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Comentário Jurídico de caso concreto

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Fortaleza - CE
2022
Processo: REsp 1.332.071-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 18/02/2020, Informativo 665 do STJ.	
Ramo do Direito	
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL
Tema	
Contrato de permuta de imóveis. Imóvel cedido com débito de IPTU. Débito quitado pelo permutante que recebeu o imóvel. Reembolso. Ação de cobrança em cumprimento de sentença. Penhora do imóvel cedido que não possuía débito tributário. Exceção à proteção legal conferida ao bem de família. Impossibilidade.
Destaque
Para a aplicação da exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º, IV, da Lei n. 8.009/1990 é preciso que o débito de natureza tributária seja proveniente do próprio imóvel que se pretende penhorar.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
Cinge-se a controvérsia a definir se é possível a penhora de imóvel, no bojo de ação de cobrança em fase de cumprimento de sentença, em razão da exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º, IV, da Lei n. 8.009/1990.
No caso, celebrou-se entre as partes um contrato particular de permuta de imóveis urbanos, em que seria transmitida uma casa residencial em troca de um lote de terreno. Por ocasião da celebração do referido contrato, pactuou-se que cada parte assumiria os tributos e taxas que viessem a incidir sobre os imóveis permutados, responsabilizando-se pela existência de débitos pendentes.
Após a concretização da permuta e transferência da posse, constatou-se que o imóvel cedido por uma das partes possuía débitos de IPTU relacionados a anos anteriores à celebração do contrato. Assim, a parte adversa quitou os débitos fiscais junto à Municipalidade e ajuizou ação de cobrança contra o ora recorrente buscando o reembolso dos valores pagos, a qual foi julgada procedente pelas instâncias ordinárias.
Na fase de cumprimento de sentença, o imóvel transferido ao recorrente (casa residencial), que antes pertencia aos recorridos, e que não possuía débitos tributários, foi penhorado para garantia da dívida objeto da referida ação de cobrança, com base no art. 3º, IV, da Lei n. 8.009/1990, o qual dispõe que poderá ser penhorado o bem de família "para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar".
Não obstante, para a aplicação da exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no aludido dispositivo legal é preciso que o débito de natureza tributária seja proveniente do próprio imóvel que se pretende penhorar. Em outras palavras, era preciso que os débitos de IPTU fossem do próprio imóvel penhorado. Na hipótese, contudo, o imóvel penhorado não tinha qualquer débito tributário.
Ademais, o débito referente ao IPTU do imóvel repassado pelo recorrente foi integralmente quitado pela outra parte, razão pela qual não se está cobrando "impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas", mas, sim, o reembolso dos valores pagos pelos autores em função do não cumprimento de cláusula contratual pelo recorrente, a qual estabelecia que a permuta dos imóveis deveria ser efetivada sem qualquer pendência fiscal.
Com efeito, por se tratar de norma de exceção à ampla proteção legal conferida ao bem de família, a interpretação do art. 3º, inciso IV, da Lei n. 8.009/1990, deve se dar de maneira restritiva, não podendo ser ampliada a ponto de alcançar outras situações não previstas pelo legislador.
· O ocorrido é que o problema jurídico trata-se em determinar se, no acontecimento de permuta de imóveis, pode haver a exclusão do Art.3°, IV, Lei 8.009/90, e se é cabível na execução civil, no sentido de ser vantajoso para a parte que solveu os débitos tributários sobre o imóvel permutado.
· A situação fática nesse sentido, trata-se de uma Celebração de contrato de troca que possui como objeto uma casa e um terreno, foi acordado nesse contrato de permuta que ambas partes são responsáveis pelos débitos fiscais pendentes no imóvel que irá trocar, sendo somente os débitos fiscais futuros responsabilidade dos adquirentes, entretanto, o terreno objeto de troca foi alienado com débitos fiscais pendentes com relação aos anos de 1994 a 1998, e posteriormente pagos pelos novos proprietários, haja vista que os antigos donos do imóvel se recusaram a pagar tais débitos pendentes. 
· O resumo do processo se dá como já visto anteriormente, Na origem da ação de cobrança, sendo no polo ativo os adquirentes e no polo passivo os alienantes, tendo como intuito o reembolso dos gastos efetuados para o pagamento dos tributos, Os autores obtiveram sucesso na fase do conhecimento do processo e, em seguida, requereram o cumprimento de sentença em face da parte ré, Com isso os exequentes solicitaram a penhora da casa dos executados, O juízo de 1º instância deferiu a penhora, em decorrência de tal fato, os executados fizeram a interposição de agravo de instrumento, trazendo como alegação a impenhorabilidade do bem de família com previsão no art.1°, Lei 8.009/90. O Tribunal de Justiça de São Paulo negou e o agravo de instrumento restou improvido. De acordo com o TJSP, no caso concreto, incide a exceção do inciso IV, art. 3° da Lei 8.009/90. Descontentes com decisão proferida pela 2° instância, os executados interpuseram o recurso especial.
· A Tese do recorrente declaram a violação do art.1º juntamente com a do IV, art.3º da Lei 8.009/90.De maneira concisa, asseveram os recorrentes que é restrita a exceção do IV, art.3° ao débitos fiscais cometidos pelos imóvel residencial. Ou seja, em relação ao caso, os débitos fiscais são provenientes de distinto imóvel, o terreno. 
· O Julgamento do recurso o pleito foi submetido ao julgamento da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça. Deu-se provimento ao recurso especial, a elucidação do relator tratou-se que a exceção do IV, art.3° restringe-se aos débitos fiscais provenientes do imóvel familiar. No caso em tela, a dívida tributária teve início em outro imóvel, prevalecendo a regra da impenhorabilidade do bem de família, a decisão foi unânime da Terceira Turma. 
· Comentário final: É de total pertinência ressaltar que concordo com o parecer da Terceira Turma do STJ, haja vista que a decisão foi tomada corretamente, pois é capaz atentar-se sobre a natureza da dívida exequenda que é pessoal, ou seja, não tratando de débito tributário, acerca disto, não se aplica a exceção do IV, art.3º da Lei 8.009/90, dispositivo este que não concorda interpretação extensiva. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<https://www.youtube.com/watch?v=m1116bYGrOI>
<https://processo.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?acao=pesquisarumaedicao&livre=0665.cod.>

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