Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário A atual classificação dos materiais: Metais! » Materiais metálicos são normalmente uma combinação de elementos metálicos; » Possuem elétrons livres; » Bons condutores de eletricidade e calor; » Não transparentes; » Muito resistentes; » Facilmente deformáveis. Cerâmicas! » Composições de elementos metálicos e não metálicos; » Óxidos, nitretos e carbetos; » Argilas, cimento e vidro; » Normalmente isolantes; » Duros e quebradiços; » Resistente a altas temperaturas Polímeros! » Plásticos, borrachas e adesivos; » Compostos orgânicos baseados em carbono, hidrogênio e outros elementos não metálicos; » Produzidos pela criação de grandes estruturas moleculares a partir de moléculas orgânicas; » Baixa condutividade elétrica; » Baixa resistência à temperatura. Compósitos! » Formados por dois ou mais tipos de materiais. As forças Intramoleculares e Intermoleculares! Ligações químicas são forças que unem átomos formando moléculas, agrupamentos de átomos ou sólidos iônicos na busca de uma maior estabilidade. Ligação Iônica A ligação iônica assume um caráter não direcional Características dos Compostos Iônicos: » Sólidos a temperatura ambiente. » Ponto de Fusão e Ebulição muito elevados. » Conduzem corrente elétrica quando fundidos ou em solução aquosa. » Melhor solvente é a água. Ligação Metálica Teoria dos elétrons livres Segundo a teoria dos elétrons livres, elétrons de valência movem-se livremente por entre a rede de íons metálicos positivos, não estando localizados em nenhum átomo em particular: A ligação metálica assume um caráter não direcional Ligação covalente! »Uma ligação covalente resulta do compartilhamento de um par de elétrons entre os átomos. »A força de ligação resulta da atração entre estes elétrons, compartilhados, e os núcleos dos átomos que participam da ligação. »Não, pois a ligação covalente é uma ligação direcional. As forças Intermoleculares As ligações intermoleculares são mais fracas do que as ligações intramoleculares (ligações químicas entre átomos que constituem as moléculas). Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário Solidificação O que acontece com as moléculas ou átomos de um determinado material em um processo de solidificação? ESTRUTURA CRISTALINA Muitos materiais -metais, algumas cerâmicas, alguns polímeros -ao se solidificarem, se organizam numa rede geométrica 3D –A REDE CRISTALINA Estes materiais CRISTALINOS, têm uma estrutura altamente organizada, em contraposição aos materiais NÃO CRISTALINOS (amorfos), nos quais não há ordem de longo alcance. Estrutura Cristalina Material cristalino É aquele no qual os átomos encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional que se chama de rede cristalina CÉLULA UNITÁRIA (Unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional Como a rede cristalina tem uma estrutura repetitiva, é possível descrevê-la a partir de uma estrutura básica, como um “tijolo”, que é repetida por todo o espaço. ESTRUTURA CÚBICA Os átomos podem ser agrupados dentro do sistema cúbico em 3 diferentes tipos de repetição 1.Cúbico simples - Um átomo é colocado em cada ponto da rede. 2.Cúbico de corpo centrado - A rede Cúbica de Corpo Centrado é uma rede cúbica na qual existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro do cubo. Os átomos se tocam ao longo da diagonal. 3.Cúbico de face centrada -A rede cúbica de face centrada é uma rede cúbica na qual existe um átomo em cada vértice e um átomo no centro de cada face do cubo. Os átomos se tocam ao longo das diagonais das faces do cubo. POLIMORFISMO OU ALOTROPIA Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo. Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. Pontos em cristais A posição de qualquer ponto localizado no interior de uma célula unitária pode ser especificada em termos de sua coordenada, calculada como múltiplos fracionários dos comprimentos das arestas das células unitárias, ou seja, dos parâmetros de rede. Direções em cristais Uma direção cristalográfica é definida como um vetor entre dois pontos na célula cristalina. Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário São representadas entre colchetes=[uvw] Se a subtração der negativa, coloca-se uma barra sobre o número Os números devem ser divididos ou multiplicados por um fator comum para dar números inteiros. PLANOS CRISTALINOS Regras para representação dos índices de Miller = (hkl) 1)Se o plano passa pela origem selecionada, um outro plano paralelo deve ser construído no interior da célula unitária mediante uma translação apropriada ou uma nova origem deve ser estabelecida no vértice de uma outra célula unitária adjacente. Por quê são importantes? •Para a deformação plástica A deformação plástica (permanente) dos metais ocorre pelo deslizamento dos átomos, escorregando uns sobre os outros no cristal. Este deslizamento tende a acontecer preferencialmente ao longo de planos direções específicas do cristal. •Para as propriedades de transporte Em certos materiais, a estrutura atômica em determinados planos causa o transporte de elétrons e/ou acelera a condução nestes planos, e, relativamente, reduz a velocidade em planos distantes destes. •Para a determinação da estrutura cristalina Os métodos de difração medem diretamente a distância entre planos paralelos de pontos do reticulado cristalino. Esta informação é usada para determinar os parâmetros do reticulado de um cristal. Os métodos de difração também medem os ângulos entre os planos do reticulado. Estes são usados para determinar os ângulos interaxiais de um cristal. DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA POR DIFRAÇÃO DE RAIOS X Fenômeno de espalhamento da radiação eletromagnética, provocada pela interação entre o feixe de raios-X incidente e os elétrons dos átomos componentes de um material. Lei de Bragg = n de lambda= 2 d sen(teta) Difratómetro No Difratómetro, se obtém um registro gráfico dos sinais que as reflexões originam em detectores eletrônicos de radiação. Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário Quais as características principais de uma rede cristalina? 1.Geometria da rede 2.Número de átomos na célula cristalina Átomos na célula CS = 8 x 1/8 = 1 átomo Átomos na célula CCC = 8 x 1/8 +1 = 2 átomos Átomos na célula CFC = 8 x 1/8 +1/2 x 6 = 4 átomos 3.Relação entre o parâmetro de rede e o átomo CS = a = 2 vezes o Raio do átomo a = 2R Ccc = Cfc= 4.Número de coordenação atômico Corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos ou átomos em contato. CS: Número de coordenação = 6 CCC: Número de coordenação = 8 CFC: Número de coordenação = 12 5.Fator de Empacotamento: Fator de empacotamento atômico (FEA) representa a fração do volume de uma célula unitária que corresponde às esferas sólidas. Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário TABELA RESUMO PARA O SISTEMA CÚBICO As propriedades de alguns materiais são profundamente influenciadas pela presença de imperfeição no sólido cristalino. 1)O processo de dopagem em semi condutores visa criar imperfeições para mudar o tipo de condutividade em determinadas regiões do material. 2)A deformação mecânica dos materiais promove a formação de imperfeições que geram um aumento na resistência mecânica (processo conhecido como encruamento) DEFEITOS PONTUAIS a) Lacunas ou vacâncias •Envolve a falta de um átomo, ondeum sítio deveria estar ocupado está com um átomo faltando •São formados durante a solidificação do cristal ou como resultado das vibrações atômicas (os átomos deslocam-se de suas posições normais) •Não é possível criar um material isento desse tipo de defeito b) Átomos Intersticiais •Envolve um átomo extra no interstício (do próprio cristal) •Produz uma distorção no reticulado, já que o átomo geralmente é maior que o espaço do interstício •A formação de um defeito intersticial implica na criação de uma vacância, por isso este defeito é menos provável que uma vacância c)Impurezas • Um metal considerado puro sempre tem impurezas (átomos estranhos) presentes 99,9999% =1 022a1023 átomos de impurezas por m3 •Exemplo: prata de lei é uma liga composta por 92,5% de prata e 7,5% de cobre (a prata pura é resistente à corrosão, mas é muito macia). LIGAS METÁLICAS As impurezas (chamadas elementos de liga) são adicionadas intencionalmente com a finalidade: -Aumentar a resistência mecânica -Aumentar a resistência à corrosão Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário -Aumentar a condutividade elétrica Nas soluções sólidas as impurezas podem ser: -Intersticial -Substitucional SOLUÇÕES SÓLIDAS INTERSTICIAIS Os átomos de impurezas ou os elementos de liga ocupam os espaços dos interstícios Ocorre quando a impureza apresenta raio atômico bem menor que o hospedeiro Como os materiais metálicos tem geralmente fator de empacotamento alto as posições intersticiais são relativamente pequenas Geralmente, no máximo 10% de impurezas são incorporadas nos interstícios d) Impurezas em sólidos TIPOS DE SOLUÇÕES SÓLIDASSUBSTITUCIONAIS ORDENADA Os átomos do soluto ou átomos de impureza tomam o lugar dos átomos hospedeiros ou os substituem FATORES QUE INFLUEM NA FORMAÇÃO DE SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS REGRA DE HOME- ROTHERY 1)Raio atômico: deve ter uma diferença de no máximo 15%, caso contrário pode promover distorções na rede e assim formação de nova fase. 2)Estrutura cristalina: mesma 3)Eletronegatividade: próximas 4)Valência: mesma ou maior que a do hospedeiro. 2-DEFEITOS LINEARES: DISCORDÂNCIAS •É um defeito linear ou unidimensional em torno do qual alguns dos átomos estão desalinhados •Podem ser: a) Aresta - Uma porção extra de um plano de átomos, ou semiplano, cuja aresta termina no interior do cristal. b) Espiral c)Mista Ensaios Mecânicos TIPOS DE ENSAIOS MECÂNICOS Podemos classificar os ensaios mecânicos em dois blocos: • Ensaios destrutivos; • Ensaios não destrutivos. Ensaios destrutivos são aqueles que deixam algum sinal na peça ou corpo de prova submetido ao ensaio, mesmo que estes não fiquem inutilizados. Exemplos: tração, compressão, cisalhamento, dobramento, flexão, embutimento, torção, dureza, fluência, fadiga e impacto. Ensaios não destrutivos são aqueles que após sua realização não deixam nenhuma marca ou sinal e por consequência, nunca inutilizam a peça ou corpo de prova. Por essa razão, podem ser usados para detectar falhas em produtos acabados e Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário semiacabados. Exemplos: visual, líquido penetrante, partículas magnéticas, ultrassom e radiografia industrial. ENSAIO DE TRAÇÃO No ensaio de tração o corpo é deformado por alongamento, até o momento em que se rompe. A força de tração atua sobre a área da seção transversal do material. Tem-se assim uma relação entre essa força aplicada e a área do material que está sendo exigida, denominada tensão. Tensão (σ) é a relação entre uma força (F) e uma unidade de área (S): Estricção Corresponde à redução na área da seção reta do corpo, imediatamente antes da ruptura Ductilidade Corresponde ao alongamento total do material devido à deformação plástica Deformação Plástica deslocamento de discordâncias O conceito de discordância, na verdade de discordância em cunha, pode justificar a discrepância entre as tensões calculada e medida nos sólidos cristalinos. Introdução a Ciência dos Materiais Giovanna Mazzali Prof. Mário Aumento de resistência Se a deformação plástica é enormemente facilitada por meio da movimentação de discordâncias, duas possibilidades decorrem imediatamente para aumentar a resistência mecânica de um material: Reduzir drasticamente a densidade de discordâncias do material, se possível eliminando-as e dificultar o movimento das discordâncias. Mecanismos de aumento de resistência dos metais 1.Aumento da resistência por adição de elemento de liga (formação de solução sólida ou precipitação de fases) 2.Aumento da resistência por redução do tamanho de grão 3.Aumento da resistência por encruamento
Compartilhar