus exercícios de aclimatação e voltaram ao 
Acampamento Base no final de abril. Lá ficaram uma semana antes de iniciar seu arranque para o 
topo. As expedições pretendiam efetuar sua investida ao topo durante o início de maio porque 
parecia ser a melhor oportunidade para boas condições de tempo no alto da montanha. Os guias 
reconheciam que só teriam uma pequena janela de oportunidade entre as fortes correntes de abril e a 
estação de monções mais tarde na primavera. Nos últimos cinco anos, esta programação havia 
funcionado de maneira notável; alpinistas haviam tido tempo bom no cume em cada temporada de 
escalada. Entretanto, Breashears lembrava-se de vezes em que alpinistas encontraram condições 
muito mais duras: 
Várias temporadas com tempo bom levaram as pessoas a considerar o Everest benevolente. 
Mas em meados da década de 80 – antes que muitos guias tivessem estado no Everest – houve 
três temporadas [de escalada] seguidas em que ninguém escalou a montanha por causa do 
vento feroz. O Everest pode ser um lugar onde as pessoas não conseguem enxergar ou andar, 
onde barracas são destroçadas, onde os melhores acessórios de alta tecnologia não podem 
salvá-lo.47 
A Investida ao Topo 
As expedições planejavam partir do Acampamento Base em 6 de maio para iniciar seu esforço 
rumo ao topo. Enquanto os alpinistas completavam suas preparações finais, Hall enfatizava que os 
clientes deviam seguir suas instruções durante a subida, ainda que isso significasse voltar antes de 
atingir o topo: 
Não vou tolerar dissensão lá em cima. Minha palavra é lei absoluta, inapelável. Se vocês 
não gostarem de uma decisão específica que eu fizer, eu ficarei feliz em discutir com vocês 
mais tarde, mas não enquanto estivermos em cima da montanha.48 
Krakauer entendia a razão para essas regras básicas estritas. Ele lembrou que pensara, “Por 
segurança, um guia responsável sempre vai insistir em ser o dono da bola – ele ou ela simplesmente 
não pode se dar ao luxo de deixar cada cliente tomar decisões importantes de modo independente.”49 
Hall explicou suas outras regras e procedimentos aos clientes. Os três guias (Hall, Harris e Groom) 
se distribuiriam pelos clientes durante a escalada. Cada um levaria rádios, embora seus clientes não. 
O plano de Hall previa que um dos guias escalaria à frente do grupo e outro serviria de “varredor”, 
dando assistência aos clientes na retaguarda. O terceiro guia escalaria no meio do grupo. Desse 
modo, nenhum cliente se encontraria longe de um guia ou rádio a qualquer tempo. 
Fischer planejava seguir a disciplina de escalada de Hall durante sua investida ao topo, e ele 
também trouxe somente poucos rádios. Quando Adams viu os rádios, ficou preocupado: 
Hoje em dia você tem esses ótimos radinhos que não pesam quase nada, e que cada um dos 
alpinistas deveria ter porque o custo [físico] de carregá-los é zero...Scott mostrou uns rádios 
velhos de 10 canais, e eu disse, “Esses são os rádios que nós vamos usar!” E ele respondeu, “É, 
só tenho isso.”Na minha opinião, os rádios eram uma piada. Foi um grande deslize dele ir até 
lá com esses modelos ultrapassados.50 
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Antes de partir do Acampamento Base, Hall e Fischer lembraram a suas equipes a importância de 
aderir à programação do dia no cume. A investida final teria lugar em 10 de maio, e exigia uma 
dificílima caminhada de ida-e-volta de 18 horas do Acampamento IV ao topo. Os indivíduos 
enfrentariam um enorme perigo caso não atingissem o topo ao meio-dia, porque nesse caso a descida 
demoraria até a noite e iria faltar oxigênio suplementar. Os alpinistas precisariam dar meia-volta se 
percebessem que não alcançariam o topo até o meio da tarde. Entretanto, Hall e Fischer sabiam que 
os indivíduos achariam difícil dar meia-volta depois de chegar tão longe e despender tanto esforço. 
Guy Cotter, um guia que escalara o Everest com Hall no passado, descreveu o problema que haviam 
enfrentado em tentativas anteriores ao topo: “É muito difícil fazer alguém voltar do cume da 
montanha. Se um cliente vê que o topo está perto e está firmemente decidido a chegar lá, vai rir da 
sua cara e continuar subindo.”51 
Hall e Fischer falavam com frequência da necessidade de estabelecer uma hora pré-determinada 
para a meia-volta, para evitar uma situação perigosa. Na verdade, seis semanas apenas antes da 
escalada, um jornalista havia escrito uma matéria sobre a famosa “Regra das Duas Horas” de Fischer 
– “se você não está no topo às duas, é hora de voltar. A escuridão não é sua amiga.”52 Da mesma 
forma, Hall regularmente lembrava a sua equipe a importância de aderir a uma regra estrita em 
relação à necessidade e ao momento de voltar para o dia no cume. Krakauer lembrou que Hall “fazia 
repetidos sermões sobre a importância de se ter uma hora pré-determinada para a meia-volta em 
nosso dia no cume – em nosso caso seria provavelmente uma ou duas da tarde no máximo – e de se 
respeitá-la por mais perto que estivéssemos do topo.”53 
Na noite de 5 de maio, os alpinistas completaram suas preparações para a investida ao topo. 
Enquanto descansava em sua barraca, Krakauer considerava os desafios à frente e refletia sobre sua 
experiência como membro da equipe da Adventure Consultants: 
Nesse fim de mundo, eu me sentia desconectado dos alpinistas em minha volta...Percebi 
com tristeza que éramos uma equipe apenas no nome. Embora em poucas horas fôssemos 
deixar o acampamento como um grupo, subiríamos como indivíduos, sem estar ligados um ao 
outro por alguma corda ou por algum sentido profundo de lealdade. Cada cliente estava nisso 
em proveito próprio, bem por aí.54 
Do Acampamento Base ao Acampamento II 
A expedição da Mountain Madness partiu para o Acampamento II em 6 de maio. Os alpinistas 
começaram pela navegação através da Queda-de-gelo de Kumbu outra vez. Logo, Kruse ficou bem 
doente e decidiu voltar. Fischer acompanhou-o até o Acampamento Base. Durante a descida, um guia 
de outra expedição questionou por que Fischer escolhera acompanhar Kruse montanha abaixo 
enquanto sua equipe lançava sua investida ao topo. Disse o outro guia, “O que você está fazendo 
aqui em baixo? Seu pessoal está subindo.”Fischer explicou que Kruse estava mal. O guia questionou-
o novamente, “Por que não o mandou para baixo com outra pessoa?” Fischer respondeu, “O homem 
estava em lágrimas, e eu não podia mandá-lo para baixo com qualquer outro... Eu não queria que 
Anatoli [Boukreev] ou Neal [Beidleman] ou um dos xerpas [o fizesse]. Ele é meu amigo.”55 
A equipe de Hall também partiu do Acampamento Base em 6 de maio. Os alpinistas chegaram ao 
Acampamento II sem incidentes, embora Hansen continuasse a sentir os efeitos nocivos de sua 
laringe e seus dedos enregelados. Ele não se sentia nem forte nem energético, e mesmo assim 
avançava com determinação. Krakauer notou que “Doug estava com uma determinação infernal para 
juntar-se ao esforço rumo ao topo.”Num certo momento, Hansen disse aos outros, “Dei demais de 
mim para esta montanha para desistir agora, sem dar tudo o que eu tenho.”56 
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Em 6 de maio, as duas expedições encontraram um alpinista descendo a montanha depois de 
voltar a apenas uma hora de distância do topo. Göran Kropp, um alpinista sueco que tentava subir 
sozinho, voltava porque concluíra que sua condição física enfraquecida não o deixaria atingir o topo e 
descer com segurança. Ao ouvir esta notícia, Hall comentou o seguinte sobre a decisão de Kropp: 
Dar meia-volta tão perto do topo...Isso mostrou um juízo incrível do jovem Göran. Estou 
impressionado – na verdade, consideravelmente mais impressionado que se ele tivesse 
continuado a escalada e conseguido chegar ao topo...Com determinação suficiente, qualquer 
idiota pode subir este monte. A esperteza é voltar para baixo vivo.57 
Do Acampamento II ao Acampamento III 
Ambas as equipes passaram o dia seguinte no Acampamento II e partiram para o Acampamento 
III em 8 de maio. Durante a escalada, uma pedra que caía, quase do tamanho de um pequeno 
televisor, atingiu o peito de Harris. Felizmente, ele não caiu muito longe porque havia se amarrado a 
cordas ancoradas ao longo do caminho. Embora Harris alegasse sentir apenas rigidez e hematomas, 
ele parecia abalado após o incidente. 
Enquanto isso, Breashears e a expedição do filme IMAX decidiram voltar durante sua investida ao 
topo. Eles haviam passado uma noite de muita ventania no Acampamento III e concluíram que o 
tempo estava muito instável para uma escalada ao cume. Preferiram esperar alguns dias antes de 
tentar de novo.58 Viesturs lembra-se de ter sentido um certo constrangimento com a decisão: 
“Sentimo-nos acanhados na descida. Estava todo o mundo subindo e pensamos, ‘Meu Deus, estamos 
tomando a decisão certa?”59 
Depois de encontrar a equipe do IMAX, Boukreev começou a preocupar-se com as prováveis 
condições de tempo durante a investida ao topo pelo grupo: 
Como Ed Viesturs, eu não estava feliz com as condições na montanha. Depois de mais de 
duas décadas de alpinismo eu havia desenvolvido certas intuições, e minha sensação era de 
que as coisas não estavam certas. Por vários dias o tempo não havia ficado estável, e fortes 
ventos haviam soprado em elevações mais altas. Eu queria muito que ouvissem minhas 
impressões, mas havia ficado cada vez mais claro para mim que Scott [Fischer] não respeitava 
meu conselho do mesmo modo que o de Rob Hall...Minha voz não era tão autoritária como eu 
teria gostado, então tentei não discutir, escolhendo em vez disso conter minhas intuições.60 
Embora preocupado com o tempo, Boukreev sentia-se mais confortável com a atuação e a 
condição física dos clientes da Mountain Madness. Eles pareciam estar em boa forma para a investida 
ao topo. Entretanto, ele mantinha receios quanto a alguns membros da equipe de Hall. A escalada ao 
Acampamento III provou-se bastante desafiadora para muitos clientes. Em particular, Kasischke e 
Fischbeck penaram durante a subida. Quando Kasischke finalmente chegou ao Acampamento III, 
exclamou frustrado, “Estou acabado. Estou acabado. Completamente sem gás.”61 Infelizmente o 
trabalho dos alpinistas não terminava com sua chegada ao Acampamento III. Várias pessoas 
precisavam picar gelo por horas para gerar água potável para os outros. Isso se provou um trabalho 
esgotante em tamanhas altitudes. 
Os guias então distribuíram garrafas de oxigênio, reguladores e máscaras aos clientes, e 
instruíram-nos a respirar o oxigênio engarrafado à noite. Hall lembrou-os, “Cada minuto que vocês 
passam a esta altitude e acima, suas mentes e corpos estão se deteriorando.”62 Krakauer lembrou-se 
que pensara, “Células cerebrais estavam morrendo. Nosso sangue estava ficando perigosamenteFor the exclusive use of T. Veronez, 2015.
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espesso, como uma pasta. Vasos capilares em nossas retinas estavam sangrando espontaneamente. 
Mesmo em repouso, nossos corações batiam a uma cadência furiosa.”63 
Acampamento IV 
As equipes subiram ao Acampamento IV em 9 de maio. Quando Boukreev chegou ao campo, 
encontrou vários xerpas lutando para montar as barracas com ventos estimados em mais de 60 
milhas por hora. Boukreev perguntou a Hall sobre as condições: “Que vamos fazer? Tenho certeza de 
que o tempo, claramente, não está bom o suficiente para atacar o topo.” Hall respondeu, “Minha 
experiência é que frequentemente fica calmo depois de uma tormenta dessas, e se ela se dissipar à 
noite faremos nossa investida amanhã. Se o tempo não mudar até meia-noite, então meu grupo 
esperará mais 24 horas. Se o tempo ainda estiver ruim no segundo dia, então desceremos.”64 
Vários clientes tinham ressalvas quanto ao plano de prosseguir naquela noite de ventania. 
Kasischke recordou a conversa em sua barraca: 
Havia uma tempestade rugindo lá fora no acampamento alto, e eu me lembro que em nossa 
barraca estávamos discutindo...e éramos três contra um pela decisão de esperar. Estávamos 
preocupados por não termos tido um dia inteiro de tempo bom e simplesmente...pensávamos 
que seria sensato esperar um dia...quer dizer, se continuasse assim 24 horas depois, iríamos ter 
um problema tentando descer.65 
Pelas oito da noite, entretanto, os ferozes ventos se acalmaram; o ar parecia notavelmente parado. 
Hall e Fischer anunciaram seus planos de prosseguir na investida ao topo. As equipes partiriam do 
Acampamento IV pouco antes da meia-noite. Chegariam ao topo no início da tarde e desceriam ao 
Acampamento IV antes de cair a noite. Hall e Fischer novamente ressaltaram a importância de voltar 
se os alpinistas se atrasassem em relação ao plano, mas nenhum dos dois guias definiu uma hora 
exata para a meia-volta. Krakauer explicou: 
No Acampamento Base, antes de nossa investida ao topo, Hall havia contemplado dois 
horários possíveis para a meia-volta – ou uma ou duas da tarde. Ele nunca declarou, 
entretanto, qual dessas horas tínhamos de obedecer – o que era curioso, considerando o quanto 
ele havia falado a respeito da importância de definir um prazo rígido e ater-se a ele o que quer 
que acontecesse. Ficamos simplesmente com um entendimento vagamente articulado de que 
Hall evitaria tomar uma decisão final até o dia no cume, depois de avaliar o tempo e outros 
fatores, e então assumiria a responsabilidade de fazer todos voltarem na hora certa.66 
Os clientes completaram suas preparações na noite de 9 de maio. Boukreev lembrou que os 
clientes de Fischer pareciam estar animados. Entretanto, vários clientes de Hall preocupavam-se com 
a condição física de Hansen, em rápida deterioração. Dr. Weathers explicou: 
Ele estava reclamando que não dormia fazia dois dias, não havia comido. Mas estava 
determinado a amarrar seu material nas costas e subir quando chegasse a hora. Eu estava 
preocupado...ele havia passado o ano anterior inteiro remoendo o fato de ter chegado a 300 pés 
do topo e tido de voltar. E eu quero dizer que isso o havia roído todo santo dia. Estava bem 
claro que ele não seria impedido uma segunda vez. Doug ia continuar subindo em direção ao 
topo enquanto ainda fosse capaz de respirar.67 
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O Dia no Cume 
As duas expedições partiram do Acampamento IV às onze e meia da noite de 9 de maio. Hall e 
Fischer escalavam pela retaguarda, servindo de “varredores” para cada grupo. Cada cliente levava 
duas garrafas de oxigênio. Cada garrafa duraria aproximadamente cinco a seis horas, supondo um 
fluxo constante de dois litros por minuto. Os alpinistas planejavam pegar uma terceira garrafa no 
Cume Sul durante a descida. Assim, os alpinistas precisavam completar a trajeto de ida-e-volta entre 
o Acampamento IV e o topo em não mais que 18 horas ou enfrentar a possibilidade de descer na 
escuridão sem oxigênio suplementar. 
Durante a escalada, quatro clientes (Taske, Hutchison, Kasischke e Fischbeck) preferiram voltar 
antes de alcançar o topo. Krakauer descreveu sua decisão: 
Para ter sucesso você precisa ser extremamente competitivo, mas se você for 
excessivamente competitivo, você provavelmente morrerá. Além disso, acima de 26.000 pés a 
linha entre o zelo adequado e a imprudente febre do topo se torna perigosamente fina. Assim 
as encostas do Everest são cobertas com cadáveres. Taske, Hutchison, Kasischke e Fischbeck 
haviam gasto cada um US$ 70.000 e aguentado semanas de agonia para ganhar essa única 
chance de chegar ao topo...e mesmo assim, com uma dura decisão pela frente, estiveram entre 
os poucos que fizeram a escolha certa naquele dia.68 
Os outros continuaram sua jornada para o cume. Às cinco e meia da manhã, Krakauer e Ang 
dorje, um dos xerpas, descobriram que nenhuma corda havia sido fixada ao longo dos últimos 500 
metros da escalada. Hall e Fischer haviam planejado mandar vários xerpas à frente para fixar cordas 
ao longo da rota, mas descartaram esses planos após ouvir que a expedição montenegrina havia 
instalado linhas de corda durante sua investida anterior ao topo. Infelizmente, os montenegrinos sem 
querer gastaram todas as cordas nos primeiros 400 metros acima do Acampamento IV. Krakauer e 
Dorje queriam resolver o problema, mas os procedimentos de segurança de Hall exigiam que todos 
os clientes esperassem pelos guias antes de prosseguir além do Balcão (localizado a 8.500 metros). 
Isso significava que Krakauer não podia fixar nenhuma corda além daquele ponto. Os dois alpinistas 
esperaram mais de uma hora pela chegada do resto da equipe de Hall. Restrições retardaram os 
alpinistas pelo restante da subida, enquanto esperavam que os guias fixassem as linhas de corda. 
De acordo com os procedimentos usuais de Fischer, Lopsang Jangbu, um xerpa da equipe da 
Mountain Madness, deveria ter escalado à frente do grupo e ficado disponível para ajudar Dorje 
enquanto Krakauer esperava os outros. Entretanto, Jangbu sentiu que Pittman estava penando logo 
após a partida do Acampamento IV, e rebocou-a com uma corda curta por seis horas. Um dia antes, 
Jangbu havia carregado o telefone-satélite de Pittman por horas, para diminuir a carga de sua 
enfraquecida e sobrecarregada cliente. Esses extraordinários esforços deixaram-no exausto e doente 
no dia do cume, fazendo-o ficar bem para trás dos primeiros alpinistas. Pittman reconhecia que o 
nível extraordinário de assistência podia colocar uma exagerada carga sobre ele, mas não fez objeção 
a sua decisão. Pittman explicou que “ela não se desatou do xerpa por respeito a sua autoridade.”69 
Por outro lado, Fischer não conseguiria resolver o problema da linha de corda. Seus 
procedimentos de segurança exigiam que servisse de “varredor” no dia do cume. Ele ficou para trás 
do grupo para auxiliar clientes em dificuldades e fazê-los voltar se necessário. Entretanto, os 
problemas de logística descritos anteriormente haviam desorganizado a rotina de aclimatação de 
Fischer e prejudicado sua condição física. Além disso, Fischer parecia ter voltado a sofrer de uma 
doença crônica contraída havia mais de uma década. Esses problemas de saúde fizeram-no afastar-se 
muito dos outros e impediram-no de cumprir suas obrigações de “varredor”. Como resultado, ele 
não podia avaliar a situação ou fazer clientes voltar quando os atrasos ocorreram.Também não podia 
comunicar-se com os que estavam à frente do grupo, porque ele e Jangbu tinham os únicos rádios da 
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equipe da Mountain Madness (já que os procedimentos de Fischer determinavam que o primeiro 
ficasse à frente e o segundo atrás do grupo). 
Muitos alpinistas notaram que a condição de Fischer estava se deteriorando, porém ninguém 
questionou seu plano de prosseguir. Mais tarde, quando vários alpinistas desceram ao Acampamento 
IV, encontraram Fischer ainda tentando subir com grande dificuldade. Entretanto, “ninguém discutiu 
a aparência exausta de Fischer” ou aconselhou-o a voltar.70 A condição física do Dr. Weathers também 
se deteriorou durante a subida. Ele descreveu o problema: “Um olho estava completamente opaco, eu 
mal podia enxergar pelo outro, e eu havia perdido toda visão de profundidade.”71 Mesmo assim, 
quando Hall tentou mandá-lo de volta ao Acampamento IV, ele convenceu o líder da expedição a 
deixá-lo continuar. 
Por volta de meio-dia, vários alpinistas aproximaram-se do Cume Sul, 100 metros abaixo do 
topo. Ainda precisavam fixar cordas ao longo do Degrau de Hillary, uma parede vertical de 
pedra e gelo de 40 pés, antes de alcançar o topo da montanha.72 Dados os contínuos atrasos, 
muitos clientes escolheram levar sua terceira garrafa de oxigênio do Cume Sul a caminho do 
topo, contrariamente ao plano inicial. 
Pouco depois da uma da tarde, Krakauer, Harris e Boukreev tornaram-se os primeiros alpinistas a 
atingir o topo. Beidleman e Adams chegaram pouco depois. Enquanto os outros decidiram descer 
rapidamente, Beidleman ficou para trás, à espera dos clientes de sua equipe. Harris ficou muito 
desorientado durante a descida e cometeu um erro crítico; ele concluiu, equivocadamente, que não 
restava oxigênio suplementar no Cume Sul. Krakauer e Adams descobriram o erro quando chegaram 
ao Cume Sul, mas não puderam convencer Harris de que ele estava errado. Por isso continuaram em 
frente sem ele, esperando que ele logo os seguisse. Mais tarde, Krakauer lamentou não ter levantado 
questões quanto à condição física de Harris ou sua capacidade de descer em segurança. Ele explicou: 
Minha capacidade de discernir o óbvio estava exacerbada até um certo ponto pelo 
protocolo entre o guia e seu cliente...É inconcebível para mim que eu tivesse descuidado de 
reconhecer sua provação. Mas nessa expedição, Harris havia sido colocado no papel de guia 
invencível, que estava ali para cuidar de mim e dos outros clientes;nós havíamos sido 
doutrinados especificamente a não questionar o julgamento de nossos guias. Nem passou por 
minha mente...que um guia podia precisar de ajuda urgente minha.73 
Até duas da tarde, a maioria dos clientes de Fischer não havia chegado ao topo. Beidleman ficou 
preocupado. Ele tinha sérias ressalvas quanto a pessoas que escalassem muito depois do meio-dia, 
mas não se sentia confortável em dizer a Fischer e outros membros da equipe que eles deveriam 
voltar. Beidleman explicou: “Eu era definitivamente considerado o terceiro guia, então tentei não ser 
insistente. A consequência foi que nem sempre falei quando deveria.”74 Krakauer ofereceu avaliação 
similar: 
Porque a experiência de Beidleman em grande altitude era relativamente limitada, sua 
posição na cadeia de comando estava abaixo da de Boukreev e Fischer. E seu pagamento 
refletia seu status inferior: ele aceitara US$ 10.000 para ser guia no Everest, comparados aos 
US$ 25.000 que Fischer pagava a Boukreev. Beidelman, sensível por natureza, estava bastante 
consciente de seu lugar na hierarquia da expedição.75 
Hall e Groom chegaram ao topo às duas e meia da tarde com vários clientes das duas expedições. 
Os clientes descansaram e comemoraram seu feito por 40 minutos. Naquele momento, o tempo não 
preocupava ninguém. Fischer alcançou o topo às quinze para as quatro e descobriu Hall ainda à 
espera de Hansen. Hansen chegou ao topo pouco depois das quatro da tarde. (Para uma cronologia 
detalhada dos eventos durante a investida ao topo, ver Anexo 5.) 
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A Descida 
Ao descerem até o Cume Sul, os clientes notaram uma piora no tempo. Nuvens de tempestade 
começaram a mover-se para a área, os ventos elevaram-se e a neve começou a cair. Os clientes 
pegaram mais garrafas de oxigênio e tentaram descer rapidamente. Entretanto, muitos se moviam a 
passo de tartaruga devido a sua considerável fadiga e às condições de tempo que se deterioravam 
com rapidez. Só Boukreev chegou ao Acampamento IV antes que a escuridão caísse sobre a 
montanha. O guia russo explicou sua decisão de voltar depressa, em vez de esperar seus clientes: 
Eu receava que os alpinistas que desciam pudessem ficar sem oxigênio antes de retornar ao 
Acampamento IV...Eu queria descer ao Acampamento IV o mais depressa possível para me 
esquentar e apanhar um suprimento de bebidas quentes e oxigênio para o caso de ter de subir 
de volta à montanha para dar assistência aos alpinistas na descida.76 
Mais tarde, Krakauer e outros questionaram a decisão de Boukreev. Eles destacaram que escalar 
sem oxigênio suplementar dificultava sua resistência a baixas temperaturas; isso o forçou a descer 
depressa para se esquentar. Além disso, eles questionaram sua decisão de monitorar a situação dos 
clientes a partir do Acampamento IV, já que ele não podia enxergar o caminho da escalada por causa 
da visibilidade zero, e também não podia comunicar-se com os clientes pelo rádio.77 
Entrementes, enquanto os outros desciam, Hall permanecia acima do Degrau de Hillary com o 
agonizante Hansen, que precisava desesperadamente de mais oxigênio. Hall pediu assistência a 
Harris pelo rádio, mas o desorientado guia informou erradamente que não restava mais oxigênio no 
Cume Sul. Harris então subiu para auxiliar Hall e Hansen. Quando os céus escureceram, Fischer 
também começou a sucumbir logo abaixo do Cume Sul. Ele exclamou, “Estou muito doente... 
Lopsang, estou morto.”78 O xerpa tentou ajudar Fischer, mas não conseguiu movê-lo. Ele não queria 
sair do lado de Fischer, mas Fischer implorou que descesse ao Acampamento IV e mandasse 
Boukreev de volta para ajudá-lo. 
Às seis da tarde, Hall permanecia com Hansen acima do Degrau de Hillary, incapaz de descê-lo 
pela parede vertical de gelo. Pelo rádio, outros suplicavam a Hall que deixasse Hansen para trás, mas 
Hall não queria abandonar seu cliente. Pouco depois, Boukreev voltou em direção à montanha para 
auxiliar os outros. Infelizmente, ele encontrou tempestades de neve e vento que o forçaram a 
abandonar sua tentativa de socorro. 
Às nove da noite, só Krakauer e Adams haviam-se juntado ao guia russo no Acampamento IV. 
Mais tarde naquela noite, um grupo de alpinistas convergia nas encostas acima do Acampamento IV. 
Sem que soubessem, o campo estava a uma curta distância dali. Entretanto, eles não conseguiam 
achar o caminho por causa das horríveis condições de tempo. O grupo incluía Beidleman, Groom, 
sete clientes e três xerpas. Os alpinistas vagaram por um tempo, mas finalmente decidiram agrupar-
se e esperar uma pausa na tempestade. O tempo havia ficado terrível; visibilidade zero, e o efeito do 
vento baixava a temperatura a menos 100 graus Fahrenheit. Fox recordou seus pensamentos de então: 
Naquela hora eu estava quase acabada pelo frio. Meus olhos estavam congelados. Eu não 
via como íamos sair daquilo vivos. O frio doía tanto que eu não pensava quenão podia 
aguentar mais. Simplesmente me encolhi como uma bola e torci para a morte chegar 
depressa.79 
Depois de um respiro no tempo, Klev Schoening, cujo pai doente havia escolhido não fazer parte 
da investida ao topo, concluiu que sabia a direção do acampamento. Ele começou a incentivar os 
outros a voltar a se mexer. Alguns alpinistas, entretanto, não conseguiam ficar de pé; outros perdiam 
e recuperavam a consciência. Beidleman, Groom, Schoening e Gammelgaard conseguiram encontrar 
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o caminho de volta ao Acampamento IV pouco antes da meia-noite. Forneceram informações 
detalhadas a Boukreev, que partiu socorrer os outros. Ele percebeu a lanterna frontal de Madsen no 
meio da tempestade e localizou o grupo. Ajudou Pittman, Fox e Madsen a voltar ao campo 
aproximadamente às quatro e meia da manhã. Com relutância, eles deixaram Namba e Weathers 
para trás, supondo que os alpinistas moribundos não podiam ser salvos naquele momento. 
Às quatro e quarenta e três, Hall entrou em contato com o pessoal do Acampamento Base pelo 
rádio. Disse-lhes que Hansen havia morrido e que Harris havia desaparecido. Hall acabou descendo 
para o Cume Sul, mas não conseguiu prosseguir além daquele ponto. Enquanto isso, vários xerpas 
partiram em socorro de Fischer ao raiar do dia. Encontraram-no quase morto. Os xerpas forneceram-
lhe oxigênio, mas logo concluíram que não podiam ajudá-lo. Deixaram-no e voltaram ao 
Acampamento IV. Ninguém jamais viu Fischer outra vez. 
Depois, naquela tarde, o Dr. Weathers espantou seus companheiros ao entrar no Acampamento 
IV. Deixado como morto, de algum modo recobrara suas forças e encontrara o caminho de volta ao 
acampamento. Incrivelmente, Hall também sobreviveu ao longo da tarde, sozinho no alto da 
montanha. Às seis e vinte, Hall falou com a mulher, que havia sido conectada a seu rádio através do 
telefone via satélite do Acampamento Base. Ele lhe disse, “Eu amo você. Durma bem, meu amor. Por 
favor não se preocupe demais.”80 Tristemente, ninguém falou com Hall novamente após esta 
comovente chamada. 
Na manhã de 12 de maio, os alpinistas deram-se conta de uma sombria realidade. Cinco de seus 
companheiros alpinistas não voltariam mais; Hall, Fischer, Hansen, Namba e Harris haviam morrido. 
Transtornados e exaustos, os sobreviventes iniciaram sua descida ao Acampamento Base. 
Refletindo sobre o Passado 
Desde 1996, muitos analisaram as decisões tomadas por Hall e Fischer durante sua escalada, e 
citaram algumas possíveis causas para a tragédia. Há muitas teorias rivais, e muito desacordo entre 
os sobreviventes e outros peritos alpinistas. Alguns indivíduos, como Krakauer, reconheceram que 
erros foram cometidos, mas enfatizaram que escalar o Everest sempre será um empreendimento 
arriscado e perigoso. Afinal, tempestades, avalanches e quedas de grandes pedaços de gelo causaram 
muitas mortes ao longo dos anos. Esta escola de pensamento enfatizava a inevitabilidade do fracasso 
e da tragédia nas encostas do Everest. Krakauer explicou: 
Analisar o que deu errado no Everest é uma atividade bastante útil; poderia provavelmente 
prevenir algumas mortes adiante. Mas é ilusão acreditar que dissecar os trágicos eventos de 
1996 em detalhes mínimos vai realmente reduzir a taxa futura de mortalidade de maneira 
significativa. A ânsia de catalogar as centenas de asneiras para “aprender com os erros” é na 
maior parte um exercício de negação e auto-engano. Se você conseguir se convencer de que 
Rob Hall morreu porque cometeu uma série de erros estúpidos e você é esperto demais para 
repetir esses mesmos erros, fica mais fácil para você tentar o Everest apesar de provas bem 
fortes de que fazê-lo é desaconselhável. Verdade seja dita, escalar o Everest sempre foi um 
empreendimento extraordinariamente perigoso e sem dúvida sempre será...os mais fortes 
guias do mundo são às vezes impotentes para salvar até mesmo suas próprias vidas. Quatro 
companheiros meus morreram não tanto porque os sistemas de Rob Hall eram falhos – na 
verdade ninguém tinha sistema melhor – mas porque no Everest é a natureza dos sistemas 
desmontar-se para valer.81 
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Outros colocaram que falhas humanas causaram a tragédia, e portanto essas mortes podiam ser 
evitadas. Isso aponta para uma série de erros cruciais cometidos por Hall e Fischer durante a 
expedição. Um guia experiente foi mais duro: “Os eventos de 10 de maio não foram acidente ou ato 
de Deus. Foram o resultado final de pessoas que estavam tomando decisões sobre se deviam 
prosseguir e como.”82 
Boukreev reconheceu que as equipes cometeram erros críticos durante a escalada. Entretanto, ele 
discordava dos que procuravam identificar um fator predominante na raiz da tragédia. Concluiu, 
“Citar uma causa específica seria promover uma onisciência que somente deuses, bêbados, políticos e 
dramaturgos podem alegar.”83 
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Anexo 1: Chegadas ao Topo e Mortes no Everest 
 
Chegadas ao Topo 
 
 
Mortes 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado pelo autor do caso do livro de Broughton Coburn, Everest: Mountain Without Mercy (Everest: Montanha 
Impiedosa) 
 
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Anexo 2: Principais Eventos na História do Everest 
 
1921: Na primeira expedição ao Everest, George Leigh Mallory e Guy Bullock alcançam o Colo 
Norte (7.000 metros aproximadamente) 
1922: Mallory e três outros alpinistas atingem 8.170 metros. Algumas semanas depois, Mallory faz 
outra tentativa ao topo. Entretanto, encontra uma avalanche, o que resulta na morte de sete 
xerpas (as primeiras mortes registradas no Everest) 
1924: Edward Norton atingem 8.570 metros sem uso de oxigênio suplementar. Mallory e Andrew 
Irvine fazem uma tentativa usando garrafas de oxigênio. Os dois morrem, e até hoje não se 
sabe se chegaram ao topo durante sua escalada 
1936: A sexta expedição britânica com objetivo Everest, mas falha em atingir o topo devido ao 
início prematuro da temporada de monções. O grupo inicia o uso de pequenos rádios para 
manter comunicações durante a expedição 
1952: Raymond Lambert e o xerpa Tenzing Norgay atingem 8.595 metros usando oxigênio 
suplementar. Tornam-se os primeiros alpinistas a quebrar o recorde de Norton de 1924. 
1953: Edmund Hillary e o xerpa Tenzing Norgay tornam-se os primeiros alpinistas a chegar ao 
topo do Everest. Sobem pela rota do Colo Sul 
1960: Uma equipe tibetana e chinesa torna-se o primeiro grupo a chegar ao topo pela rota do Norte 
1975: Junko Tabei é a primeira mulher a atingir o topo 
1978: Peter Habeler e Reinhold Messner fazem a primeira escalada de sucesso sem oxigênio 
suplementar 
1980: Messner faz a primeira escalada solo 
1983: David Breashears transmite as primeiras imagens televisionadas ao vivo do cume 
1985: Breashears guia o negociante texano de 55 anos Dick Bass até o topo, tornando-se o primeiroamericano a atingir o topo duas vezes e iniciando as expedições comerciais. Breashears ainda 
chegará ao topo duas vezes antes de sua expedição IMAX de 1996. 
1990: Rob Hall chega ao topo em sua terceira tentativa. 
1993: 129 pessoas chegam ao topo – um recorde para o Everest 
1994: Scott Fischer alcança o topo em sua quarta tentativa. Consegue seu feito sem usar oxigênio 
suplementar. Rob Hall chega ao topo pela quarta vez, levando o número de pessoas guiadas 
por ele a 39. 
1996: Quinze pessoas morrem no Everest – o máximo de mortes num único ano. 
Fonte: Adaptado pelo autor do caso a partir de <http://www.everesthistory.com/time3.htm>; <http://www.kepplerassociates.com/ 
breashears.htm>, consultadas em 30 de setembro de 2002. 
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Anexo 3 Expedições da Mountain Madness e da Adventure Consultants 
 
Adventure Consultants Mountain Madness 
Rob Hall Líder Scott Fischer Líder 
Mike Groom Guia Anatoli Boukreev Guia 
Andy Harris Guia Neal Beidleman Guia 
Doug Hansen Cliente Sandy Hill Pittman Cliente 
Dr. Beck Weathers Cliente Charlotte Fox Cliente 
Frank Fischbeck Cliente Tim Madsen Cliente 
Lou Kasischke Cliente Pete Schoening Cliente 
Dr. John Taske Cliente Klev Schoening Cliente 
Yasuko Namba Cliente Lene Gammelgaard Cliente 
Jon Krakauer Cliente Martin Adams Cliente 
Dr. Stuart Hutchison Cliente Dr. Dale Kruse Cliente 
Ang Dorje Xerpa líder Lopsang Jangbu Xerpa líder 
Seis xerpas alpinistas Sete xerpas alpinistas 
 
Fonte: Adaptado pelo autor do caso do livro de JonKrakauer, Into Thin Air [Em Pleno Ar] (Nova York: Anchor Books, 1998), 
pp. xix-xxi 
 
 
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Anexo 4 Mapa Monte Everest – Rota Colo Sul 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado do livro de Anatoli Boukreev e G. Weston DeWalt, The Climb: Tragic Ambitions on Everest [A Escalada: 
Ambições Trágicas no Everest] (Nova York: St. Martin’s Griffin, 1997) 
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Anexo 5 Cronologia dos eventos durante a Investida ao Topo 
9 de maio 
11:30 p.m. As expedições começam a sair do Acampamento IV 
 
10 de maio 
5:30 p.m. Krakauer e Ang Dorje chegam ao Balcão (8.500) 
10:00am. Beidleman é o primeiro alpinista a chegar ao Cume Sul (8.748 metros) 
11:30 am Taske, Hutchison e Kasiscke voltam abaixo do Cume Sul 
1:00 pm Boukreev, Harris e Krakauer chegam ao topo 
1:25 pm Beidleman e Adams chegam ao topo 
1:45 pm Klev Schoening chega ao topo da montanha 
2:30 pm Hall, Groom, Madsen, Fox, Gammelgaard, Pittman e Namba chegam ao topo 
3:10 pm Beidleman começa a guiar um grupo de clientes montanha abaixo 
3:45 pm Fischer chega ao topo 
4:15 pm Hansen chega ao topo da montanha 
5:00 pm Boukreev entra no Acampamento IV 
7:30 pm Beidleman, groom e um grupo de clientes juntam-se perto do Acampamento IV 
8:00 pm Adams e Krakauer chegam ao Acampamento IV 
11:30 pm Beidleman, Groom, Schoening e Gammelgaard acham o caminho para o 
Acampamento IV 
 
11 de maio 
4:30 am Boukreev socorre Madsen, Fox e Pittman 
4:43 am Do alto do Cume Sul, Hall anuncia a morte de Hansen 
7:30 am Hutchison localiza Namba e Weathers mas conclui que não pode salvá-los 
9:00 am Hall respira oxigênio suplementar pela primeira vez em 16 horas no Cume Sul 
10:00 am Vários xerpas tentam socorrer Fischer, mas este não reage 
4:30 pm Dr. Weathers entra no Acampamento IV 
6:20 pm Hall fala com a mulher pela última vez 
Fontes: Boukreev e DeWalt; Coburn; Krakauer. 
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Notas 
1 Web site do Monte Everest, www.mnteverest.net/history.html, consultado em 15 de outubro de 2002. 
2 Jon Krakauer, Into Thin Air 
3 Web site do Monte Everest,, www.mnteverest.net/history.html, consultado em 15 de outubro de 2002. 
4 Krakauer, p. 15. 
5 Broughton Coburn, Everest: Mountain Without Mercy (MacGillivray Freeman Films, 1997) pp. 248-250 
6 Krakauer, pp. 24-25. 
7 Copburn, p. 248. 
8 Ibid., p. 250. 
9 Krakauer, p. 26. 
10 Anatoli Boukreev and G. Weston DeWalt, The Climb: Tragic Ambitions on Everest (New York: St. Martin’s Griffin, 1999), pp. 
11 Krakauer, p. 130. 
12 Ibid., p. 64. 
13 Ibid., p. 41. 
14 Ibid., p. 43. 
15 Boukreev and DeWalt, p. 6. 
16 Krakauer, pp. 37, 53. 
17 Ibid., p. 62. 
18 Ibid., p. 57. 
19 Ibid., p. 25. 
20 Ibid., p. 46. 
21 Ibid., p. 83. 
22 Boukreev and DeWalt, pp. 13-14. 
23 Ibid., p. 7. 
24 Krakauer, p. 84. 
25 Boukreev and DeWalt, p. 21. 
26 Krakauer, pp. 154-156. 
27 Boukreev and DeWalt, p. 11. 
28 Ibid., pp. 37-39. 
29 Ibid., p. 40. 
30 Krakauer, pp. 85-86. 
31 Ibid., pp. 44-45. 
32 Ibid., p. 74. 
33 Boukreev and DeWalt, p. 60. 
34 Ibid., p. 83. 
35 Ibid., p. 57. 
36 Krakauer, p. 46. 
37 Ibid., p. 47. 
38 Ibid., p. 114. 
39 Ibid., p. 199-200. 
40 Ibid., p. 200; Coburn, p.196. 
41 Coburn, p. 246. 
42 Krakauer, p. 91. 
43 Ibid., p. 354. 
44 Ibid., p. 162. 
45 Boukreev and DeWalt, p. 83. 
46 Krakauer, pp. 145-148. 
47 Coburn, p. 23. 
48 Krakauer, pp. 216-217. 
49 Ibid., p. 219. 
50 Boukreev and DeWalt, p. 61. 
51 Krakauer, p. 293. 
52 Boukreev and DeWalt, pp. 145-146. 
53 Krakauer, p. 190. 
54 Ibid., p. 213. 
55 Boukreev and DeWalt, p. 116. 
56 Krakauer, p. 191. 
57 Ibid., p. 190. 
58 Boukreev and DeWalt, p. 119. 
59 Ibid., p. 120. 
60 Ibid., p. 121. 
61 Krakauer, p. 196. 
62 Ibid., p. 200. 
63 Ibid. 
64 Boukreev and DeWalt, pp. 125-126. 
65 Ibid., p. 127. 
66 Krakauer, p. 232. 
67 Ibid., p. 212. 
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23 
 
68 Ibid., pp. 233-234. 
69 Ibid., p. 221. 
70 Ibid., p. 265. 
71 Ibid., p. 248. 
72 Ibid., p. 236. 
73 Ibid., p. 245. 
74 Ibid., p. 260. 
75 Ibid. 
76 Boukreev and DeWalt, p. 217. 
77 Krakauer, pp. 275-276. 
78 Boukreev and DeWalt, p. 166. 
79 Krakauer, pp. 271-272. 
80 Ibid., p. 308. 
81 Ibid., p. 356-358. 
82 Coburn, p.192. 
83 Boukreev and DeWalt, pp. 226-227. 
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