Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Rose Anne | Medicina 1 Choque Definição PA = DC x RVP DC = VE x FC ✓ VE depende da pré-carga*, da contratilidade* e da pós-carga* *Qualquer alteração em algum desse parâmetros, pode causar Choque. • Estado de hipoperfusão tecidual; • Desbalanço entre a oferta e o consumo de O2; • Perfusão tecidual ✓ Débito cardíaco ✓ Qtde de Hemoglobina ✓ Bom funcionamento da extração de O2 Perfusão inadequada → oferta inadequada de O2 → mecanismos compensatórios → metabolismo anaeróbio → disfunção celular → morte Obs: Choque ≠ Hipotensão Avaliação da perfusão tecidual • Exame físico ✓ Hipotensão/Taquicardia ✓ Enchimento capilar lento ✓ Extremidades frias e pegajosas ✓ Alterações de consciência • Saturação venosa central ✓ Na veia cava superior ✓ Representa a qtde de O2 no sangue ✓ Valores < 70% representam oferta inadequada de oxigênio • Lactato sérico ✓ Má perfusão tecidual Glicose → Piruvato → Ácido Lático → H+ + Lactato ✓ Metabolismo anaeróbio ✓ Acidose metabólica e Hiperlactatemia Mecanismos compensatórios do choque: • Aumento da contratilidade ou no metabolismo do oxigênio • Vasoconstrição arterial e venosa – aumentar o retorno venoso • Redistribui volemia, preservando SNC • Aumento da reabsorção de Sódio e água • Aumento da oferta de oxigênio e de substratos • Restaurar perfusão e equilibrar o consumo de oxigênio Choque hipovolêmico • Liberação insuficiente de O2 para os tecidos causada por um volume intravascular reduzido. • Perdas agudas de grandes qtdes de sangue, com consequente diminuição do retorno venoso • Politraumatizados • Cirurgias de grande porte Perfil hemodinâmico • PVC e retorno venoso diminuídos • Débito cardíaco diminuído • FC e RVP aumentadas (tentar compensar o DC diminuído e manter a PA próximo do valor normal) Pode ser: • Hemorrágico → trauma • Não hemorrágico → perda de volume pelo TGI, rins, para o terceiro espaço Pode acontecer no choque hemorrágico (perda de volemia) • Compensado; Rose Anne | Medicina 2 • Não compensado; • Exsanguinação letal. Compensado (classe I) • Hemorragia < 20% do volume sanguíneo perdido • Não há hipotensão • Alteração de consciência • Taquicardia • Perfusão cérebro e coração permanecem próximas do normal • Outros sistemas menos críticos sofrem isquemia ✓ Fecha os vasos da periferia para preservar o fluxo central Não compensado (Classe II) • 20 a 40% de perda do volume sanguíneo • Hipotensão porque o déficit de volume intravascular excede a capacidade dos mecanismos vasoconstritivos periféricos de manter pressão de perfusão sanguínea • Alteração do nível de consciência, pulso fino e rápido (taquicardia) • Pele fria e pegajosa • Risco de morte: liberação deficiente de O2 para os órgãos vitais e • Produção reduzida de energia aeróbica mitocondrial → metabolismo anaeróbio → acidose metabólica Hemorragia exsanguinante • Perda de > 40% do volume sanguíneo • Hipotensão profunda • Ausência de fluxo sanguíneo cerebral – síncope • PCR Causas: • Hemorragia • Desidratação intensa • Diarreia da colite por Clostridium • Diabéticos com hiperglicemia (diurese osmótica acentuada) • Aumento da permeabilidade vascular ✓ Desvio de líquido para o 3º espaço (cavidades) • Anafilaxia • Queimaduras extensas Fisiopatologia • Trauma • Elevação da FC para preservar o DC • Taquicardia é o sinal mensurável mais precoce na maioria das vezes • Liberação de catecolaminas endógenas aumenta a RVP • Pressão diastólica aumenta e a pressão de pulso reduz ✓ Histamina, Bradicinina, Beta-endorfinas, prostanoides • Redistribuição do volume venoso para preservar retorno venoso (mecanismo limitado de compensação) ✓ Aumentar a pressão de enchimento do VD na veia cava, fechando as veias periféricas, da panturrilha, por exemplo • Células perfundidas e oxigenadas inadequadamente • Metabolismo anaeróbio – acidose metabólica • ATP inadequado → membrana celular perde a integridade e gradiente elétrico → lesão celular progressiva → morte celular • Vasoconstrição arterial periférica → associada a um aumento de norepinefrina e angiotensina II (ativação do SRAA) • Mantem perfusão cerebral e do coração até um certo ponto • Vasoconstrição venosa → reduz complacência venosa → manter pressão na veia cava superior e inferior (“enganar” o coração) • Perda de 15 a 40% de volume sanguíneo (Grau II – não compensado) Rose Anne | Medicina 3 ✓ Hipotensão ✓ Redução do retorno venoso e das pressões de enchimento diastólicas ✓ Redução no volume do batimento ventricular esquerdo e taquicardia Sinais • Taquicardia* • Pele fria e pegajosa • Pulso fino e rápido • Enchimento capilar lento • Alteração do nível de consciência* • Redução da pressão venosa jugular • Hipotensão (choque descompensado) *sinais precoces. Tratamento • Cessar hemorragia (hemostasia); • Restauração do volume sanguíneo; • Adultos: 2L de líquido isotônico; • Crianças: 20mL/kg; • Avaliar resposta; • Necessidade de transfusão; • Pressão sanguínea sistólica; • Pressão venosa central (cateter na veia cava) e pressão da artéria pulmonar; • Pressão de enchimento ventricular direita ou esquerda; • Intervenção mais efetiva do cirurgião para o paciente hipotenso em choque hemorrágico é atingir a hemostasia Choque distributivo: • Volume e DC adequados • Redução severa da resistência vascular sistêmica → má perfusão tecidual Choque por Sepse • Taxa de mortalidade hospitalar por hipotensão associada à sepse é > 35% • Ressuscitação do choque • Identificação da fonte e dos patógenos com base em cultura • Avaliar se há demanda de intervenção cirúrgica SRIS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) • Resposta do paciente à infecção caracterizada por febre, taquicardia e taquipneia • Aumento da carga de toxinas bacterianas • Intensificação da resposta inflamatória endógena • Risco de morte aumenta • Não é exclusiva de quadros infecciosos • Pode estar presente em insultos estéreis (pancreatite, pneumonite por aspiração ou queimadura) • Se for uma resposta de defesa a uma agressão bacteriana → sepse • Citocinas inflamatórias causam a diminuição da Resistência Vascular Sistêmica ✓ Retorno venoso e PVC reduzidos ✓ Débito cardíaco diminuído Critérios para SRIS: 2 ou mais seguintes • Temperatura central > 38º ou < 36º • FC > 90 bpm • FR > 20 irpm (ventilação espontânea) • Leuco > 1200 ou < 4000 ou > 10% das células imaturas Sepse: mesmos critérios da SRIS com foco de infecção estabelecido ✓ SRIS + Infecção Rose Anne | Medicina 4 Sepse Grave • Sepse associada à disfunção de órgão e hipoperfusão • PAS < 90 mmHg • Queda > 40 mmHg na PAS • Acidemia lática • Oligúria • Alterações agudas do estado mental Choque séptico Pacientes com sepse grave e: • Não respondem à infusão intravenosa de líquido para ressuscitação; • Exigem agentes inotrópicos ou vasopressores para manter a PAS. Microrganismos • 392 pacientes com culturas positivas • 44% Gram – (e. coli, klebsiella, pseudomonas areuginosa) • 3% fungos • Restante: mistas Protocolo ressuscitação choque séptico Hipotenso e suspeita de sepse? • Cultive líquidos corporais, incluindo sangue (identificar a bactéria) • Infunda solução de eletrólito balanceada 500 ml/15 min • Monitorar resposta da PAS • Cateter venoso central ou de artéria pulmonar Permanece hipotenso? • PVC < 8-12 mmHg ou PCAP < 8-12 mmHg • Infundir outro bólus 500 ml de líquido – repetir conforme necessidade • PVC > 15 ou PCAP > 15-20 ✓ Paciente permanece hipotenso (PAS < 65), iniciar infusão de inotrópicos (Dobutamina ou Dopamina) • Objetivo: PAS média > 65 e frequência de pulso < 120 bpm • Determinaríndice cardíaco e resistência vascular sistêmica • Se após líquidos e inotrópico, a RVS for < 600, infundir vasopressor (norepinefrina ou vasopressina) Rose Anne | Medicina 5 • Monitorar saturação de O2 venosa mista e débito urinário • Verificar melhora da perfusão Ordem: (caso o paciente permaneça hipotenso) 1. Infusão de Líquidos 2. Inotrópicos 3. Vasopressor Choque neurogênico • Lesão medular; • Perda do tônus simpático (controla a RVP); • Hipotensão sem taquicardia e sem vasoconstrição cutânea • Tratamento inicial como se fosse hipovolêmico • Ausência de resposta: pesquisar fonte de sangramento ou neurogênico Choque por cardiopatia (cardiogênico) • Débito do VE inadequado; • Causas ✓ IAM (7-10% desenvolvem choque cardiogênico); ✓ Contusão cardíaca e tamponamento cardíaco; ✓ Embolia pulmonar maciça (êmbolo em sela central); ✓ Arritmias ✓ Tamponamento cardíaco e pneumotórax hipertensivo são decorrentes de um bloqueio mecânico ao fluxo sanguíneo. Tamponamento cardíaco • Líquido ou sangue acumula-se entre o pericárdio e o coração; • Reversível; • Hipotensão, distensão das veias do pescoço e pulso paradoxal (queda > 10 mmHg na PAS final da inspiração) • Tríade de Beck (30% dos casos) ✓ Abafamento de bulhas ✓ Hipotensão ✓ Turgência jugular Pneumotórax hipertensivo • Trauma na pleura que permite a entrada de ar; • Mecanismo valvular: entrada de ar na pleura sem saída; • Colapso, compressão do pulmão e desvio do mediastino para o lado oposto; • Colabamento da veia cava • Reduz retorno venoso e DC • Choque cardiogênico associado Rose Anne | Medicina 6 • Insuficiência respiratória aguda, timpanismo, ausência de MV, desvio da traqueia, enfisema subcutâneo • Drenagem torácica Choque por Insuficiência suprarrenal Hormônios essências à vida • Insuficiência adrenal primária • Adrenalectomia • Infarto adrenal • Trombose das veias suprarrenais • Insuficiência adrenal secundária • Trauma • Doença da hipófise ou do hipotálamo • Risco de morte • Reposição glicocorticoide
Compartilhar