Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Arquivologia Prof.: Ana Paula Abruzzi Ministério Público da União Técnico Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 1 DOCUMENTAÇÃO Conceito Documentação é um conjunto de técnicas cujo objetivo primordial é a produção, sistematização, distribuição e utilização de documentos. Em seu conceito mais amplo, documentação envolve todas as técnicas de controle de informações, análise da produção bibliográfica, mecanização das informações, reprodução de documentos, controle e produção de traduções, trabalhos de referência em todas suas formas, publicação e divulgação de informações. A legislação arquivística nacional, através da Lei nº 8.159/1991, define gestão de documentos como o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes às atividades de produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos. Importância Devido ao desenvolvimento e crescimento de vários setores tanto nos órgãos públicos como nas empresas é necessário cada vez mais estabelecer serviços especializados com o objetivo de facilitar a obtenção e localização de informações e dados atualizados. Natureza A documentação pode ter natureza comercial, científica ou oficial, conforme sua organização, utilização e finalidade. A documentação apresenta natureza comercial quando é, principalmente, organizada e utilizada pelas empresas e destina-se a fins estritamente comerciais. A natureza científica da documentação está presente quando o objetivo principal é o de proporcionar informações científicas ou mesmo didáticas, sem visar diretamente o lucro. A documentação assume natureza oficial quando sua organização e utilização têm por finalidade auxiliar e assessorar a Administração Pública, atual e futura, pressupondo a coleta e classificação de documentos oficiais, como, por exemplo: Leis, Leis complementares, Decretos, Tratados, Convênios, Convenções, Portarias, Resoluções e demais atos normativos próprios da Administração, Federal, Estadual ou Municipal. Finalidade A documentação tem por finalidade reunir e organizar todos os conhecimentos que o homem adquiriu através dos tempos e com isso permitir sua divulgação e utilização, proporcionando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Procura, também, facilitar o acesso e a obtenção de dados atualizados de modo que ofereça melhor rendimentos dos estudos e trabalhos. Numa abordagem restrita, a finalidade da documentação, na maioria dos casos, depende da forma como foi organizada e de Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 2 como é utilizada. Assim, quando elaborada e usada nas empresas, tem finalidade comercial. A documentação oficial, por sua vez, tem por objetivo auxiliar e assessorar a Administração Pública em todos os níveis: federal, estadual e municipal. Na documentação de natureza científica ou didática, a finalidade é a obtenção de dados para a realização de pesquisa técnica-científica ou pedagógica. Sem dúvida, porém a principal finalidade é a de auxiliar e influir, direta ou indiretamente, na tomada de decisão pelo administrador de empresa, ou pela autoridade pública, ou pelo pesquisador. Características No passado, a documentação era tipicamente estática, já que significava uma coletânea de dados históricos, de papéis e documentos à disposição de poucos, ou funcionava apenas como simples arquivo. Nos dias atuais, porém, a documentação assume uma característica predominantemente dinâmica, que a impulsiona a alcançar com amis rapidez e eficácia sua principal finalidade, pois, atendendo de imediato às inúmeras exigências da pesquisa, levantamento de dados e informações, direta ou indiretamente, auxilia e influi na tomada de decisões. Fases do processo de documentação A documentação é basicamente dinâmica. Nos dias de hoje, perdeu seu caráter estático de simples arquivo e adquiriu um sentido muito mais amplo de apoio ao estudo, à pesquisa, ao planejamento e à tomada de decisão. O processo de documentação desenvolve-se em três fases principais: recolhimento, leitura e classificação. Recolhimento: para constituir um serviço de documentação, exige-se senso de julgamento na escolha de documentos, cultura geral e, além de discernimento para recolher o que é útil, imparcialidade na seleção de documentos. Leitura: a leitura é fundamental, pois somente com base nela poderá tomar qualquer decisão quanto à utilidade e aplicação do documento. Classificação: a classificação deve seguir uma orientação teórica e, ao mesmo tempo, antecipar sua utilidade prática. Classificação Com o surpreendente aumento do número de bibliotecas e arquivos através dos anos e em todas as partes do mundo, ficou provado ser mais conveniente a utilização de sistemas padronizados e aceitos internacionalmente do que criar e construir um sistema próprio de classificação. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 3 A classificação mais famosa e difundida é a de Melvil Dewey, que publicou sua “Classificação Decimal” em 1876. O Plano de Dewey divide os ramos do conhecimento em 10 grupos, que são, por sua vez, subdivididos inúmeras vezes, a fim de que possam proporcionar grupos específicos de assuntos. Cada subdivisão recebe um número decimal, daí o nome de Sistema. Esse número é usado nas lombadas dos livros e nas fichas catalográficas para facilitar a localização. Organizar documentos na empresa é uma atividade de grande importância, principalmente quando for simples, dinâmica e eficiente. A classificação representa um agrupamento de documentos distribuídos em classes, que designam grupos de coisas, de assuntos, de ideias ou de pessoas ou de pessoas. Os procedimentos utilizados para a catalogação baseiam-se na semelhança do conteúdo das palavras dos documentos. De modo geral, determina-se que certos documentos pertencem à mesma classe se forem semelhantes entre si, dependendo das palavras que têm em comum. Pode-se, portanto, dizer que a classificação procura dar ordem aos documentos que se encontram desordenados. Levando em consideração que a organização de documentos mais comumente se baseia em nome, assunto, origem, destino, ordem cronológica e local, os principais sistemas de classificação são: Alfabético; Numérico; Alfanumérico; Assunto em ordem alfabética; Assunto em ordem de codificação; Cronológico; Origem ou destino em ordem alfabética; Origem ou destino em ordem de codificação; Geográfico; Natureza do documento. Alfabético: é o sistema mis simples e mais utilizado. Os documentos podem ser ordenados por nome, assunto, origem, destino ou por local. Numérico: esse método classifica os documentos pela ordem de entrada, sem considera sua ordem alfabética. Ignora qualquer outro tipo de planejamento. O sistema, para funcionar a contento, exigia antigamente organização de dois índices, preferencialmente em fichas. Num deles, as fichas eram dispostas em ordem alfabética, e no outro de acordo com a ordem numérica que o documento recebia ao dar-se entrada dele no fichário. Modernamente, tudo isso pode ser arquivado eletronicamente em disquetes. Esse sistema é também chamado de cronológico, pois a classificação vai-se desenvolvendo numericamente, conforme a entrada de novos documentos. A única exceção ocorre Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 4 quando se aproveita algum número baixo que ficou vago devido ao cancelamento do documento antigo, ou invasivo, ou em desuso. O sistema é realmenteeconômico, não pressupões qualquer planejamento, porém sua utilização é morosa, já que exige a consulta prévia a um ou aos dois índices. Alfanumérico: esse sistema procura aproveitar as vantagens dos sistemas alfabético e numérico. Assunto em ordem alfabética: esse sistema é uma derivação do sistema alfabético e já foi analisado. Assunto em ordem de codificação: esse sistema pressupõe a organização de um índice. Assim, por exemplo: 1. Pedidos – A 2. Contratos – B 3. Correspondência – C 4. Catálogos – D 5. Reclamações – E Naturalmente, a organização do índice, dos assuntos e dos catálogos correspondentes não obedece a nenhum outro critério que não seja o de facilitar o trabalho. A principal vantagem do sistema é que ele dificulta o acesso aos documentos, pois há necessidade de consultar previamente o índice. Uma carta em que se faz um pedido de mercadorias será classificada em A e poderá receber um número que significa uma ordem de chegada. Cronológico: o sistema é também conhecido como numérico. Origem ou destino em ordem alfabética: esse sistema deriva do sistema alfabético, e já foi analisado. Origem ou destino em ordem de codificação: sistema semelhante ao assunto em ordem de codificação. Geográfico: os documentos são classificados conforme divisão geográfica previamente estabelecida. Assim, o critério será determinado pela própria empresa, não havendo uma regra uniforme para todos os casos. É claro que uma empresa dedicada principalmente à exportação de seus produtos precisará de uma classificação que inclua os países importadores. Outra que esteja voltada para o mercado interno, com relações e negócios em todos os Estados da federação, deverá possuir classificação por estados, por cidades, talvez por regiões. Outra empresa, menor e com negócios apenas em um outro Estado, sem dúvida terá classificação por Estados, Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 5 cidades, mas dificilmente por região. No caso de uma empresa com grande atividade numa cidade, é provável que ela tenha classificação por distrito, por zona, por bairro. Natureza do documento: esse sistema é bastante parecido com o de assunto em ordem de codificação. Por natureza do documento entende-se distinguir documentos, como, por exemplo, um contrato, um traslado, uma certidão, um ofício, um requerimento, um relatório, uma vistoria, um certificado, até mesmo uma carta. Todos os sistemas são bons e proporcionam vantagens e desvantagens. A escolha de qualquer deles depende fundamentalmente do tipo de atividade, do porto e dos objetivos da empresa, assim como da frequência, da utilização e do sigilo dos documentos. ARQUIVO O documento, por si só, não pode ser encarado como um entrave ao correto desempenho da administração pública, por isso sua guarda e eliminação devem seguir critérios para evitar o aniquilamento de nossa memória nacional, por isso a importância do arquivo nas instituições. Importância A importância dos arquivos é tão evidente que a própria Constituição Federal, em seus arts. 215 e 216, determina: Artigos n° 215 e 216 da Constituição Federal CAPÍTULO III Da Educação, da Cultura e do Desporto SEÇÃO II Da Cultura Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. § 1.º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. § 2.º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 6 Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico- culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. § 1.º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2.º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. § 3.º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. § 4.º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. § 5.º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. No Brasil, o Arquivo Nacional, previsto na Constituição de 1824, foi criado em 1836. No passado, a preservação do patrimônio documental era encarada principalmente por seu valor histórico, Após a segunda Guerra Mundial, começaram a aparecer as primeiras preocupações comum a nova concepção arquivística, em que o documento perdia seu exclusivo enfoque histórico. Surgiam outros aspectos relevantes, como a racionalização da informação, a eficiência administrativa e a finalidade prática na toma da de decisões. Organização O arquivo precisa ser organizado de forma que proporcione de: - Segurança - Precisão - Simplicidade - Flexibilidade - Acesso Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 7 O arquivo não se reduz apenas a guardar documentos; significa também uma fonte inesgotável de informações, que pretende atender a todos e a todas as questões. Conceitos fundamentais de arquivologia Vamos começar diferenciando os acervos de ARQUIVO, Biblioteca e Museu: ARQUIVO Biblioteca Museu Origem/função Documentos produzidos e conservados com objetivos funcionais Documentos produzidos e conservados com objetivos culturais e/ou de pesquisa Documentos produzidos e conservados com objetivos culturais. Aquisição ou custódia Os documentos não são objeto de coleção; provêm tão só das atividades públicas ou privadas. Ou os documentos são produzidos num único exemplar ou em limitado número de cópias. Há uma significação orgânica entre os documentos. Os documentos são colecionados de fontes diversas, adquiridos por compra, doação ou permuta. Os documentos são colecionados de fontes diversas, adquiridos por compra, doação. Método de avaliação Preserva-se a documentação referente a uma atividade, como um conjunto, e não como unidades isoladas. Os julgamentos são finais e irrevogáveis. A documentação não raro existe em via única. Aplica-se a unidades isoladas. O julgamento não tem caráter irrevogável. O julgamento envolver questões de conveniência, e não de preservação. Finalidade de conservar, estudar e colocar à disposição do público. Método de classificação Estabelece classificação específica para cada instituição, ditada pelas suas particularidades. Exige conhecimento da relação entre as unidades, a organização e o funcionamento dos órgãos. Utiliza métodos predeterminados. Exige conhecimento do sistema, do conteúdo e da significação dos documentos a classificar.Métodos descritivo Aplica-se a conjuntos de documentos. As séries (órgãos e suas subdivisões, atividades funcionais ou grupos documentais da mesma espécie) são considerados unidades para fins de descrição. Aplica-se a unidades discriminadas. Os documentos (anuários, periódicos, etc.) são unidades isoladas para catalogação. Aplica-se a conjuntos e unidades de peças e objetos de valor cultural (escultura exclusiva, coleção de quadros) Tabela adaptada: REIS, J.T.L. Arquivologia facilitada, Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 8 Concluindo: os acervos das bibliotecas e museus são essencialmente culturais, o arquivo até poderá ter caráter cultural, mas isso ocorrerá após transcorrer um tempo, pois alguns documentos do arquivo poderão ser considerados posteriormente como parte da memória da organização. Conceito de ARQUIVO Arquivos são conjuntos organizados de documentos, produzidos ou recebidos e preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo pessoas físicas, na constância e em decorrência de seus negócios, de suas atividades específicas e no cumprimento de seus objetivos, qualquer que seja a informação. A Lei nº 8.159/91 dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e é uma fonte primária para os estudos de arquivologia para concurso público. De acordo com artigo 2º da Lei 8.159/91: Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Os documentos de arquivos são gerados, recebidos e acumulados, devido as funções naturais de uma entidade coletiva ou corporativa, pessoa ou família, podendo estar registrados em diversos suportes informacionais. CONCEITOS ARQUIVO: conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do suporte. ARQUIVO CENTRAL: arquivo responsável pela normalização dos procedimentos técnicos aplicados aos arquivos de uma administração, podendo ou não assumir a centralização do armazenamento. Também chamado arquivo geral. Em alguns países, a expressão designa o arquivo nacional. Dicionário de terminologia Arquivística, 2005 Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 9 PRINCÍPIOS DE ARQUIVOLOGIA Os princípios teóricos-metodológicos da terias arquivística podem ser definidos em cinco: 1 – Proveniência: os arquivos devem ser organizados por fundos de documentos, de modo a respeitar a origem dos documentos, e não podem ser misturados a outros fundos. 2 – Organicidade: reflete a estrutura, as funções e as atividades da entidade produtora, em suas relações internas e externas. 3 – Indivisibilidade: determina que os fundos arquivísticos devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição ou acréscimos indevidos ou não autorizados. 4 – Unicidade: conservam o caráter único em função do contexto em que foram produzidos. 5 – Cumulatividade: os arquivos constituem uma formação progressiva e natural decorrente das funções e atividades de um organismo. FUNDO FECHADO FUNDO ABERTO Quando o órgão gerador da documentação não mais produz ou acumula documentos em virtude geralmente da cessação de suas atividades. Por exemplo: uma instituição governamental que deixou de funcionar e foi extinta. Quando o organismo produtor e acumulador da documentação ainda se encontra em atividade, continuando a gerar documentos arquivísticos. FONTE: REIS, Leonardo; SANTOS, Joao Tiago. Arquivologia facilitada: teoria e questões comentadas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Arquivos públicos: são conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por órgãos governamentais, em nível federal, estadual ou municipal, em decorrência de suas atividades administrativas, judiciárias ou legislativas. Arquivos privados: são conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por instituições não públicas, ou por pessoas físicas, devido a suas atividades específicas. Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade, seu porte e seus objetivos. Documentos de natureza diversa, colecionados com outros objetivos, não devem misturar-se com o arquivo principal, já que o tratamento que a eles se deve dar é diferente. FUNDO: conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a arquivo. Dicionário de terminologia Arquivística, 2005 Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 10 Ciclo vital arquivístico ou Teoria das Três Idades O gerenciamento dos documentos seguem três etapas e o objetivo aqui é classificar os estágios ou fases pelas quais passam os documentos dentro da instituição: corrente, intermediária e permanente. Correntes Temporários Permanente Conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e pesquisas frequentes. Conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes e que ainda podem ser consultados pelos órgãos que o produziram. São conjuntos de documentos de valor histórico, científico ou cultural que devem ser apreensivos ser preservados indefinidamente. E poderão vir a ser consultados por terceiros. GESTÃO DE DOCUMENTOS (administração de documentos) A lei 8.159/91 define gestão de documentos como o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes às atividades de produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária, visando sua eliminação ou recolhimento. Objetivos da gestão de documentos: - Assegurar, de modo eficiente, a produção, a administração e a destinação de documentos; - Garantir que a informação arquivística esteja disponível em tempo hábil, isto é, quando e onde for solicitada. - Assegurar o uso adequado da reprografia, processamento automatizado de dados e outras técnicas avançadas, econômicas e eficientes de gestão da informação. - Assegurar a eliminação do documentos que não apresentem valor primário – administrativo, fiscal, técnico, legal – ou valor secundário, ou seja, importância histórica para a pesquisa científica. - Contribuir para o acesso e a preservação dos documentos que merecem guarda permanente por seus valores históricos e científicos. Gestão de documentos correntes Conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e pesquisas frequentes. Estes arquivos estão localizados no local em que foram produzidos os documentos. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 11 Gestão de documentos intermediários Conjunto de documentos que não são consultados com tanta frequência por quem os produziu. Os arquivos intermediários geralmente são centralizados. Os documentos são mantidos por razões legais e de acordo com os prazos prescricionais e precaucionais previstos na Tabela de temporalidade e de destinação de documentos. Os documentos no arquivo intermediário só podem ser consultados pelo órgão que o gerou e por terceiros desde que tenham autorização do órgão. Fases da gestão de documentos Conforme Paes (2005), as fases básicas da gestão de documentos são: 1. Produção de Documentos: refere-se à elaboraçãodos documentos em decorrência das atividades de um órgão. São projetados também modelos de formulários e demais documentos que devem ser utilizados pela instituição, de acordo com as necessidades dos órgãos. Evita-se, portanto, a proliferação de documentos inúteis ou de duplicatas, de modo a otimizar e disciplinar também os serviços de reprografia e automação arquivística. 2. Utilizacão de Documentos: esta fase inclui as atividades de protocolo (recebimento, classificação, registro, distribuição, tramitação), de organização e arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária, bem como a elaboração de normas de acesso à documentação (empréstimo, consulta) e à recuperação de informações, indispensáveis ao desenvolvimento das funções administrativas das instituições. 3. Avaliacão e destinacão de documentos: geralmente considerada a mais complexa das três fases da gestão de documentos, desenvolve-se mediante a análise e avaliação dos documentos acumulados nos arquivos, com vistas a estabelecer seus prazos de guarda, determinando quais serão objeto de arquivamento permanente e os que deverão ser eliminados por terem perdido seu valor de prova e de informação para a instituição. Diagnóstico arquivístico É a análise detalhada dos vários aspectos relacionados a estrutura e ao funcionamento do arquivo na empresa. O processo de diagnóstico analisa: - existência de normas e manuais de arquivo; - localização e instalações físicas; - volume documental e espaço físico ocupado; - condições ambientais e de armazenamento dos documentos; - recursos humanos; - gênero e natureza dos arquivos - classificação/arranjo dos documentos, identificados os métodos de arquivamento adotado; - procedimentos e formas de acesso à informação; - controle de consultas, empréstimos e processos de reprografia e automação utilizados; - estado de preservação e conservação dos documentos. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 12 Avaliação documental A avaliação de documentos consiste, fundamentalmente, em identificar seus valores e definir seus prazos de guarda. O processo de avaliação é vinculado a legislação e em alguns casos também segue definições das empresas. ESTRUTURA DE UMA TABELA DE TEMPORARIEDADE FONTE: REIS, Leonardo; SANTOS, Joao Tiago. Arquivologia facilitada: teoria e questões comentadas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. PROTOCOLOS Podemos dizer que o protocolo executa as seguintes ações: - recebimento de correspondência (malotes, etc) - separação da correspondência oficial da particular - colocação de carimbo ou etiqueta de protocolo, com dados como data, hora do recebimento e outras informações pertinentes. - elaboração de resumo do assunto. - encaminhamento ao indivíduo ou órgão destinatário. - controlam os documentos que ainda tramitam no órgão. - expedição de correspondências. TABELA DE TEMPORARIEDADE: instrumento de destinação, aprovado por autoridade competente, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, o recolhimento, o descarte ou a eliminação de documentos. Fonte: Dicionário de terminologia Arquivística, 2005 Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 13 As atividades e suas respectivas características no setor de protocolo: 1. Recebimento Nesta etapa, o setor de protocolo recebe documentos provenientes de várias origens. Por exemplo, recebe correspondências advindas do correio, de malotes, assim como outros documentos encaminhados por terceiros à instituição. É, nesse sentido, a porta de entrada de qualquer documento enviado por terceiros à instituição. 2. Registro e Autuação É o procedimento no qual o protocolo cadastra o documento em um sistema de controle (informatizado ou manual), atribuindo ao mesmo um número codificado de acompanhamento. A autuação, utilizada geralmente para processos, é também conhecida como protocolização. O protocolo também é responsável pela autuação de documentos advindos dos próprios setores da organização, dando início a processos administrativos internos. 3. Classificação Etapa em que o protocolo efetua a análise do documento a fim de identificar o assunto do mesmo, classificando-os de acordo com o plano de classificação da instituição. É importante enfatizar que, nesta etapa, os envelopes das correspondências devem ser abertos pelo setor de protocolo, para que seja efetuada a classificação efetiva dos mesmos, desde que não sejam sigilosos ou particulares. Esses documentos de caráter confidencial só devem ser abertos por seus destinatários. 4. Expedição/Distribuição É a atividade que consiste em enviar o documento ao seu destinatário. Chama-se de distribuição quando é interna, e expedição quando direcionada a outra instituição. 5. Controle da Tramitação/Movimentação O protocolo deverá fazer o controle da tramitação dos documentos, mediante sistema manual ou informatizado, no sentido de identificar os departamentos pelos quais passam os documentos. Tal controle sobre a movimentação dos documentos é importante para se saber em que local se encontra determinado documento em um dado momento, bem como para se consultar os últimos andamentos realizados na sua tramitação. Documentos Sigilosos e Ostensivos Quanto à natureza do assunto, os documentos podem ser ostensivos ou sigilosos. OSTENSIVOS ou ordinário: documentos cuja divulgação não prejudica a administração. SIGILOSOS: devem ser de conhecimento restrito e precisam de guarda especial. Os sigilosos se classificam em quatro tipos: ultrassecretos, secretos, confidenciais e reservados. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 14 No Brasil, a atribuição dos graus de sigilo e controle de documentos sigilosos são regulamentados pelo Decreto Federal nº. 4.553/2002. FONTE: REIS, Leonardo; SANTOS, Joao Tiago. Arquivologia facilitada: teoria e questões comentadas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Procedimentos Administrativos No assunto relacionado aos protocolos, merecem atenção também os termos utilizados com relação a procedimentos administrativos executados nas operações de tratamento e tramitação de processos: Veja as definições dos termos na Portaria nº05 de 19 de dezembro de 2002, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em anexo. TIPOLOGIA DOCUMENTAL A classificação se dá por seis categorias, quanto: 1 à Entidade Arquivística; 2 ao Gênero dos Arquivos; 3 à Espécie dos Arquivos; 4 à Natureza dos Arquivos; 5 ao Suporte da Informação; 6 aos Valores dos Arquivos. 1 – Classificação quanto à Entidade Arquivística Os arquivos podem ser classificados segundo a instituição em que estejam inseridos. O conceito de entidade neste caso é tratado como sinônimo de empresa, instituição ou organização administrativa. Entidade arquivística pode ser pessoa jurídica ou pessoa física que produz e acumula, de forma natural, documentos as longo de suas atividades. Por isso, os documentos arquivísticos podem ser públicos ou privados. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 15 Arquivos públicos: são criados e mantidos por entidade de caráter público, seja na esfera federal, estadual ou municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. Exemplo: Arquivo do Supremo Tribunal Federal, Arquivo da Prefeitura Municipal do RJ. Arquivos privados: são aqueles criadose mantidos por instituições de caráter particular. Exemplo: arquivo do banco Itau. IMPORTANTE: o conceito de entidade arquivística está atrelado à natureza jurídica da entidade que gera os documentos: instituição de direito público ou de direito privado. 2 – Genêro dos Arquivos Os documentos podem ser classificados quanto ao gênero, segundo o modo em que a informação foi registrada no mesmo. Classificação quanto ao gênero: Documentos textuais: documentos cuja informação esteja em modo escrito ou textual. Os documentos textuais se apresentam, basicamente, manuscritos, datilografados e impressos. Exemplo: contratos, atas, relatórios, certidões, Documentos iconográficos: são os que têm suas informações em forma de imagem estática (que não estejam em movimento) Exemplo: fotografia, negativos, diapositivos, slides, desenhos e gravuras. Exemplo de arquivo iconográfico: arquivo fotográfico de uma revista. Documentos sonoros: aqueles cuja informação esteja em formato de som. Exemplo: fitas k7, discos de vinil, CDs musicais. Documentos filmográficos: todos que possuem suas informações representadas por um filme. Exemplo: filmes antigos sem tecnologia sonora. Documentos audiovisuais: são os que têm suas informações em forma de som e imagem em movimento. A junção de documentos sonoros com de documentos filmográficos resulta nos documentos Audiovisuais. Exemplo: programas de Tv. Documentos informáticos: são os que necessitam do computador para que sejam lidos. Essa leitura se dá através de um software, que tem a capacidade de decifrar as informações em linguagem de máquina (bits e bytes) contidas num hardware e traduzi-las para a linguagem humana. Esse hardware (ou suporte) que comporta as informações pode ser um HD (disco rígido), um CD- ROM, um CD-R, um CD- RW etc. Eles são também denominados documentos digitais, uma vez que são constituídos por dígitos binários (Zeros e Uns - 0 e 1). Ex.: um arquivo do processador de texto MSWord, da planilha MSExcel, um arquivo de áudio do formato MP3, etc. Também conhecido como documentos eletrônicos. Documentos cartográficos: aqueles que representam, de forma reduzida, uma área maior. Apresentam-se em formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia. Exemplo: mapas, plantas. Documentos Micrográficos: arquivos em suporte fílmico resultante da microrreprodução de documentos. Eles se apresentam como microformas, tais como os Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 16 microfilmes e as microfichas. A microfilmagem, por exemplo, é a técnica de reprodução de documentos aplicada para a geração desse tipo documental. 3 – Espécie dos Arquivos Atos normativos: expedidos por autoridades administrativas, com a finalidade de dispor e deliberar sobre matérias específicas. Exemplo: medidas provisórias, decretos, estatutos, regimentos, regulamentos, resoluções, portarias, instruções normativas, acórdãos. Atos enunciativos: são aqueles de caráter opinativo, que esclarecem os assuntos, visando a fundamentar uma solução. Exemplo: pareceres, relatórios. Atos assentamentos: são os configurados por registros, consubstanciando assentamento sobre fatos ou ocorrências. Exemplo: apostila, atas, termos. Atos comprobatórios: são documentos que comprovam assentamentos, decisões etc. Como o próprio nome sugere, são direcionados a certificar ou atestar determinadas situações. Exemplo: traslados, certidões, atestados, cópias autênticas. Atos de ajuste: são representados por acordos em que a Administração Pública Federal, Estadual ou Municipal é parte. Exemplo: tratados, convênios, contratos, termos aditivos. Atos de correspondência: objetivam a execução dos atos normativos em sentido amplo. Exemplo: avisos, cartas ofícios, memorando, edital, intimação, notificação, telegrama, alvará, circular. 4 – Natureza dos Arquivos Quanto à natureza, os documentos arquivísticos são classificados em especiais eu especializados. Arquivos especiais: aquele que tem sob sua guarda documentos de formas físicas diversas – fotografias, discos, fitas, microformas, slides, disquetes, Cds, etc. – e que , por essa razão, merecem tratamento especial não apenas no que se refere ao seu armazenamento, como também ao registro, acondicionamento, controle e conservação. Arquivo especializado: aquele que tem sob sua custódia os documentos resultantes da experiência humana num campo específico, independentemente da forma física que apresentem, como, por exemplo, os arquivos médicos ou hospitalares, os arquivos de imprensa, os arquivos de engenharia, arquivos jurídicos. ATENÇÃO não confunda natureza do assunto com a natureza dos documentos de arquivos. Natureza do assunto: ostensivos e sigilosos. E sigilosos em ultrassecretos, secretos, confidenciais e reservados. Natureza dos documentos de arquivos: especial ou especializado Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 17 5 - Suportes de Informação É a base em que a informação é registrada, ou seja, suporte é qualquer meio utilizado para gravar ou registrar a informação. Exemplo: papel, HD, CDs, pendrives, etc. Importante ressaltar que o suporte sozinho não é documento, é preciso que nele contenha uma informação significativa para que adquira tal status. Suporte de informação + dados e informações = DOCUMENTO 6 – Valores dos Arquivos A utilidade que um documento pode ter para uma instituição pode ser administrativa ou histórica. Valor primário ou administrativo: qualidade inerente às razões de criação de todo documento, em decorrência das atividades de uma instituição. O mesmo que valor imediato do documento, também conhecido por valor funcional. São documentos de valor imediato e de guarda temporária aqueles que podem ser eliminados, sem prejuízo para a coletividade ou memória de uma instituição. Valor secundário ou histórico: qualidade informativa que um documento pode possuir depois de esgotada sua utilização primária ( vigência administrativa). O mesmo que valor mediato do documento. São documentos de valor mediato e de guarda permanente aqueles que devem ser preservados por força das informações neles contidas, como fonte de pesquisa para a história e memória de uma instituição. FONTE: REIS, Leonardo; SANTOS, Joao Tiago. Arquivologia facilitada: teoria e questões comentadas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 18 MICROFILMAGEM Introdução à Microfilmagem A necessidade de alteração de suporte em algumas instituições também é conhecida como atualização de arquivo, isto é, a informação de documentos originais é migrada para outros tipos de suporte, como o microfilme, por exemplo. Definição Microfilmagem é uma técnica que permite criar uma cópia do documento em gênero micrográfico (microfilme ou microficha). A microfilmagem surgiu para ajudar na redução e racionalização da produção de documentos, bem como sua conservação e arquivamento. O microfilme é um processo de reprodução fotográfica reduzida, chegando a quase 95% do documento original A microfilmagem pode ser usada se necessário: - devolver às pessoas os originais; - conservar os documentos por mais de cinco anos; - conservar os documentos por tempo indeterminado ou permanente; - proteger os documentos dos riscos de incêndio, inundação ou furto. Aspecto legal da microfilmagem A legislação brasileira determina a guarda de originais por tempo determinado ou indefinidamente.A reprodução de um microfilme no formato do documento exige, para sua validade, que seja autenticado em cartório e à vista do documento original. Portanto, a microfilmagem não deve ser entendida apenas como substituidora de documentos originais. IMPORTANTE: antes de qualquer alteração de suporte de arquivo, devem ser considerados fatores relacionados a questões legais e também do estudo de viabilidade econômica desta mudança. Processos de reprodução por microfilmagem: 1 ª Estratégia - Microfilmagem de Substituição - É aplicada quando o objetivo é microfilmar documentos tendo-se em vista a eliminação futura dos mesmos, com a finalidade de redução de espaço. Como o próprio termo diz, substituem-se os arquivos de outro suporte (por exemplo, papel) pelo microfilme. É aplicada no âmbito dos arquivos correntes e intermediários. Essa estratégia é perfeitamente possível porque a legislação brasileira autoriza a microfilmagem e reconhece que o microfilme possui a mesma força probante dos originais inclusive em juízo. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 19 2ª Estratégia - Microfilmagem de Preservação - É aplicada quando o objetivo é microfilmar documentos tendo-se em vista a conservação dos originais, com a finalidade de preservá-los dos desgastes relacionados a consultas, por exemplo. É aplicada principalmente na esfera dos arquivos permanentes, pois é nesta idade que são arquivados os documentos históricos. Os originais dos documentos considerados de valor permanente jamais poderão ser eliminados, por força da legislação em vigor. Portanto, mesmo já microfilmados, tais documentos deverão permanecer arquivados também em sua forma original. Chama-se de microfilme de segurança, aquele que serve de cópia de segurança, devendo ser armazenado em local distinto daquele dos originais, de preferência em câmara de segurança. Na microfilmagem, principalmente na estratégia de preservação, utilizam-se rolos de filmes constituídos por sais de prata, uma espécie de material químico destinado a prolongar o tempo de vida útil dos microfilmes. Esse tipo de filme, de acordo com pesquisas científicas, possui uma expectativa de vida útil de até 500 (quinhentos) anos, se for conservado em condições adequadas de armazenamento (20°C e 40% UR - umidade relativa). O microfilme, após produzido, só poderá ser lido por máquina específica que também permitem a geração de uma cópia em papel do documento microfilmado. São várias as vantagens obtidas na microfilmagem de documentos: 1) Validade legal: a microfilmagem é um processo de reprografia autorizado pela Lei Federal nQ 5.433/1968 e pelo Decreto Federal nQ 1.799/1996. Isto confere ao microfilme o mesmo valor legal do documento original, inclusive em juízo. 2) Redução de espaço: no modal de substituição, a microfilmagem é capaz de anular a necessidade de serem mantidos os arquivos em suportes convencionais, como o papel. Uma vez microfilmados, os documentos poderão ser eliminados, desde que não sejam arquivos históricos. 3) Segurança: por determinação legal, para cada microfilme produzido deverá ser extraído um filme cópia, que deverá ser armazenado em local distinto do filme original. Isto contribui para a segurança da informação microfilmada. 4) Preservação longa: respeitando-se as normas técnicas da microfilmagem e observando-se medidas adequadas de acondicionamento, conservação e manuseio, os microfilmes podem perdurar por longos tempos. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 20 A desvantagem que se vê no primeiro momento é o alto custo exigido por toda a cadeia do processo (desde a aquisição de máquinas de microfilmagem até a manutenção das máquinas leitoras). Porém, a relação custo/ benefício pode ser bastante interessante e favorável para a instituição de acordo com a análise das vantagens que passará a ter. AUTOMAÇÃO/GED Introdução à Automação Arquivística A partir do advento da informática, as técnicas de tratamento dos arquivos vêm contando cada vez mais com soluções automatizadas de gestão documental. Dessa forma, deve-se entender que o computador é eficaz ao extremo para a gestão exata e rápida de grandes massas de informação, assim como para implantar novos sistemas de organização e gestão da informação, bases de dados e de conhecimentos. Nesse sentido, no campo da gestão informatizada ou automatizada, surge o conceito de GED Gerenciamento Eletrônico de Documentos. O GED, que por muitos é chamado também de Gestão Eletrônica de Documentos, é um conjunto de tecnologias que permite o gerenciamento de forma eletrônica ou digital de documentos. Tais documentos podem ser das mais variadas origens e mídias, como papel, microfilme, som, imagem e mesmo arquivos já criados na forma digital. O GED é formado por uma gama de tecnologias, das quais, por ora, podem ser destacadas: 1) Document Management (DM) 2) Document Imaging (DI) 3) Records and Information Management (RIM) O GED, dessa forma, é um conjunto de procedimentos informatizados com a finalidade de otimizar e racionalizar a gestão documental. Vantagens para a instituição, através da implantação do GED: Redução de custos com cópias. Maior rapidez na localização de documentos. Múltiplo acesso para a mesma informação. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 21 Aproveitamento de espaço físico. Aumento da produtividade. Mais agilidade nas transações entre organizações. Tecnologias de Automação Arquivística 1) DM - Document Management Gerenciamento de documentos digitais. Todos os documentos criados eletronicamente precisam ser gerenciados. O DM controla o acesso aos documentos, ensejando maior segurança e atribuindo localizadores lógicos, como a indexação. O foco é o controle das versões dos documentos, as datas das alterações feitas pelos respectivos usuários e o histórico da vida do documento da empresa. A tecnologia automatizada DM, implementada pela GED, é uma grande contribuição à arquivística, inclusive com relação à automação do setor de protocolo. 2) DI - Document Imaging Gerenciamento da imagem dos documentos, isto é, documentos digitalizados. O grande número de documentos em papel ou microfilme se utiliza da tecnologia de imagem para agilizar os processos de consulta, processamento e distribuição de documentos. O DI usa programas de gerenciamento para arquivar e recuperar documentos. Emprega equipamentos específicos para a captação, armazenamento, visualização, distribuição e impressão das imagens dos documentos. É importante também diferenciar digitalização de digitação. A tecnologia de DI consiste na imagem do documento captada através de scanners, como já observado anteriormente. Esses equipamentos simplesmente convertem os documentos em papel ou microfilme, por exemplo, para uma mídia digital. A imagem gerada é um mapa de bits (dígitos binários), não existindo uma codificação por caracteres, diferentemente da digitação, em que há codificação de cada letra do texto por um teclado. A digitalização, processo constante do conceito de DI, pode ser definida como a reprodução, por varredura eletrônica, de documentos já existentes em outros suportes, permitindo a visualização do documento em um terminal ou sua impressão em papel. Esta técnica permite à instituição novas possibilidades de acesso à informação, pois os documentos poderão ser disponibilizados na Intranet Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 22ou até mesmo na Internet, podendo ser acessados simultaneamente por diversos usuários, sem a necessidade de se buscar o documento original no local em que está arquivado. A digitalização, assim, foca primordialmente a questão do acesso mais ágil aos arquivos. Os documentos a serem digitalizados devem ser objeto de um tratamento técnico preliminar, caso contrário seria digitalizada uma documentação em estado caótico, fato que decisivamente implicaria o aumento de despesa e problemas futuros para a instituição. Por fim, as imagens digitais dos documentos digitalizados são indexadas, através de descritores e metadados, e arquivadas eletronicamente no sistema de GED, tornando- se acessíveis para os usuários . O GED não permite que a instituição elimine completamente seus arquivos em suporte papel. Mesmo digitalizados, os originais em suporte papel devem ser arquivados para fins de prova em juízo, pois a digitalização não é totalmente aceita pela legislação brasileira vigente. Além disso, os documentos considerados de valor histórico, mesmo digitalizados, não podem ser objeto de eliminação, de forma semelhante ao que acontece no âmbito da microfilmagem. 3) RIM - Records and Information Management É o gerenciamento do ciclo de vida do documento, de forma automatizada por meio de softwares específicos, independentemente da mídia em que ele se encontra. O gerenciamento informatizado da criação, armazenamento, processamento, manutenção, disponibilização e até descarte dos documentos são controlados pela categorização de documentos e tabelas de temporalidade. 4) Workflow É a gestão dos fluxos de trabalho. É a tecnologia que permite gerenciar de forma proativa qualquer processo de negócio das empresas. Garante o acompanhamento constante de todas as atividades e um aumento de produtividade com objetividade e METADADOS: Dados estruturados e codificados que descrevem e permitem acessar, gerenciar, compreender e/ou preservar outros dados ao longo do tempo. Fonte: Dicionário de Terminologia Arquivística - 2005. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 23 segurança. O worhflow também atua como um integrador de vários sistemas e tecnologias específicas. Preservação, Conservação e Restauração De acordo com Cassares (2000), a preservação é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais. O conceito de preservação envolve as atividades de conservação, armazenamento e restauração dos documentos. Preservação abrange todas as medidas necessárias para a salvaguarda da integridade dos documentos arquivísticos pelo tempo que for necessário. No caso de documentação permanente, isto é, de guarda definitiva, a preservação assume papel de primordial importância dentre os procedimentos arquivísticos, já que as informações deverão ser preservadas por meio das várias épocas. A conservação é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos. A conservação busca, assim, estender a vida útil do documento, procurando mantê-lo o mais próximo possível do estado físico em que foi criado. A restauração é um conjunto de medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. Agentes Danosos aos Documentos Os agentes exteriores que danificam os documentos podem ser classificados, em três grupos: 1) Agentes Físicos (luminosidade, temperatura e umidade); 2) Agentes Químicos (poluição atmosférica, tintas, gordura e objetos metálicos); 3) Agentes Biológicos (insetos, micro-organismos, roedores e humanos). RESTAURAÇÃO Conjunto de procedimentos específicos para recuperação e reforço de documentos deteriorados e danificados. Fonte: Dicionário de Terminologia Arquivística - 2005. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 24 1) Agentes Físicos Luminosidade: Qualquer exposição à luz, mesmo que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo, A luz pode ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes geradoras de radiação ultravioleta (UV). É importante salientar também que devem ser evitadas as reproduções de documentos em máquinas de xerox, por causa da alta emissão de luz nesse processo, bem como a exposição dos arquivos a flashs de câmeras fotográficas, A intensidade da luz é medida através de um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro. Temperatura e umidade: temperaturas muito altas ou baixas aceleram a degradação dos documentos, Por isso, tanto a umidade relativa do ar quanto a temperatura devem ser controladas. Todos os materiais encontrados nos acervos são higroscópicos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente e, por- tanto, expandem-se e contraem-se com as variações de temperatura e umidade relativa do ar. Essas variações dimensionais aceleram o processo de deterioração e provocam danos visíveis aos documentos, ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos ete. O mais recomendado é manter a temperatura o mais próximo possível de 22°C e a umidade relativa de 45% a 55%, evitando-se de todas as formas as oscilações de temperatura e umidade relativa do ar. A medição da temperatura se faz com uso de termômetro, a da umidade ocorre por meio de higrômetro, podendo-se utilizar também o termo-higrômetro (aparelho medidor da umidade e temperatura simultaneamente), O termo-higrômetro é também chamado de termo-higrógrafo. '" 2) Agentes Químicos Poluição atmosférica: O controle da qualidade do ar é essencial num programa de conservação de acervos. Os poluentes contribuem fortemente para a deterioração de arquivos. Há dois tipos de poluentes: os gases e as partículas sólidas - que podem ter duas origens: os que vêm do ambiente externo e os gerados no próprio ambiente. Os poluentes externos são principalmente o dióxido de enxofre (50), óxidos de nitrogênio (NO e N02) e o Ozônio (03), São gases que provocam reações químicas, com formação de ácidos que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais. Tintas: a própria tinta utilizada para escrever nos documentos contribui para a deterioração dos mesmos. Devem ser evitadas as tintas ferrogálicas, bem como as hidrográficas e esferográficas. Em vez das tintas, recomenda-se a adoção de lápis macio para inscrição de dados nos arquivos. Gorduras e oleosidade: O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degradação muito frequente em qualquer tipo de acervo. O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento, sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição, na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas fotorreproduções, na pesquisa pelo usuário etc. O manuseio inadequado dos arquivos Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 25 acaba por danificá-los, pois as mãos também deixam oleosidade e sujidades nos suportes. Para evitar esse tipo de problema, devem ser utilizadas luvas durante o manuseio dos documentos. Objetos metálicos: grampos, clipes e colchetes metálicos devem ser evitados, pois os mesmos tendem a enferrujar e danificar os documentos.O que acontece, nesse sentido, é o processo químico da oxidação. A opção é a adoção de clipes e colchetes (hastes) e presilhas plásticas, que não causam esse problema. 3) Agentes Biológicos Insetos e roedores: Podem-se destacar as baratas, traças e brocas como os insetos que mais atacam os documentos; também há os ratos, que causam a degradação dos documentos. Micro-organismos: são representados principalmente pelos fungos. Os fungos consistem em um grupo grande de organismos, sendo conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em diferentes ambientes. Humanos: Alguns consulentes dos documentos podem ser prejudiciais à integridade dos acervos. Além do furto, o vandalismo é muito frequente. É necessário, então, que seja implantada uma política de proteção dos arquivos contra tais ameaças, mesmo que seja por meio de um sistema de segurança simples. Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos minimizando drasticamente os efeitos desses agentes, a começar por: treinamento e atualização dos profissionais na área da conservação e preservação; monitoração do ambiente - temperatura e umidade relativa em níveis aceitáveis; uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos; adoção de política de higienização do ambiente e dos acervos. Fonte: Cassares & Moi (2000) Principais operações de conservação: Alisamento consiste em colocar os documentos em bandejas de aço inoxidável, expondo- os à ação do ar com forte percentagem de umidade (90 a 95%), durante uma hora, em uma câmara de umidificação. Em seguida são passados a ferro, folha por folha, em máquinas elétricas Desinfestação: Processo de destruição ou inibição da atividade de insetos. Encapsulação: Processo de preservação no qual o documento é protegido entre folhas de poliéster transparente, cujas bordas são seladas. Encolagem: Aplicação interna ou superficial de substância adesiva em papel ou cartão. Fumigação: Exposição de documentos a vapores químicos, geralmente em câmaras especiais, a vácuo ou não, para destruição de insetos, fungos e outros micro-organismos. higienização - ou limpeza - é a retirada, por meio de técnicas apropriadas, de poeira, sujidades e outros resíduos. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 26 Laminação: (Mesmo que Silhing): Processo de restauração que consiste no reforço de documentos deteriorados ou frágeis, colocando-os entre folhas de papel de baixa gramatura, fixadas por adesivo natural, semissintético ou sintético, por meio de diferentes técnicas, manuais ou mecânicas. Velatura: Processo de restauração que consiste na aplicação de reforço de papel ou tecido em qualquer face de uma folha. SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO Um arquivo moderno, bem estruturado, é um centro atuante de informações, um instrumento de controle para a atividade administrativa, que auxilia na correta tomada de decisão. Sistema é um conjunto de princípios interligados, que orienta o que deve ser feito para atingir um fim específico. São três sistemas: Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessidade de recorrer a um índice. Usa-se método alfabético de arquivamento e suas variações. Indireto: depende de um índice para ser consultado. Usa-se o método numérico e suas variações. Semi-indireto: pode ser consultado sem auxílio de índices, mas com uso de tabelas em forma de cartão. Método automático, variedade do método alfanumérico. Sistemas de arquivamento em órgãos públicos Nas instituições públicas, predomina um modelo de sistema de organização de arquivos em que o documento público é controlado desde sua produção. Ele é conhecido como a “teoria das três idades”, concepção moderna de arquivística, em que se distinguem três etapas quanto aos documentos: - Corrente: os documentos circulam pelos canais decisórios, buscando solução ou resposta. - Temporária: os documentos apresentam interesse e são objeto de consulta, embora os assuntos neles contidos já tenham sido solucionados ou as respostas, obtidas. - Permanente: os documentos passam a ter valor cultural ou científico. Métodos de arquivamento Arquivamento: conjunto de operações destinada ao acondicionamento e ao armazenamento de documentos. O método estabelece o que é preciso fazer para alcançar o fim desejado pelo sistema de arquivamento. Um plano previamente estabelecido para a colocação e guarda de documentos facilita a pesquisa, a coleta de dados, a busca de informações e proporciona uma correta tomada de decisão. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 27 O importante é a decisão quanto ao método leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacional e os objetivos da empresa ou do órgão público; as pessoas normalmente envolvidas; os serviços prestados; as informações comumente solicitadas; e os tipos de documento que devem ser arquivados. São três os principais métodos de arquivamento: 1. Método alfabético - específico ou por assunto; - geográfico - mnemônico - variadex 2. Método numérico - simples - dúplex 3. Método alfanumérico - decimal - automático - automático moderno 1. Método alfabético É o método mais simples e utilizado, refere-se ao nome das pessoas, empresas ou razões sociais. a) Em primeiro lugar deve constar o sobrenome, ou, no caos de mais de um , o último sobrenome, em segundo o prenome, em terceiro o outro prenome e/ou sobrenome. NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO João Barbosa Barbosa João Pedro Álvares Cabral Cabral Pedro Álvares Maria Luisa Vasconcelos Vasconcelos Maria Luisa b) Os títulos e graus de parentesco, abreviados ou não, ou acadêmicos, que antecedem ou seguem o nome, não são considerados no arquivamento, sendo colocados no fim, entre parênteses. NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO Dr. Roberto de Lavor Medeiros Medeiros Roberto de Lavor (Dr.) Pedro Miquelino Filho Miquelino Pedro (Filho) João Pederneiras Jr. Pederneiras João (Jr.) Ministro Raul Soares Soares Raul (Jr.) Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 28 Prof. Francisco Simério Simério Francisco (Prof.) Ou ainda, fica: NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO Antônio Almeida Filho Almeida Filho Antonio Paulo Ribeiro Júnior Ribeiro Júnior Paulo Joaquim Vasconcelos Sobrinho Vasconcelos Sobrinho Joaquim Henrique Viana Neto Viana Neto Henrique c) No caso de sobrenome que vêm precedidos de prefixo ou preposição, em letras maiúsculas, fazendo parte integrante do sobrenome, arquiva-se pela letra do prefixo ou preposição. NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO Menotti Del Picchia Del Picchia Menotti Pierre La Fontaine La Fontaine Pierre Hans Von Stukert Von Stukert Hans d) Sobrenome composto por um substantivo e um adjetivo deve permanecer inseparável. NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO Humberto Alencar Castelo Branco Castelo Branco Humberto Alencar Felipe Casa Grande Casa Grande Felipe Dulce Coelho Dourado Coelho Dourado Dulce No arquivamento por nome de empresa ou razão social, existem algumas regras: a) A ordem de arquivamento é normal, direta, mesmo quando a razão social se inicia por nome de pessoa. NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO Banco Nacional do Norte AS Banco Nacional do Norte AS Samuel da Silva e Cia Ltda. Comercial São José Instituto Filhos Unidos SC Instituto Filhos Unidos SC Comercial São José Nivaldo de Sousa e Filhos Ltda Nivaldo de Sousa e Filho Ltda. Samuel da Silva e Cia Ltda. b) Os números são escritos por extenso: NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO 2 Irmãos Confecções Ltda Dois Irmãos Confecções 3ºArmazém de Secos e Molhados Retífica Cinco Irmãos Ltda Retífica 5 Irmãos Ltda. Terceiro Armazém de Secos e Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 29 Molhados c) As instituições identificadas por siglas devem ser arquivadas como se fossem palavras. NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO VASP IBM IBM Petrobrás Petrobrás VASP d) Quando o nome começar por artigo (o, a, os, as), o arquivamento deve desprezar o artigo, que será colocado no fim, entre parênteses. NOME ORDEM DE ARQUIVAMENTO O Estado de S. Paulo Estado S. Paulo (O) Os Pequenos Princípes Ltda. Lanterna Mágica (A) A Lanterna Mágica SA Pequenos Princípes Ltda (Os) e) No caso de nomes de empresas iguais, muito com um com agências bancárias, devemos considerar o estado em que a empresa está localizada, seguida por cidade, bairro, rua. Bradesco – Canoas (RS) Bradesco – Porto Alegre (RS) A ordem de arquivamento é: Considerando os estados Varig – Recife (PE) Varig – Teresina (PI) Varig – Assis (SP) Considerando as cidades Varig – Assis (SP) Varig – Recife (PE) Varig – Teresina (PI) Considerando as cidades Bradesco – Igara – Canoas (RS) Bradesco – Centro – Canoas (RS) Considerando o nome das ruas Bradesco – Av. Guilherme Schell – Canoas (RS) Bradesco –Av. Inconfidência – Canoas (RS) Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 30 Considerando o nome das Agências Bradesco – Agência Pq. Redenção– Porto Alegre (RS) Bradesco – Agência Santana – Porto Alegre (RS) Regras de alfabetização (Esquematizada), conforme o autor TIAGO (2011) 1ª Nos nomes de pessoas físicas, considera-se o último sobrenome e depois o prenome. 2ª Sobrenomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam. 3ª Sobrenomes formados com as palavras Santa, Santo ou São seguem a regra dos sobrenomes compostos por um adjetivo e um substantivo. 4ª As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na classificação de sobrenomes iguais. 5ª Os artigos e preposições, tais como a, o de, d’, da, do, e, um, uma, não são considerados. 6ª Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco como Filho, Júnior, Neto, sobrinho, são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordenação alfabética. 7ª Os títulos não são considerados na alfabetação. São colocados após nome completo entre parênteses. 8ª Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais. 9ª As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser considerados. O mais comum é considerá-las como parte integrante do nome quando escritas com letras maiúsculas. 10ª Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobrenome, que corresponde ao sobrenome da família do pai. 11ª Os nomes orientais – japoneses, chineses e árabes – são registrados como se apresentam. 12ª Os nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos governamentais devem ser transcritos como se apresentam, não se considerando, porém para fins de ordenação, os artigos e as preposições que os constituem. Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos iniciais sejam colocados entre parênteses após o nome. 13ª Nos títulos de congressos, conferências, reuniões, assembleias e assemelhados, os números arábicos, romanos ou escritos por extenso deverão aparecer no fim, entre parênteses. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 31 Método específico ou por assunto É um dos métodos mais difíceis de arquivamento, já que se propõe organizar as pastas por assunto. A grande dificuldade reside em escolher a melhor palavra para definir o assunto. Suponhamos uma Agência de Viagens de porte médio, operando em todos os setores permitidos para essa atividade. O método de arquivamento escolhido foi o específico. Dividindo e subdidvidindo, por exemplo, dois assuntos relevantes, como: Viagens internacionais - Aéreas - Marítimas - Rodoviárias -documentação - excursões - hotéis - promoção - vendas a crédito - vendas a vista Viagens nacionais - Aéreas - Marítimas - Rodoviárias - Rodoaéreas - excursões - hotéis - promoção - vendas a crédito - vendas a vista Método geográfico Método muito utilizado quando há preferência de documentos segundo uma divisão geográfica, que pode ser: Países, estados, regiões, distritos, zonas, cidades, bairros, etc. Região SUL => RS => Canoas => Marechal Rondon Região Sudeste => MG => BH => Floresta => Rua Pouso Alegre Método mnemônico É um método alfabético que procura combinar as letras do alfabeto de forma a auxiliar a memória. Inicialmente, relacionamos as 23 letras (ou menos) do alfabeto, dando significado a cada uma, por meio de uma palavra-chave. Exemplo: Empresa: Imobiliária 1º passo: A – ALUGUEL B – ADMINISTRAÇÃO C – COMPRA F – FINANCIAMENTO V – VENDA Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 32 2º passo A – ALUGUEL A – Apartamento C- Casa E – Escritório Método variadex É um método alfabético moderno, de uso direto, que pode ser facilmente aumentado, de acordo com a necessidade. Consiste em dar cores aos diversos grupos de letras, o que auxilia a localização e o manuseio. A cor das guias é dada pela segunda letra da palavra chave: Cinco cores e as respectivas letras: a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z laranja amarelo ou rosa verde azul Violeta 2. Método numérico Esse método é mais fácil de ser organizado e propicia mais rapidez ao arquivamento. O documento classificado recebe um número, conforme a ordem de chegada e, ao mesmo tempo, esse número é transcrito numa guia que, colocada na pasta, que ocupará lugar correspondente no arquivo. 2.1 Método numérico simples Segundo esse método, são numerados assuntos, clientes, outros, pela ordem de entrada dos documentos, sem qualquer preocupação com a ordem alfabética. 1º passo: 100 – ALUGUEL 200 – ADMINISTRAÇÃO 300 – COMPRA 400 – FINANCIAMENTO 500 – VENDA 2º passo A – ALUGUEL 110 – Apartamento 120- Casa 130 – Escritório Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 33 3º passo A – ALUGUEL 110 – Apartamento 111 – Apartamento JK 112 – Apartamento 1 quarto 3. Método alfanumérico Esse método procura utilizar as vantagens dos métodos alfabético e numérico. É necessário planejamento prévio das divisões que serão feitas do alfabeto. A divisão é livre, não obedecendo a nenhum critério rigoroso. Exemplo: as letras A, B, e H podem ser divididas da seguinte forma: Aa-Am, An-Az, Ba-Bm, Bn-Bz, Ha-Hm, Hn-Hz. Em seguida, procedemos à numeração: Aa-Am 1 Ba-Bm 3 Ha-Hm 15 An-Az 2 Bn-Bz 4 Hn-Hz 16 3.1 Método decimal O método foi inspirado na Classificação Decimal de Dewey, que determina a organização de livros por assunto. 000 – Obras gerais 600 – Ciências aplicadas 900 – História, geografia 3.2 Método automático Usado para arquivamento de pessoas e/ou firmas comerciais. Arquivos de Prosseguimento Esses arquivos são muito importantes para a empresa, já que por meio deles se podem acompanhar assuntos pendentes ou que aguardam providências: cartas que esperam respostas; duplicatas a cobrar, faturas a pagar, apólices de seguro que devem ser renovadas, lembretes ou controles para renovação de assinaturas de jornais ou revistas, contratos a serem assinados,enfim, inúmeros assuntos que não devem ser simplesmente arquivados e fatalmente esquecidos. 1. Método cronológico: em primeiro lugar, preparamos um jogo de doze guias com os nomes dos meses e depois um jogo de guias numeradas de 1 a 31, representando os dias do mês. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 34 2. Método alfabético: esses métodos também possibilita o uso de pastas ou cartões. As pastas são colocadas em ordem alfabética. 3. Métodos modernos: surgiram com o próprio desenvolvimento das empresas e da tecnologia, notadamente da informática. Existem, entretanto oferecem fichas já preparadas para os diversos controles, como, por exemplo, de pessoal, de estoque e outros. Alguns trazem equipamentos compactos em que as fichas ficam visíveis e os dados principais são lançados também na margem superior das fichas, à vista do manipulador, facilitando, assim, o manuseio e a consulta. Referências cruzadas A expressão referências cruzadas é largamente usada pelas pessoas que lidam com arquivos, enquanto entre os bibliotecários a palavra mais empregada é remissivo. A principal finalidade das referências cruzadas é ade informar a quem for consultar que determinado assunto ou nome está arquivado em tal pasta. Exemplo: nome fantasia da empresa e sua razão social. No caso de siglas, devemos fazer uma referência cruzada. Exemplo: Instituto Médico Legal => IML Transferência Há documentos que estão sujeitos ao fator do tempo, isto é, há aqueles que têm valor de um ano; outros de dois, etc. e ainda há documentos que possuem valor permanente e nunca poderão ser destruídos. Os documentos também podem ser analisados pela frequência de sua utilização: alguns são muito procurados, outros são consultados poucas vezes, ou quase nunca, e ainda existem aqueles que, após a conclusão do fato que os criou, não servirão para mais nada. A transferência é a operação que visa separar os documentos que ainda estão em uso, ou são bastante consultados, daqueles que perderam sua utilidade prática, mas não seu valor. Tipos de arquivo No que se refere à frequência do uso ou consulta, existem 3 tipos de arquivos: Arquivo ativo: mantém arquivados os documentos e papéis de uso, consulta e referências constantes e atuais, ou que se encontram em fase de conclusão. Arquivo inativo: guarda documentos e papéis que oferecem menor frequência de uso, consulta e referência. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 35 Arquivo morto: armazena documentos de frequência de uso, consulta ou referências quase nulas. Atualização de arquivo Existem três tipos de transferências de documentos ou papéis de um arquivo para outro: 1. Transferências periódicas: as transferências são efetuadas em intervalos predeterminados, para os arquivos inativos ou mortos, dependendo da frequência de uso. 2. Transferências permanentes: são transferências realizadas em intervalos irregulares, sem qualquer planejamento. Normalmente, acontecem quando o acúmulo de papéis no arquivo ativo é tão grande que chega a atrapalhar o bom andamento do serviço. 3. Transferências diárias: são as mais recomendáveis, porque mantêm em ordem os arquivos ativos. 4. Regras práticas para manter o arquivo atualizado A função do arquivo é preservar, organizar e classificar a documentação. Por isso, seja rigorosa quanto à seleção dos documentos ou papéis que devem ou não ser arquivados. Algumas regras: - Não empilhe papéis - Defina dia e hora para organizar o arquivo - Trabalhe com dois arquivos: ativo e inativo - Não use clipes para juntar documentos, é mais seguro grampos. Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 36 BIBLIOGRAFIA ARQUIVO NACIONAL. Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. Disponível em: «http.z/wwwconarq.arquivonacional. gov. br/Media/pu blicacoes/ dicionrio _ de_terminolo gia_arquivstica. pdb-.Acesso em: 19/01/2013. BARBATI, Rodrigo. Resposta certa, vol. 18 Arquivologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. Rio de Janeiro: FGY, 2004. BRASIL. Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro de 1996. Regulamenta a Lei nº 5.433, de 08 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cciviL03/decreto/Antigos/D1799.htm>. Acesso em: 15/01/2013. BRASIL. Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei Federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências. Disponível:http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2002/decreto-4073-3-janeiro- 2002-430431-publicacaooriginal-1-pe.html em Acesso em: 22/01/2013 BRASIL. Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, no âmbito da Administração Pública Federal e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/cciviL03/decreto/2002/ D4553.htm>. Acesso em: 30/07/2010. BRASIL. Lei nº 5.433, de 08 de maio de 1968. Regula a microfilmagem de documentos oficiais e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/cciviL03/LEIS/L5433.htm>. Acesso em: 20/01/2013. BRASIL. Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências. Disponível em «http.z/www.planalto.gov.br/cciviL03/LEIS/L8159.htm>. Acesso em: 22/01/2013. BRASIL. Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. Dispõe sobre os procedimentos gerais para utilização dos serviços de protocolo, no âmbito da Administração Pública Federal, para os órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG. Portaria nº 05, de 19 de dezembro de 2002. Disponível em: http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/portarias/pn05_02.pdf Acesso em: 21/01/2013. CASSARES, Norma C.; MOI, Cláudia. Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas. São Paulo: Arquivo do Estado e Imprensa Oficial, 2000. http://www.planalto.gov.br/cciviL03/decreto/Antigos/D1799.htm http://www.planalto.gov.br/cciviL03/decreto/2002/%20D4553.htm http://www.planalto.gov.br/cciviL03/decreto/2002/%20D4553.htm http://www.planalto.gov.br/cciviL03/LEIS/L5433.htm Arquivologia MPU Prof. Ana Paula Abruzzi Página 37 CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. Resolução nº 10, de 06 de dezembro de 1999. Dispõe sobre a adoção de símbolos ISO nas sinaléticas a serem utilizadas no processo de microfilmagem de documentos arquivísticos. Disponível em: http://www.siga.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=47&sid=48&tp l=printerview. Acesso em: 22/01/2013. BRASIL. Resolução nº 14, de 24 de outubro de 2001. Dispõe sobre o Código de Classificação de Documentos de Arquivo para a Administração Pública: Atividades-Meio, e os prazos de guarda e a destinação de documentos estabelecidos na Tabela Básica de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo Relativos as Atividades-Meio da Administração Pública. Disponível em: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=65&sid=46 Acesso em: 20/01/2013. MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sônia. Manual da Secretária: técnicas de trabalho. São Paulo: Atlas, 2009. PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
Compartilhar