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02 Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Aula 2

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Direito de Posse e Propriedade e Ritos Especiais Aula 2 –
1. Posse 
1.1 Conceito 
a) A expressão “posse” comporta diversos significados, por isso é chamada de plurissignificativa, vejamos alguns, que nos apresenta a professora Maria Helena Diniz: 
. “Propriedade”
. “Aquisição do domínio”
. “Domínio político”; 
. “Exercício de um direito”;
. “Compromisso do Funcionário Público”; 
. “Poder sobre uma pessoa”
b) Posse como um domínio fático da pessoa sobre a coisa
Posse é uma figura autônoma da propriedade/da existência de um título. (Ex: uma escritura). 
 A posse existe de forma autônoma, independente de um título. 
 Ex: Tenho meu celular submetido a minha vontade. Eu preciso mostrar a nota fiscal para ser caracterizado como possuidor deste celular??? Eu tenho a posse do celular independente de ter um título. 
Posse é um estado fático. SE EU EXIJO UM DOCUMENTO/TÍTULO EU ESTOU FALANDO DE PROPRIEDADE, A POSSE NÃO PRECISA EFETIVAMENTE DE UM TÍTULO. 
 
 Art.1196, CC
“Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.”
Jus possessionis = posse formal – Aquela posse que independe de titulo 
 Ex: Pessoa se instalou em um terreno vazio (Situação Fática, independe de título). É uma posse AUTONOMA, através do FATO. 
 Tenho a posse de maneira fática, mas não tenho o título. 
Jus possidendi = posse causal – Quando o sujeito tem direito a posse, tem o próprio título já devidamente registrado. Ele é e acaba sendo TITULAR DE DIREITOS REAIS. Logo a posse não é simplesmente autônoma, eu tenho título, logo tenho o conteúdo do Direito real. Chamada de Posse titulada. 
 Ex: Comprei um apartamento e lavrei a escritura do mesmo, já começamos com o jus possidendi. 
A POSSE PODE COMEÇAR POR JUS POSSESSIONIS E (EX: ATRAVÉS DA USO CAPEÃO) TENHO O JUS POSSIDENDI.
c) É Direito real? (Art.1225, CC)
1.2 Natureza Jurídica (Teorias Da Posse) 
a) Teoria Subjetiva Savigny; 
Savigny ao tratar da posse a decompõe em dois elementos: 
Savigny = corpus + animus
. animus: trata-se da intenção de ter a coisa. É intenção de se assenhorar do bem;
 O interesse do sujeito em comportasse a sua convicção em ser dono, ele analisava o elemento subjetivo. “O seu desejo de ter a coisa como sua, ser o proprietário”. Para ele não era suficiente você ter a coisa na intenção física, ele queria saber qual era o seu real desejo por aquela coisa.
. corpus: ou seja, é o poder material sobre a coisa. O possuidor é aquele que tem o poder material sobre o bem.
. Qual a natureza jurídica do comodatário? 
b) Teoria objetiva de IHERING (Adotada pelo Código Civil)
Para IHERING eu preciso do Corpus (JÁ É O SUFICIENTE)
 Para IHERING eu não preciso apurar sua intenção/seu real desejo se você já possui Conduta de dono. Ele não exige que você tenha o poder físico 
 Ex: Uma lavoura. Você não está lá o tempo todo, todavia, você tem uma conduta de dono.
IHERING defende que a posse seja compreendida de forma objetiva, ou seja, considera como possuidor aquele que ainda que não tenha o poder material sobre o bem, comporta-se como se fosse o proprietário, atribuindo à bem determinada destinação.
É teoria que explica determinados “estados de posse”, por exemplo, a posse do locador.
c) “Teoria Sociológica da Posse” –
A posse volta-se a um plano constitucional, sobretudo, à função social. Desse modo, a posse se explicaria por sua própria função social, não considerando o interesse pessoal do possuidor.
· Enunciado n. 492, V Jornada de Direito Civil: “A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela.”
OBS: Teoria adotada pelo Código Civil
· A teoria objetiva de IHERING foi adotada pelo Código Civil, levando em consideração principalmente o princípio constitucional da função social.
 art. 1.196, CC
“Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.”
 
1.3 Posse X Detenção
· Considera-se detentor o mero “servidor ou fâmulo da posse”, por isso ele não poderá ser tido como possuidor (art. 1.198, Código Civil).
“Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.”
 O possuidor ele vai agir como se dono fosse, ele vai exercer/praticar com alguns poderes inerentes ao proprietário. Ele age sempre à bem do outro, a uma relação de hierarquia/submissão. 
· Ex: bibliotecário, motorista particular, caseiro.
O CASIERO TEM UMA RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO, ELE TEM A POSSE DAQUELE IMÓVEL, POIS ELE CUIDA, MANTÉM A POSSE A SEGURANÇA, VAI CAPINAR. 
· Art. 1.208.
“O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.” 
· Bens Públicos: merece destaque nesse tema à Súmula 619 do STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
1.4 Posse de Direitos - 
· A jurisprudência, atualmente, tem considerado a posse em face de bens corpóreos ou materiais, de forma excepcional determinados bens incorpóreos ou imateriais, como a energia elétrica, por exemplo, pode ser objeto de posse.
· direitos pessoais?
· A posse é um fato e também é um Direito. 
Posso ter posse de Direito???
NÃO SE APLICA POSSE A DIREITOS PESSOAIS. 
1.5 Classificação da Posse
· Quanto ao exercício e gozo: 
a) Posse direta – Ter a coisa sobre seu poder físico. Aquela em que o sujeito faticamente te a coisa sobre seus poderes. 
 O locatário tem a posse direta.
b) Posse indireta – DERIVA DO DOMÍNIO - O sujeito ainda que não tenha a coisa consigo (ao seu poder físico), ele tem sobre ela poderes derivados do Direito Real, ele não deixa de ser o possuidor. 
 O locador tem a posse indireta. 
Ex: Tenho posse da minha sala. TENHO A POSSO DIRETA, ESTÁ SOBRE MEU PODER. 
E TENHO TAMBÉM A POSSE INDIRETA POIS TENHO DOMÍNIO SOBRE A COISA, SOU O PROPRIETÁRIO. 
 TENHO A POSSE DIRETA (DOMÍNIO FÍSICO) E INDIRETA (DECORRÊNCIA DODOMÍNIO/SER PROPRIETARIO) = POSSE PLENA. 
OBS: Alugo minha sala para Fernanda – Neste momento, a Amanda vai receber a posse Direta (a sala está sobre o poder físico de Amanda) 
Todavia, a posse indireta continua pertencendo a minha pessoa. 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
 Ex: Aluguei para Fernanda meu imóvel vizinho ao meu. Sou locador e Fernanda locatário. 
Tenho a posse Indireta e Fernanda a posse Direta. Certo dia estaciono meu carro na garagem da casa de Fernanda dizendo que eu precisava, pois, a casa era minha. Neste caso, Fernanda pode entrar com uma ação judicial contra mim para garantir seus direitos mesmo eu sendo o proprietário do imóvel. 
· Quanto à existência de vício: 
a) Posse justa – Aquela que não é violenta, clandestina ou precária. Aquela posse imaculada, não tem vícios/defeitos. 
 
b) Posse injusta - É aquela que contém algum defeito, foi adquirida com vício, se torne uma posse maculada. 
Macula = Mancha 
Art. 1.200. “É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.”
Violenta - Posse mansa e pacifica – Quando não tenho nenhum tipo de violência para obter aquela posse. 
Clandestina – Oculto/furtivo/coisa que é feita às escondidas. – O sujeito de maneira furtiva/escondido obtém aquela posse. Quando ele subtrai este objeto de maneira sorrateira. 
 Ex: Tenho minha fazenda ao lado da de Amanda. As escondidas retiro a cerca da fazenda de Amanda e invado área dela no meio da noite. 
Precária – Vicio da precariedade – Aquela que o sujeito se recusa a se restituir a coisa ao final de um ajuste. 
 Ex: Tem o bem de maneira legitima (comodatário).Temos um contrato de comodato sou o comandante e Julia a comodatária. Ao final do contrato de 8 meses que fiz com Julia ela não devolveu meu bem, ela continua na posse do meu bem. 
 ESTA POSSE AGORA É INJUSTA, COM O VÍCIO DA PRECARIEDADE. 
1.5 Classificação da Posse
· Quanto ao elemento subjetivo:
a) Posse de boa-fé – Aquela posse em que o sujeito desconhece macula/vício/qualquer circunstância que seja impeditiva, ameaçadora da sua posse. Tem um aspecto muito forte subjetivo. Ele acredita que sua posse é uma posse JUSTA.
 Ex: Apartamento comprado pela cliente e posteriormente penhorado pela justiça, todavia, a cliente desconhecia qualquer impedimento/vicio/defeito/obstáculo à sua aquisição. Ela foi considerada uma adquirente de boa-fé, deste modo a boa-fé foi considerada. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
b) Posse de má-fé – 
Quando o sujeito conhecia o vício. – Marcos sabia da penhora do AP e mesmo assim comprou o mesmo. 
A MÁ FÉ PODE SER CLARA, OU EVENTUALMENTE, DAS CIRCUNSTACIAS DO NEGOCIO PODERIA PERCEBER QUE ALI EXISTIA ALGUM VÍCIO/DEFEITO.
 Ex: Não tinha conhecimento da penhora do Rogério, todavia, paguei ¼ do valor. EU TENHO CONDIÇÕES DE PERCEBER A SITUAÇÃO. 
ART. 1.202
· Quanto ao tempo: 
a) Posse nova – A que tem menos de Ano e Dia;
Art. 
Existe a possibilidade no inicio da demanda de uma Liminar. 
 Ex: Existiu um esbulho (invasão), tomei conhecimento que ele invadiu meu terreno. Neste caso, no dia seguinte ingresso com minha ação de restituição de posse, desta maneira tenho direito a Liminar, pois eu não permiti que está situação se consolidasse. 
b) Posse velha – Aquele de Ano e Dia ou mais; 
 Não é possível segundo o Art. 558 do CPC, que exista a concepção de liminar. 
 
· Quanto à proteção: 
a) Posse ad interdicta – Aquela que pode ser protegida pelas ações possessórias, quando perturbada, mas não é uma posse que leva a aquisição de domínio pela usucapião. 
b) Posse ad usucapionem – Aquela que permite a aquisição de domínio pela usucapião. 
1.6 Composse
Pode ser compreendida como a circusntância/evento/acontecimento que tem relevância juridica, em que duas ou mais pessoas de maneira simultaneal são detentoras de poderes simultaneamente. 
Ex: Eu e meu irmão recebemos do meu pai a doação de um imóvel. Nos tornamos condonimos. Todos nós Podemos exercer atos possessório daquele bem, mas não Podemos excluir um ao outro. Não posso usar e excluir meu irmão. 
É a posse em comum. Trata-se de situação extraordinária, que exige dois pressupostos, segundo MARIA HELENA DINIZ:
a) pluralidade de sujeitos;
b) coisa indivisa ou em estado de indivisão.
A composse poderá ser:
a) pro diviso: os possuidores têm direito posse de todo o bem, as ajustam definir as áreas para o exercício da posse;
 Aquela que comporta/admite uma divisão pacifica de fato para utilização da coisa por cada um dos possuidores. É possível estabelecer de fato uma divisão, para que um não incomode a posse do outro possuidor. 
b) pro indiviso: os possuidores, nesse caso, exercem, simultaneamente, atos de posse sobre o bem, sem delimitações.
 Não vai admitir está divisão fática, o bem de fato é indivisível. Eles vão receber partes iguais, logo, eu e meu irmão teremos frações, eu terei 50% e ele 50%.

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