Políticas Sociais

Prévia do material em texto

Bibliografia:
Castel, 1998
o social assistencial dentro do contexto ocidental cristão: igreja como principal instância de
gestão da assistência
gestão da pobreza
a questão física da localidade, município, endereço
estruturas assistenciais: voltadas para a população impossibilitada de trabalhar.
Ação organizada da sociedade, através do Estado, para assegurar proteção social aos
grupos vulneráveis, garantindo bem-estar ao conjunto da sociedade e a manutenção da
coesão social.
Bem-estar como condições para reprodução social. Vida digna e satisfatória.
Manter a coesão social
Campo da assistência: sociabilidade secundária
Brasil inserido no capitalismo de forma dependente. “Nunca serão”
Engels
“Quando um indivíduo causa a outro um dano físico de tamanha gravidade que lhe causa a
morte, chamamos esse ato de homicídios; se o autor sabe, de antemão, que o dano será
mortal, sua ação se designa por assassinatob. Quando a sociedade' põe centenas de
proletários numa situação tal que ficam obrigatoriamente expostos à morte prematura,
antinatural, morte tão violenta quanto a provocada por uma espada ou um projétil; quando
ela priva milhares de indivíduos do necessário à existência, pondo-os numa situação em
que lhes é impossível subsistir; quando ela os constrange, pela força da lei, a permanecer
nessa situação até que a morte (sua consequência inevitável) sobrevenha; quando ela
sabe, e está farta de saber, que os indivíduos haverão de sucumbir nessa situação e,
apesar disso, a mantém, então o que ela comete é assassinato. Assassinato idêntico ao
perpetrado por um indivíduo, apenas mais dissimulado e pérfido, um assassinato contra o
qual ninguém pode defender-se, porque não parece um assassinato: o assassino é todo
mundo e ninguém, a morte da vítima parece natural, o crime não se processa por ação, mas
por omissão - entretanto não deixa de ser um assassinato.” guerra social é declarada
Política Social: Behring e Boschetti
Surgimento das políticas sociais: processo social que veio com a ascensão do capitalismo
com a Rev industrial, com a luta de classes e com o desenvolvimento da intervenção do
estado.
sociedades pré-capitalistas: não privilegiavam forças de mercado e assumiram
responsabilidades sociais para manter a ordem social e punir a vagabundagem.
atividades de trabalho eram indissociáveis das demais atividades da vida social
lei dos pobres: caráter punitivo e repressivo nao protetor (código coercitivo do trabalho)
ações assistenciais tinham objetivo de manter os trabalhadores trabalhando
manutenção da organização tradicional do trabalho
distinção entre pobres merecedores (dever moral cristão de ajuda) e não merecedores
lei de speenhamland (direito de viver)
permitia ao trabalhador negociar o valor de sua força de trabalho, impondo alguns limites ao
mercado de trabalho competitivo
sistema de salários baseado no livre mercado exigia a abolição do “direito de viver”
sociedade capitalista: trabalho perde seu sentido como processo de humanização é
incorporado como atividade natural de produção para a troca
força de trabalho como produtora de valor de uso e de valor de troca
sentido do trabalho sofre profunda modificação
políticas sociais: forma de enfrentamento à questão social no capitalismo, fundamentada
nas relações de exploração do capital sobre o trabalho
meados do século XIX até terceira década do século XX: predomínio do liberalismo,
trabalho como mercadoria e sua regulação pelo livre mercado
elementos essenciais do liberalismo:
1. predomínio do individualismo
2. o bem-estar individual maximiza o bem-estar coletivo (liberdade em detrimento da
igualdade)
3. predomínio da liberdade e da competitividade
4. naturalização da miséria
5. predomínio da lei da necessidade
6. manutenção de um estado mínimo
7. políticas sociais estimulantes do ócio e desperdício
8. política social deve ser um paliativo
resposta dada à questão social: repressiva
relação de continuidade entre o Estado Liberal e o Estado Social
a luta da classe trabalhadora e seu papel na questão social
generalização dos direitos políticos como resultado da luta da classe trabalhadora, que
contribuiu significativamente para ampliar os direitos sociais
a questão social e o liberalismo no brasil
pós 2ªGM: fase madura do capitalismo
altas taxas de lucro e políticas sociais para os trabalhadores
processo de monopolização do capital
intervenção do estado na economia
livre movimento de mercado
Fundamentos de Política Social, Elaine Rossetti Behring
e a existência de políticas sociais, é um fenômeno associado à constituição da sociedade
burguesa, ou seja, do específico modo capitalista de produzir e reproduzir-se.
enfraquecimento dos ideais liberais:
- fortalecimento dos movimentos operários (maior poder coletivo aos trabalhadores)
- concentração e monopolização do capital
- crise de 29, forte crise de legitimidade do capitalismo
relação entre política social e cidadania
resultados negativos da negação da política social advinda do neoliberalismo
movimento operário impõe o princípio dos seguros sociais. segurança social para o caso de
perdas ou desemprego. seguridade, políticas e direitos sociais como uma conquista dos
trabalhadores no contexto da luta de classes.
desemprego estrutural acena para o aumento de programas sociais.
os ciclos econômicos.
política social no centro do embate econômico e político deste fim de século.
política social não se funda, sob o capitalismo, numa verdadeira redistribuição de renda e
riqueza, é uma concessão do capital aos trabalhadores na luta de classes.
podemos concluir que o passado autoritário que o Brasil carrega ainda impõe diversos
limites à organização dos trabalhadores, como em sindicatos e ações coletivas, por
exemplo, e acaba que essa proteção aos trabalhadores excluídos do mercado ainda é muito
precária. Mesmo com a constituição de 1988 muitos avanços foram barrados pela onda
neoliberal a partir dos anos 90 e mais recentemente a reforma trabalhista principalmente e
também a da previdência foram responsáveis por colocar em xeque esses direitos que
estavam garantidos dentro da constituição e aumentaram profundamente a precariedade do
trabalho no Brasil. Ou seja, dentro desse contexto neoliberal de precarização e
informalidade como a isabel mostrou, o que temos atualmente então é que o seguro
desemprego acaba agindo apenas como política passiva no sentido de incentivo financeiro
para os desempregados e ainda deixa muito a desejar no quesito das políticas ativas de
qualificação profissional e intermediação de mão de obra, como o Junior disse, e isso se dá
por conta de diversos fatores, como a pouca alocação de recursos, má implementação e
também muita desinformação. Assim, o cenário é de uma população vulnerável nesse
contexto de flexibilização trabalhista, com o favorecimento dos mercados em detrimento de
avanços sociais, e que apesar de em geral a população receber sim essa assistência
financeira que o programa promete, ela não consegue se recolocar dentro do mercado de
trabalho. Importante nesse contexto chamar a atenção para a importância da atuação do
Estado na manutenção dessa situação e também do papel central que possui a mobilização
da força de trabalho, no sentido de união coletiva dos trabalhadores, com o objetivo de
obter maior poder de barganha e nesse sentido diminuir a distância hierárquica que afasta o
patrão do trabalhador. Sendo assim, a situação atual do programa seguro desemprego é
precária, com muitas suspensões no sentido de cada vez mais existirem impedimentos e
limitações para o recebimento do benefício, por exemplo a gente tem que o trabalhador no
período que estiver recebendo o seguro-desemprego, não pode receber outra remuneração
oriunda de vínculo empregatício formal ou informal, o que torna a vida mais difícil pq nem
sempre só o benefício vai ser suficiente para sustentar uma pessoa e muitas vezes sua
família. Isso, junto com a situação já exposta pelo Junior de má qualidade no provimento de
políticas ativas para obtenção de vínculo empregatício e com ocontexto neoliberal de
reformas trabalhistas faz com que a política trabalhista brasileira atualmente esteja falhando
em proteger o trabalhador dos efeitos da crise que estamos vivendo e atue na verdade para
defender os interesses das elites e dos mercados.