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Aula 05 – Semiologia teórica @laradepaulaz • Divisão anatômica do SR: - Vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores. - A laringe, mais precisamente nas cordas vocais. Das pregas vocais e laringe para cima considera-se as vias aéreas superiores. Da laringe para baixo considera-se as vias aéreas inferiores. OBS.: IVAS são infeções de vias aéreas superiores, ou seja, não acometem traqueia, brônquios, bronquíolos. O covid-19 é uma IVAS. Esse tipo de vírus se instala no nariz, cavidade nasal, nasofaringe, laringofaringe. • Divisão funcional do SR: - Via aérea de condução - Via aérea de difusão - O limite final da via aérea de condução é os bronquíolos terminais. A partir deles o ar entra e sai. Até esses bronquíolos o ar entra e sai, não há troca de gás. - Após os bronquíolos terminais têm os bronquíolos respiratórios e sacos alveolares, em que ocorrem a troca gasosa: entrada e O2 para o sangue e saída de CO2 do sangue para o alvéolo e assim ser expulso. - Laringe continua como traqueia. Ela está relacionada com via aérea. - Faringe continua como esôfago. Ela está relacionada com trato digestório, mas também é comum ao sistema respiratório. - Anatomicamente a laringe está à frente da faringe, assim como a traqueia está à frente do esôfago. OBS.: O local mais apropriado para coletar a secreção do nariz para testes é na nasofaringe. IVAS. - Bifurcação da traqueia: Carina - Brônquios principais ou fontes. O brônquio principal direito é mais verticalizado e mais curto, já o esquerdo é mais comprido. Por isso, o tubo seletivo tende a ir para o pulmão direito, com isso o pulmão esquerdo fica sem ventilação, sem ausculta. - Pulmão esquerdo (2 lobos) e pulmão direito (3 lobos). Depois que o brônquio principal se divide ele passa a se chamar brônquios lobares, cada um num lobo específico. Em cada lobo há os brônquios segmentares. A partir desses temos os bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios e, por fim, sacos alveolares. Sistema Respiratório @laradepaulaz • Tórax: - Arcabouço toraco-muscular que tem a função de proteção das nossas vísceras torácicas (pulmão, coração, traqueia, esôfago, nervo vago, artéria aorta, veias cavas). - 12 costelas e suas respectivas cartilagens costais e o osso esterno. - Manúbrio do esterno, corpo e processo xifoide do esterno. - Entre o manúbrio do esterno e o corpo do esterno temos uma articulação chamada de sindesmose manúbrio esternal. - Essa sindesmose forma um ângulo muito importante, chamado ângulo de Louis (entre o manúbrio e o corpo do esterno). o Costelas: São 12 pares. - Da I a VIII considera-se as costelas verdadeiras 9porque todas elas se fixam diretamente ao osso esterno). - Da VIII a X considera-se as costelas falsas (elas se unem numa congruência única para se fixar ao esterno). - A XI e a XII são as costelas flutuantes (não possuem uma fixação anterior). o Intercostais internos e externos. - A função dos intercostais externos está relacionada a inspiração, e os intercostais internos a expiração. - Quem age na inspiração, expansão da caixa torácica são os intercostais externos. Quem atua mais, sobretudo na expiração forçada, abaixamento das costelas e retração da caixa torácica, são os intercostais internos. - O principal músculo da respiração é diafragma. • Respiração: - Formada por 04 processos: ventilação, troca gasosa, transporte de gás e respiração. OBS.: respiração # ventilação. Respiração = consiste no processo das células usarem o O2 como imã para ativar o metabolismo e produzir energia e, como, resquício, liberar CO2. Ventilação = ato de promover a entrada e saída de ar dos pulmões (processo ativo, voluntário e consciente). OBS.: o aparelho de ventilação mecânica não faz a respiração. o Zona de condução: - Via de área de condução vai da cavidade nasal até os bronquíolos terminais. o Zona de respiração ou de troca: - Bronquíolos respiratórios até os alvéolos. @laradepaulaz • Linhas e regiões torácicas: - Linha hemiclavicular no 5° espaço intercostal esquerdo: linha imaginária traçada inicialmente na clavícula. - Linha paraesternal direita e esquerda: são linhas que passam nas bordas laterais do corpo do esterno. - Linha axilar anterior, média e posterior: usadas na ausculta pulmonar. OBS.: na ausculta pulmonar iremos utilizar toda a topografia delimitada, como ápice, terço médio e base. OBS.: o ápice pulmonar está quase na cervical. OBS.: na prática de acesso venoso subclavicular existe uma iatrogenia (erro médico comum) quando, no ato, se perfura o ápice do pulmão. Isso porque os ápices pulmonares estão acima da clavícula, pegando na fossa subclavicular. • Sinais e sintomas do SR: 1) Dor torácica: - Pode ser de origem cardíaca ou não. - Dor torácica de origem cardíaca: contraindicada para fisioterapia, esse paciente tem que ir para a UPA. OBS.: febre, dor torácica de origem cardíaca e hipertensão são os fatores principais para contraindicação da fisioterapia. - Como identificar paciente com dor torácica de origem cardíaca? Paciente em sinal de Levine; relatando dor na região do precórdio (onde fica o coração); intensidade: elevadíssima; qualidade: dor em aperto; irradiação: sim, podendo ser para membro superior esquerdo, mandíbula ou trapézio; fator de melhora: não tem, já que não alivia com repouso; fator de piora: tempo; fatores associados: dispneia, sudorese, palidez e cianose. - A dor torácica de origem não cardíaca pode ser relacionada a ventilação ou a expansão torácica. Muitos pacientes podem sofrer de uma condição chamada costocondrite: inflamação a nível das cartilagens costais. Essa condição é relacionada a respiração, a movimentação da caixa torácica. O paciente relata a dor é a nível das costelas; não irradia (permanece na caixa torácica); fator de piora: @laradepaulaz movimentação; fator de melhora: quando para de respirar; fator desencadeante: nada. - Existe dor torácica relacionada a doenças pulmonares, como pneumonia, insuficiência respiratória, DPOC. Geralmente são causadas pela fadiga da musculatura respiratória, levando a um quadro de dispneia, já que a musculatura intercostal externa e interna e o próprio diafragma vão fadigar. 2) Tosse: - Mais significativo e frequente sintoma respiratório OBS.: fase pós-covid, tosse seca cicatricial. - Mecanismo da tosse: inspiração rápida e profunda, fechamento da glote, contração dos músculos expiratórios, expiração forçada após abertura súbita da glote. OBS.: Por que na expiração há o fechamento da glote? Para promover um aumento brusco e rápido na pressão intratorácica, para quando esse aumento vier da pressão a pressão estar tão aumentada que quando abrirmos a glote de forma espontânea essa pressão promova uma saída de um alto volume de ar e, se tiver, saída de excreção. - A tosse é um mecanismo de proteção, já que, por meio dela, ocorre a saída de algum patógeno de dentro das vias respiratórias. É importante que na tosse, para ser eficaz, deve ter a secreção expectorada. OBS.: existem técnicas manipulatórias para que pacientes sedados possam tossir. - A tosse nem sempre estará relacionada com pulmão, por ex. pessoas que tem refluxo geralmente tem condição de tosse associada, já que no “pé” do esôfago existem vários receptores sensíveis à estimulação da tosse. Então o conteúdo (refluxo) do estômago que fica voltando para o esôfago estimula, ao passar pelos receptores, a tosse no paciente. o Características da tosse: a. Tosse síncope: promove um aumento tão grande da caixa torácica que diminui o fluxo sanguíneo cerebral, levando à síncope. b. Tosse rouca: lesão, sobretudo, a nível de laringe. c. Tosse reprimida: o paciente tem medode tossir, principalmente pacientes pós- operados. OBS.: é necessário instruir o paciente quanto a forma de tossir, estando ele operado. Deve-se segurar o local da cirurgia e tossir. d. Tosse psicogênica: relacionada a momentos de estresse, nervosismo e tensão. @laradepaulaz 3) Expectoração: - Na maioria das vezes é consequência da expectoração. - Volume, transparência, cor e consistência é o que se analisa na inspeção. OBS.: escarro é o tipo de expectoração que é vista em pacientes com covid-19, DPOC crônica, paciente tabagista em que pulmão está sempre em processo de infecção. Escarro seroso: comum em crianças. Escarro mucoide: relacionado as crises de asma. Escarro purulento: mais comum. 4) Hemoptise: - Eliminação de sangue pela boca, passando pela glote. - Presença de sangue na expectoração, podendo indicar processos infecciosos, como a hemorragia bronco-alveolar, bronquiotasias, pneumonias. 5) Dispneia: - Dificuldade para respirar. Cuidado: a dispneia pode ser objetiva (sinal) ou subjetiva (sintoma). - Ortopneia: dispneia desenvolvida quando o paciente deita e alivia quando o paciente fica em pé. - Treptopneia: dispneia desenvolvida em decúbito lateral. - Platipneia: quando o paciente que está em decúbito lateral direito apresenta dispneia, e ao virar o decúbito para lateral esquerda alivia. o Causas de dispneia: a. Atmosféricas; b. Obstrutivas: obstrução por corpo estranho, como as próprias doenças respiratórias como asma, DPOC; c. Pleuras: traumas, infecções; d. Toracomusculares; e. Diafragmáticas. OBS.: o diafragma é inervado pelo nervo frênico. O paciente que sofre uma queda e fratura vertebras cervicais a nível de C3 até C5, e essa fratura da vértebra lesiona a medula e pega a raiz do nervo frênico que está ali, esse nervo para de funcionar, impedindo a inervação do diafragma, e, então o paciente entra em dispneia. f. Cardíacas: falha cardíacas, sangue represa nos pulmões, ocasionando edema agudo de pulmão e o acúmulo de sangue no pulmão leva a uma dispneia; g. Teciduais: infecções, como Covid-19; h. Ligadas ao SNC. - Escala de dispneia (0-4) @laradepaulaz 6) Sibilância: - O sibilo é um chiado relacionado com o estreitamento do calibre das vias aéreas, principalmente a nível de brônquio. Ex.: Ilustração: diminua o calibre da boca de uma bexiga para entender. - Pacientes com asma descompensada podem apresentar essa condição, além de pacientes tabagistas de longa data e crianças quando engolem algum corpo estranho. 7) Rouquidão: - Alteração dinâmica das cordas vocais - Envolve condições de traumas, principalmente pela lesão do nervo laríngeo recorrente (que é o responsável pela inervação das cordas vocais). - Paciente pós-extubado pode apresentar rouquidão pela lesão das cordas vocais. - Não precisa de estetoscópio para auscultar. 8) Cornagem: - Redução do calibre das VAS - Obstrução de via aérea superior (diferentemente do sibilo em que ocorre a obstrução de via aérea inferior) - Crianças quando engolem algum corpo estranho podem apresentar essa condição. - Não precisa de estetoscópio para auscultar.
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