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Resenha crítica - Da investigação-ação à educação inclusiva

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Disciplina: Educação Especial e Inclusiva 
Profa. Me. Olívia Aragão Diniz 
 
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RESENHA CRÍTICA 
 
Kariny Alanda Teixeira Costa
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1 REFERÊNCIA 
 
SANCHES, Isabel. Compreender, Agir, Mudar, Incluir. Da investigação-ação à educação 
inclusiva. Revista Lusófona de Educação, Lisboa, Portugal, n. 5, p. 127-142, 2005. 
 
2 CREDENCIAIS DO AUTOR 
 
 Isabel Sanches, a autora do presente artigo “Compreender, Agir, Mudar, Incluir. Da 
investigação-ação à educação inclusiva”, é docente da Universidade Lusófona de 
Humanidades e Tecnologias, e é membro da UID Observatório de Políticas de Educação e de 
Contextos Educativos e co-coordenadora dos cursos de Pós-Graduação e Formação 
Especializada em Educação Especial. E-mail: isabel.sanches@oninetspeed.pt. 
 
 
 
 
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 Graduanda em Física licenciatura, na Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Campus Caxias. 
E-mail: karinyalanda5@gmail.com 
mailto:isabel.sanches@oninetspeed.pt
mailto:karinyalanda5@gmail.com
 
 
Disciplina: Educação Especial e Inclusiva 
Profa. Me. Olívia Aragão Diniz 
 
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COMPREENDER, AGIR, MUDAR, INCLUIR. 
DA INVESTIGAÇÃO-ACÇÃO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA. 
 
No campo educativo, são aplicadas as modalidades de investigação fundamental e 
aplicada, visando melhorar a vida das pessoas, por meio das mudanças a realizar. A 
investigação-ação, abordada no referido artigo, configura-se como uma das modalidades da 
investigação aplicada que objetiva promover mudanças sociais, neste caso, no campo 
educativo. Essas mudanças, para que sejam efetivas, precisam ser compreendidas na vivência 
dos indivíduos envolvidos, uma vez que são eles que viverão com essas transformações. A 
mudança capaz de gerar uma educação inclusiva constitui-se como um grande desafio da 
educação atual, pois é responsabilidade da escola incluir e educar a diversidade dos seus 
públicos, tendo como perspectiva o sucesso de todos e de cada um, independentemente da sua 
cor, cultura, raça, religião, deficiência física, mental ou psicológica. 
A Investigação-ação está a serviço da promoção de mudanças sociais e é uma forma 
de investigação aplicada no qual o investigador se envolve ativamente. Segundo Esteves 
(1986), Kurt Lewin foi quem desenvolveu o trabalho pioneiro da “Investigação-ação”, 
apresentando a seguinte definição: 
“Uma ação de nível realista sempre seguida por uma reflexão autocrítica 
objetiva e uma avaliação dos resultados, assente no triângulo: „ação, 
pesquisa e treina�mento‟, que é a base da compreensão dos seus objetivos” 
(LEWIN). 
Nesta perspectiva, a investigação-ação é usada como estratégia de formação de 
professores, uma vez que facilita uma formação reflexiva, promove um posicionamento 
investigativo e uma emancipação dos docentes. O processo de investigação-ação favorece 
uma intensificação da prática da reflexão, porque associa o processo investigativo e a reflexão 
crítica com a prática de ensino, tornando-o mais informado, mais sistemático e mais rigoroso 
em seus amplos aspectos. A dinâmica formativa busca se repercutir nas práticas educativas 
que são desenvolvidas pelos professores, em sua intervenção na escola. 
 
 
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Profa. Me. Olívia Aragão Diniz 
 
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No campo da dinâmica formativa, a modalidade da investigação-ação, sendo produtora 
de conhecimentos sobre a realidade, pode configurar-se como um processo de construção de 
novas realidades acerca do ensino, levando em consideração os modos de pensar e de agir das 
diversas comunidades educativas. Apenas os próprios professores podem introduzir as 
devidas transformações em situações educativas, visando dar solução a problemas 
previamente identificados, estando eles em parceria com os seus colegas, com os seus alunos 
e suas famílias, nos variados contextos em que as problemáticas ocorrem. 
É importante destacar que a investigação-ação é uma atitude a ser desenvolvida nos 
professores dos tempos atuais, para que estes possam dar uma resposta significativa à 
diversidade dos seus públicos no âmbito escolar e aos grandes desafios de uma educação 
inclusiva, buscando melhorar a qualidade da escola, da educação e a vida dos indivíduos. 
Assim, a “educação para todos”, uma “educação inclusiva”, deve ser promotora do sucesso de 
todos e de cada um, baseando-se em princípios de direito e igualdade de oportunidades. 
O professor possui, então, nesse âmbito, uma necessidade de conhecer os seus alunos, 
tanto do ponto de vista pessoal como do ponto de vista socioantropológico, por meio da 
análise de suas características pessoais e sócio-culturais; além disso, tem também necessidade 
de um conhecimento pedagógico para conceber dispositivos de diferenciação pedagógica 
adequados às características, interesses, saberes e problemas de cada aluno. 
Vale ressaltar ainda que a educação inclusiva pressupõe escolas para todos, onde todos 
aprendem juntos, visto que o ato educativo encontra-se centrado na diferenciação curricular 
inclusiva, constituída com base nos contextos de vivência dos alunos, buscando vias escolares 
alternativas para responder às diversas culturas e contemplando as diferentes metodologias de 
ensino que atendam a todos os alunos. De fato, a diferenciação que inclui, tem como ponto de 
partida a diversidade existente em um grupo heterogéneo, com ritmos e estilos de 
aprendizagem diferentes. A aprendizagem deve ocorrer no grupo e com o grupo, em 
verdadeira cooperação. A diferenciação inclusiva consiste em organizar o espaço e o tempo 
em função das atividades para a efetiva aprendizagem, é abrir a escola a uma socialização do 
saber entre professores e alunos. Quando os muitos elementos de um grupo dependem uns dos 
 
 
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outros para obter o sucesso final, todos tendem a se esforçar para um bom desempenho, 
favorecendo a cooperação e a colaboração. 
Assim, no processo de parceria pedagógica, torna-se relevante a implementação da 
verdadeira partilha do espaço, do tempo e do “poder” no ambiente da sala de aula, sendo esta 
uma estratégia já ensaiada com êxito em diferentes níveis de ensino. Nesse contexto, o 
presente artigo trabalhado abrange a aprendizagem com os pares como “uma estratégia quase 
indispensável numa escola que se quer de todos e para todos”, em que todos possam aprender 
com os instrumentos existentes, em que todos possam ir o mais longe possível, levando em 
consideração o seu perfil de aprendizagem. 
É razoável afirmar que a escola possui o dever de educar e de socializar, e isso se dá 
mediante o processo do ensino e da aprendizagem. As aprendizagens realmente satisfatórias 
são feitas com altas expectativas, com um ensino que obtém uma resposta significativa, 
adequada e oportuna e que possui uma prática educativa controlada e avaliada. É plenamente 
possível que todos os alunos, mesmo os que têm necessidades especiais, possam aprender se o 
seu processo educativo for realizado de forma dirigida, planificada e avaliada de forma 
sistemática. É, também, plenamente possível ensinar para fazer aprender mesmo em situações 
complexas, se forem aplicados os meios e os recursos adequados e favoráveis. 
No desenrolar do processo de investigação-ação, sempre se considera como ponto de 
partida uma situação com a qual o professor esteja inconformado ou que deseja melhorar (a 
situação real em que se encontra) e, considera como ponto de chegada aquela que ele gostaria 
que acontecesse (uma situação desejável no âmbito escolar). Nesse sentido, a investigação-
ação é um excelente meio para direcionar os processos educativos, com o importante objetivo 
de melhorar o ensino e os ambientes de aprendizagem na sala de aula. 
É, pois, indubitável que a educação inclusiva ainda constitui-se como um grande 
desafio de todos os que atuam no processo educativo. Uma metodologia desenvolvidacom 
centro na investigação-ação pode permitir a operacionalização de uma diferenciação 
curricular e pedagógica que seja, de fato, inclusiva, e não uma diferenciação que retoma e 
reforça a uniformidade que exclui. 
 
 
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Profa. Me. Olívia Aragão Diniz 
 
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Levando em consideração o que foi exposto, no meu ponto de vista como resenhista, 
este trabalho de Isabel Sanches é muito pertinente no atual cenário da educação, em que a 
inclusão escolar se torna um ponto central no meio educacional. É preciso entender que a 
inclusão escolar não consiste em apenas colocar o aluno na escola, mas inseri-lo e incluí-lo no 
ambiente de aprendizagem. Assim, este artigo é de grande relevância, sobretudo para o 
público docente que, conhecendo as diversas ferramentas e recursos que podem ser 
implementados em sala de aula, possam promover um ensino mais inclusivo e que garanta o 
aprendizado de todos os estudantes. A escola não pode fazer tudo, mas pode fazer muito mais. 
A comunidade escolar pode acolher as diferenças, adotando uma pedagogia que saiba 
trabalhar com o diferente, com os alunos, com seus pais, com a comunidade, com o 
individual, pois a aprendizagem não é homogênea. Dessa forma, é indubitável a realização de 
um trabalho constante que seja favorável à melhoria do sistema educacional e possibilite que 
todos tenham oportunidade de aprender efetivamente. 
Portanto, para promover a inclusão escolar, é necessário que o professor utilize 
estratégias de ensino inclusivas, com recursos, metodologias e atividades diversificadas, 
considerando os alunos como um público heterogêneo. Paralelamente, é sumamente 
importante que a sociedade e, mais especificamente, a família, conheça e lute pelos direitos 
das crianças e jovens. Estamos apenas no começo de uma longa e difícil caminhada, no 
entanto os avanços já são significativos e devem ser valorizados. O processo de inclusão é um 
caminho longo que deve ser percorrido com a colaboração e apoio de todos do ambiente 
escolar e também do âmbito familiar. Nesse sentido, é essencial trabalhar os princípios éticos 
e morais para que a diferença não seja vista com desprezo e para que alguns alunos não se 
sintam superior diante das dificuldades do outro. O passo inicial desse caminho é entender 
que a inclusão escolar é fundamental e possível.

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