Paleontologia Aula 03 - Tafonomia

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Tafonomia: Tafonomia: 
BioestratinomiaBioestratinomia e e 
FossildiagêneseFossildiagênese
Disciplina de Paleontologia
Prof.a Dimila Mothé 
Aula 3
dimothe@hotmail.com
Tafonomia
A Tafonomia (do grego tafos =sepultamento e nomos = lei) estuda os 
processos de preservação dos restos orgânicos no registro sedimentar e como 
estes processos afetam a qualidade do registro fossilífero.
Ou seja, a Tafonomia estuda a formação dos fósseis.
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Fóssil é o resto ou vestígio de 
organismos pretéritos (pré-Holoceno) 
que sofreram fossilização.
Fossilização é a ocorrência de 
um conjunto de fenômenos 
necessários para a conservação 
dos restos orgânicos.
Esses fenômenos envolvem 
acúmulo de restos em uma 
área de sedimentação, que a 
sedimentação seja rápida e que 
os sedimentos permitam a 
conservação (granulometria, 
composição química).
Sendo o oxigênio o principal 
agente de destruição da 
matéria orgânica, a 
preservação da mesma 
demanda que o ambiente de 
degradação seja anóxico. 
Iván Antónovitch Efrémov
A Tafonomia é 
dividida em 
Bioestratinomia e 
Fossildiagênese.
Tafonomia
Termo cunhado por Efremov (1940), para o estudo 
das leis que governam a transição dos restos 
orgânicos da Biosfera para a Litosfera.
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Bioestratinomia: Engloba a história sedimentar dos restos 
esqueléticos até o soterramento, incluindo as causas de morte 
do organismo, desarticulação, transporte e soterramento, e 
como estes fatores atuam nas chances de preservação dos 
restos.
Fossildiagênese (soterramento final e diagênese): compreende os processos 
de fossilização, ausência de erosão e metamorfismo das camadas e a sua 
exposição para permitir a coleta. Engloba o conjunto de transformações físico-
químicas dos fósseis.
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O Registro Fossilífero
Seilacher (1970) foi o primeiro a tratar restos orgânicos 
como partículas sedimentares, sujeitas aos processos 
geológicos.
Retrato de morte: 
Tafocenose: concentração de partículas biogênicas soterradas.
Oritocenose: Concentrações fósseis.
Retrato de vida:
Biocenose: fonte dos materiais ou restos orgânicos que irão compor 
as assembléias fósseis.
Tanatocenose: Concentração de restos transportados e depositados 
na biosfera.
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O Registro Fossilífero
A qualidade do registro fossilífero está associada a três parâmetros: 
completude, mistura temporal e mistura espacial.
Completude: representatividade de um táxon no registro sedimentar. O RF não é 
completo e alguns táxons podem se preservar mais que outros.
Organismos com partes duras 
também sofrem com perdas não 
aleatórias na preservação, como 
aqueles que possuem conchas 
muito pequenas e de fácil 
dissolução, vivem em águas 
marinhas profundas, possuem 
populações pequenas, pequena 
distribuição geográfica, etc.
Mistura temporal: mistura de bioclastos de diferentes idades em uma única 
acumulação. Resulta da bioturbação dos sedimentos, compactação e 
retrabalhamento dos substratos por agentes hidráulicos (ondas e tempestades).
Time averaging in the Tsunami deposits. 
(A) Photograph showing the T2.2 Tsunami 
deposit. Grids are 50 cm interval. 
Tsunami deposit erosionally overlies the 
bay mud and yield many marine 
molluscan shells (white patches). Shells 
form lenticular shell beds. (B) 
Relationship between the shell 
preservation and 14C ages. T2.2 and T3 
Tsunami deposits were deposited at ca. 
7500–7400 and 7300–7200 cal yr BP, 
respectively . 
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Mistura espacial ou condensação ambiental: mistura de bioclastos de diferentes 
ambientes sedimentares em uma única acumulação. Resulta do transporte 
(bioclastos mais robustos são muito transportados e bioclastos mais delgados 
são mais representativos do ambiente, assim como icnofósseis).
Resistência a destruição
Incompletude
Alta
Baixa Alta
Baixa
Mistura 
temporal 
e espacial
Moluscos 
com 
conchas
Equinoides e 
Vertebrados
Insetos
Cnidários 
meduzóides
e Anelídeos
Bioestratinomia
Morte*, necrólise*, desarticulação, transporte, retrabalhamento e soterramento.
Processos necrológicos
Relacionados à morte e decomposição dos tecidos de conexão.
Morte seletiva (ou 
natural) 
X
Morte catastrófica
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Necrólise
Ação de microorganismos, organismos necrófagos ou decompositores que 
consomem os tecidos. As características morfológicas do ser em decomposição, 
hábitos de vida e ambiente de morte e decomposição influenciam na necrólise.
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Invertebrados
Desarticulação: tipo de esqueleto 
(bivalve, univalve, multielemento, 
maciço), da energia do meio e das taxas 
de sedimentação. 
Transporte: tamanho, forma e 
densidade do esqueleto e energia do 
agente transportador.
Fragmentação: física (hidráulica), 
química (corrosão, dissolução) ou 
biológica (predação).
Bioestratinomia
Vertebrados
Desarticulação: desconexão do crânio, da 
mandíbula, cinturas pélvica e escapular, de 
membros em ossos isolados, desencaixe das 
costelas e, finalmente, da coluna.
Transporte: Grupos de Voohies (1969). 
Grupo 1: falanges, ossos das mãos e pés e 
ossos porosos (fácil transporte).
Grupo 2: fêmures, úmeros, tíbias, fíbulas e 
costelas (saltação e rolamento).
Grupo 3: crânio e mandíbula (restos 
pesados, pouco transportáveis, “depósitos 
residuais”).
Fragmentação: geralmente são um pouco 
resistentes a impactos, mas sofrem com a 
ação hidráulica, de pisoteio ou ação de 
necrófagos.
Bioestratinomia
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Bioestratinomia
Abrasão: desgaste mecânico dos 
bioclastos que permanecem em 
expostas à interface 
água/sedimento por prolongados 
períodos de tempo e sob condições 
de alta energia.
Bioerosão: processos corrosivos 
causados por agentes biológicos
(fungos, esponjas e anelídeos).
Dissolução: desgaste químico dos 
bioclastos, associados ao ambiente 
ou intemperismo.
Corrosão: Abrasão + Bioerosão + 
Dissolução.
Ambiente de deposição
Controla o ritmo de 
soterramento, a distribuição dos 
restos, a exposição, exumação e 
redeposição dos restos, o 
intemperismo e a abrasão.
Bioestratinomia
Ambiente fluvial
Abundância de 
fóssil
Tipo de acúmulo
Taxa de 
sedimentação
Desarticulação
Canal Baixa Hidráulico Baixa Muito alta
Planície proximal Alta/muito baixa Hidráulico Alta Baixa
Planície distal Muito baixa
Biogênico/
Hidráulico
Baixa Alta
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Tipos de depósitos e 
associações fossilíferas
Depósitos Mono e Pluriespecíficos
Depósitos com 1 ou mais classes de 
preservação, articulação, intemperismo 
e/ou diagênese.
Bioestratinomia
Fossildiagênese
É o efeito do processo de diagênese das rochas sedimentares sobre 
os bioclastos incorporados nas rochas.
Tipos de fossilização
Com conservação parcial , sem alteração da composição química ou da 
microestrutura.
Incrustação
A dissolução e precipitação 
levam a deposição progressiva 
de minerais sobre o bioclasto, 
formando uma crusta 
protetora.
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Concreção
Condições especiais e raras de 
decomposição da carcaça em que 
esta serve de núcleo para agregar de 
partículas ao seu redor. 
Formação Santana, Bacia do Araripe.
Permineralização
Percolação de água com sais 
dissolvidos, que se recristalizam nos 
espaços vazios mas preservam a 
estrutura original do organismo.
Fossildiagênese
Tipos de fossilização
Com conservação parcial , sem alteração da composição química ou da 
microestrutura.
Recristalização
Alguns minerais se recristalizam em outra 
estrutura mais estável, após dissolução prévia.
Carbonificação
Impressão escura gerada pelos 
compostos orgânicos no sedimento.
Fossildiagênese
Tipos de fossilização
Com conservação parcial, com alteração da composição química ou da 
microestrutura.
Substituição
Silicificação: sílica. Calcificação: carbonato de cálcio.
Limonitização: limonita (óxido de ferro). Piritização: pirita.
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Âmbar
Resina produzida por angiospermas e 
coníferas, que endurece em contato com o ar.
Poços de piche
Superfície com água atrai organismos 
que se prendem e são preservados 
praticamente inteiros (Rancho La Brea)
Fossildiagênese
Tipos de fossilização
Preservação total ou muito completa.
Criopreservação
Preservação em ambientes 
muito frios, através do gelo 
(ressecamento muito pequeno).
Mumificação
Ambientes secos, com baixa ou alta 
temperatura (ressecamento dos 
tecidos moles).
Fossildiagênese
Tipos de fossilização
Preservação total ou muito completa.
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Fossil-lagerstätten
São horizontes geológicos com fósseis 
que ocorrem em grandes 
concentrações (quantidade) e/ou 
preservações excepcionais (qualidade).
Fossildiagênese
DEPÓSITOS DE CONCENTRAÇÃO (Konzentrations-lagerstätten): concentrações 
contendo partes duras, desarticuladas e concentradas por algum agente exógeno, 
misturando biotas de tempos diferentes. 
Podem ser:
DEPÓSITOS DE CONDENSAÇÃO: quando a velocidade de sedimentação foi tão 
lenta que um grande intervalo de tempo está representado apenas por uma fina 
camada de sedimento. Ex.: conchas de amonitas acumuladas lentamente durante 
milhares de anos.
DEPÓSITOS DE “PLACER”: camadas com acumulações de ossos, concentradas por 
efeitos de marés em ambientes lacustres.
ARMADILHAS DE CONCENTRAÇÃO: preenchimento de fendas nas rochas com 
restos de vertebrados transportados ou que viviam no próprio local (autóctones). 
Ex.: cacimbas e tanques no Nordeste do Brasil.
Fossildiagênese: Depósitos
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DEPÓSITOS DE CONSERVAÇÃO (Konservat-lagerstätten): inclui a preservação de 
partes moles e esqueletos completos. 
Podem ser:
DEPÓSITOS POR ESTAGNAÇÃO: com condições anóxicas que impedem a ação de 
saprófitos. Ex.: folhelhos escuros.
DEPÓSITOS POR SOTERRAMENTO: biota preservada por soterramento rápido.
ARMADILHAS DE CONSERVAÇÃO: aprisionamento em resinas, posteriormente 
transformadas em âmbar ou poços de asfalto.
CONCREÇÕES: preservação em nódulos diagenéticos.
- Cambriano Burgess e Chengiang; 
- Âmbar (Mioceno Rep. Dominicana, 
Oligoceno do Báltico),
- Cretáceo (Bacia do Araripe, Potiguar) 
Brasil; 
- Eoceno, Bacia de Paris, França;
- Cretáceo, Bacia de Paris, França 
-Jurrásico-Cretáceo (Solhofen) da Alemanha; 
- Mioceno (Messel) da Alemanha
- Jurássico da (Bernissart) Bélgica; 
- Gelos da Sibéria, 
- Turfeiras da Dinamarca, 
- Depósitos de carvão (Rússia, EUA, 
Alemanha),
- Poços de Labrea,
- Icnofósseis (Brasil, Suiça, EUA)
Fossildiagênese: Depósitos
Tafonomia forense
Envolve bioestratinomia e fossildiagênese de restos humanos em
um contexto judicial (forense) ou arqueológico.