Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COMUNICAÇÃO NA SAÚDE Antônia Iris Paiva Sousa Fabrício Ferreira Cunha Luana Carolina da Silva1 Rafael Faustino da Silva2 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Administração Pública (1137APU) - Seminário Interdisciplinar: Comunicação na Administração Pública 14/06/2021 INTRODUÇÃO Visamos com esta pesquisa apontar a importância da comunicação no âmbito da Saúde Pública, com ênfase no SUS – Sistema Único de Saúde, sendo este principal elo entre o Ministério da Saúde e a População, onde a proposta deste modelo de saúde é garantir a entrega a toda população de forma gratuita. Os métodos de comunicação e organização trazem a necessidade de um método cada vez mais seguro, eficaz e ágil, tanto no atendimento quanto na veiculação de informações e processamento de dados coletados pelas instituições de saúde. Tanto a inovação tecnológica quanto o uso de novas ferramentas de comunicação se mostraram ao longo destes anos em que o sistema foi implantado no país, indispensáveis para a continuidade do projeto. Palavras Chaves: Comunicação; Saúde Pública; SUS. 2 Professor tutor externo: Rafael Faustino da Silva, e-mail: 100104378@tutor.uniasselvi.com.br Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Administração Pública (1137 APU) -Seminário Interdisciplinar: Comunicação na Administração Pública - 14/06/2021 1Antônia Iris Paiva Souza Fabricio Ferreira Cunha Luana Carolina da Silva mailto:100104378@tutor.uniasselvi.com.br É fundamental a importância do ato comunicativo dentro da saúde, para que de certa forma o prestador do serviço e o usuário possam estabelecer um processo de ajuda entre si. A comunicação deve proporcionar uma relação de confiança entre o trabalhador da saúde e paciente, para que em um determinado momento, ambos possam passar informações necessárias para um possível tratamento. Além de propiciar uma relação terapêutica, a comunicação deve propiciar condições para práticas de promoção da saúde, tornando o usuário/cuidador autônomo à negociação diante do tratamento e das condições que favorecem o autocuidado [...]. Essa perspectiva será gerida a partir da busca do intercâmbio de saberes, do diálogo e do entendimento entre o trabalhador de saúde e o usuário (WANDERLEYA et al., 2013, pg 6). A comunicação e a informação são responsáveis por proporcionar um conhecimento do saber, onde ambas as partes podem trocar informações para uma futura negociação. Mas o que impediria que esse processo de comunicação ocorra nos conselhos municipais de saúde? Valdir Oliveira (2006 pg 39) em uma de suas coletâneas, descreve que “quando os indivíduos entram em uma relação de conflito essas variáveis aparecem de maneira mais cristalina, assim como as evidências de que alguns têm mais recursos que outros, inclusive para alterar, substantivamente, determinadas situações.” Na atualidade com o avanço da tecnologia, e as redes de telecomunicações, temos em nossas mão vários meios de comunicação, como por exemplo, o celular, a televisão, computador, tablets, rádios, entre outros. Na perspectiva de Janine Miranda (2006 pg. 46), ela destaca que há preocupações em relação a utilização dos meios de linguagens e veículos adequados para assegurar o sucesso da comunicação, em sua teoria ela acredita que a ideia de uma mensagem é recebida e entendida da mesma forma em que foi pensada e planejada pelo emissor. Ela acentua que essa “ideia sobre a comunicação é tão familiar, quanto problemática”. Na visão de MIRANDA (2006, pg 47), o avanço do SUS, exige-se um outro modelo de comunicação para que o crescimento das práticas sejam coerentes e que tenham uma visão mais ampliada da saúde, “com as propostas de descentralização e controle social”. O mesmo movimento que deu origem ao SUS vem demonstrando, desde a década de 80, o quanto as tradicionais práticas de educação e de comunicação sanitárias eram insuficientes e mesmo contraditórias com o projeto que concebe a saúde como resultado tanto das condições de vida, quanto das possibilidades de participação democrática da população nas políticas públicas (MIRANDA, 2006, pg 47). Segundo Paim (2015) o sistema de saúde era visto como algo negativo, isso porque havia algumas desconfianças em relação à descentralização, onde a saúde era tratada mais como um caso de polícia a do que como questão social, isso porque o órgão que era responsável pela a saúde era vinculado ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Para amenizar os problemas e 1 democratizar a saúde no Brasil, estudantes, pesquisadores e profissionais da saúde sugeriram a Reforma Sanitária e a implantação do SUS. Novamente na atualidade, vale lembrar que, com esse aumento de informações oferecido pelas redes, nem sempre é bom na busca de informações, pois existem sites com fontes duvidosas, podendo colocar em risco a vida de pacientes ao fornecer informações falsas. A comunicação em saúde é uma estratégia de influenciar e de informar o que é considerado importante para os aspectos da vida, recebendo informações que ajudam a ter uma vida saudável para que possamos discernir o que é importante para a nossa saúde. Receber informações é um direito de todos os cidadãos, sobre as principais doenças, como manter-se saudável e assim termos maior conhecimento sobre esse assunto. Na visão de Faria et al (1996) ainda existem muitas barreiras que dificultam a comunicação entre paciente e os profissionais da saúde; aproximadamente 60% dos pacientes estão insatisfeitos com a comunicação nas instituições de saúde, acerca da falta de um diálogo positivo para suas consultas. O diálogo entre o médico/usuário é de extrema importância para direcionar o paciente para as escolhas mais assertivas sobre o diagnóstico recebido, porém muitas das vezes não acontece uma comunicação positiva. Devido ao avanço da tecnologia, a forma de se comunicar se tornou cada vez mais rápida, por meio de mensagens ou vídeos chamadas, mas nem sempre esses diálogos proporcionam uma comunicação eficaz, direcionando assim um olhar sobre esta relação cada vez mais preocupante sendo um ponto a ser melhorado. Faria et al (1996) destaca que, o diálogo entre o paciente e médico está cada vez mais distante, pois “essa relação está mediada por tecnologia”, e o procedimento distância o olhar clínico do indivíduo, antes era fundamental fazer uma consulta “olho no olho” com o seu paciente agora muitas das vezes é feita por meios tecnológicos. Com o avanço da tecnologia vemos que, está cada vez mais distante a comunicação entre o paciente e médico, o que se tornou mais fácil receber uma informação ou se comunicar com algum assistente de saúde, mas que às vezes essa forma não é tão eficaz e não proporciona o mesmo diálogo como o que acontece em uma comunicação onde ambos estão presentes. Mas podemos perceber que as redes sociais podem ser uma forte aliada para o sistema de saúde pois: As redes sociais são fundamentais para garantir a participação das pessoas. O Ministério da Saúde vê as redes sociais como uma forma de opinar, de conversar, de ouvir o usuário, de garantir o diálogo com a sociedade e sua ampla participação. Por exemplo, quando ele divulga informações nas redes sociais, trata-se de ações de saúde pública que auxiliam na melhoria da qualidade de vida do cidadão, seja para a promoção da saúde, a prevenção de doenças ou a adesão da população às mobilizações de campanhas. Por isso, as redes sociais do ministério agem nesse sentido, de qualificar o SUS por meio do diálogo, acolhendo demandas. Estou convencido de que isso facilita o processo para a população separar o joio do trigo ou, melhor, o que é fake do que é real. (PADILHA, Alexandre, 2012, pg.288). 2 Debate-se muito, correntemente, que com o avanço da tecnologia, podemos perceber que a população esteja sempre informada sobre assuntos relacionados ao sistema de saúde pública. Mas na visão do Ministério da Saúde, a internet ainda precisa de melhorias para que a população possa abertamente tirar suas dúvidas, e se comunique semintermédio de terceiros por meios das redes sociais, e que não caia em notícias falsas, podendo assim haver uma comunicação eficaz. A tecnologia além de propor uma forma de podermos encontrar informações sobre a saúde, ela também fez melhorias nas organizações, houve melhorias na hora dos atendimentos, por meio de cadastros em computadores onde fica as informações dos pacientes, faz-se necessário ainda o uso o cartão de vacinação ou outro cartão que se encontra as informações dos dados do cadastro do paciente, com isso tornou os atendimentos mais rápidos por meios tecnologias,“o campo das relações que transpassam todo ato de saúde tem direcionado e indicado a necessidade de reorganização cultural, estrutural e funcional do sistema de comunicação e das interrelações entre o profissional de saúde e o usuário” (FARIA et al, 1996,p.48). Como meio de organização e facilidade na comunicação entre o paciente, a instituição de saúde e o Ministério de Saúde, implantou-se o Cartão do SUS, ou CNS-Cartão Nacional da Saúde. Com ele, foi possível organizar e agilizar o atendimento significativamente. Isto se dá pelo fato de termos toda uma base tecnológica para o tráfego das informações. Quando o paciente solicita um atendimento é necessário a apresentação do cartão. Nele consta todos os dados do paciente, históricos de atendimentos anteriores entre outras informações que futuramente podem servir de base para análise, embora não seja este o propósito. Porém, o cartão não é condição essencial para o atendimento, todo cidadão tem o direito de ser atendido apenas com sua carteira de identidade ou similar. O que impactou inicialmente no projeto foi o cadastramento dos cidadãos, ora por insuficiência de recursos humanos, a capacitação para o exercício, bem como a inadequação do perfil do profissional, quanto a demanda na procura pelo cadastramento para assim garantir o benefício. Outros problemas iniciais foram a falta de documentos por parte dos solicitantes e também os benefícios tecnológicos para a realização do processo, em que a necessidade de confiabilidade nos dados era essencial. A contratação de uma empresa para gerenciar e fiscalizar este processo foi de extrema importância. A implantação do cartão nacional teve várias etapas, já previsto em instrumento normativo, foi necessário inicialmente pelo seu nível de complexidade e abrangência um projeto inicial piloto, com um número limitado de pacientes registrados, idealizado em 1996 e implantado em meados de 1999. Este projeto piloto serviu como base de estudo para identificar a eficácia e pontos a serem melhorados. Para Cunha (2007, p.870) é necessário preservar a integridade de atendimento, a 3 equidade e democratização, mas garantindo também a sua autonomia, integridade moral e privacidade quanto às informações coletadas, relacionadas a sua saúde. A identificação do indivíduo no sistema de saúde segue diretrizes de atendimento municipais, onde cada cidadão recebe um número que é vinculado ao seu lugar de origem, mas dá acesso ao atendimento em todo território nacional, desta forma, mesmo migrando para outra cidade, seu registro não se altera, mas seus históricos de atendimento, bem como os novos atendimentos são registrados neste cadastro. O objetivo é identificar a necessidade do atendimento, o profissional que o atendeu, o procedimento tomado, o diagnóstico, ou seja, o fim principal não é ter uma base de dados visando faturamento ou para fins de análise epidemiológica, mas estreitamente na comunicação entre o profissional e o paciente. Profissionais na área da saúde também recebem seu cartão, mas estes recebem uma senha de acesso, sigilosa e intransferível, com este acesso, o profissional pode coletar ou lançar dados no sistema, todo seu atendimento fica registrado e criptografado em seu cartão de identificação. Tão importante quanto o controle do atendimento presencial, o CNS tem a função de controle governamental em vários âmbitos do SUS, como o acompanhamento de referências interestaduais e intermunicipais, facilitar o processo de compensação financeira e ressarcimento do SUS dos procedimentos realizados pelo setor de saúde supletiva, facilitar a integração de dados na base nacional gerenciada pelo ministério da saúde e subsidiar os processos de regulamentação e racionalização dos recursos financeiros, ou seja, o controle na comunicação e na integração de toda informação obtida durante os atendimentos servem como dados para mensurar e direcionar ações de melhorias e manutenção do sistema como um todo. Uma pesquisa feita pela Secretaria de Gestão de investirmos mostra essa importância: O Cartão Nacional de Saúde tem como objetivo a modernização dos instrumentos de gerenciamento da atenção à saúde. A utilização de tecnologias de ampla difusão, conjugando informática e telecomunicações, permitirá dotar o SUS de uma rede integrada para a realização de variada gama de operações e captura de informações. (Secretaria de Gestão de Investimentos/MS. p. 563) 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os desafios a serem superados constantemente são as de negociação interna, entre os setores do Ministério da Saúde, e externa, estados, municípios, entidades dos profissionais e dos gerenciamentos de contrato, ou seja, a boa fluência na comunicação, objetivos em comum e apoio de todas as pontas são fundamentais para a continuidade do Sistema Único de Saúde. Outro ponto de extrema importância é a continuidade do projeto independente do governo vigente, este foi uma das maiores preocupações no início da implantação do SUS, entretanto, a adesão dos estados e municípios frente a proposta se mostrou positiva e vista inclusive como propostas eleitorais, visando a continuidade e melhoria do projeto, deixando assim de ser um a iniciativa do Ministério da Saúde para ser também uma iniciativa do governo. Vivemos na era da informação, onde dos dados viajam de ponta a ponta em tempo real, faz-se necessário a continuidade no avanço tecnológico para que o Sistema Único de Saúde caminhe na mesma direção desta evolução, seja na comunicação interna entre os ministérios, e externa, com os veículos de comunicação para com a população. Os desafios continuarão a surgir e o esperado é que estejam preparados para as novidades, superação e para a inovação. 5 REFERÊNCIAS CUNHA, Rosani Evangelista da, Cartão Nacional de Saúde: os desafios da concepção e implantação de um sistema nacional de captura de informações de atendimento em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 2007, pg 870, v. 7, n. 4. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232002000400018>. acesso em: 19 maio 2021. FARIA, Marília Eliana. Comunicação na saúde, fim da Assimetria? 1996.171 f. tese de doutoramento. Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, pág. 42, 43 e 48,1996. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/76532/105625.pdf?sequence=1&isAllowed=y> acesso em: 28 de maio.2021 FERRARI, Maria Aparecida et al, Comunicação e Saúde, 2012. pg 430 f. Revista brasileira. Universidade de São Paulo, 2012. Disponível em:< https://www.revistas.usp.br/organicom/issue/download/10224/1294> avesso em: 25 de maio.2021 MIRANDA, Janine et al, Coletânea de Comunicação e Informação em Saúde para o exercício do Controle Social. Desafios e contradições comunicacionais nos conselhos de saúde, pg 46, 47, 2006 Editora MS, Brasília DF. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/coletanea_comunicacao_informacao_saude_exercicio.pdf> acessado em: 20 maio de 2021 OLIVEIRA, Valdir de Castro et al, Coletânea de Comunicação em Saúde para o exercício do Controle Social. Desafios e contradições comunicacionais nos conselhos de saúde, pg 39, 2006, Editora MS, Brasília DF. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/coletanea_comunicacao_informacao_saude_exercicio.pdf > asseso em: 19 maio 2021 PADILHA, Alexandre et al, Comunicação e Saúde, 2012. pg 288 f. Revista brasileira. Universidade de São Paulo, 2012. Disponível em:<https://www.revistas.usp.br/organicom/issue/download/10224/1294> asesso em: 25 de maio.2021 PAIM, Jairnilson Silva, O que é SUS, 2015, pg 21, Editora Fiocruz. Disponível em:< http://www.livrosinterativoseditora.fiocruz.br/sus/ >acesso em 30 de maio de 2021. Secretaria de Gestão de Investimentos/MS* - O cartão nacional de saúde: instrumento para um novo modelo de atenção - Ciência & saúde coletiva, 2001, pág. 563, v. 34, n. 5 Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000500020> acesso em: 19 de maio de 2021. WANDERLEYA, Maria W. de Lavor Coriolano-Marinus et al, Comunicação nas práticas em saúde: revisão integrativa da literatura, 2014, pg 6, Saúde Soc. São Paulo, v.23, n.4, p.1356-1369, 2014 1361. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v23n4/0104-1290-sausoc-23-4-1356.pdf> acesso em 20 maio de 2021. 6 https://doi.org/10.1590/S1413-81232002000400018 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/76532/105625.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://www.revistas.usp.br/organicom/issue/download/10224/1294 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/coletanea_comunicacao_informacao_saude_exercicio.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/coletanea_comunicacao_informacao_saude_exercicio.pdf https://www.revistas.usp.br/organicom/issue/download/10224/1294 http://www.livrosinterativoseditora.fiocruz.br/sus/ https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000500020 https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v23n4/0104-1290-sausoc-23-4-1356.pdf
Compartilhar