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Aula direito constitucional II

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DIREITO CONSTITUCIONAL II
AULA 1
DIREITOS FUNDAMENTAIS
PRINCIPAIS ASPECTOS DA TEORIA GERAL
Questão terminológica: pq esta categoria de direitos foi enquadrada como fundamentais? Linguagem é mera convenção. Não transforma conteúdo algum. Por isso, as palavras nada mais são que rótulos que colocamos na garrafa (Hospers). se é convenção, todo mundo tem que falar a mesma língua. Acordar entre todos para refugar de vez expressões que tratam de coisas parecidas. Ex. chamar os direitos fundamentais de liberdades públicas. Não dá conta de descrever toda realidade, todos os direitos fundamentais. Ex.2 direitos humanos – expressão que nasce em uma perspectiva diferente. Construiu-se através de documentos que não eram constituições. Consequência: não tinha estado colocando-os como obrigados a cumprir. Falta a força nestes documentos. Documentos supra-estatais. As sanções são econômicas e outras, mas não jurídicas caso um estado não cumpra. Para que este direito humano torne-se fundamental, deve ser internalizado na constituição. Passa pela análise do congresso como emenda constitucional e se for aceito, aí sim o direito humano passa a ser fundamental (deve ser inserido na constituição). DIREITO INTERNACIONAL (HUMANOS) FRÁGIL?
Pq o nome direitos fundamentais? É DIREITO, pois é um interesse juridicamente protegido. FUNDAMENTAIS – significa reconhecer que são imprescindíveis à condição humana (homem não conseguiria desenvolver a sua totalidade caso não fosse tutelados estes direitos). Vai desde a VIDA até direito à educação, saúde, cultura, manifestação, reunião, associação, propriedade, etc. gama muito ampla. 
O que aproxima estes direitos? Características comuns: são indisponíveis, logo são irrenunciáveis e inalienáveis (sem valor monetário); imprescritíveis (não perde o direito pelo tempo, pelo não uso); universais (valem para todos – todos são titulares); concorrentes (os direitos não se excluem, titular pode acumular todos os direitos fundamentais); interdependentes (direitos se comunicam); historicidade (nos mostra quando foi possível o momento que nasceu certo direito fundamental – quando foi transformado em objeto de proteção), relativos (não há direitos absolutos e para aplica-los deve partir pro caso concreto).
DIMENSÕES (GERAÇÕES)
1ª dimensão: direitos individuais, políticos. Vida, liberdade, propriedade. Produto das revoluções burguesas. Liberdade do particular em relação ao Estado, particulares iguais entre si (igualdade formal). Neste momento, relação entre publico e privado > Estado como vilão, parte ruim e o particular era a parte boa. Particular mais independente. Prevaleciam os códigos, que disciplinavam a relação dos particulares. O estado intervia quando existia crime. Não existia igualdade material. Consequência: detentores da forca de trabalho iam perdendo justamente a força de trabalho pelas jornadas de trabalho. Estes eram excluídos do sistema. Problemas sociais. 
2ª dimensão: direitos sociais. Saúde, educação, previdência, trabalho. Os particulares, aqui, se tornaram os vilões e o Estado assume a condição de parte boa. Estado provedor. Estado de bem-estar social. Estado teve que construir um sistema pra prover condições. 
3ª dimensão: foco agora é o gênero humano. Meio ambiente, direito à paz, patrimônio da humanidade. Questionamento sobre os titulares destes direitos. Não são direitos divisíveis. No que tange à parte boa e ruim, tanto os particulares quanto o Estado podem ser os dois. Não tem mais a polaridade entre público e privado.
Todos estes direitos não entram em conflito. Eles tentam se encaixar conforme vão surgindo.
O Estado social ganha força pois era preferível aos particulares limitarem um pouco suas liberdades a ter essa liberdade conduzida totalmente pelo Estado, como aconteceu com a Revolução Russa (1917)
Classificação:
José Afonso da Silva
Homem-indivíduo: direitos protegidos pelo art.5º. vida, igualdade, liberdade, propriedade;
Homem-membro: membro de uma coletividade. Direitos coletivos em que o homem só exerce em conjunto. Ex. Direito a reunião. Art.5º;
Homem-social: direitos que disciplinam que as relações sociais e culturais. Art.6º, 193 e ss.
Homem-nacional: direitos de nacionalidade. Que faculdades o sujeito tem por ser natural do Brasil. Ex. proteção à extradição. Art. 12
Homem-cidadão: participação política. Art.14
DIREITOS FUNDAMENTAIS
A INTERPRETAÇÃO NO QUE TANGE DIREITOS FUNDAMENTAIS DEVE SER SEMPRE EXTENSIVA.
DIREITOS HOMEM-INDIVÍDUO - INDIVIDUAIS
DIREITO À VIDA – ART.5º, caput
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [..]
A vida é inviolável e nem mesmo o Estado pode adotar uma pena que importe a violação ao direito a vida.
Direito a vida refere-se à vida íntegra, sadia, saudável, equilibrada. E não necessariamente a qualidade de vivo ou morto. Aspecto físico.
Exceção: estado de guerra declarado. Neste caso, prevalece a soberania do estado frente ao direito individual de alguém.
XLVII - não haverá penas:
de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
Consequências: homicídio. Legítima defesa (sujeito está protegendo a própria vida), suicídio (incentivar o suicídio como crime por violar o direito a vida), eutanásia (proibida – não se confundir com o direito da pessoa em não querer ser submetida a tratamento de ressuscitar em caso de risco de vida), aborto (ADPF 54 + parecer do MP (debora duprat) + votos da ministra carmen lucia, carlos aires brito, marco aurelio) – ART.124, 126, 128 (excludentes > aborto necessário: grave risco à vida da mãe e se a gravidez for resultado de estupro) CP – a mãe, neste contexto, deve consentir com essas hipóteses, pois entraria na esfera do direito a integridade moral, emocional da mãe - a ADPF 54 queria dizer que estes artigos precisavam ser reinterpretados a luz da constituição e seu direito à vida, pois o CP é anterior a CF88. Além disso, suportou-se na ideia de que, por ser anencéfalo, não haveria vida.
Blogueiras feministas adpf 54
PRINCÍPIO DA ISONOMIA – 5º CAPUT
Não pode discriminar orientação sexual, classe social, raça, etc. todos são iguais perante a lei. Devem ser iguais na aplicação da lei e também na lei. Comando dirigido ao Estado como juiz, administrador e também ao legislador. Não se devem tratar todos da mesma maneira. Estaria reforçando a desigualdade. Tratar de maneira igual os iguais e os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades. Objetivo é não é acabar com a diversidade. Muito pelo contrário. É reduzir a desigualdade. As pessoas naturalmente são diferentes em muitos aspectos. Todos são merecedores de igual consideração e respeito (Ronaldo Dworkin). Igualdade de condições.
DECORRÊNCIAS: 
Igualdade de gênero
Art. 5º I - homens e mulheres (na medida de sua diferença) são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Art. 7º - XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Igualdade na entrada na administração pública
Art.37 II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
PODE HAVER DISCRIMINAÇÃO!
O FATOR DE DISCRIMINACAO É NECESSARIO PRA ATINGIR UM OBJETIVO? DEVE EXISTIR NEXO ENTRE FATOR DE DISCRIMINACAO E O OBJETIVO DA DISCRIMINAÇÃO (o objetivo pode ser a tutela de um direito fundamental). VERIFICA-SE SE ESTE OBJETIVO É COMPATÍVEL COM O ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL. EM OUTRAS PALAVRAS, A DISCRIMINACAO DEVESER RAZOÁVEL E ALCANÇAR UM OBJETIVO MAIOR. 
A DISCRIMINACAO DEVE ATENDER OS SEGUINTES CRITÉRIOS: 1. NÃO PODE ATINGIR UM SÓ INDIVÍDUO (DEVE ATINGIR UM GRUPO); 2. OS INDIVÍDUOS QUE RECEBERAM ESSA DESIQUIPARAÇÃO SE ENCONTRAM EM UMA SITUAÇÃO VERDADEIRAMENTE DIFERENCIADA?; 3. HÁ EXISTÊNCIA DE UMA CORRELAÇÃO LÓGICA ENTRE OS FATORES DE DIFERENCIAÇÃO E A DISTINÇÃO DE REGIME JURÍDICO ESTABELECIDA EM VIRTUDE DELES; 4. ESSE VÍNCULO DE CORRELAÇÃO É HARMÔNICO/COERENTE COM OS INTERESSES CONSTITUCIONALMENTE PROTEGIDOS? 
DISCRIMINAÇÃO AFIRMATIVA/POSITIVA
Poder público tem obrigação de seguir este principio da isonomia. Já nas relações privadas, não acontece a mesma coisa. O que determina a incidência dos direitos fundamentais é a relação entre estes particulares. Quanto maior for o equilíbrio, menor a incidência dos direitos fundamentais. Agora, se uma pessoa está em um nível superior, os direitos fundamentais são mais assegurados para não promover a desigualdade para com os “inferiores”. 
EXEMPLO:
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Concurso público – teor das exigências do edital devem ser pertinentes à constituição, não deve promover injustiça. 
LEITURA: Conteúdo jurídico do principio da igualdade – celso antonio bandeira de melo
DIREITO DE LIBERDADE
LIBERDADE INTERNA/PSICOLOGICA/SUBJETIVA: corresponde àquele exercício de formação de decisões que praticamos em todo tempo, mas que se mantem no nosso interior. Não são externalizados. Terceiros não chegam a ter conhecimento desses pensamentos. Essa liberdade não tem interesse algum ao direito. É irrelevante ao direito, justamente, por não ser colocado para fora.
LIBERDADE EXTERNA/OBJETIVA: diz respeito à expressão desse querer individual; diz respeito à exteriorização das escolhas. Direito precisa proteger essa modalidade de liberdade. 
LIBERDADE/LEGALIDADE: ART. 5º, II
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Ou o legislador restringe a liberdade criando normas preceptivas (impõe um comportamento e suas sansões), o qual cria dever de fazer algo (enquanto não tiver algo obrigando a fazer algo, não se faz necessário esta conduta) ou cria normas proibitivas, o qual a presença da pena demonstra a proibição. ????
Por que se vier da lei, o constituinte diz que pode? Por que o poder legislativo é representado por um conjunto de membros (essência plural), ao contrário do executivo, cujo poder se concentra nas mãos do líder. No legislativo, exige-se uma discussão maior. 
FORMAS DA LIBERDADE
DA PESSOA FÍSICA (locomoção e circulação):
NOÇÃO: possibilidade jurídica das pessoas se locomoverem desembaraçadamente no (viajar pelo e dentro do território brasileiro), do (sair/viajar para fora) e para (voltar) o território nacional.
TIPOS DE MANIFESTAÇÃO:
LOCOMOÇÃO: o usual é descrever como direito de ir e vir. Entende-se como direito de ir e vir, ficar ou permanecer. Resistência do individuo em face do Estado. Objeto tutelado é a proibição arbitrária de deter o cidadão. Mesmo em face do poder publico, este direito comporta algumas restrições: previsão constitucional de pena restritiva de liberdade. Pq este pode? tem a premissa do devido processo legal, contraditório, ampla defesa (não faz sentido essa justificativa).
Art.5 º- XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Direito de propriedade – limite ao direito de locomoção. 
CIRCULAÇÃO: manifestação do direito de locomoção marcada pela utilização de uma via pública ou afetada ao uso público. Vias públicas são as ruas, avenidas, praças. São destinadas à circulação das pessoas. A premissa continua a mesma. Apesar de pública, não se pode utilizá-las de qualquer maneira. A maneira de usar varia se a pessoa estiver a pé, carro ou ônibus. Via afetada ao uso público não é publica, mas por um ato do poder público se tem uma destinação para o público. Ex. servidão de passagem.
Podem-se criar restrições desde que estas sigam as mesmas questões da descriminação da isonomia. Entre a liberdade coletiva em face da individual, vale o primeiro. 
DE PENSAMENTO (opinião, religião, informação, expressão, artística, transmissão de conhecimento, etc):
Noção: direito de exprimir por qualquer forma o que se pensa sobre ciência, religião, política, arte, futebol ou qualquer outra coisa. O Estado não deve interferir nos nossos juízos de valor. Trazer ao mundo externo. Compartilhar as ideias.
TIPOS:
OPINIÃO: nesta liberdade temos a premissa de proteção ao conteúdo, ao juízo de valor em si. O Estado não pode determinar o que gosto, não gosto, concordo, discordo, etc. ela é a liberdade primaria, pois é a síntese da liberdade de pensamento. Qualquer pessoa pode formar juízo de valor e não pode deixar de se identificar, pois deve vincular-se à responsabilidade do que é falado. Art. 5º inciso IV.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Na maioria das vezes essa liberdade coloca o Estado como devedor de neutralidade/não interferência. As vezes não basta só a neutralidade. As vezes faz necessário uma incentivo do Estado pra realizar essa liberdade. Ex. prestação alternativa. 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
COMUNICAÇÃO: foco no modo, no como vai ser levado pro meio externo. O caminho é o meio de comunicação. Se eu quiser, para levar o conhecimento do conteúdo da minha opinião, deve ser protegido os caminhos de comunicação. 
Art.5 IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Art. 5 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
EXPRESSÃO: 
Art.5 IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
PQ LIBERDADE DE EXPRESSAO? Homem vive em comunidade, se relaciona, há necessidade de troca de ideias. Democracia = diversidade, pluralidade. Democracia quebra em uma sociedade homogênea. Importante pra construir uma comunidade Versus HATE SPEECH (discurso do ódio) – aquele que tem intuito de desqualificar gêneros. Fighting words. 
Stuart Mill > propõe livre confronto de pensamentos. Melhor isso a ter um Estado que filtre ou censure. Mas deve haver limites.
Publicidade: expressão artística. 
RELIGIOSA: compartilhar crenças e convicções religiosas. Separar Estado da religião. 
Liberdade de crença: art.5º, VI e VIII (escusa de consciência – invoca uma crença religiosa para não (se eximir) cumprir uma possível obrigação). Neste caso, o Estado pra respeitar não basta ficar neutro, tem que positivamente propor outra alternativa. 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença [...]
Esse artigo significa liberdade de escolher ter (uma religião), escolher não ter (uma religião), trocar (de religião), não crer.
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Liberdade de culto: art.5º, VI
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma dalei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Permite a aproximação de pessoas com este mesmo fim em locais públicos. Estado deve respeitar esse exercício.
Liberdade de organização religiosa: relações entre estado e igreja. Há 3 modelos para essa relação acontecer: 1. Estado se confunde com a religião ex. vaticano, islã; 2. Estado está muito ligado à Igreja. Escolha de uma religião oficial; 3. Estado laico/leigo. Modelo da separação. Estado é estado e religião é religião. Art. 5º, VI (acima), art.19, I:
Art. 19 vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público = ESTADO LAICO
DE EXPRESSAO COLETIVA (reunião e associação):
Exercício deste direito vai exigir mais de um titular, apesar de ser um direito individual. Não se limita a falar que é direito de manifestação e protesto. Combina-se com o exercício da liberdade de pensamento. 
TIPOS:
DIREITO DE REUNIÃO
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, 1. sem armas, 2. em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 3. prévio aviso à autoridade competente;
Necessário ter consciência na adesão, ou seja, a pessoa deve querer se reunir. Não é aquilo que acontece por acaso. Há necessidade de um elemento que faz com que só um grupo reunido atinja o objetivo da reunião. Há organização prévia. Ex. parada gay, marcha pra Jesus, etc. Temporariedade (caráter temporário): tempo não é significativo. Em certo tempo (curto tempo de maneira geral), o objetivo se concretiza e todos voltam pra casa. É inexistente o vinculo juridico entre os participantes. Estado não é mediador do que venha a ser falado. 
Características: 1. exigência da pacificidade: qualquer coisa que tenha potencial pra ser usado para causar violência é vedada. Não pode ter fundamento de desagregação social. Se assim for, cessa a proteção constitucional. A ideia é proteger ideias em favor de uma sociedade harmônica e justa e não uma ideia violenta; 2. Locais abertos ao público: não pode incluir propriedade privada; 3. Aviso prévio para o poder público poder garantir que o espaço público seja aproveitado da melhor maneira possível para que o objetivo seja alcançado. Não é para o poder público filtrar o que vai ser abordado. 
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO
Qualquer tipo de associação é tutelada. 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar (organizações que se estruturam de maneira semelhante às militares que possuem pretensões politicas – ex milícias – as empresas de segurança se sujeitam a grandes restrições e regulamentações – monopólio da forca física e de coação é do Estado); 
- caráter permanente: objetivo demanda mais tempo pra ser realizado. Não quer dizer que é pra sempre. 
- base estatutária: documento pra dizer como a relação/vinculo juridico acontece; direitos e obrigações; contrato social.
- direção unificante: é o que mantem unidos os membros da associação; seria o objetivo em comum.
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento > o conteúdo da base estatutária, do regulamento, do contrato é definido livremente pelas partes – Estado pode criar bases mínimas.
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DO CONHECIMENTO. ART.206, II E III:
Liberdade entre instituição de ensino e Estado, aluno e professor, em todo este tipo de relação. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
DE INFORMAÇÃO:
Direito de passar, buscar e receber informações. Estado não deve censurar os tipos de informações que venham a ser transmitidas. 
Vivemos em uma república – coisa pública > publicidade.
Art.5º XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; OU SEJA, NÃO INCLUI A BUSCA DE INFORMAÇÕES DE TERCEIROS. 
Liberdade de informação jornalística: imprescindível para a democracia. Pra ter democracia, é imprescindível que exista opinião pública livre. E para isso é importante que as pessoas saibam o que esta acontecendo no mundo. E logo, faz-se necessário que as noticias sejam circuladas. Não quer dizer que não haja responsabilização. Deve conviver com outros direitos fundamentais. Toda informação jornalística terá: NOTÍCIA (transmissão do conhecimento do fato, divulgação do acontecimento) – pressupostos: esta noticia tem que ser verdadeira; deve ter caráter jornalístico (interesse jornalístico – interesse social – de participação social, onde interessa à vida pública) e deve ter forma não insidiosa (deve ser indispensável pra divulgação do fato) e CRÍTICA (juízo de valor que o profissional agrega à noticia). Direito de resposta – proporcional ao falado. 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Liberdade de informação x direito a honra, privacidade
Se você não quer exposição na mídia, fique no seu campo privado. Na condição de agente público, as ações serão submetidas ao crivo da opinião pública. 
DE AÇÃO PROFISSIONAL (decisão por este ou aquele exercício profissional):
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Prerrogativa de liberdade de escolha da atividade profissional a ser desempenhada. Essa liberdade não significa que não haja limitações. A CF prevê que enquanto não houver previsão normativa que exija qualificação a liberdade é plena. Na criação de normas, muda o cenário e quem quiser desempenhar tal atividade vai ter que se submeter a estes critérios. As limitações devem ser coerentes e proporcionais. As restrições tem que estar relacionadas a um bem juridico tutelado. Maior será a restrição quanto maior for a possibilidade de dano. 
DE CONTEÚDO ECONÔMICO E SOCIAL (livre iniciativa, livre concorrência, etc)
	XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Nesse contexto, o sigilo de fonte deve ser preservado para que os profissionais jornalistas possam perseguir caminhos pra dar vazão às notícias. 
DIREITO DE PROPRIEDADE
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL: ART.5º, XXII E XXIII
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
ART.5º XXIV AO XXX (não seria do artigo XXIV ao XXVI?)
ART.170, II e III
ART.182 §2º, 3º e 4º, 183, 184 §3º, 185 E 186
Art.182 - §2º a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigência fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 184. Compete à União desapropriarpor interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Por mais que o direito e a propriedade nas suas origens tenham se constituído como direito individual, isso não combina com a atual CF. não dá pra pensar que este direito enseje na prerrogativa do proprietário fazer o que bem entender. Direito de propriedade está atrelado ao de manter a função social da propriedade. Não pode fazer uso da propriedade que crie indignidade às pessoas. Função socioambiental da propriedade. 
O DIREITO DE PROPRIEDADE E SUA TRANSFORMAÇÃO: Revolução burguesa: necessidade de respeito à propriedade e que o Estado protegesse a propriedade. Direito individual puro. Sujeito poderia fazer o que quisesse com a propriedade > Propriedade como um fim em si mesmo. Ideia de sujeito passivo universal o qual estes deveriam respeitar a propriedade dos sujeitos ativos (que eram os donos); 
Em contrapartida, há a abolição da propriedade com a revolução socialista. Essa foi a transformação radical da propriedade. Socialização da propriedade (fim da propriedade privada). No Brasil, houve a funcionalização da propriedade. Reconhecimento de que dentro, na estrutura da propriedade há função social. Aqui, há a ressignificação da proteção. Propriedade é um meio para atingir um fim (social). Só é protegido o direito de propriedade pq é vislumbrado a possibilidade de produção de frutos. A natureza dos tipos de propriedades é alterada com essa funcionalização. E cada modalidade de propriedade apresenta uma função social adequada e especifica. O constituinte só coloca o aparato do poder público à disposição do proprietário se a propriedade cumpre a função social. A propriedade tutelada pela CF é aquela que promove satisfação da sociedade e do proprietário. Interesse imediato ainda é do proprietário. Mas em algumas situações, o interesse coletivo vai se sobressair em relação ao individual/do propriedade. 
Pq o estado manteria o aparato a disposição senão pq identificou potencial de proteção de função social?
DESCUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL – CONSEQUÊNCIA
Conceito de desapropriação por si só: transferência compulsória da propriedade do domínio privado para o público mediante indenização.
Desapropriação–sanção: aqui trata de uma situação na qual o proprietário está sendo sancionado por não cumprir a função social da propriedade – medida punitiva. Estado pode conceber essa desapropriação-sanção das seguintes formas:
Quantum indenizatório – incide no valor da indenização: desconto pelo poder público do valor venal da propriedade; proprietário pode discutir na justiça caso venha a discordar deste valor.
Forma da indenização – escolhida pelo legislador
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. 
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE
Apesar de ser um direito fundamental, há condições para que este direito seja exercido. As limitações são condicionamentos externos que atingem os caracteres tradicionais do direito de propriedade. Respeitar, via de regra, o principio da legalidade. Esta lei pode vir de normas variadas, de ramos diferentes do direito. 
	CARACTERES TRADICIONAIS
Propriedade como:
	ESPÉCIES DE LIMITAÇÕES
	Direito absoluto --------- >
	Restrições que afastam a natureza absoluta
	Livre disposição da propriedade. Fruição, modificação e alienação. 
	Capacidade de tirar do bem todos os bens que o proprietário quiser passa a ser limitada pela lei. Igualmente ocorre com a disposição da propriedade.
	Direito exclusivo: ----------------- >
	Servidão e utilização pelo poder público
	
Só poderia dispor do bem o proprietário ou quem ele escolhesse
	Servidão: se for para um bem coletivo. Ex. Servidão de passagem.
Utilizado pelo PP: ex. fazenda no pantanal. Época de cheia. Epidemia se alastrando. Comunidades isoladas. Chuva. Utilização de uma propriedade particular para que as pessoas sejam acolhidas. Não é remunerado. ônus por estar inserido em um meio social. Se houver algum dano ao particular, há indenização. Art.5º, XXV CF
	Direito perpétuo -------------------- >
	Possibilidade de desapropriação
	Quando a pessoa morria, a sucessão permitia que os sucessores ficassem com a propriedade.
	Transferência compulsória da propriedade do domínio privado para o público mediante justa e previa indenização em dinheiro. Art.5º, XXIV CF
	
	
Relação vertical entre poder público e particular. Leia-se: coletividade e particular.
Expropriação – perda da propriedade; não há indenização.
DOS DIREITOS SOCIAIS – ART.6º
Primeira constituição que protegeu os direitos sociais foi a mexicana, no ano de 1917 e a de Weimar, em 1919.
NOÇÕES GERAIS: são prestações positivas estatais enunciadas em normas constitucionais que visam realizar a igualização de situações sociais desiguais proporcionando melhores condições de vida aos que não as tem. Reconhecimento de que não basta declarar igualdade formal se é fato que algumas pessoas não têm condições de viver com dignidade. Por isso a intervenção do estado, as prestações positivas (Estado ativo). Busca-se, logo, a igualdade material. Estado do bem-estar social, intervencionista e provedor. Para realização destes direitos sociais, precisa-se de recursos. Estes recursos são pagos pelo particular, direta e indiretamente. Ex. paga-se médico particular diretamente. E não paga-se pelo médico do SUS. O médico recebe pelo Estado que tem os recursos pelos impostos.
Direito social <> direitos econômicos 
Enunciação genérica: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Enunciação dos direitos individuais dos trabalhadores (relações formais de trabalho) – art.7º 
Deixou-sepretensão de um estado abstencionista para a entrada de um estado intervencionista. Estado como devedor de prestações e o Estado como credor. Busca-se realização de igualdade material. Não basta a declaração de uma igualdade formal. Não é proporcionar uma simples sobrevivência. Deve-se promover uma existência digna. 
Enunciação dos direitos coletivos dos trabalhadores – art.8º ao 11.
Liberdade de associação sindical – também esta prevista no art.5º, XVII 
Greve – art.9º - prerrogativa dos trabalhadores de buscarem a defesa dos interesses por eles definidos como relevantes por meio da paralisação do trabalho. Mecanismo de pressão. A categoria não precisa avisar previamente o momento da greve. Pode escolher o momento livremente. Há regulamentação específica para a greve. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Não há como permitir que todos os funcionários da coleta de lixo, por exemplo, entrem em greve. Deve-se deixar uma quantidade adequada para que não comprometa neste caso a saúde pública. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
DIREITO À VIDA
Fundamentação legal: CF. arts. 6º, 196, 201, 203, 205, 215, 217
Direitos de aplicação imediata – art.5º §1º
Desmembramento do art.196 – Direito à vida
DIREITO DE TODOS: Direito público subjetivo. Surge como uma relação jurídica obrigacional entre o indivíduo e o Estado. A norma como norma programática não pode ser entendida como uma simples promessa. Deve ser entendida como um dever de prestação positiva do Estado. Justifica inclusive intervenção do Poder Judiciário quando da omissão da administração pública. A prestação positiva pode ou deve ser refletida nas políticas públicas sociais e econômicas. Para efetivação deste direito faz-se necessário as políticas públicas, logo, o direito subjetivo ao cidadão refere-se mais à exigência da propostas destas políticas do que ao próprio direito, uma vez que são dependentes de programas para sua concretização.
DEVER DO ESTADO: dever de desenvolvimento das políticas públicas. Competência comum a todos os entes da federação.
GARANTIDO MEDIANTE POLÍTICAS SOCIAIS E ECONÔMICAS: escolhas alocativas. Acompanha a medicina e a tecnologia. 
REDUÇÃO DO RISCO DE DOENÇAS E DE OUTROS AGRAVOS: as políticas públicas passam pelo saneamento básico, agua potável e saúde pública. 
ACESSO UNIVERSAL E IGUALITÁRIO: responsabilidade solidária dos entes > igualdade da assistência à saúde, sem preconceito ou privilégios de qualquer espécie – Lei 8080/90. Polemica: quebra de patente de medicamento. Acordos internacionais e diplomáticos. 
AÇÕES E SERVIÇOS PARA PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE: eficácia social deste direito fundamental passa pelo aprimoramento das políticas públicas e está diretamente relacionado ao orçamento público, muito mais do que a uma possível deficiência legislativa. A atuação da administração pública pode se concretizar em atos concretos como as políticas públicas e em ações administrativas como as normas de organização e procedimento (SUS – Lei 8142/90 e 8080/90.
Judicialização do direito de proteção à saúde
Cabe à Administração Pública, além de elaborar, efetivar as políticas públicas para que os cidadãos tenham seus direitos sociais de fato concretizados. Na falha da administração nesta tarefa, a fim de suprir essa carência, pode o Poder Judiciário intervir e individualmente, efetivar o direito em nome do cidadão solicitante. Valerá de um juízo de ponderação do juiz analisar o caso concreto, a fim de buscar os motivos dessa falta de um medicamento, por exemplo. Facilita aos magistrados se o medicamento reivindicado estiver presente na lista do SUS. Situação que pode se alterar caso seja um remédio novo, podendo a compra deste comprometer o SUS como um todo. A recomendação nº 31 orienta no sentido de que médicos e farmacêuticos auxiliem os juízos em seus decisões. 
Deve-se tomar cuidado com a individualização de demanda, que refletiria em problemas às politicas públicas voltadas à saúde. Além disso, discutível o elevado custo dos medicamentos no Brasil, muitas vezes atribuído às patentes das industrias farmacêuticas e seu lobby. 
DA NACIONALIDADE – ART.12
NOÇÃO: vínculo juridico que se estabelece entre o individuo e determinado Estado que o reconhece como integrante de seu povo. O individuo pertence politica e juridicamente a um Estado. Nacionalidade é só pode ser entendida por países soberanos. São critérios que enquadram ou não as pessoas como brasileiras. Indica que são os nacionais. Quem tem a nacionalidade brasileira. Esse conjunto de nacionais forma o povo brasileiro. Povo brasileiro não é a mesma coisa de população brasileira. População é a soma dos nacionais, dos estrangeiros e dos apátridas. NACIONALIDADE E SOBERANIA. As regras de nacionalidade são deliberadas pelo Estado. 
Estrangeiro – nacional de outro Estado. Ex. italiano
Apátridas – os que não tem nacionalidade; não pertencem a um país soberano.
TIPOS DE NACIONALIDADE:
NACIONALIDADE ORIGINÁRIA (PRIMÁRIA): nacionalidade atribuída. Decorre do nascimento. O individuo nasce em certas circunstancias que o faz nacional. Vinculo surge com o nascimento. Ela vem por imposição unilateral do Estado. Não importa a vontade do indivíduo. Ele pode não exercer os direitos disto decorrente. Decorre unicamente da vontade unilateral do Estado. Todas as hipóteses desta nacionalidade estão previstas na CF. 
Circunstâncias – critérios: 
Jus solis (territorial) – o Estado que adota esse critério afirma que quem nascer em seu território soberano é pertencente a esse território, ao povo;
Jus sanguinis (ascendência): filho de nacional, nacional é. O filho tem a nacionalidade dos pais, e não do lugar onde nasceu. 
O QUE O BRASIL ADOTA? Não adotou nenhum dos dois em sua totalidade. Pode ocorrer problemas com os apátridas. Não há problema com os polipátridas (reconhecido por mais de um Estado como seu nacional); nacionalidade é um direito fundamental. Faz parte também dos direitos humanos.
BRASIL adotou uma combinação entre os critérios. Art.12, I – Critério territorial mitigado. Começa com o nascimento no território brasileiro, mas avança pra receber a influencia da ascendência. 
Pacto São José da Costa Rica – art.21 ou 22. VERIFICAR
O conjunto dos que tem nacionalidade originaria são os chamados NATOS. Nacionalidade mais potente do que os naturalizados. Há maior proteção. Há mais direitos garantidos.
Art. 12. São brasileiros: NACIONALIDADE ORIGINÁRIA
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; SE ESTES PAIS ESTIVEREM REPRESENTANDO SEU PAÍS DE ORIGEM, O NASCIDO DESTE CASAL NÃO É BRASILEIRO NATO. É EXPLICADO PELA ALÍNEA SEGUINTE. CRITERIO TERRITORIAL
Exceção: se uma criança nascer de pais estrangeiros que estiverem a serviço deste país estrangeiro, essa criança é nacional deste país, e não do Brasil.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; ENTENDE-SE ESTAR A SERVIÇO DO MUNICIPIO, ESTADO E UNÃO E DOS PODERES EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO E AUTARQUIAS. CRITÉRIO DA ASCENDENCIA.
 c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
Este inciso C se ramifica em dois:
Pai ou mãe deve registrar o nascimento da criança perante o consulado do Brasil. Neste caso, a criança é brasileira nata. Ate os 17 anos, mesmo sem registro ele é considerado brasileiro nato. Após essa idade, deve registrar-se para não perder os direitos dos nacionais natos.
Caso não seja feito esse registro, a qualquer tempo da vida do individuo ele pode fixar residência no Brasil e se registrar como nacionaloriginário. Ele deve ser maior de idade. 
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA OU ADQUIRIDA
Nacionalidade é concedida. Não é atribuída. Pressupõe um pedido. O sujeito deve querer tornar-se brasileiro. Quem pode fazer isso? O estrangeiro ou o apátrida. Decorre de uma manifestação hibrida. Vontade do naturalizando + concordância (aquiescência) do Estado. A CF só previu dois casos. Deixou para a lei (estatuto do estrangeiro) tratar de outros casos e exemplos:
II - naturalizados:
os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Residência ininterrupta permite viagens para fora. não pode ferir o conceito de residência ou domicilio. Lugar definido com animo de permanecer. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. > o sujeito não deixará de ser português. 
DISTINÇÕES ENTRE NATOS E NATURALIZADOS
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. A lei não pode avançar além das previstas na CF. só a CF pode discriminar.
Extradição: Entrega de um individuo por um Estado soberano a outro que o tenha pedido para julgá-lo ou se já julgado, para que cumpra a pena. 
Em regra os estados soberanos não extraditam seus nacionais. Se aquele que me pertence cometeu um crime, quem vai julga-lo e processo é o Estado a que ele pertence. O brasileiro nato jamais será entregue pelo Brasil. Se ele estiver no Brasil, não será extraditado (entregue). A extradição é um juízo discricionário do Estado soberano. Brasil não extradita quando a pena cominada é a de morte e para crimes políticas.
Exceção:
Crime comum, se na época do cometimento, ele NÃO era naturalizado;
Envolvimento com tráfico de drogas, mesmo sendo naturalizado.
Art.5º LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
Art.12 § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal (segue esquema de rodízio para ser presidente do STF, que pode por sua vez assumir a presidência, o que é proibido por este artigo).
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
 VII - de Ministro de Estado da Defesa (pode ocupar outros ministérios);
Os naturalizados podem ser deputados e senadores. Mas não podem assumir a presidência das respectivas casas. 
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução;
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
Não colocar em risco o conteúdo das noticias divulgadas. Não pode-se correr o risco de que as informações sejam divulgadas em prol de um outro Estado.
PERDA DA NACIONALIDADE
Vinculo originário não pode ser unilateralmente retirado. Não existe em desfavor do brasileiro nato perda da nacionalidade. 
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; SÓ SE APLICA AO BRASILEIRO NATURALIZADO
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
Se o sujeito pertence ao Brasil e vai buscar vinculo com outro Estado, rompe-se com o brasileiro. Não há mais necessidade da tutela brasileira. Isso não acontece quando: se a aquisição for de nacionalidade originária. Ex. Sujeito é descendente de italiano. Neto de italiano. Linha de ascendência italiana. Pede reconhecimento de que a Italia o reconheca como nacional nato. Há neste caso polipatria. Não há impedimento de nada e não há perda da nacionalidade pelo Brasil (alínea A). Também ocorre quando o brasileiro residir em outro pais e seja compelido a outro pais a se naturalizar para exercer algum direito (alínea B).
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; 
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Direitos de cidadania, de participação
NOÇÃO GERAL: conjunto de direitos que disciplinam a intervenção popular no governo. Trata-se dos direitos que garantem efetividade à democracia. Refere-se ao art.1º, §u – todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos [...].
Parte da noção de nacionalidade para chegar à noção de cidadania. Pra participar tem que ser cidadão. Quem é cidadão? É o nacional no pleno gozo dos seus direitos políticos. Não basta ser nacional. A nacionalidade é condição necessária, mas não suficiente da cidadania. Significa que todo cidadão é nacional, mas nem todo nacional é cidadão. Cidadania é algo que precisa ser adquirido! Como se dá essa aquisição? O nacional torna-se cidadão pelo alistamento eleitoral. É o registro eleitoral (justiça eleitoral) que fara do nacional um cidadão. Liga-se a condição de eleitor (vincula-se ao art.1º CF). como realiza este alistamento eleitoral: art.14 §1º.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para: PARA TODOS OS OUTROS O ALISTAMENTO É OBRIGATÓRIO. OS ALFABETIZADOS COM IDADE DE 18 À 69 ANOS SÃO OBRIGADOS A SE ALISTAR E VOTAR.
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 
Conscritos são os nacionais durante o serviço militar obrigatório.
MODALIDADE DE DIREITOS POLITICOS
Passa pela ideia de capacidade eleitoral.
ATIVOS X PASSIVOS
ATIVOS: capacidade eleitoral ativa. direito de votar. O titular do direito é o eleitor. A capacidade eleitoral ativa é condição necessária, mas não suficiente da capacidade eleitoral passiva. Todo mundo que tem capacidade de ser votado, antes é preciso poder votar. Os maiores de 16 e menores de 18 anos não tem capacidade eleitoral passiva, mas têm capacidade eleitoral ativa. 
PASSIVOS: capacidade eleitoral passiva. direito de ser votado.
artigo 14 VI§3
POSITIVOS X NEGATIVOS
POSITIVOS: correspondem ao conjunto de normas que asseguram o direito de participação no processo politico eleitoral. ex. votar e ser votado, participar de plebiscito e referendo, exercer iniciativa popular (dar inicio a um projeto de lei e encaminhar ao poder legislativo), ação popular (gestão da coisa pública – quando um gestor publico se afasta de seu dever de gestão – fica sujeito a ser réu – reconhecer nulidade do ato que a autoridade praticou – pode acontecer a qualquer momento).
NEGATIVOS: correspondem a um conjunto de normas que privam o cidadão desta participação. Negam direito de participação. São determinações constitucionais que importam na privação do direito do individuo participar do processo politico eleitoral. As únicas hipóteses são as previstasno art.15 da CF. a lei não pode criar outras. Ex. previsões de inelegibilidade, suspensão e perda dos direitos políticos.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos (remete à ditadura – cassação unilateral proibida), cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença (decisão judicial) transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Modos de privação:
PRIVAÇÃO DEFINITIVA – PERDA – Incisos I e IV. A perda é irreversível.
PRIVAÇÃO TEMPORÁRIA – SUSPENSÃO – Incisos II, III e V.
Inciso II: LEIA-SE: capacidade civil superveniente: só pode suspender direito de quem já os tinha. Essa incapacidade ocorreu depois de ele ser titular. Se recuperar a capacidade, recupera os direitos políticos.
Inciso III: LEIA-SE: prisões cautelares não geram suspensão. Apenas a prisão-pena gera esta suspensão.
Inciso V: Improbidade administrativa: Administrador que atenta contra a boa gestão da coisa pública. Suspensão de até 8 anos. Depois o direito é readquirido.
INELEGIBILIDADE:
Noção geral: trata dos impedimentos à capacidade eleitoral passiva. Obstáculos ao direito de ser votado. VERIFICAR ARTIGO 14 CF.
Objeto: art.14, §3º ao §7º e §9º.
Tipos: 
Inelegibilidade absoluta: representa impedimento total da capacidade eleitoral passiva, ou seja, o absolutamente inelegível não pode ser votado para nenhum mandato eletivo. nao pode concorrer a nada. Quem são:
Inalistáveis: os estrangeiros
Analfabetos
Idade compreendida entre 16 e 18 anos.
Inelegibilidade relativa: o sujeito pode ser eleito, mas não para todos os cargos. São restrições que afetam determinados mandatos. Capacidade eleitoral existe, mas não é plena. Tudo gira em torno do poder executivo. O poder executivo é causa geradora destas restrições. 
Câmara dos vereadores, assembleia legislativa e câmara dos deputados federais são plurais. Ninguém decide sozinho. Órgãos colegiados. Decisão que se dá pela maioria. Aqui não há restrição pq um legislador é apenas um entre muitos. 
Somente o poder executivo cria restrições no que tange inelegibilidade. Poder executivo é unipessoal. Associa à pessoa do chefe do poder executivo. Não da pra permitir que um fique muito tempo no poder. vai contra o pacto republicano. Necessária alternância. É exigida só neste poder a alternância e as restrições. Por ser unipessoal é fonte geradora de restrições (as inelegibilidades relativas).
INELEGIBILIDADE FUNCIONAL: art.14 §5º > Restrições aos chefes do poder executivo: São relativamente inelegíveis para um terceiro mandato consecutivo os chefes do poder executivo, seus sucessores e substitutos. 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
Os chefes do executivo podem em sequencia ficar por, no máximo, dois mandados no poder. Podem ficar 3 ou mais mandatos, porem não consecutivos. Podem se candidatar para outros mandatos eletivos após esses dois mandatos (8 anos). Isso ocorre pra uma única pessoa não perpetuar no poder. vai contra a democracia. 
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
INELEGIBILIDADE POR VINCULO DE PARENTESCO (REFLEXAS): art.14 §7º > no âmbito municipal, os parentes do chefe do poder executivo (prefeito) de pinhais não podem se candidatar nem a prefeito nem a vereador (que são as possibilidades de cargos eletivos dentro de um município) no território municipal que lhe compete (pinhais, no exemplo). No âmbito estadual, os parentes do chefe do poder executivo (governador) não podem se candidatar a deputado estadual, deputado federal, senador e governador. Parente de governador só pode se candidatar ao cargo de presidente. Os parentes do presidente da republica não podem se candidatar a nada, a inelegibilidade se torna absoluta.
Quem são os parentes: esposa, marido (vale união estável), parentes consanguíneos – ascendência em comum. Em linha reta, pra cima e pra baixo. Ascendente e descendente. Colateral são os primos. Ex. chefe do poder executivo: primeiro grau > pais, segundo grau > avos, descendentes: filhos >1 grau e 2 grau > netos. Irmão é parente de segundo grau.Estes não podem. 
Afins: Sogro e sogra > 1 grau; Avós do cônjuge > 2 grau; Filhos do cônjuge > 1 grau; Filhos dos filhos do cônjuge > 2 grau; Cunhado. 
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito (eleição), salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição (pro mesmo cargo).
Desincompatibilização: art.14 §6º 
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
É o ato pelo qual o chefe do poder executivo se desvencilha do impedimento em tempo dele ou de seus familiares concorrerem nas eleições. Ex. quando o chefe do poder executivo renuncia, ele passa a ser um ex chefe do poder executivo. Por isso essa renuncia pode abrir um caminho para o ex chefe e para os seus parentes concorrer a outras candidaturas. Pros parentes poderem concorrer, mesmo com a renuncia, essa desincompatibilização só vale se ele próprio pudesse ser candidato. 
EXEMPLO: X era governador do Rio de janeiro. Quando estava terminando o mandato, quis se candidatar a presidência da republica. X renunciou (segundo §6). A mulher de x que estava inelegível ficou liberada para concorrer, já que com a renuncia o x era ex governador. Se X estivesse no 2 mandato, não poderia se reeleger, ela não poderia concorrer ao governo do estado do RJ, pq senão teria X 7 anos e meio como chefe do poder executivo e entraria a mulher. Não pode. Se ele renuncia 6 meses antes e se torna ex, a mulher poderia concorrer aos cargos do legislativos e não poderia a concorrer ao cargo de governador. 
A literalidade deste parágrafo refere-se à candidatura de outros cargos. Mas se o chefe quiser se reeleger, não há necessidade de renunciar ao mandato. Os membros do poder legislativo não precisam fazer nada. 
DIREITO DE SUFRÁGIO (capacidade eleitoral ativa)
NOÇÃO GERAL: corresponde à participação na escolha dos representantes do povo. Refere-se na escolha dos representantes em qualquer esfera política.
FORMAS DE SUFRÁGIO:
Critério da extensão: quanto são os titulares? Quem são? 
Sufrágio universal: universalidade - constituinte não adotou algum critério arbitrário para barrar o direito de alguns indivíduos participarem. Há condições, mas que são compatíveis com a CF. Confirma a democracia. Se todos são destinatários dos atos dos representantes, faz-se sentido que todos tenham acesso à participação politica. Art 14 caput.
Sufrágio restrito: censitário > condiciona a algum fato a possibilidade de votar relativo à questão patrimonial, ex. renda por exemplo. Capacitário > condiciona a fatos como estar formado em alguma faculdade, ser analfabeto.
IGUALDADE: 
Sufrágio igual: pressuposto da democracia. Consagra principio da isonomia. Um homem, um voto. 
Sufrágio desigual: poderia aparecer pelo voto múltiplo, caso alguém pudesse votar em diferentes lugares e o voto plural, no qual o sujeito não vota em vários lugares, mas no lugar que este vota o seu voto tem mais peso.
PRESSUPOSTOS DA CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA: Quem pode votar?
Nacionalidade brasileira: os estrangeiros que preenchemos requisitos pra naturalização podem votar, se assim quiserem. Basta fazer a naturalização. Se não tem interesse, porque votariam aqui?
Idade mínima de 16 anos: tempo passa para todos. Uma hora a pessoa vai atingir os 16 anos e vai poder exercer este direito, como todos os outros.
Não estar conscrito
Ter título de eleitor, perante a Justiça Eleitoral, cumpridos os itens A, B e C.
VOTO (ATO)
Ato por meio do qual se dá o exercício do direito de sufrágio, de participar da escolha dos representantes. 
Voto secreto: (oposto: voto público) onde o Brasil se enquadra. Art. 14 caput. Só o eleitor sabe em quem ele votou. Ao votar, tem a liberdade de não falar pra ninguém sobre a escolha, mentir sobre o voto. Finalidade deste tipo de voto: Evitar que o eleitor sofra pressão e coação (voto de cabresto) na hora de votar. Evitar corrupção, uma vez que o candidato não teria certeza se o corrompido votou ou não nele. 
Voto obrigatório: (oposto: voto facultativo) pode ser objeto de supressão. O que significa essa obrigatoriedade? Pode não votar caso não seja possível. Tem que regularizar a situação. Ao anular o voto, não está votando. Obrigatoriedade tem caráter formal. Somos obrigados a adotar algumas formalidades. Justificar o não voto, ir até a cabine de votação (pois pode anular ou votar branco).
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
Voto direto: o que o eleitor dá a um candidato. Quando entre o eleitor e o candidato não há ninguém. É o nosso caso na maioria das vezes. É o caso do Brasil.
Voto indireto: eleitor vota em um delegado sabendo que este vai votar em certo candidato. Ex. EUA. No Brasil acontece raramente – art.81 §1º CF – neste caso, delegados seriam os deputados e senadores. Pode concorrer qualquer cidadão que preencha os requisitos da capacidade eleitoral passiva.
MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO DIRETA - ART. 14
PLEBISCITO, REFERENDO E INICIATIVA POPULAR
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Caminhos para que a intervenção popular seja maximizada. Esquecimento que o cidadão é o titular do poder.
Plebiscito e referendo
Forma de consulta popular. Quem será consultado serão os eleitores. Essa participação é obrigatória. Quem é eleitor é obrigado a comparecer no dia em que houver plebiscito ou referendo.
O congresso que decidirá se um assunto deve ser compartilhado ou não com o povo. Art.49, XV. Poder executivo não interfere em nada na convocação de plebiscito e referendo. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
QUANDO CADA UM É REALIZADO?
PLEBISCITO: consulta é anterior. Antes da decisão ser tomada, de qualquer alteração, o assunto é posto a prova do eleitorado. Caso não seja aceito, nada muda. Caso seja aceito, implementa-se a mudança. 
REFERENDO: a consulta ocorre depois. A decisão já foi tomada e é submetida à confirmação pelo eleitorado. Se for recusado, desfaz-se e volta ao estado anterior. Se for confirmado, segue com o projeto inicial.
SISTEMAS ELEITORAIS
Sistemas eleitoral x eleição
Eleição: concurso de vontades juridicamente qualificadas para escolher os titulares de mandato nos poderes executivo e legislativo. Processo pelo qual é trabalhada a soma da vontade dos eleitores. Juridicamente qualificadas refere-se ao alistamento eleitoral dos eleitores.
Sistema eleitoral: conjunto de técnicas e procedimentos que regulamentam as eleições e a representação politico-popular em um Estado. 
Sistema eleitoral majoritário: trabalha a partir da ideia de maioria. Há dois tipos de maioria, logo, haverá dois subsistemas majoritários.
Maioria absoluta: será considerado eleito o candidato que obtiver mais da metade dos votos válidos (primeiro número inteiro depois da metade do total de votos válidos). Votos válidos são aqueles que dirigidos diretamente ao candidato. Votos branco e nulo não valem para ninguém. Se não conseguiu essa maioria, realiza-se um segundo turno. Pega os dois mais votados e faz-se nova eleição e necessariamente um vai conseguir mais da metade dos votos válidos. Quais mandatos são escolhidos nesta proposta: presidência da república, governador de Estado e Distrito Federal, chefes de poder executivo municipal em municípios com mais de 200.000 eleitores. Eleição deve ser contundente. Para que o eleito ganhe com apoio. Art. 77 §2º, art.28, art.29 II 
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores
1.2 Maioria simples: elege-se o candidato que tiver o maior numero de votos. A diferença é irrelevante. Basta 1 voto a mais para fazê-lo eleito. É aplicado na escolha dos senadores (art.46) e prefeitos dos municípios com menos de 200.000 eleitores. 
2. Sistema eleitoral proporcional: CF estabeleceu para escolha dos vereadores e deputados estaduais e federais. A noção de maioria é um detalhe. Considera quociente eleitoral (quanto vale cada uma das cadeiras) e partidário e então, se verifica quem teve mais voto. Isso possibilita que candidatos menos votados sejam eleitos e mais eleitos não.
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
DIREITOS X GARANTIAS
DIREITOS: caráter declaratório/enunciativo. Significa que uma norma de direito é uma norma que enuncia uma determinada proteção jurídica. Declara que certo interesse é juridicamente protegido. Ex. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença > declara proteção jurídica.
GARANTIAS: caráter instrumental. Não adianta nada declaração de direito e mais nada. O ponto de partida deve ser o direito. Paralelamente deve ser construído um sistema garantidor. Um sistema que traga previsão de instrumentos para concretizar os direitos. Meios para se obter a realização dos direitos ou pra corrigir situações de violação. 
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS X AÇÕES CONSTITUCIONAIS
GARANTIA: gênero. Todos os instrumentos para realizar ou reparar direitos fundamentais previstas na CF. ex. direito constitucional de petição –art.5º, XXXIV, a: o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
AÇÕES: espécie. São os meios de provocar a tutela jurisdicional para realização dos direitos fundamentais. Poder judiciário no sentido de jurisdição. Provocar uma reação no judiciário para que as garantias sejam materializadas. 
AÇÕES EM ESPÉCIE
HABEAS CORPUS – art.5º LXVIII
Doutrina brasileirado HC. 
Faltava-se instrumentos específicos para tutelar os direitos. Havia somente o HC, que estava redigido de forma abrangente, sem limitar sua atuação (extrapolada a liberdade de locomoção). Foi utilizado para vários casos distintos. 
Hoje, a utilização do HC serve unicamente para tutelar liberdade de locomoção. O artigo disciplinou o HC em duas situações: quando a liberdade de locomoção já foi restringida, neste caso cabe o habeas corpus repressivo (liberatório), objetivo é conseguir a liberdade do cidadão e quando o direito de liberdade está ameaçado cabe o habeas corpus preventivo.
Legitimidade: Além do HC admitir que o próprio indivíduo vítima da coação da liberdade ou com medo de sofrer possa buscar o judiciário (LEGITIMIDADE ORDINÁRIA), também se admite a LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA, na qual é possibilitado que qualquer pessoa possa levar ao judiciário a noticia de lesão ou ameaça ao direito de locomoção. Raciocínio: hoje foi um colega, amanha pode ser eu. Interessa-me sabe se o Estado atua de maneira abusiva ou arbitrária. Não precisa ter relação com a vitima para levar a demanda ao judiciário. 
Capacidade postulatória (algo que só o advogado tem. Competência para ir a juízo defender os interesses de alguém): desnecessária. 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Juiz pode impetrar HC de oficio. Sem provocação nenhuma. Foge do principio da inércia.
Não cabe HC para os casos de punição disciplinar. Ex. forças armadas. Estado de sitio: também cabe restrição ao HC. 
HABEAS DATA – art.5º LXXII + Lei 9.507/97
Foi introduzido pela CF88. Olhar sobre a situação da ditadura que esse instrumento foi criado. Possibilidade de acessar informações. Com o passar do tempo, novos cenários foram se abrindo e o HD ganhou outras finalidades. 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
Pode-se impetrar HD se ganhar caráter público (se o banco de dados resolver divulgar os dados para terceiros).
Não há legitimidade extraordinária. Somente o interessado pode impetrar um HD. Exceção: interessado principal falecido. Há informações que se divulgadas para a própria interessada, não há quebra de sigilo. Qdo se fala em terceiro, pode mudar de cenário, dependendo do teor de sigilo. Deve-se analisar caso a caso. 
HD como toda ação acontece no poder judiciário e exige advogado (capacidade postulatória). (lei) duas fases do HD:
Pré-judicial: ocorre fora do poder judiciário. Requerimento que o sujeito precisa fazer para autoridade responsável por manter o banco. “Eu, fulano de tal, quero saber o conteúdo dos dados x” (não precisa de advogado). Se a autoridade conceder informação, OK. Caso contrário, HD por advogado. Requerimento será juntado na petição inicial. Se a autoridade nada responder (silencio). Lei manda o sujeito esperar 10 dias. Dai entra a fase judicial > Judicial (quando há a ação/impetração do HD).
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Finalidade: 
Cognição (conhecimento): alínea A. uma vez que conheça o teor das informações, podem ocorrer duas coisas. Primeiro não verificar nenhuma anormalidade nas informações. Caso seja verificado algum questionamento, retificação:
Retificação: alínea B 
Sentido-estrito: quando há um erro de informação. Pede-se a quem mantem o banco de dado para retificar/corrigir. Ex. erro de digitação, erro “bobo”.
Complementação: atualização de dados. Necessidade de retirar alguma informação, ainda que verdadeira, por motivo íntimo (dado constitucional sensível). Ex. religião, orientação sexual.
Anotação de pendência: desdobramento da Lei, para dar ao impetrante oportunidade de contar a sua versão sobre as informações existentes. Apesar da informação se verdadeira, há outras informações que possam ser acrescentadas. E estas informações podem ser anotadas junto à primeira informação. 
LEI 9.507/1997 - ART.1º, §UN, ART.7º, ART.8º,§UN(PRAZOS)
MANDADO DE INJUNÇÃO – art.5º LXXI
Novidade da CF88. Novidade no que tange o direito comparado. Contexto do controle de constitucionalidade.
CF88 é rígida e para que alguma norma seja introduzida no sistema deve estar de acordo com a própria CF. violação da CF pela omissão (de regulamentação pelo legislativo). Direito carente de uma providencia regulamentadora. Inconstitucionalidade por omissão. Descumprimento do dever de fazer é o que viola a constituição. Não é o agir em desconformidade. É o NÃO agir. Neste contexto, entra o mandado de injunção. Controla a omissão constitucional. 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
A CF outorga um direito, uma liberdade, uma prerrogativa. Depende do ato administrativo pelo administrador e da regulamentação pelo legislador. Ambos se omitiram. Neste caso, o titular de direito não consegue exercer os direitos. Para estes casos cabe o mandado de injunção. 
Art.103 – controle de inconstitucionalidade
Correntes: explicam a eficácia das decisões.
CONCRETISTA: resposta concreta. Há sujeitos apresentando uma controvérsia. 
GERAL: erga omnes. Efeitos valem para todos, até vir a lei regulamentadora.
INDIVIDUAL: efeitos inter-partes. Somente entre as partes envolvidas.
NÃO CONCRETISTA: era a dos primeiros momentos do STF, na qual a decisão tem um caráter meramente declaratório. Confirmava a ausência da norma, mas não dizia como o cidadão poderia exercer o direito. Notificava o congresso.
MANDADO DE SEGURANÇA – ART.5º, LXIX
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
ELEMENTOS: 
CAMPO RESIDUAL: cabe mandado de segurança para o que sobrar, para o que for residual. Se não for caso de liberdade de locomoção (HC), ou acesso/retificação de informação (HD). O direito que esta sendo discutido é a liberdade de locomoção? Se sim, HC. Se não, pergunta-se se o direito discutido é para acessar a algum tipo de informação? Se sim, HD. Se não, está no campo residual e impetra-se mandado de segurança.
“DIREITO LIQUIDO E CERTO”: direito consolidado há muito tempo. Liquidez e certeza não são atributos do direito. os fatos nos quais o direito se funda pode ser comprovado de plano. Particular contra o poder público. O particular precisa de uma resposta rápida. Só cabe mandado de segurança quando houver liquidez e certeza nos fatos. Para o sujeito poder discutir e impetrar um mandado de segurança, ele deve provar tudo que esta alegando na petição inicial. Não há fase probatória. Deve juntar todos os documentos possíveis para provar os fatos.
ILEGALIDADE/ABUSO DE PODER: briga com uma autoridade que fala em nome do Estado. Autoridade só pode agir dentro do limite previsto em lei. A lei diz o que e como a autoridade pode agir. Se contrariar a lei, a autoridade estará praticando uma ilegalidade. 
AÇÃO POPULAR ART.5º, LXXIII
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Precisa de advogado para propor ação popular e deve ser cidadão (eleitor). Noção de cidadão para propositura. Deve ser nacional e eleitor. O autor popular não paga custas processuais em linhas gerais, nem honorários/ônus de sucumbência.Isso ocorre pq nem sempre o autor tem acesso a todos os documentos necessários, fazendo com que o sucesso da ação venha a ser dificultado. Se a propositura for de má-fé, o autor não está isento. Se a parte ré perder, há sucumbência. Significa honorários ao advogado do autor da ação popular. Custas – despesas processuais, de distribuição, de perícia – maneira ampla. 
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Como está distribuído o exercício do poder político. Há duas formas de organização: Estado unitário ou federal. Brasil é uma república federativa. É uma federação. Isso se deve a extensão do território brasileiro, bem como à diversidade de cultura, características, etc.
O ESTADO FEDERAL
LIVRO: Michel Temer: elementos de direito constitucional
FEDERAÇÃO: divisão espacial (do exercício) do poder. exercício é distribuído no espaço territorial. Serie de entes com poder decisório, tornando as decisões mais próximas de seus destinatários. Pacto/aliança entre partes, que nasce obrigatoriamente na CF. as federações são diferentes, o que inviabiliza o estudo do direito comparado. 
DUGUIT: na federação existem dois governos no mesmo território e a impossibilidade de um alterar as competências de outro. O texto constitucional impede que exista essa alteração (pode ser visto no desenho abaixo). Juridicamente a União e os estados são partes do pacto do federativo. Ninguém é mais ou menos. Diferença está no tamanho. União não manda nos Estados. E os Estados não mandam nos municípios. Todos estão na mesma linha – relação HORIZONTAL. Federação é autonomia recíproca. Respeito mútuo entre as partes. A origem de cada uma dessas partes é a mesma, ou seja, a CF. 
JELLINEK: na federação temos uma autonomia das unidades federadas salvaguardada por uma constituição. A origem desta autonomia é o documento constitucional, ordem jurídica global sob a ótica de Kelsen. 
KELSEN: na federação existem três ordens jurídicas: a global, parcial central e parciais periféricas. 
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO: centralização implica na existência de um único centro tomador de decisões. Em uma organização centralizada, só há uma fonte da qual emana decisões. Tudo sai deste polo. Não combina com a proposta de federação. Já na descentralização, temos vários polos com competência para decidir. Há uma pluralidade de fontes emanadoras de decisões. Que tipo de decisão é essa? 
Centralização administrativa: todas as decisões de aplicação da lei são tomadas a partir de um único ponto. Descentralização administrativa incide no reconhecimento de vários entes prestando serviços públicos, tomando decisões. Aplicar a lei é o de menos. O que importa é o que foi posto na lei e isso é competência política ou legislativa. Os limites da administração tangem justamente esta competência legislativa. Se todas as leis partirem de um mesmo lugar, falamos em centralização política. Se houver vários polos legislando, fala-se em descentralização politica. Relação com federação > possível ter um estado unitário administrativamente descentralizado. Um ente só faz todas as leis e permite que a aplicação seja distribuída entre vários entes. Na federação é imprescindível a descentralização administrativa e a política (legislativa). LEMBRA-SE: divisão espacial do exercício do poder. tendo descentralização nas duas frentes, é suficiente para afirmar a existência de uma federação? Não. A descentralização tem que ocorrer na constituição federal. A federação exige descentralização politica e administrativa estabelecida na Constituição. Não pode ser alterada: forma federativa não é passível de alteração – clausula pétrea – art.60, §4º.
PONTOS A CONSIDERAR:
IGUALDADE JURÍDICA ENTRE UNIÃO E ESTADOS
FEDERACAO SEMPRE NASCE DE UMA CONSTITUIÇÃO QUE REPARTE AS COMPETÊNCIAS
PACTO FEDERATIVO É INDISSOLÚVEL (juridicamente falando, pois uma guerra pode alterar esse cenário)
ESTADOS FEDERADOS E A UNIÃO TÊM APENAS AUTONOMIA: a união é responsável por exercer a soberania que pertence ao estado federal: Estado Federal é a república federativa do Brasil.
SOBERANIA X AUTONOMIA: 
Soberania: implica não reconhecer no ambiente externo nenhuma ordem jurídica superior. No ambiente interno, significa não reconhecer nenhuma ordem jurídica sequer igual (refere-se CF do Brasil – não há nenhum ordenamento sequer igual a ela). Na soberania o sistema se auto legitima, ou seja, ele confere a ele mesmo a matriz de legitimidade e validade (não responde a limitações jurídicas). Soberania não comporta graduação. É ou não é soberano. No ambiente externo, a organização política interna é irrelevante. 
Autonomia: é margem de liberdade para tomar decisões dentro de um campo de competências desenhado pela Constituição. É moldura jurídica. Comporta graduação. O grau de autonomia da União é maior que dos estados no caso do Brasil.
ORIGEM DA FEDERAÇÃO
Nos EUA havia as colônias inglesas na américa que se tornaram estados soberanos. Com o tempo veio a constituição dando origem ao modelo de federação. De vários estados soltos, foram se aproximando para formar o pacto federativo. A soberania foi entregue ao Estado criado – EUA – e cada estado ficou com sua autonomia. Os estados entregaram ao poder central somente o que era imprescindível. A autonomia é maior em relação ao Estado-nação – movimento centrípeto.
No Brasil, éramos Estado unitário. Com a república nos tornamos uma federação, cujo poder está espalhado pelo território nacional. O poder centralizado se divide entre os entes da federação – movimento centrífugo.
TRAÇOS DA FEDERAÇÃO – MICHEL TEMER
Pra que uma federação seja caracterizada é necessário que exista: 
DESCENTRALIZAÇÃO CONSTITUCIONAL DAS COMPETÊNCIAS POLÍTICAS: a entrega das competências pra fazer leis tem que partir do texto constitucional
PARTICIPAÇÃO DAS VONTADES PARCIAIS NA FORMAÇÃO DA VONTADE CENTRAL: dos entes que compõe a federação, a união é dotada de abstração. União está em todo lugar e ao mesmo tempo não está em lugar nenhum. Territorialmente ela não existe. A união não é superior pq ela é a soma dos estados. Significa que a vontade da união (elemento central) se forma mediante somatório das vontades dos estados. A vontade da união vem da agregação das vontades dos elementos periféricos. Como? Por uma estrutura bicameral. Duas casas. Uma com representantes do povo e a outra com representante dos estados-membros. Isso faz com que os estados-membros juntem as suas vontades pra definir a vontade do elemento central.
CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO: não adianta a CF descentralizar as competências se os estados não tiverem a capacidade de se auto-organizarem. Aparelhamento completo para o exercício do poder. Constituições estaduais: três poderes. 
Para manutenção da federação:
RIGIDEZ CONSTITUCIONAL EM GRAU MAXIMO: entendimento deste ponto: que a federação deveria estar contida em uma cláusula pétrea.
ÓRGÃO ENCARREGADO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: recomendável que deva estar na estrutura do poder judiciário. 
 A FEDERAÇÃO BRASILEIRA
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição > Cada uma dessas partes deve ter competência pra fazer lei.
Descentralização constitucional das competências políticas: ART.22, 25, 30, 32§1º
Participação das vontades parciais na formação da vontade central: Art.44, 45, 46.
Rigidez constitucional – art.60§4º
Órgão encarregado de controle de constitucionalidade: art.102 caput.
INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA
Na federação temos autonomia reciproca. Como estão todos os entes na mesma linha e suas competências foram definidas pela mesma CF88, é preciso que estes entes respeitem o campo de cada parte.
A REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS
Sempre quem faz a repartição das competências é o texto constitucional. As CF são diferentes entre si e usam os modelos de repartição distintos:
O federalismo clássico ou dualista (modelo estadunidense): primeiro estado a se organizar desta forma.

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