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Consumidor Aula #1 Introdução: Proteção: constitucional do consumidor. Art. 5º - direitos e garantias fundamentais; Art. 170 CF – princípios da ordem econômica; Art. 48 ADCT – determina a criação do CDC (imposição constitucional); Características do CDC: a. normas de ordem pública e de interesse social (art. 1º CDC); - ordem pública: norma cogente, de aplicação obrigatória; - OBS importante: muito embora não seja a regra, o CDC nos apresenta algumas normas dispositivas. Como exemplo podemos citar a segunda parte do inciso I, art. 51 do CDC – cláusulas abusivas (principal: fornecedor quer se ausentar das responsabilidades); b. tutelas múltiplas de proteção: norma geral sobre relação de consumo; - tutela civil/material: regras civis sobre o direito do consumidor; art. 1º a 54 do CDC; (OAB) - tutela administrativa: - tutela penal: - tutela processual: * as três últimas são tutelas complementares, reforçam as regras civis; c. técnica normativa: utiliza o fenômeno das cláusulas gerais: são preceitos com conteúdo indeterminado que delegam ao magistrado a definição do conteúdo no caso concreto. (art. 51, IV CDC); - tem um capo vago de aplicação: a maioria das normas do CDC são cláusulas gerais; d. extensão da tutela: (OAB) quem o CDC protege? - Proteção individual: - Proteção coletiva e difusa do consumidor é tratada no CDC a partir do art. 81, o qual define nos seus incisos a abrangência de cada uma das proteções; Caracterização da relação de consumo/aplicação do CDC: - relação de consumo é gênero e faz parte do setor econômico, ex.: compra e venda civil (particular/particular); - relação de consumo do CDC é espécie; - o CDC e o direito do consumidor como um todo possuem uma aplicação específica. A relação de consumo depende, portanto da conjugação de diversos requisitos ou elementos, a saber: a. sujeitos da relação de consumo: fornecedor e consumidor; - fornecedor: é definido no art. 3º do CDC; pode ser pessoa física, ou jurídica, ou até mesmo um ente despersonalizado, sendo necessária a realização da atividade econômica de circulação de produtos e serviços no mercado de consumo; * sociedade comum, massa falida são entes despersonalizados que podem ser fornecedores; * atividade econômica é diferente de ato econômico: - atividade: conjunto de atos realizado de forma sistemática. A doutrina costuma afirmar que a atividade pressupõe habitualidade/regularidade; * é importante sublinhar que o conceito de fornecedor não se confunde com o de empresário (conceito mais restrito – porque é necessária uma organização econômica) previsto no art. 966 CC. - consumidor: art. 2º do CDC; pode ser pessoa física, ou jurídica; que adquiri produtos ou serviços como destinatário final; *destinatário final é o sujeito que retira de circulação o produto ou serviço, ou seja, não comercializa e não transforma os produtos e serviços e produtos que adquire (consumo intermediário). * o direito do consumidor não tutela as relações de consumo intermediárias as quais continuam sujeitas ao CC. * a expressão “destinação final” gera uma grande polêmica da caracterização do consumidor. Por esta razão surgem três correntes interpretativas sobre o conceito de consumidor propostas pela doutrina e pela jurisprudência. A saber: i) corrente maximalista: basta a condição econômica de destinatário final para a caracterização do consumidor (é destinatário final? Sim então pronto); ii) corrente finalista: o consumidor é o destinatário final não econômico (empresarial/profissional). O STF na 2ª seção (direito privado) adota a posição finalista. iii) corrente do finalismo aprofundado: é uma tendência do STF, o consumidor é o destinatário final vulnerável (é o sujeito que apresenta uma fragilidade no mercado de consumo ao adquirir produtos e serviços) – ex.: profissionais liberais. Interpretação sistematizada do CDC. *consumidores por equiparação: são os sujeitos que se encontram em situações especificas em que é possível a aplicação do CDC, muito embora não se enquadrem propriamente como destinatários finais. Há três situações: i) § único do art. 2º: coletividade ainda que indeterminada – garante a proteção da sociedade de forma coletiva e de forma difusa; ii) art. 17: vítima do evento: é a pessoa que sofre um acidente de consumo muito embora não tenha adquirido o produto ou serviço que lhe deu causa (ex. acidente da TAM que atingiu um taxista na rua – taxista consumidor); iii) art. 29: são as pessoas expostas às práticas comerciais (ex.: divida no banco e a moça não para de te ligar e você nunca teve esta dívida – você foi exposto a cobrança); b. objetos: produtos ou serviços; * produtos: art. 3º § 1º CDC, qualquer bem móvel ou imóvel/ material ou imaterial; a forma de aquisição do produto (onerosa ou não), bem como o seu estado são irrelevantes para a sua caracterização; as amostras grátis também se aplica o CDC; * serviços: são definidos no art. 3º § 2º do CDC: atividade remunerada. A remuneração dos serviços pode ser feita de forma direta ou indireta pelo consumidor em razão do fenômeno da coligação negocial ou precificação (preço) desviada; * serviços públicos: são tratados no art. 22 CDC, é gênero; se aplica o CDC em apenas uma parte desse tipo de serviços: estado de forma direta ou de forma indireta (concessionarias e permissionárias) – é necessária a realização de atividade econômica. Ex.: CEF – estado como banco. A remuneração tem que ser feita por preço público ou por tarifa (imposto de forma indireta não aplica). * OBS importante: os serviços essenciais devem ser prestados se forma continua, porém o STJ entende que a interrupção destes serviços é lícita desde que o consumidor esteja inadimplente. c. elemento finalístico: “destinação final”, esta associado ao conceito de consumidor. Aula #2 Política Nacional das Relações de Consumo - art. 4º/5º do CDC; - conjunto de diretrizes, objetivos, princípios, e instrumentos; A. objetivos: art. 4º, caput, preservação e defesa dos interesses dos consumidores, bem como, a harmonização do mercado de consumo; os objetivos da política nacional são representados por um conjunto de normas programáticas as quais estabelecem uma linha geral de atuação; B. princípios: Vulnerabilidade: trata-se do reconhecimento da fragilidade do consumidor no mercado de consumo. ATENÇÃO: a vulnerabilidade é uma presunção absoluta; - é um conceito distinto da hipossuficiência (instituto que somente possui efeitos processuais garantindo principalmente a inversão do ônus da prova em favor do consumidor): Vulnerabilidade Hipossuficiência princípio → presunção. direito básico → decisão judicial - formas de vulnerabilidade: (i) jurídica: o consumidor não conhece os seus direitos e por esta razão, tem dificuldade para exercê-los; (ii) técnica: o consumidor não detém conhecimento sobre os produtos e serviços que adquire = o consumidor é mero usuário desses produtos e serviços; (iii) fática/socioeconômica: trata-se da exposição do consumidor às práticas de mercado – diretamente relacionada com a marca; (iv) política/legislativa: o consumidor não possui poder político para criar normas de proteção, ou seja, ele não possui um lob para a edição de leis que o defendam. Assim sendo, todas as normas criadas após a vigência da CF 88 não podem reduzir as garantias já conquistadas pelos consumidores; - Atualmente a doutrina desenvolve o conceito de hipervulnerabilidade ou vulnerabilidade acentuada. Esta condição resulta da conjugação de duas normas de proteção especifica sendo uma delas necessariamente o CDC; Segurança: os produtos e serviços inseridos no mercado de consumo não podem acarretar riscos a vida, à saúde e a integridade física do consumidor; - a segurança dos produtos e dos serviços no Brasil obedece aos padrões normatizados pelo estado, o qual intervem nas relações de consumo para definir se determinado produto ou serviço pode circular; - deve ser avaliada de forma: (i) preventiva: controle; (ii) repressiva: sanções civis, penais e administrativas;- ATENÇÃO: produtos e serviços inseguros são proibidos ≠ produtos e serviços perigosos e nocivos que são permitidos (art. 8º a 10º do CDC); - O CDC impõe aos fornecedores que informem ostensivamente a periculosidade e a nocividade dos produtos e dos serviços. A falta de informação torna estes bens de consumo inseguros. Ex.: bula; Da informação: deriva do principio da boa-fé objetiva; a informação deve ser regida por um valor básico, pois é ela quem define o poder decisório do consumidor do mercado; - o art. 31 do CDC ao tratar da oferta estabelece uma série de exigências no que diz respeito ao seu conteúdo informacional; - está intimamente associado ao principio da educação para o consumo. Este principio exige que todos os participantes do mercado criem uma cultura de sustentabilidade para o consumo garantindo um consumo melhor e mais consciente; Da harmonização dos interesses no mercado de consumo: busca um equilíbrio de interesses priorizando sempre os consumidores diante de sua vulnerabilidade; C. instrumentos: rol exemplificativo do art. 5º- meios pelos quais eu posso defender o consumidor; Direitos Básicos do Consumidor Art. 6º do CDC – rol exemplificativo; Conceito: são os núcleos fundamentais de proteção do consumidor; Art. 7º do CDC – pode sofrer uma ampliação em razão dos tratados e convenções; Aula #3 Regimes Específicos de Responsabilidade CDC – conjunto de regras; Responsabilidade Pelo Fato Do Produto/Serviço - art. 12, 13 e 14 do CDC; - tem como origem a violação do dever de segurança; + - é necessário haver uma consequência: acidente de consumo: §§1º art. 12/14 do CDC; Responsáveis pelo fato do produto/serviço: Do produto: Responsáveis diretos: art. 12 CDC: responde o fabricante, o produtor, o construtor e o importador – respondem de forma objetiva e solidária; Responsável indireto/mediato: comerciante: art. 13 do CDC: responsabilidade subsidiária; O comerciante que for responsabilizado poderá regressivamente exigir o pagamento da quantia contra o verdadeiro causador do dano!!; * O comerciante terá responsabilidade direta na hipótese de acidente que tenha como causa a má conservação de produtos perecíveis!!; Do produto: art. 14 CDC: o fornecedor do serviço será responsável; No caso de um acidente que tenha como causa um defeito na prestação de serviço, todos os fornecedores envolvidos serão responsabilizados de forma solidária; §4º, art. 14: profissionais liberais tem responsabilidade subjetiva; A regra de responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais vale apenas para as pessoas físicas e não para as pessoas jurídicas constituídas por estas pessoas; A vítima na responsabilidade pelo fato; Consumidor padrão: art. 2º; Vítima do evento: art. 17; Excludentes de responsabilidade: são situações que inibem o dever de indenizar dos fornecedores; hipóteses descritas nos §§2º e 3º do art. 12 e 14 do CDC; OBS.: a doutrina e a jurisprudência majoritárias afirmam que o caso fortuito e a força maior são excludentes aplicáveis às relações de consumo; Prazo prescricional destas ações que versam sobre acidente: art. 27 CDC: prazo de 5 anos; Responsabilidade Pelo Vício Do Produto/Serviço - art. 18, 19 e 20 do CDC - origem: violação do dever de adequação – falha de qualidade/quantidade dos produtos e serviços envolvidos; - consequência: frustração de consumo; - a configuração do vício deve ser avaliada de forma objetiva, assim a expectativa pessoal do consumidor não deve ser levada em consideração para a configuração deste regime de responsabilidade; * RESPONSABILIDADE CIVIL: dois mecanismos obrigacionais: Obrigação de indenizar; Obrigação específica/equivalente: ao tratar da obrigação específica na hipótese dos vícios o CDC cria o chamado direito de reclamação, este direito permite ao consumidor exigir o cumprimento da obrigação específica, ou de uma obrigação equivalente desde que observe um procedimento especificado em lei; * PROCEDIMENTO DO DIREITO DE RECLAMAÇÃO: Prazos para o exercício: garantia legal de adequação – art. 26: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis; 90 dias para os produtos e serviços duráveis; * são prazos decadenciais – passou o prazo perdeu o direito; OBS.: a garantia contratual muito embora facultativa interfere no exercício do direito de reclamação. A existência da garantia contratual impede a fluência do prazo da garantia legal (a garantia não corre); * Contagem dos Prazos: (+OAB): Vícios aparentes ou vícios de fácil constatação: a partir da entrega do produto ou do término do serviço; Vícios ocultos: a partir da constatação pelo consumidor; do momento em que vício se evidencia; o STJ para a contagem do prazo dos vícios ocultos a chamada teoria da vida útil, por vida útil entende-se um determinado lapso temporal em que o produto deve funcionar sem qualquer falha (exemplo: prazo de validade); * a vida útil será determinada a partir das informações prestadas pelo próprio fornecedor, ou na sua falta, através de dados oficiais de órgãos reguladores e até mesmo pela expectativa média do mercado; Aula #4 Resumo da aula anterior: o direito de reclamação vem para o saneamento dos vícios dos produtos e serviços -> prazo: consumidor diferencial: 90 dias para duráveis e 30 dias para não duráveis; Direito de Saneamento: trata-se de um prazo previsto no CDC para que o fornecedor possa sanar o vício. O prazo de saneamento previsto no CDC apresenta diversas exceções: Não é aplicável na hipótese de vício de quantidade bem como nas hipóteses de vício de serviço – art. 19 e 20 do CDC; Não existe prazo de saneamento se o vício comprometer a segurança ou reduzir sensivelmente o valor econômico do bem; Não é possível o saneamento na hipótese de produtos essenciais; OBSERVAÇAO: o prazo de saneamento pode ser reduzido para sete dias, ou ampliado para 180 dias, nestes casos é necessária a previsão de clausula contratual expressa em termo apartado. A. vicio sanado: problema acabou; B. vicio continua: se o vício não for sanado ou se o fornecedor se recusar a saná-lo o consumidor terá como regra três opções: Substituição do produto – mesma espécie; Abatimento proporcional do preço; Restituição da quantia paga + perdas e danos; OBS: escolha discricionária podendo o consumidor optar livremente; Práticas Comerciais nas Relações de Consumo O CDC disciplina 5: Oferta - Art. 30/35; - conjunto de informações suficientemente precisas sobre produtos e serviços inseridos no mercado de consumo; - deve ser entendida como sinônimo de marketing; - é composta de todas as informações que circulam no mercado sobre produtos e serviços, o meio de comunicação é irrelevante para a caracterização deste instituto! - principal efeito: força vinculante ou força obrigatória; OBS.: a vinculação somente existe quando as informações prestadas forem suficientemente precisas; informações precisas são aquelas que revelam características objetivas do produto e do serviço além de aspectos que compõe a estrutura do contrato; OBS2: se o fornecedor se recusar ao cumprimento da oferta o consumidor poderá valer-se de uma das opções previstas no artigo 35 do CDC; Publicidade - Art. 37; - deve ser entendida como componente da oferta – definição: trata-se de uma técnica informacional de caráter econômico capaz de divulgar informações e dados objetivos e subjetivos sobre produtos e serviços - princípios aplicáveis: Veracidade: todas as informações prestadas devem ser reais; Vinculação: divulgada a publicidade o fornecedor deve cumprir o que prometeu; Identificação: o consumidor tem que ter condições de saber que é uma publicidade; - tendo em vista que a publicidade é um componente da oferta suas informações e danos vinculam o fornecedor que dela se utilizar. É importante observar que o ônus da prova da veracidade do material publicitário é invertido cabendo sempre ao fornecedor que patrocina a comunicação a comunicação a prova (art. 38). - a publicidade em si é uma pratica comercial lícita, porém o CDC proibi expressamente quatro formas publicitárias,as saber: Publicidade clandestina: o consumidor não percebe que é propaganda; Publicidade enganosa: falsa – que leva o consumidor a erro – art. 37 §1º; Publicidade abusiva: é aquela que viola os valores de proteção do CDC – o código traz apenas exemplos de configuração da abusividade; - publicidade que explora a fragilidade de julgamento da criança – art. 37 §2º; Publicidade por telefone quando a chamada for onerosa ao consumidor: §único do art. 33 do CDC; Praticas Comerciais Abusivas - Art. 39 – rol exemplificativo; - são práticas desleais, antiéticas inseridas no mercado; - prejudicam: tanto o consumidor como a concorrência; - OBS: o inciso IV do art. 39 do CDC estabelece uma cláusula geral sobre as práticas abusivas, clausula esta aplicável em diversas situações; venda casada ou venda condicionada – ligar a venda a de um serviço ou produto com a aquisição de outro produto ou serviço; limitação quantitativa pode ocorrer desde que exista uma justa causa a qual será avaliada de acordo com as circunstâncias concretas; envio de produtos e serviços não solicitados ao consumidor: o produto ou o serviço enviado não poderá ser cobrado do consumidor nos termos do §único do art. 39 do CDC; - descumprimento de norma técnica: ABNT, IMETRO; - elevação injustificada dos preços: vedação a precificação abusiva; Aula #5 Cobrança de Dívida - Art. 42/42-A do CDC; Trata-se de uma prática comercial lícita que permite ao fornecedor exigir o seu crédito do consumidor inadimplente. Essa cobrança pode ser feita na via judicial, como na via extrajudicial. Quando é judicial passa para o campo do Processo Civil. A cobrança extrajudicial é quando o fornecedor busca seu crédito não pela via judicial; O CDC não proíbe a cobrança em si, porém veda algumas formas em que o exercício do direito de crédito passa a ter um contorno abusivo, passando a violar outros direitos e garantias do consumidor devedor. As principais condutas abusivas na cobrança de dívida: Cobrança ameaçadora; Cobrança ridicularizante: ocorre quando o consumidor é alvo de zombarias ou deboches capazes de afetar a sua imagem e a sua honra; Cobrança Constrangedora: tanto pode ser físico ou moral resultante de um ato de violência; Cobrança com Interferência na Atividade Profissional ou também no Lazer e no descanso: ou seja, a pessoa passa a cobrar o individuo enquanto o individuo pratica suas atividades profissionais; Consequências jurídicas da cobrança abusiva: Caracterização do dano moral: mesmo que o sujeito seja devedor, o excesso gera o dano (art. 187 CC); Caracterização de um tipo penal previsto no CDC: art. 71 CDC – cobrança abusiva é enquadrada como crime cuja pena prevista é de detenção de três meses a um ano além de multa; Possibilidade de repetição do indébito: o consumidor que efetuou um pagamento maior poderá pleitear a restituição da quantia. Há repetição simples e em dobro: Simples: quando a cobrança não for abusiva; Em dobro: apenas quando a cobrança resultar de uma cobrança abusiva; OBS: a repetição limita-se ao valor pago a maior, e nunca sobre a totalidade da dívida. OBS: o art. 42-A exige a identificação do fornecedor que efetua a cobrança mediante apresentação do nome completo endereço, número do CPF ou CNPJ; Cadastros/Bancos de Dados - Art. 43/44 CDC; - Lei 12.414/11 – cadastro positivo; O cadastro e o banco de dados fazem parte de um gênero: arquivos de consumo. Este tem como objetivo a coleta de informações sobre atos de comportamento dos consumidores. A natureza dos artigos de consumo varia conforme as informações coletadas pelos arquivistas. Atualmente, ganha destaque o chamados serviços de proteção ao crédito que tem como objetivo a coleta de informações a respeito da inadimplência do consumido. Os serviços de proteção ao crédito representam uma prática lícita mas com limites previstos no artigo 43 do CDC; Cadastro negativo: Principais Características: Abertura de cadastro, ficha ou registro, não solicitada pelo consumidor, deve a ele ser comunicada por escrito de forma prévia. Art. 43 §2º. OBS: as comunicações verbais assim como as comunicações digitais não podem suprir a carta física. Porém o STJ, com a edição da súmula 404 dispensou o AR para o envio da carta. O dever de comunicação é do arquivista por força normativa; O consumidor tem direito de pleitear a revisão e a retificação das informações inseridas em seu nome, tanto de forma extrajudicial como também de forma judicial, podendo inclusive valer-se do Habeas Data para ter acesso a estes dados; O período restritivo das informações negativas é de 5 anos contados da data do fato ou da formação da relação de consumo. O registro indevido tem como efeito principal a configuração do dano moral, porém não cabe indenização quando preexistente uma legitima inscrição. Cadastro Positivo: regula a formação e consulta a banco de dados com informações sobre o adimplemento de pessoas naturais e pessoas jurídicas para a formação de um histórico de crédito. Principais características: Abertura do cadastro positivo depende obrigatoriamente de autorização prévia do potencial cadastrado mediante consentimento informado; O prazo de permanência das informações é de no máximo 15 anos; As informações do cadastro positivo devem ser limitadas aquelas necessárias para a avaliação da situação econômica do cadastrado (são proibidas informações excessivas e sensíveis); Proteção Contratual Disposições Gerais: Art. 46/50 CDC; Clausulas Contratuais: Em especial as cláusulas abusivas previstas no artigo 51; Contrato de Adesão; Interpretação dos contratos de consumo: Art. 47 – interpretação favorável ao consumidor; OBS: a regra de interpretação favorável prevista no CDC é mais ampla do que aquela estabelecida no artigo 423 CC. Porém é importante destacar que a interpretação favorável continua coexistindo com clausulas restritivas, desde que não tenham algum contorno abusivo. Direito de Arrependimento Art. 49 CDC Permite ao consumidor desistir do contrato firmado desde que o mesmo tenha sido realizado fora do estabelecimento comercial. Prazo decadencial de 7 dias contados da entrega da entrega do produto ou do término do serviço; Clausulas Abusivas Art. 51 CDC Tem a consequência da nulidade; O STJ editou especificamente sobre as clausulas abusivas bancárias com a vedação ao seu conhecimento de oficio. Esta vedação não se aplica as demais clausulas abusivas de contratos com natureza diversa. Concessão de Crédito Art. 52 CDC - Multa máxima de 2 % (mora); - Possibilidade de pagamento antecipado; - Direito de ser informado sobre os encargos contratuais; ARTIGOS PARA LEITURA: Art. 82; Art. 87; Art. 103.
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