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ABORTAMENTO E HEMORRAGIAS NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE GRAVIDEZ Causas de sangramento de 1º trimestre No primeiro trimestre, 20 a 40% das gestantes apresentam sangramento vaginal. As principais causas são: o Decorrentes de abortamento. o Gravidez ectópica. o Patologia do colo uterino, da vagina ou do útero (lesões por trauma, inflamação/infecção, pólipos). Alguns sangramentos não necessariamente estão relacionados a alguma patologia. Por exemplo: o Momento da nidação do embrião no útero (a implantação do óvulo fecundado no útero pode causar pequenos sangramentos). o Ectopia do colo uterino (epitélio cilíndrico para o lado de fora) e com isso o mínimo trauma causado, por exemplo, pelas relações sexuais, pode levar ao sangramento. o Vascularização aumentada do colo uterino. Abortamento de 1º trimestre Interrupção da gravidez: o Antes de 20-22 semanas (1-5 mês) ou peso fetal <500 gramas (OMS). o Cerca de 12 a 15% das gestações evoluem para o abortamento, ou seja, para a interrupção espontânea antes de 20-22 semanas. A principal causa dessas perdas são alterações cromossômicas dos embriões não compatíveis com a evolução natural da gestação. o A maioria (75%) dos abortos são precoces (até 12 semanas) e 25% são tardios (12ª a 20ª-22ª semana). o Até 10 semanas chamamos de embrião e >10 semanas chamamos de feto. Qualidade na atenção ao abortamento: Acolhimento. Duas principais causas Ética. Informação. Aconselhamento. Habilidade técnica. Recursos matérias. Principais causas de morte materna no mundo Principais causas de morte materna no Brasil Pré-eclâmpsia. Hemorragia. Infecção. Fatores de risco Idade: quanto maior a idade, maior a probabilidade de perda gestacional. Aborto prévio. Tabagismo. Outros: o Cocaína. o AINEs. o Quinolona (é um fator de risco para abortamento, mas está mais associado a malformações em cartilagem de nariz e orelha). o Febre (principalmente no primeiro trimestre). Alterações anatômicas uterinas: o MF. o Miomas (principalmente, submucosos). o Incompetência istmocervical: é a dilatação cervical (abertura do colo do útero) sem dor, ou seja, de forma silenciosa, resultando em parto de um feto vivo no 2º trimestre. A ultrassonografia transvaginal cervical durante o 2º trimestre pode ajudar a avaliar os riscos. O tratamento é o reforço do anel cervical com sutura cirúrgica (cerclagem). Etiologia – Fatores fetais 1/3 anembrionado (tem saco gestacional, porém sem embrião dentro). 2/3 com embrião, porém geralmente 50% anormais, dismórficos. 50% de todos abortos com feto possuíram: o Cromossopatia (aneuploidias, anomalias estruturais). Quanto mais precoce o aborto, maior a chance da gestação ter vindo com defeitos citogenéticos. Etiologia – Fatores maternos Doença sistêmica materna (diabetes, hipotireoidismo, LES, HAS). Intoxicações (talidomida, chumbo, anticoagulante, antagonistas do ácido fólico, antiblásticos, radiações). Febre no início da gravidez (acima de 2 a 3x). Stress e esforço físico leve a moderado SEM RELAÇÃO. o Até 36 semanas as gestantes podem praticarem atividade física leve a moderada. Infecções: o Listeria monocytogenes. o Mycoplasma. o Ureaplasma. o Toxoplasma gondii. o Parvovírus B19. o Rubéola. o Herpes simples. o Cytomegalovírus. Diagnóstico Atraso menstrual. o A cada 48h o beta-HCG tem de aumentar no mínimo 66%. Dor tipo cólica hipogástrico. Sangramento uterino. Fragmentos placentários no canal cervical/vaginal. S/BCF. Sintomas ou sinais descritos podem estar presentes ou não, dependendo do tipo de abortamento. US pesquisa: o Vitalidade fetal. o Presença de restos ovulares. o Idade gestacional. Diagnóstico pelo US Idade gestacional acima de 7,5 semanas tem de aparecer no US: saco gestacional (SG), vesícula vitelínica e embrião. E se a paciente não sabe quando foi a última menstruação (>40% dos casos)? Passar US e ter como critério o tamanho do saco gestacional (SG). o Saco gestacional com 25 mm no maior diâmetro tem de ter embrião em seu interior. Com isso, gestações em que o saco gestacional seja ≥25 mm e não haja embrião em seu interior recebem o nome de anembrionada. Nesse caso, pode-se esperar pela eliminação espontânea por meio do uso de misoprostol, aspiração espontânea intra-uterina (AMIU) ou curetagem, pois a gestação não vai “vingar”. o SG com embrião de 7 mm tem de ter batimentos cardíacos embrionário (BCE). Se não estiver presente os BCEs é indicativo de embrião que não “vingou” o Lembrar que a cada 48h o beta-HCG dobra de valor. Dessa forma, não necessariamente uma paciente com beta-HCG baixo não estará grávida ou perderá a gestação. Nesses casos, solicita-se a dosagem do beta-HCG QUANTITATIVO dois dias depois da realização do exame inicial. Se dobrar de valor, a gestação “vingou”, porém se o valor não dobra provavelmente se trate de uma gravidez ectópica ou uma gravidez que evoluirá para aborto. OBS.: gestante com beta-HCG de 1.500 já deve ter embrião com saco gestacional. TIPOS DE ABORTO Ameaça de aborto Sempre que a paciente apresentar sangramento é obrigatório se realizar o exame especular. Sangramento com colo fechado. Tamanho uterino adequado para IG. Vitalidade fetal (BCF ou US). 50% das ameaças do aborto evoluem para aborto. Se gestante for Rh negativo, se faz imunoglobulina anti-Rh. Ameaça de aborto – Conduta Tranquilizar. Orientar. Encaminhar para casa. Analgésico. Hormônios: progesterona via vaginal (não funciona tão bem) ou VO (possui resposta melhor). Repouso relativo (não há evidência de que o repouso melhore o desfecho). Aborto completo Sangramento escasso. Útero vazio (US). Colo fechado. Útero menor para a IG. Se tiver dúvida: dosar beta-HCG indicativo de aborto resultado decrescente após 48h. Com isso, não necessariamente ao fazer a dosagem de um beta-HCG em uma mulher com aborto o resultado virá zero. Esse valor irá indo diminuindo de forma decrescente a cada 48 horas. Conduta: o Avaliar teste sanguíneo nos casos de sangramento <12 semanas, ameaça de aborto >12 semanas e aborto completo, sendo que se a paciente for Rh negativa, deve-se fazer imunoglobulina, o Tranquilizar. o Orientar contracepção por 3 meses (mesmo se foi feito curetagem), pois caso a paciente tenha outra gravidez se tem um maior risco de que a placenta se insira anormalmente no seguimento inferior do útero. Também orientar não manterem relação sexual por 30 dias. o Encaminhar para casa. o Analgésico. Espessura endometrial <15 mm: indica aborto completo. Critério para curetagem atualmente é continuar sangrando (provavelmente é um aborto incompleto) e não mais a espessura endometrial. Aborto inevitável Feto vivo. Colo aberto. Sangramento forte. Tamanho uterino adequado. Paciente em período de segundos/minutos antes da expulsão fetal. Nesses casos, não tem como fazer cerclagem. Aborto incompleto Mais comum em serviço de emergência. Colo aberto na maioria das vezes. Sangramento. Eliminou parte do conteúdo. Espessamento endometrial >15 mm devido a presença dos restos da placenta. Com isso, é necessário realizar curetagem para a retirada desses restos endometriais devido ao risco da paciente evoluir com mais hemorragia e sepse. Aborto limpo (não infectado): hemograma sem desvio a esquerda, sem manipulação uterina e na curetagem material não é fétido é indicado o uso de ATB profilático durante a curetagem Kefazol 2g EV (cefazolina). Aborto retido Gestação incompleta. Mais comum no consultório. Colo fechado e sem sangramento. Sem dor. Sem BCF. Útero adequado para IG. Geralmente a MORTE fetal ocorre com >8 semanas. Acima de 12 semanas não se pode fazer a curetagem, pois o feto já tem osso e pode furar o útero da gestante. Com isso, nesses casos, deve-se primeiramente fazer o esvaziamento do útero com uso do misoprostol 2 cps via vaginal de 6 em 6 horas e depois de expulsar o feto caso fique restos de placenta, faz-se a curetagem. Aborto limpo (não infectado): hemograma sem desvio a esquerda, sem manipulação uterina e na curetagem material não é fétido é indicado o uso de ATB profilático durante a curetagem Kefazol 2g EV (cefazolina). Aborto inevitável, incompleto e retido – Conduta Procedimento hospitalar. Tipagem sanguínea e fator Rh Profilaxia com imunoglobulina (48-72 hs) se Rh negativo. Hemograma. Hepatite B, VDRL e HIV. Jejum de >6 horas. Aborto inevitável, incompleto e retido – Conduta Tipos de procedimentos que podem ser utilizados: o Esvaziamento uterino: <12 semanas não é necessário esvaziar o conteúdo do útero, utiliza-se AMIU ou curetagem. >12 semanas é necessário esvaziar o conteúdo do útero com uso do MISOPROSTOL e depois faz curetagem. OBS.: mesmo utilizando o AMIU se faz uso antes do misoprostol. Depois de fazer a curetagem SEMPRE mandar restos placentários para a patologia. RISCO DE PERFURAÇÃO UTERINA. RETIDO (misoprostol). Aborto inevitável, incompleto e retido – Conduta Procedimento ambulatorial. Alta após a recuperação anestésica. Verificar tipagem sanguínea (IMUNOGLOBULINA se Rh negativo em 48-72hs). Enviar material para exame anatomopatológico. Alta com orientação anticoncepção. Reavaliação ambulatorial. Aborto infectado Febre. Odor fétido. Calafrios. Secreção purulenta. História de manipulação (aborto provocado). Aborto infectado – Conduta Primeiramente realizasse a terapia antibiótica (esquema tríplice), esvazia o útero com uso de uterotônicos como ocitocinas e misoprostol e depois faz a curetagem. Iniciar a antibioticoterapia antes de esvaziar o útero e manter até completar 48 horas mesmo que a paciente esteja assintomática. Depois, passar para uso VO e manter por 14 dias. Sempre antes de realizar a curetagem uterina ter 4 a 6 horas de terapia antibiótica. Se o abortamento infectado for GRAVE, ou seja, a paciente estiver descompensada é necessário interromper a gestação mesmo com feto vivo. Terapia antibiótica de amplo espectro – Esquema tríplice: o Amoxicilina-Sulbactam 1,5 g IV de 8 em 8 horas + Gentamicina 1,5 mg/kg/dose de 8 em 8 horas + Clindamicina 900 mg de 8 em 8 horas. o No hospital a professora utiliza: Gentamicina 240 mg EV 24/24 hrs + Clindamicina 900 mg EV 8/8 hrs + Penicilina 5.000.000 EV 6/6 hrs ou Ampicilina 1 g EV 6/6 hrs. Abortamento séptico Disseminação sistêmica. Laparotomia: quadro clínico grave ou sem melhora. Histerectomia devido a perfuração uterina. Paciente pode evoluir para CIVD Tratar. Revisar esquema de antibióticos, sendo que se a paciente dentro de 48 horas manter assintomática pode trocar o uso dos ATBs por VO por 14 dias. Infecções são polimicrobianas (bactérias da flora vaginal). Aborto séptico – Grave!!! Infecção pós-abortamento Tratamento ambulatorial – Esquema tríplice: o Ceftriaxona 250 mg IM + Doxiciclina 100 mg 12/12 hrs + Metronidazol 500 mg 12/12 hrs por 14 dias. Internação: gentamicina + clindamicina + metronidazol. Incompetência istmocervical A cérvice não se mantém fechada tornando-se incapaz de manter a gestação. Dilatação indolor no final do 1º ou no início do 2º trimestre, seguida de amniorrexe e expulsão do concepto imaturo. Tratamento: cerclagem (realizado em torno de 13 – 16 semanas). HEMORRAGIAS DO SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRE DE GRAVIDEZ Causas Descolamento de placenta. Placenta prévia (placenta inserida no segmento inferior do útero). Vasa prévia: vasos da placenta ficam expostos culminando assim, em maior risco de sangramento. Distúrbios da coagulação (síndrome HELLP, fígado gorduroso, feto morto, embolia amniótica). Não obstétricas (ectopia, pólipo, cervicite, varizes, lacerações). DESLOCAMENTO PREMATURO DE PLACENTA (DPP) (OU APOPLEXIA UTEROPLACENTÁRIA OU HEMORRAGIA RETROPLACENTÁRIA) Separação da placenta, normalmente implantada, antes do parto, ocorrendo em gestação de 20 semanas ou mais. Depois do parto é chamado de dequitação. Antes de 20 semanas, pode chamar de hematoma subcoriônico, hematoma retrocoriônico ou abortamento. Diagnóstico eminentemente clínico. US só consegue diagnosticar quando são grandes os descolamentos. Duas principais causas Descolamento prematuro de placenta – Causas DPP anterior. HAS (5x). Pré-eclâmpsia e eclampsia. Tabagismo, cocaína, crack. Trauma. Idade e paridade elevadas. Ruptura prematuras das membranas. Trombofilias. Leiomioma, anomalia uterina, cesárea prévia. Aborto provocado anterior. Desnutrição materna. Brevidade do cordão umbilical (cordão umbilical mais curto pode tracionar a placenta e fazer ela se descolar). OBS.: O Globo de Segurança de Pinard é um coágulo de sangue que se forma no útero logo após o parto para ajudar a cicatrizar as pequenas feridas dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta, servindo de tampão a uma eventual hemorragia no ponto onde a placenta estava inserida. Sangramento devido a descolamento prematuro de placenta em que é possível observar o sangue coagulado (área preta na imagem). O sangue invadiu o líquido amniótico e no útero também há invasão de sangue nas fibras musculares do miométrio levando a uma hipotonia uterina, ou seja, o útero não consegue contrair e com isso há maior risco de sangramento. Fisiopatologia Há coagulopatia por aumento do consumo local e sistêmico dos fatores de coagulação, acarretando: o Alterações renais. o Insuficiência hepática. o Hemorragia intracraniana, hemorragia puerperal. Descolamento prematuro de placenta – Quadro clínico Irritabilidade, sensibilidade e/ou hipertonia uterina (útero lenhoso), dependendo do volume do sangramento retroplacentário. Dependendo da quantidade sangue perdida a paciente pode apresentar palidez, hipotensão, queda do débito urinário e por último evolui para choque hipovolêmico. Lembrar que nesse caso, as pacientes hipertensas podem apresentar uma PA normal. Nas formas graves o quadro clínico é CLÁSSICO: dor abdominal, hipertonia uterina (útero lenhoso) e sangramento, levando a choque, coagulopatia e alta mortalidade fetal. Descolamento prematuro de placenta Se trabalho de parto, a evolução é rápida; independente da IG. Se hipertonia uterina, as contrações do trabalho de parto podem não ser percebidas. BCFs alterados DIP (desaceleração intra-parto) indicando sofrimento fetal. US é usado para fazer diagnóstico diferencial com placenta prévia. US obstétrico US pode não ter boa resolutividade diagnóstica nos casos iniciais (mostra separação da placenta e o hematoma retroplacentário em menos de 5%). Diagnóstico diferencial com placenta prévia. Frente a uma suspeita clínica e afastada placenta prévia, deve-se conduzir o caso como DPP. Em alguns casos o US é utilizado para: o Localizar a placenta e tu ver que ela não está baixa. o Tu consegues utilizar o transdutor do US por via transvaginal de forma segura e útil para ver se a placenta consegue ser visualizada no canal vagina (placenta prévia). Exames laboratoriais 20% das pacientes não apresentam sangramento. Nesses casos, o sangramento ficará encarcerado causando o aumento da altura uterina à medida que esse sangramento progride. Com isso, o diagnóstico deverá ser feito pensando nos fatores de risco da paciente, dor abdominal, nos outrossinais clínicos que ela apresentar e até mesmo realizar um US para diagnóstico diferencial com placenta prévia. Hemograma. Tipagem + fator Rh (se for Rh negativo fazer imunoglobulina). Creatinina. Coagulograma. CTG para avaliação do bem-estar fetal. US, Doppler. Perfil biofísico fetal. Conduta do parto FETO VIVO: utilizar a via mais rápida. o Se, feto vivo fora do período expulsivo CESÁREA! o Se houver dilatação do colo uterino, sempre realizar amniotomia para diminuir a área de sangramento para prevenir passagem de tromboplastina tecidual à circulação materna e evitar a evolução do quadro para uma CIVD. FETO MORTO: se a condição da mãe permitir e a evolução do parto for rápida, pode-se aguardar 4 a 6 hrs por uma resolução (expulsão) por via vaginal. o Se houver dilatação do colo uterino, sempre realizar amniotomia. o No óbito fetal há maior área ou maior tempo de descolamento; maior a chance de complicações como coagulopatia, lesão renal e choque. Se a paciente apresentar uma coagulopatia poderá ser necessário realizar uma incisão mediana. O mais comum é realizar a incisão transversal (de Pfannenstiel). PLACENTA PRÉVIA Consiste na implantação da placenta e o seu desenvolvimento no segmento inferior do útero, previamente ao feto, recobrindo o orifício interno do colo do útero (canal do parto) ou parte deste. Normalmente, ocorre sangramento vaginal vermelho vivo e indolor após 20 semanas de gestação. Incidência maior em função das cesáreas. Diagnóstico antes das 20 semanas pode ser modificado pela grande chance de migração placentária Nos casos em que existe essa suspeita antes de 20 semanas, não se observa a persistência de placenta de inserção baixa (borda inferior da placenta até 20 mm do orifício interno do colo) ou de placenta prévia (atinge o orifício interno do colo, podendo recobri-lo total ou parcialmente) no termo da gestação No laudo do US nessa situação não virá placenta prévia e sim placenta baixa. Paciente apresenta vários episódios de sangramento, diferentemente do DPP em que apresenta um quadro muito mais agudo. Fatores de risco Idade acima de 40 anos (11X). Multiparidade (5 partos 7X). Dano prévio do endométrio (cesáreos, abortos, curetas). Endometrite prévia. Tabagismo. Cocaína, crack. Placentas grandes (maior superfície de inserção na parede uterina como nos casos de isoimunização Rh materna e gestação gemelar). Classificação Completa/Oclusiva total/Centro total: placenta cobre completamente o orifício cervical interno. Parcial/Centro parcial: placenta cobre parcialmente o orifício cervical interno. Marginal: borda da placenta alcança a margem do orifício cervical interno. Lateral/Baixa: placenta está implantada no segmento inferior do útero, sem atingir o orifício cervical interno, mas está nas suas proximidades. Quadro clínico Sangramento vaginal indolor, sem causa aparente, reincidente (1º episódio na 28ª semana, sendo repetido), progressivo, com início e cessar súbito. Útero não está contraído, consistência elástica, e geralmente sem sofrimento fetal. Situação fetal transversal é 25 a 35X mais frequente e apresentação pélvica tem incidência 2 a 3X maior. Diagnóstico ULTRASSOM: para saber o local da implantação placentária. A acuidade diagnóstica é de 98%. Conduta expectante Gestações <36 semanas: o Estabilizar paciente. o Repouso. o Controlar vitalidade fetal. o Corticoide (24-34 semanas): induzir maturidade pulmonar com uso de betametasona 2 ampolas num dia e 2 ampolas depois de 24hrs ou dexametasona 6 mg de 12/12hrs. o Se sangramento for aumentado e risco materno fetal Conduta ativa. Gestações >36 semanas: o Interrupção da gravidez, geralmente por meio de cesariana, principalmente nas oclusivas totais. o Placentas laterais e/ou marginais, pode-se tentar o parto vaginal. VASA PRÉVIA Cordão umbilical completamente exposto (“fio desencapado”) com risco de compressão pelo próprio corpo do feto levando ao sofrimento fetal. Risco de rotura na amniotomia. Mortalidade de 33-100%. Diagnóstico no pré-natal por meio do US e doppler. Tratamento: cesárea eletiva as 37 semanas, sem chance de indicar TP. PLACENTA ACRETA Adesão da placenta em relação a parede uterina com risco de ruptura. Classificação da placenta acreta (aderência patológica): o Placenta increta: invade até o miométrio. o Placenta percreta: atinge a serosa, perfurando-a e atingindo órgãos vizinhos. Tratamento: Técnica de captonagem: pregueamento em 8, com pontos cruzados na região endometrial. OBS.: paciente pode apresentar uma placenta prévia com acretismo placentário. OBS.: Sinal de Bandl-Frommel: deformação” no abdomem da paciente que sinaliza a iminência de rotura uterina.
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