Buscar

chinablue (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais
 TRABALHO DE SEMINÁRIO DE 
CONTEÚDO VARIÁVEL 
Isli de Jesus Pereira
 
Professora – Inês Stampa
Departamento de Serviço Social
Rio de Janeiro dezembro de 2012
 
 A nova organização capitalista do trabalho é caracterizada cada vez mais pela precariedade, pela flexibilização e desregulamentação, de maneira sem precedentes para os assalariados. O documentário China Blue, mostra como a competição no sistema econômico mundial afeta a administração da fábrica chinesa e também mostra em detalhes o que isso significa para os trabalhadores.
Ao ver esse documentário, vi que a China, ao invés de progredir, parece ter voltado mais de 100 anos no passado. As condições e relações de trabalho nas fábricas chinesas hoje em dia são muito semelhantes ao que existia na época da revolução industrial na Europa. Nessa época, os trabalhadores saíam do campo em busca de trabalho nas cidades, onde eram explorados ao extremo, recebiam uma remuneração miserável, praticamente não tinham direitos e viviam nas piores condições possíveis. E é exatamente assim como vivem os trabalhadores desta fábrica, assim como é exposto no documentário a migração de uma adolescente que deixa sua província em busca de trabalho para ajudar no sustendo de sua família, porque sua irmã mais velha foi para o High School, o que é considerado uma honra para as mulheres.
Desta forma podemos ver que o trabalho esta cada vez mais marcado pela precariedade e pela desregulamentação. Por a fábrica estar com muitos pedidos os trabalhadores às vezes tem que trabalhar a noite inteira, se for preciso, para cumprir o prazo de uma entrega. Estes trabalhadores são tão agradecidos por ter um emprego que trabalham horas extras sabendo que não vão receber nada por isso. 
Esse processo precariza todo o viver social onde através do documentário podemos acompanhar a luta de duas adolescentes, Jasmine e sua amiga Li Ping, que preocupadas em evitar serem multadas por adormecer no trabalho, dão uma “escapulida” da fábrica para comprar o chá energizante, mas são descobertas e multadas. Outros trabalhadores recorrem a prendedores de roupa em suas pálpebras para manter os olhos abertos. E quando tem vontade de ir ao banheiro não podem, pois tem tempo certo pra isso, gerando nestes trabalhadores problemas muito sérios de saúde como: problemas respiratórios, de bexiga, de fígado e etc. Quando a resistência física dos trabalhadores atinge um ponto de exaustão total seu único recurso pode ser uma greve, mas eles não conseguem nada, pois greve é ilegal na China.
Para Vasapollo (2005), por exemplo, a precarização do trabalho se dá no âmbito do que ele chama de trabalho atípico, que se refere às novas formas de trabalho que se diferenciam, e que por vezes se contrapõem, àquelas vivenciados no período do padrão de acumulação fordista. Para definir essa nova categoria, este autor parte da contraposição ao trabalho padrão. Este último é definido como tendo algumas características essenciais, que são perdidas com o advento do ideário toyotista. 
No trabalho atípico, segundo o autor, há mudanças nos contratos em relação à obrigatoriedade de tempo de trabalho indeterminado, à integração organizativa da empresa, e ao regime constante de prestação de serviços. Pode ser, então, toda e qualquer forma de prestação de serviços que se diferencia do trabalho efetivo, este que possui garantias formais e contratuais, por tempo indeterminado e full-time.
Dentre as várias formas de trabalho atípico que se encontram regulamentados na
legislação italiana e são explicitadas pelo autor – trabalho temporário, de tempo parcial, contrato de aprendizagem, entre outros – uma delas é, para nós, de grande importância: o trabalho terceirizado. Esta surge como forma de assegurar uma necessidade que é constante do capital: a manutenção e ampliação dos lucros. Isto porque, através da terceirização, a empresa diminui os custos com força de trabalho, já que, se desresponsabiliza pelos encargos trabalhistas e pode contratar trabalhadores terceirizados por salários mais baixos.
Cada trabalhador tem o direito de lutar por melhores condições de trabalho, isso inclui trocar de emprego caso não consiga fazer com que seus direitos sejam respeitados e / ou acionar o Poder Judiciário para obter os direitos que lhe foram negados. Mas na China se o trabalhador faz isso perde o emprego e se conseguir outro será com as mesmas condições de trabalho, pois um terço da população ativa rural possui subempregos, o que provoca uma migração que atinge entre 150 e 200 milhões de trabalhadores rurais que buscam postos de trabalho nas principais cidades todos os dias. O triste é que acontece meio o jargão que usamos “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, então todos se submetem à exploração, pois por haver abundância de mão de obra, a mesma é extremamente barata, fazendo com que os trabalhadores não tenham muitas opções, ganhando quase o mesmo onde quer que vá, fazendo com que o trabalho se degrade cada vez mais, criando um grande abismo entre a realidade e o que a lei determina. A flexibilização, definitivamente, não é a solução para aumentar os índices de ocupação. Ao contrário, é uma imposição à força de trabalho para que sejam aceitos salários reais mais baixos e em piores condições. É nesse contexto que estão sendo reforçadas as novas ofertas de trabalho, por meio do denominado mercado ilegal, no qual está sendo difundido o trabalho irregular, precário e sem garantias. (VASAPOLLO, 2005, p.28).
É claro que as empresas que contratam o serviço destas fábricas e o governo precisam fiscalizar o ambiente de trabalho, mas os trabalhadores para manterem seu salário se omitem.
A Lei Trabalhista da República Popular da China, adotada no 8º Encontro do Comitê Permanente do 8º Congresso Popular Nacional em 5 de julho de 1944, começou a vigorar em 1º de janeiro de 1995. Está dividida em treze capítulos, a saber: 
I.Disposições gerais; 
II. Da promoção de empregos; 
III. Dos contratos trabalhistas e contratos coletivos; 
IV. Da jornada de trabalho, descanso e férias; 
V. Da remuneração; 
VI. Da segurança ocupacional e da saúde; 
VII. Da proteção especial da mulher e do menor; 
VIII. Da capacitação profissional; 
IX. Do seguro social e previdência; 
X. Dos conflitos trabalhistas; 
XI. Da supervisão e inspeção; 
XII. Da responsabilidade legal; 
XIII. Disposições suplementares.
A Lei Trabalhista chinesa confere aos trabalhadores, dentre outros, os seguintes direitos: 
1. Emprego em bases iguais; 
2. Jornada de trabalho de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais; 
3. Descanso semanal; 
4. Salário mínimo; 
5. Férias remuneradas; 
6. Segurança ocupacional e saúde; 
7. Estabilidade no emprego em caso de perda total ou parcial da capacidade laborativa devido a lesões e doenças ocupacionais, durante tratamento médico, em caso de trabalhadora ou membro do corpo administrativo em período de gestação, puerperal ou de amamentação, além de outras circunstâncias previstas em lei, normas administrativas e regulamentos; 
8. Direito a treinamento profissional; 
9. Licenças; 
10. Adicional de horas extras de 150% em dias comuns, de 200% em dias de descanso e de 300% em feriados; 
11. Direito à previdência e bem-estar social; 
12. Proteção à mulher e ao menor; 
13. Proibição de trabalho a menor de 16 anos.
É evidente que a conquista de mais direitos pelos trabalhadores chineses enseja o aumento do custo da mão de obra naquele país, causando queixas por parte das empresas, que declaram ser mais vantajosa a mudança de suas fábricas para países em que ainda não possuem tais direitos trabalhistas, como Índia e Vietnã. 
Através deste documentário vemos que as condições de trabalho na China são as piores possíveis e que não existe amparo para os trabalhadores, que são tratados como escravos em um país que não garante os direitos da pessoahumana (Direitos humanos) e o cumprimento das leis trabalhistas, que como vimos, existem apenas no papel.
 
Bertold Brecht diz em uma de suas citações: “Primeiro levaram os comunistas, mas eu não me importei, porque não era nada comigo. Em seguida levaram alguns operários, mas a mim não me afetou, porque não sou operário. Depois prenderam os sindicalistas, mas eu não me incomodei, porque nunca fui sindicalista. Logo a seguir chegou a vez de alguns padres, mas como não sou religioso, também não liguei. Agora levaram-me a mim e quando percebi, já era tarde”. Será que vamos precisar passar na pele estas condições de trabalho escravo para sabermos nos impor? Tantas pessoas a nossa volta precisando do nosso apoio e nós ficamos calados, nos sujeitamos a uma vida miserável onde deixamos que o nosso próximo seja explorado para que tenhamos um pouco mais de “luxo” é como dizemos no popular “pimenta no olho dos outros é refresco”, temos que acordar e nos impor, como Deus nos diz na bíblia, que o segundo maior mandamento é que devemos amar nosso próximo como a nós mesmos, porque quando salvamos o próximo, salvamos a nós mesmos,
Bibliografia: 
VASAPOLLO, Luciano. O trabalho atípico e a precariedade. São Paulo: Expressão
Popular, 2005. 
Link Consultado:
http��HYPERLINK "http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=2578"://��HYPERLINK "http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=2578"www��HYPERLINK "http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=2578".��HYPERLINK "http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=2578"ccibc��HYPERLINK "http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=2578".��HYPERLINK "http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=2578"com��HYPERLINK "http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=2578".br

Outros materiais