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Antígenos e seu processamento Antígenos: São substâncias que são reconhecidas por anticorpos (Ac) ou TCRs, tudo aquilo que é reconhecido por linfócitos. Imunogenicidade - capacidade de INDUZIR UMA RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA, humoral ou celular. Nem todo antígeno possui imunogenicidade, porém, dos que possuem, essa capacidade varia de acordo com sua composição química sendo as PROTEÍNAS as mais imunogênicas. Antigenicidade- capacidade que um antígeno tem de se ligar ao anticorpo ou ao TCR. Fatores imunogênicos: Estranheza: moléculas, substâncias, proteínas não próprias do organismo. Durante a gestação, antes do nascimento, há um reconhecimento pelo sistema imune de todas as proteínas e substâncias próprias do organismo daquele animal, assim, caso haja contato com alguma proteína que ele não tenha reconhecido durante a gestação essa molécula é atacada pelo sistema imune sendo reconhecida como não própria. OBS: animais persistentemente infectados - PI, são aqueles que, durante sua gestação a mãe se infecta com algum tipo de patógeno que faz transmissão transplacentária, assim durante o reconhecimento de suas proteínas o sistema imune reconhece as proteínas do patógeno como próprias e não monta, nunca, uma resposta imune contra ele, mesmo com aplicação de vacinas. OBS2: Células do sistema nervoso e espermatozoides são localizadas no animal em sítios imunologicamente privilegiados, ou seja, há pouca ou nenhuma ação do sistema imune, assim se essas células forem injetadas no próprio animal, porém em locais fora de seus sítios normais, o sistema imune não as reconhece. Tamanho: quanto maior a molécula, maior sua capacidade imunogênica. Composição química: algumas substâncias químicas são mais imunogênicas que outras, por exemplo, as proteínas são mais imunogênicas que carboidratos. Além disso, quanto mais complexa a molécula mais imunogênica ela é, proteínas quaternárias são mais imunogênicas que as primárias. Suscetibilidade ao processamento antigênico e apresentação: Quanto maior a molécula/célula mais difícil é de fagocitá-la, assim como sua composição química e proteções que alguns patógenos possuem como cápsula glicoproteica, biofilme, enzimas que clivam as proteases dos macrófagos e etc. EPITOPO: parte do antígeno que se liga ao Ac ou ao TCR e induz uma resposta imune. Determina especificidade, já que cada Ac reconhece um epítopo diferente presente no antígeno. O Ac e o TCR tem a capacidade de reconhecer a conformação do antígeno se ligando a porções específicas. HAPTENO: molécula de baixo peso molecular que atua como epítopo, porém não consegue induzir uma resposta imune sozinha, necessita de outra(s), como uma proteína carreadora por exemplo, para se conjugar a ela. Por exemplo a penicilina, ela sozinha não gera nenhuma resposta imune, porém quando carreada pela albumina plasmática induz. Antígenos microbianos: Bacterianos: - LPS, lipopolissacarídeos - formado pelo polissacarídeo O das gram negativas que proporciona sua diferenciação em cepas, e pelo lipídeo A endotoxina que é liberada depois da lise bacteriana. - Cápsula: lipídeo K. - Fímbrias e pili: lipídeo F ou K. - Flagelos: antígeno H. OBS: TOXINAS estão na superfície bacteriana e possuem natureza proteica - bons imunogênicos, que após serem ativadas são chamadas de TOXOIDES. Virais: O que está externo, proteínas do envelope ou capsídeo. Antígenos não microbianos: Entram no organismo por vias oral, gastrointestinal, respiratória e parenteral. - Ag de superfícies celular: que estão na superfície da célula, exemplo, sistema ABO - em transfusões não compatíveis o sistema imune do organismo receptor ataca e destroi as hemácias recebidas que possuem antígenos diferentes dos seus. Ex2: MHC, proteínas de superfície celular que são as principais responsáveis pelo rejeitamento de órgãos transplantados. - Auto-Antígenos: quando as células do sistema imune deixam de reconhecer proteínas próprias = doenças autoimunes. Reações cruzadas: Quando diferentes antígenos apresentam epítopos comuns = ao entrar em contato com um patógeno o organismos gera respostas e memória contra ele e automaticamente contra outros que possuam mesmos epítopos. ANTÍGENOS HETERÓFILOS = em espécies de patógenos diferentes, exemplo - Brucella e Yersinia possuem mesmos epítopos, assim no teste para brucelose pode dar positivo caso o animal nunca tenha tido contato com a Brucella, mas se já tiver tido com a Yersinia seu organismos gerou Ac para os dois, esses anticorpos são chamados de ANTICORPOS HETERÓLOGOS fornecendo uma IMUNIDADE CRUZADA. Ex2: varíola bovina gera imunidade contra varíola humana por reação cruzada. Complexo de histocompatibilidade principal - MHC São proteínas de superfície celular com função de apresentação de antígenos por meio da codificação de glicoproteínas de superfície que ligam e apresentam os epítopos ou determinantes antigênicos ao TCR dos linfócitos T. Também é a parte das células que é responsável pela rejeição à tecidos e órgãos transplantados. Os macrófagos, ou outras células apresentadoras de antígenos, clivam os antígenos e expõem vários pedaços em sua superfície em seus MHCs, assim os linfócitos T os reconhecem por meio de ligações entre o TLR deles e o MHC dos macrófagos . Tipos de MHC: Classe I: encontrados em TODAS AS CÉLULAS NUCLEADAS. Apresentam antígenos aos LINFÓCITOS CD8 OU CITOTÓXICOS. Seu sítio de ligação liga epítopos de até 8 ou 9 aminoácidos = proteínas de cadeias curtas, são inespecíficos = ligam com o epítopo de qualquer antígeno, promovem uma ligação estável com o antígeno. Classe II: encontrados APENAS NAS CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS. Apresentam aos LINFÓCITOS CD4/HELPER/AUXILIARES. Seu sítio de ligação possui fendas abertas o que permite a ligação de 12 a 20 aminoácidos = proteínas mais longas que podem ter as extremidades para fora da fenda do sítio de ligação. Classe III: não possui função antigênica. Diversidade dos MHC: Os MHC são proteínas codificadas por genes polimórficos que podem variar de indivíduo para outro assim garantindo a variedade de MHCs diferentes por indivíduo. Para cada molécula de MHC pode haver vários genes = sistema poligênico, que ainda exercem codominância entre si = polimorfismo, o que AUMENTA A PROBABILIDADE DE RECONHECIMENTO DE EPÍTOPOS DIFERENTES, mas diminui a chance de correspondências em transplantes.
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