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1 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B Pré-Eclâmpsia 5-8% das gestantes As complicações dessa “doença” são as maiores responsáveis pelos óbitos maternos Formas clinicas ✓ Eclampsia e síndrome de hellp ✓ Hipertensão arterial crônica ✓ Pré eclampsia superajuntada ✓ Hipertensão transitória ou gestacional HIPERTENSÃO ARTERIAL → 140x90mmHg (limite de pressão na gestação) • Se passar disso, precisa ser medicada • Deve estar sentada • Pelo menos 5min de repouso • Confirmar após 4h • Usar mesmo braço para medir • Maior precisão: coluna de mercúrio • Manguito de tamanho adequado • Fase V de korotkoff (PA diastólica) o Desaparecimento da bulha Hipertensão causada pela gravidez -> desaparece assim que a gravidez terminar (até 3 meses). Hipertensão crônica: anterior a gravidez ou anterior a 20 semanas de gestação. Fatores de sugerem HAC: o Multiparidade o Não tem edema, não tem proteinúria, hiperuricemia (pior prognostico da gestação - >6,0) o Função renal alterada o Alterações de exames de fungo de olho, ECG ou RX de área cardíaca PRÉ ECLAMPSIA SUPERAJUNTADA Surgimento de eclampsia ou pré eclampsia em uma paciente com antecedente de hipertensão arterial (< 20 semanas). Deve levar em conta o ácido úrico após 20 semanas; proteinúria significativa ou associação com pelo menos 1 critério de gravidade. HIPERTENSÃO TRANSITÓRIA Elevação da pressão após 20 semanas, sem nenhum sinal ou alteração laboratorial Final da gestação ou início do puerpério Fatores de risco • Nuliparidade • Troca de parceiros • História familiar de pré-eclâmpsia ou em gestação anterior • Obesidade (IMC) • Hipertensão arterial crônica • DM • Trombofilias • Gestação múltipla • Doença trofoblástica gestacional • Aloimunização do fator RH Definição Presença de hipertensão arterial associada a proteinúria significativa (>300mg) OU Ausência de proteinúria + presentes sinais de gravidade 2 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B OU Algum sinal de gravidade + proteinúria Sinais de gravidade: ➢ PA >= 160 ou 110mmHg (duas medidas mínimas com intervalo de 15 minutos); ➢ Oligúria (diurese <500mL/24h) ➢ Edema agudo de pulmão ➢ Cefaleia, epigastralgia, alterações visuais ➢ Eclampsia ➢ enzimas hepáticas TGO/TGP >70 ➢ Insuficiência renal (creatinina >1,1mg/dL) ➢ Plaquetopenia (<100.000) ➢ Restrição de crescimento fetal → Hipertensão da gestação ocorre após 20 semanas EDEMA ✓ Generalizado ✓ Aumento >1kg em 1 semana ✓ Não desaparece com o repouso PROTEINÚRIA ➢ >300mg em urina de 24h ➢ Relação proteinúria/creatinina >0,3 ➢ Fita 1+ ou 2+ (amostra isolada) Etiologia • Deficiência da invasão trofoblástica • Fatores imunológicos • Lesão endotelial e alterações inflamatórias • Predisposição genética • Fatores nutricionais • Estresse Fisiopatologia Lesão endotelial → vasoespasmo arteriolar → RVP → hipertensão arterial → perfusão tecidual (isso ocorre em vários tecidos, como rins, pulmão, placenta, SNC) Invasão trofoblástica normal → perda da espiralidade → artéria modificada pelos trofoblastos Invasão trofoblástica → insuficiência placentária → invasão trofoblástica inadequada → má perfusão placentária Rim → leva a proteinúria e edema Diagnostico ➢ Hipertensão e proteinúria >20 semanas ➢ Primigesta ➢ História familiar ou não ➢ Diagnostico diferencial com HAC PRÉ-ECLÂMPSIA ✓ Ureia e creatinina ✓ ácido úrico ✓ Proteinúria de 24h PRÉ-ECLÂMPSIA COM SINAIS DE GRAVIDADE ✓ Ureia e creatinina ✓ ácido úrico ✓ Proteinúria de 24h ✓ DHL ✓ Bilirrubina e enzimas hepáticas ✓ Hemograma com plaquetas FAZ APENAS COM LABORATÓRIO!!! Pela clínica praticamente não é possível 3 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B Qual método diz se a paciente tem ou não pré-eclâmpsia? Existe um algoritmo que junta epidemiologia + doppler das artérias uterinas do 1º trimestre + PA media + PAPP- A + PLGL → Podemos fornecer AAS 100mg (diminui a chance da doença nessas pacientes) → Cálcio para pacientes com dieta pobre em cálcio Conduta MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS - Repouso e dieta hipossódica MEDIDAS FARMACOLÓGICAS - Sedação (Dizepam 5-10mg OU Levomepromazina) - Hipotensores (quando P diastólica >100mmHg) Emergência hipertensiva ✓ Hidralazina 5mg IV a cada 15 min (pode usar até 30mg para controlar essa pressão, ou seja, 5 doses) o Dorso elevado o Acesso venoso o Reduzir a pressão em torno de 20-30% o Cardiotocografia fetal para ver a vitalidade Objetivo Nos casos sem critério de gravidade/leves -> chegar nas 40 semanas de gestação Para isso, faz USG seriado, doppler umbilical, Perfil biofísico fetal 1x/semana após 34 semanas Casos não leves: Aguardar ate 37 semanas, desde que a paciente não esteja mal controlada, sem pico hipertensivo, usando >2 drogas ou feto com comprometimento da vitalidade Se a paciente tem pré-eclampsia, com sinais de gravidade, o que fazer? Internação, USG a cada 15 dias e vitalidade fetal 2-3x na semana Eclâmpsia Convulsões tônico-clônicas generalizadas em gestantes com sinais e sintomas de pré- eclâmpsia Pode se manifestar • Gestação • No perto • No puerpério (maior risco nas primeiras 24h, mas pode ocorrer até 72h) Diagnostico diferencial o AVC o Hemorragia cerebral o Trombose venosa central o Oclusao de artéria cerebral o Malformação arteriovenosa o Tumor, abscesso o Epilepsia 4 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B o Doenças metabólicas o Meningite o Encefalite NÃO COMPLICADA: apenas convulsão COMPLICADA: convulsão + outras interferências (icterícia, coagulopatia, insuficiência cardíaca ou respiratória, hipertermia) Quadro clinico CEFALEIA DISTÚRBIOS VISUAIS EPIGASTRALGIA • PA e edema generalizado CONVULSÃO TÍPICA • Fase de invasão • Fase de contrações tônicas • Fase de contrações clonicas • Fase de coma Medidas gerais ✓ Paciente em decúbito lateral esquerdo com dorso elevado ✓ Permeabilidade das VA ✓ Proteger a língua com a cânula de guedel ✓ O2 ✓ Assistência ventilatória quando necessário (em geral não é) ✓ Não dar muito liquido (intravascular esta contraído, pode ter edema agudo de pulmão) ✓ Sondagem para monitorizar debito urinário Hematoma de língua: TRATAMENTO CLINICO SULFATO DE MAGNÉSIO Esquema de Pritchard (IM) - Mais seguro - Menos chance de intoxicação Esquema de Zuspan (EV) - Dose de ataque e dose de manutenção EV - Mais usada hoje - 1-2g/hora 5 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B CONTROLE MATERNO DE SULFATO DE MAGNÉSIO FR > 16RPM REFLEXO PATELAR PRESENTE DIURESE > 25ML/H ATÍDOTO: gluconato de cálcio 10% - 10mL (se tiver PCR) Tratamento obstétrico Paciente com eclampsia está indicada a resolução de gravidez A resolução é MATERNA e não fetal - Mesmo que o feto seja prematuro, resolve a gravidez Síndrome Hellp Complicação da pré-eclâmpsia, caracterizado por anemia hemolítica microangiopática, enzimas hepáticas e plaquetopenia Deve ter os 3!!! Presente em 1% das gestações 11% presente em gestantes com eclampsia - Mortalidade materna varia muito, em geral pode chegar ate 75% quando tem rotura de hematoma hepático. Porém no geral a mortalidade esta por volta de 18% porque essa é uma alteração rara - Em relação ao feto, IG <32 semanas tem maior chance de mortalidade MORBIDADE NEONATAL – muito associadas a prematuridade: → Síndrome do desconforto respiratório 29,8% dos casos → Restrição do crescimento fetal 26,9% 6 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B → Plaquetopenia (<100.000) 11,5% → Sepse neonatal Fisiopatologia Hemólise microangiopática: Depositode fibrina dentro do vaso e áreas com vasoespasmo intercaladas com áreas de calibre normal → isso leva a um choque das hemácias nesse endotélio doente e quebra das hemácias (hemácias espiculadas) → bilirrubina e DHL liberados na circulação - No fígado tem áreas de hemorragia periportal e necrose (aumento de TGO TGP) - Plaquetas também se agregam pelo endotélio alterado (são consumidas localmente) -> plaquetopenia quadro clínico - se tiver esses sinais, pesquisar síndrome: PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE ECLAMPSIA HAC + DHEG (SINÔNIMO DE PRÉ-ECLÂMPSIA) • Gestante branca, multípara, > 24 anos • Se queixa de dor no hipocôndrio direito, as vezes irradiada (dor em faixa) → fígado não dói, o que dói é a distensão da capsula do fígado. Essa distensão ocorre por edema ou hemorragia periportal • Mal estar inespecífico • Cefaleia • Náuseas e vômitos • Ganho de peso – edema • PAD >110mmHg • Proteinúria Diagnostico • Hemólise o Aumento de bilirrubinas totais e DHL • Elevação de enzimas hepáticas o TGO/TGP > 70 → indica necrose hepatocelular • Plaquetopenia o <100 mil indicando agregação plaquetária Complicações maternas • Coagulopatia intravascular disseminada • Insuficiência renal • Pelo fato de ter pressão muito alta, tem maior chance de descolamento agudo de placenta • Edema agudo de pulmão • Ruptura hepática em 2% dos casos Como saber se a paciente tem coagulação intravascular disseminada? (só dosa em pacientes com plaquetopenia, com a síndrome diagnosticada) >5pontos -> diagnostico fechado Dor epigástrica intensa + choque hipovolêmico = laparotomia exploradora Se for ruptura hepática -> drenagem e tamponamento 7 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B OU Lobectomia e ligadura das aa. Hepáticas (não é o obstetra que faz) A interrupção da gestação na síndrome de hellp é o melhor e definitivo tratamento!!! Conduta na cesárea ✓ Anestesia geral ✓ Transfusão de plaquetas no momento da anestesia ✓ Laparotomia longitudinal mediana infra-umbilical ✓ Evitar compressão do fundo uterino pelo risco de rotura de hematoma hepático ✓ Curativo compressivo ✓ Hemostasia rigorosa ✓ ATB profilático HEMOTERAPIA Correção da plaquetopenia na cesárea • Se estiver com < 50.000 faz transfusão • Objetivo é atingir 100.000 nas 24h após o parto e manter 50.000 Correção da plaquetopenia em parto normal • Plaquetopenia <20.000 faz transfusão de plaquetas; • Nas 24h após o parto manter >20.000 Vigilância em UTI ✓ Controle da pressão arterial ✓ Controle hidroeletrolítico e da diurese ✓ Ausculta pulmonar ✓ Reavaliação laboratorial a cada 12h até normalizar ✓ Se plaquetas <50.000 faz coagulograma e fibrinogênio Paciente que teve hellp pode ter de novo 19- 27% dos casos 8 GINECOLOGIA ATD2 ISABELLA S S BORGES TXXII-B
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