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ESPONDILOARTRITES Marianny Diniz GENERALIDADES -> Grupo de distúrbios relacionados, que inclui espondilite anquilosante, espondiloartrite axial não radiográfica, espondiloartrite indiferenciada, artrite reativa, artrite psoriásica, espondiloartrite juvenil, uveite anterior aguda, e artrite associada à doença de Crohn ou colite ulcerativa. →Tais doenças apresentam características comuns, como: → Acometimento do esqueleto axial e periférico; → Acometimento inflamatório das enteses: anquilose, artrite erosiva, sindesmófitos; → Negatividade para Fator reumatóide: ajuda no diagnóstico diferencial com artrite reumatoide; → Associação com HLA-B27. FISIOPATOLOGIA -> Fatores genéticos (HLA-B27 + microbiota intestinal + estresse mecânico das estruturas anatômicas. -> Citocinas inflamatórias (TNF-alfa e a interleucina 17 e 23), além das vias de sinalização. -> Sexo masculino, idade <45 anos; -> Dor em nádegas, coluna lombar; -> intermitente no início e constante com o passar dos tempos; -> Piora com o repouso e melhora com o movimento; ->Rigidez matinal > 1h; -> Acometimento periférico é oligoarticular e assimétrico (diferente da AR). -> Atraso diagnóstico! → Irradiação para membros ocasionalmente, sem parestesias; → Entesites: costoesternais, costovertebrais, calcâneo (retrocalcanear e fáscia plantar, sínfise púbica, cristas ilíacas) ESPONDILITE ANQUILOSANTE QUADRO CLÍNICO EXTRA-ARTICULAR -> Uveíte anterior aguda: acometimento da íris e do corpo ciliar (25%), unilateral e aguda. Presença de: dor unilateral, aguda, fotofobia, visão turva. Complicações: sinequias, edema cistoide da mácula, catarata e glaucoma → Redução da visão e cegueira. -> Psoríase: 9% dos casos. Os pacientes tendem a ser mais graves e com maiores acometimentos axial. -> DII (7%) EXAME FÍSICO -> Teste de Shober modificado: https://www.youtube.com/watch?v=OJ7IX57-AMI; -> Aferição da inclinação lateral: normal quando a medida for mais que 10cm; -> Coluna torácica: aumento da cifose. Mobilidade axial: expansibilidade torácica: medida do 4º espaço intercostal anteriormente durante a expiração e inspiração. -> Coluna cervical: retificação da lordose; -> Postura do esquiador. EXAMES COMPLEMENTARES -> HLA-B27 +. Sua negatividade não exclui a doença! -> Anemia normocítica ou hipocrômica. Pode ocorrer perda de ferro. -> Leucocitose leve; -> Aumento de VHS/PCR. -> Exames de imagem: Raio x (AP e ferguson modificada), TC, RNM. Mudanças definitivas na radiografia são características da espondilite anquilosante. -> Pacientes que têm radiografia normal ou minimamente anormal -> espondilite não radiográfica. EXAMES -> Radiografia de Sacroilíacas: podem incluir erosões (irregularidades) nas bordas articulares, podendo levar a pseudoalargamentos; anquilose (fusão); redução do espaço articular ou esclerose óssea subcondral. EXAMES EXAMES EXAMES EXAMES EXAMES EXAMES Enteses: local onde ligamentos, tendões, e cápsula que envolve as articulações se ligam aos ossos. ->costoesternais, costovertebrais, calcâneo. Radiografia da coluna vertebral: -> Quadratura dos corpos vertebrais devido à inflamação anterior e posterior e erosão e deposição óssea. -> Sindesmófitos e anquilose das articulaçoes (coluna em bambu); -> Tomografia de SI: Mais sensível, não detecta inflamação, consegue dar diagnósticos diferenciais de fraturas, tumores... Ressonância Magnética: Detecta lesões inflamatórias agudas. Sequência de T1: gordura branca; Sequência de T2: processo inflamatório, o líquido brilha. Critérios Modificados de New York (1984) TRATAMENTO → Cuidados gerais; exercícios físicos; fisioterapia; terapia ocupacional. • Tratamento medicamentoso: → 1ª linha: anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs); → Corticosteroides: Só usado em casos de contraindicação aos AINEs; → Fármacos modificadores do curso de doença (usados em ausência de resposta com os AINEs): ➢ Sintéticos: Metotrexato (manifestações periféricas), Sulfassalazina (manifestações periféricas + doença axial - coluna). ➢ Biológicos: Bloqueadores de TNF, Terapia anti-IL-17. -> Surge após uma infecção, mas os patógenos não são cultivados nas articulações comprometidas. -> Patógenos prováveis: → Gastrointestinais: Yersinia, Salmonella, Shigella, Campylobacter e E. coli (a artrite reativa ocorre em 6 a 30% das infecções intestinais). → Urogenitais: mais prevalente nos homens. Chlamydia trachomatis, Ureoplasma urealyticum, Mycoplasma hominis (a artrite reativa ocorre em 1 a 3% das uretrites não gonocócicas). ARTRITE REATIVA QUADRO CLÍNICO -> 2 a 4 semanas após a infecção inicial; -> mono ou oligoarticular, frequentemente com extremidades inferiores e às vezes associado com dactilite e entesite. -> Incidência maior entre 20 e 40 anos; -> Associação com HLA-B27. -> Fadiga, mal-estar, hiporexia, emagrecimento, febre; QUADRO CLÍNICO → Manifestações periféricas: artralgias, oligoartrite, poliartrite (menos comum) → predomínio em membros inferiores e assimétrica; → Articulações mais acometidas: joelhos, tornozelos, quadris, metatarsofalangianas. → Entesites: tensão do calcâneo e fáscia plantar mais frequentes; → Dactilite (dedo em salsicha): edema difuso de toda a articulação dos dedos das mãos e dos pés, assimétricos (suspeitar de artrite reativa e artrite psoriásica); → Acometimento axial: mais frequentes em HLA-B27 positivo, sacroileíte assimétrica; → Síndrome de REITER: tríade composta por artrite reativa + uretrite + conjuntivite. MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES Prostatite, piúria estéril, salpingite, vulvovaginite, úlceras orais, balanite circinada, ceratoderma (palmas, plantas, região escrotal), unhas espessadas e endurecidas, manifestações oculares (conjuntivite, episclerite, ceratite, úlcera de córnea, uveíte). → Difícil acometimento da coluna. EXAMES COMPLEMENTARES -> HLA-B27 +. Sua negatividade não exclui a doença! -> Anemia; -> Leucocitose leve; -> VHS/PCR podem estar normais no estágio crônico; → Líquido sinovial característico de artrite inflamatória: contagem elevadas de leucócitos (entre 2.000 e 64.000 WBC/mm³), predominantemente neutrófilos. DIAGNÓSTICO Exclusão de outras doenças; Paciente com manifestação clínica típica + evidência de infecção prévia ou atual e/ou exame laboratorial. Infecção ocorrido com menos de 1 mês antes da manifestação articular. 1. 2. 3. TRATAMENTO → Cuidados gerais e reabilitação; → Balanite circinada: higiene local + corticosteroide tópico; → Ceratoderma blenorrágico: agentes ceratolíticos e corticosteroides tópicos; → Uveíte: mesmas condutas relacionadas à espondilite anquilosante → colírio de corticóide → Inflamação aguda: AINEs/corticosteroides; → Infecção: ➢ TGI: Ciprofloxacino ou sulfametaxazoltrimetoprima + TMP. ➢ Clamídia: Doxiciclina ou minociclina ou azitromicina → tratar parceiro. → Doença crônica: drogas modificadoras do curso de doença (metotrexato/Sulfassalazina/anti-TNF??) + AINEs/corticosteroides. → Infiltração articular: mono ou oligoartrite. -> Doença inflamatória musculoesquelética associada à psoríase. -> Idade mais frequente: 20 aos 45 anos -> Forma Poliarticular: mais comum em mulheres, forte associação com entesite e dactilite; -> Forma axial: comum em homens. -> Forma distal: envolvimento adjacente das unhas. ARTRITE PSORIÁSICA QUADRO CLÍNICO -> Fadiga, perda de peso, inapetência. -> Conjuntivite, Uveíte anterior aguda, esclerite. -> Lesões ungueais com envolvimento articular (onicólise, manchas de óleo). Diagnósticos diferenciais: -> AR; -> DII; EXAMES COMPLEMENTARES -> Achados inespecíficos; -> PCR/VHS; → Anemia; Leucocitose; → Fator Reumatóide positivo em 2 a 10% dos pacientes; → Anti-CCP positivo em 8 a 16%. → FAN: títulos baixos – 14%. ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS → Predileção pelas articulações interfalangianas distais; → Afinamento de falanges terminais; → Ausência de osteopenia periarticular ou presença leve; → Artrite periférica mutilante, mostrando osteólise e anquilose;→ Assimetria; →Proliferação periosteal: neoformação óssea; ALTERAÇÕES PROLIFERAÇÃO PERIOSTEAL- NEOFORMAÇÃO ÓSSEA(PENCIL IN CUP NO 1 E 2º DEDO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO → Suporte psicológico. → Acompanhamento multidisciplinar: clínico, dermatologista e reumatologista. → Lesões cutâneas leve a moderadas: tratamento tópico e fototerapia. → Lesões extensas a graves: metotrexato, Leflunomida, derivados do ácido retinóico, ciclosporina e imunobiológicos. *Anti-IL23 ARTRITE ENTEROPÁTICA Doenças intestinais* Pode ser periférico ou axial; Pode ocorrer tendinite, periostite ou entesite; O envolvimento axial pode preceder a doença intestinal em anos; Artrite periférica pode estar associada à atividade intestinal; ARTRITE ENTEROPÁTICA → TIPO 1: oligoartrite assimétrica (afeta menos de 5 articulações, tem caráter agudo e autolimitado, dura menos de 10 semanas e acompanha a atividade inflamatória intestinal); → TIPO 2: poliartrite simétrica (acomete 5 ou mais articulações, os sintomas podem durar meses ou anos, não reflete a atividade da doença intestinal e, eventualmente, precede o seu diagnóstico. Tendência à calcificação). → AXIAL: independente da atividade da doença intestinal, espondilite/sacroileíte, mais comum na doença de Crohn/ caráter crônico e progressivo / espondilite (6 a 15% dos doentes / associação com HLA-B27) / sacroileíte uni ou bilateral. ARTRITE ENTEROPÁTICA- LABORATÓRIO → Manifestações extra-articulares: Eritema nodoso; Pioderma gangrenoso; Uveíte. Alterações laboratoriais: → Anemia de doença crônica ou ferropriva (sangramento intestinal); → Leucocitose, trombocitopenia e elevação de provas inflamatórias (PCR e VHS); → Calprotectina fecal: biomarcador de inflamação intestinal. DIAGNÓSTICO → O diagnóstico da RCU e da DC é realizado mediante critérios clínicos, radiográficos, endoscópico e histológicos. → Norteado pelos critérios do grupo ASAS para classificação das espondiloartrites. TRATAMENTO → AINEs; → Corticosteroides; → Drogas marcadoras do curso de doença sintéticas: Sulfassalazina e metotrexato; → Bloqueadores de TNF: anticorpos monoclonais (infliximab, Adalimumab, Golimumab e Certolizumab Pegol). ARTRITE INDIFERENCIADA: → interações clínicas, laboratoriais e radiográficas típicas de EA, mas que não se classificam dentro de uma das enfermidades estabelecidas do grupo, sendo a segunda síndrome clínica mais prevalente. -> Fatores associados a mal prognóstico: baixa adesão ao tratamento, provas de atividade inflamatória elevadas, erosões radiográficas, atraso no diagnóstico. CONSIDERAÇÕES → Paciente com EA, teste de schober normal, com artrite e dor à palpação das ênteses, com radiografia (raio x normal): HLA-B27 pode estar presente ou ausente, mas deve-se realizar ressonância das sacroilíacas; → Artrite psoriásica: alteração no exame complementar que também faz parte dos critérios diagnósticos: neoformação óssea (radiografia); → Há envolvimento da IL-17, TNF-a e IL-23 na A. Psoriásica; → Não realiza-se coprocultura com gastroenterite superada, lembrar que nas artrites reativas também têm associação com o HLA-B27. → Saber os critérios de CASPAR na artrite psoriásica; → A EA também está associada à doença cardiovascular, síndromes coronarianas agudas, acidente vascular e tromboembolismo venoso. Email marianny.diniz@maisunifacisa.com.br OBRIGADX!
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