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ANATOMIA VEGETAL
Assim como no homem e nos animais, os vegetais também apresentam células, tecidos e estruturas organizadas, e a Anatomia Vegetal estuda todo o funcionamento e organização dessas estruturas. Ela vai estudar tanto estruturas internas como externas, e sua origem se confunde com a descoberta das células por Hook em 1663.
A organização básica de um vegetal se constitui de Órgãos Vegetativos (raiz, caule e folha) e Órgãos Reprodutivos (flor, fruto e semente).
Órgãos Vegetativos
Raiz
Parte do vegetal que na grande maioria das espécies é subterrânea mas que em outras, podem aparecer na superfície. Tem duas funções básicas: fixação ao substrato, e absorção de água e sais minerais mas podem também apresentar as funções de armazenamento e condução.
Em alguns casos especiais as raízes podem se adaptar e acabar exercendo outras funções além das já citadas, como fotossíntese (caso de algumas Orquídeas), penetração no tecido de hospedeiras (plantas parasitas), constrição – estrangulamento – do tronco de árvores (algumas espécies de figueiras) ou suporte aéreo para tronco e/ou ramos.
Também encontramos alguns tipos de associações com outras espécies que são importantes para os vegetais, como é o caso da Micorriza, associação entre a raiz e fungos. Neste caso o fungo converte matéria orgânica em inorgânica e em troca a raiz fornece aminoácidos e outros elementos produzidos pelo vegetal.
Caule
Estrutura de sustentação e condução dos vegetais. Juntamente com as folhas forma o Sistema Caulinar que garante uma boa localização para que estas realizem a fotossíntese de forma eficiente.
Todo material produzido nas folhas é conduzido para o vegetal através do sistema vascular para as raízes, flores e frutos. Assim como todo material que é obtido pelas raízes.
Além disso vamos encontrar estruturas denominadas gemas que são responsáveis pelo crescimento do vegetal. Elas estão localizadas logo acima dos nós (de onde saem as folhas).
Alguns caules também podem exercer outras funções, eles podem ser fotossintetizantes (um exemplo é o Aspargo), podem armazenar água e carboidratos (cactos), podem se enrolar em outras plantas e locais (plantas trepadeiras) ou podem proteger aquele vegetal (formação de espinhos).
Folha
Estrutura responsável pela fotossíntese e trocas gasosas. É formada basicamente por pecíolo (base da folha), limbo ou lâmina (a folha em si) e bainha (que envolve o tronco e fixa a folha).
Seus formatos e tamanhos dependem muito das condições do local em que aquele vegetal vive. Disposição de água e exposição solar são fatores fundamentais e influenciam diretamente neste aspecto.
Além da fotossíntese (produção de alimento), as folhas também são responsáveis pela respiração e transpiração. Para isso conta com estruturas chamadas estômatos, que funcionam como portinhas que permitem a entrada e saída de ar e água. Durante o dia eles captam principalmente gás carbônico (elemento fundamental para a fotossíntese) mas também captam oxigênio (usado na respiração). E a noite, captam apenas oxigênio. A transpiração é a liberação do excesso de água da planta que durante o dia acaba por evaporar mas a noite se acumula em gotículas pelas folhas, o famoso orvalho.
Fotografia de estômatos em uma folha. 
Assim como raízes e caules, as folhas também podem se adaptar para desempenhar outras funções no vegetal, como defesa (com a formação de espinhos e produção de substâncias tóxicas), armazenamento de água (plantas suculentas), para captura de insetos (plantas carnívoras), fornecer abrigo para animais como formigas e pequenos insetos, ou não existirem para evitar perda de água pelo vegetal.
Órgãos Reprodutivos
Flor
Principal órgão reprodutivo dos vegetais. Elas nascem das axilas das folhas e são formadas pelo receptáculo e o pedicelo (haste da flor).
No receptáculo encontramos o perianto, o androceu e o gineceu. O perianto vai apresentar as estruturas que mais conhecemos das flores, as pétalas (parte colorida) e sépalas (pequenas “folhas verdes” na base das pétalas, além dos estames e carpelos importantes na reprodução.
O Androceu é o órgão masculino das flores, onde encontramos os estames que produzem o pólen, que ficam armazenadas em estruturas chamadas anteras. E o Gineceu é o órgão feminino, onde são produzidos os óvulos e encontramos os carpelos. Os carpelos são formados pelo ovário, estigma e estilete. O estilete é responsável por receber e selecionar o pólen, o estigma liga o estilete ao ovário que, por sua vez, produz e abriga os óvulos.
As pétalas que trazem o colorido das flores, são responsáveis por atrair os polinizadores. Em alguns casos, os estames podem não produzir os pólens e passam a produzir substâncias (néctares) para também atrair os polinizadores.
Podemos encontrar flores isoladas (como as rosas) ou em conjuntos chamados inflorescências (como as flores do Flamboyant).
Androceu
O androceu é o conjunto reprodutivo masculino da flor, composto por estames que tem como função a produção dos grãos de pólen. Vale ressaltar que cada estame, é na verdade uma folha modificada só para suprir a função reprodutiva do vegetal. A figura ao lado mostra, esquematicamente, as partes componentes de cada estame: a antera, o conectivo e o filete. Veremos a seguir a função de cada um.
ANTERA: a antera é uma estrutura composta por duas tecas (metades), é fértil e responsável pela produção dos grãos de pólen. Sendo que é na antera ainda no estado juvenil que começa a produção. Cada teca possui dois sacos polínicos (cavidades) revestidos por uma camada de nutrientes chamada “tapetum”. É ainda nesta fase juvenil que se encontra as células-mãe dos grãos de pólen, repousantes em cada saco polínico. A antera tem uma camada externa, a epiderme, e uma interna, o endotécio.
Quando a antera atinge a fase adulta, as células-mãe já sofreram meiose e já originaram novos indivíduos, os grãos de pólen. Não se nota nesta fase a camada nutricional da fase juvenil nem tão pouco o saco polínico das tecas, tendo então uma única e grande cavidade que agora também receberá uma denominação diferente: câmara polínica. É quando tudo está pronto que a antera se abre para que os agentes polinizadores façam seu papel.
CONECTIVO: o conectivo é a estrutura que liga (conecta) as duas tecas entre si e com o filete.
FILETE: o filete é a estrutura que sustenta as tecas, fixando-as no receptáculo floral.
Conforme a disposição e quantidade de estames, o androceu pode ser classificado em:
· ISOSTÊMONE: neste caso a quantidade de estames é idêntica a quantidade de pétalas da flor.
· ANISOSÊMONE: neste caso a quantidade de estames é diferente da quantidade de pétalas.
· GAMOSTÊMONE: neste caso os estames aparecem fusionados uns aos outros.
· DIALISTÊMONE: neste último caso os estames estão simplesmente desprendidos uns dos outros, livres.
Gineceu
Gineceu é a denominação dada ao conjunto reprodutor feminino de uma flor. Essa estrutura agrega carpelos e óvulos, sendo que o carpelo é composto por estilete, estigma e ovário. E o ovário guarda os óvulos ou o óvulo, a quantidade vai variar de espécie para espécie. O gineceu pode ainda ser classificado de acordo com o número e disposição de seus carpelos. Na figura abaixo, por exemplo, podemos visualizar esta diferença. Se temos um ou mais de um carpelo agregado (carpelos unidos) na base, este gineceu será denominado de sincárpico. Se os carpelos não estão unidos na base e podem ser contados separadamente, distintamente um do outro, então este gineceu é denominado de apocárpico. Se há apenas um carpelo, ele será monocárpico.
Observando esta outra figura abaixo, podemos facilmente perceber por que é o estigma da flor que serve justamente para receber o pólen e dar início ao processo germinativo: porque ele está no topo. O pólen repousa no estigma, se hidrata e se rompe, formando o tubo polínico que se desenvolverá ao longo do estilete.  Então quando o tubo polínico chega até o ovário consegue alcançar o óvulo e penetrá-lo. É quando então acontecerá uma dupla fecundação. Este óvulo fecundado vira uma semente,e depois de sucessivas divisões mitóticas se torna um embrião. Vale ressaltar também que a disposição (organização) dos órgãos reprodutores tem uma explicação: o óvulo fica dentro do ovário, logo o ovário é a parte mais importante da flor. Por isso não pode ficar no topo, vulnerável e exposto às intempéries e possíveis predadores.
O ovário também obedece a uma outra classificação: quanto ao número lóculos. O ovário é designado unilocular quando somente um carpelo está presente e portanto apenas um lóculo. Para ser designado plurilocular é necessário que esta flor tenha mais de um carpelo, porém estes carpelos compartilham uma mesma abertura interna, portanto um mesmo lóculo comum aos carpelos. Neste caso cada estigma recebe o pólen, passam pelo estilete correspondente e chegam ao mesmo lóculo, comum à todos. E ainda há o ovário plurilocular, que é quando a flor apresenta mais de um carpelo e mais de um lóculo individual, ou seja, cada carpelo tem um lóculo próprio, correspondente com aberturas individuais.
Fruto
É o desenvolvimento do ovário após a fertilização do óvulo e possui no seu interior a semente. As funções básicas do fruto é proteger, conservar e garantir o desenvolvimento das sementes.
Seu formato está intimamente ligado a sua forma de polinização, neste caso podemos ter frutos que podem manter seu interior mais úmido para o desenvolvimento das sementes, outros podem formar alas que irão se abrir e liberar as sementes para essas se espalhem com o vento ou água.
Semente
É o óvulo fecundado. Basicamente formado pelo embrião e tecidos nutritivos (endosperma e perisperma).
O embrião já possui estruturas jovens que darão origem ao novo vegetal, são elas radícula (que dará origem a raiz), epicótilo (dará origem ao caule) e os cotilédones (que darão origem as folhas).
Essa última estrutura é importante pois é parte fundamental da classificação das plantas em monocotiledôneas ou eudicoticoledôneas.
Raiz
As raízes são as primeiras estruturas a emergirem da semente durante a germinação. Suas principais funções são fixação das plantas no substrato e absorção de água e sais minerais. Entretanto, outras funções como condução e armazenamento também podem estar associadas com as raízes. O sistema radicular pivotante ou axial é característico das plantas do tipo eudicotiledôneas como a soja e o feijão, e é constituído por uma raiz principal desenvolvida, que usualmente penetra profundamente no solo e a partir da qual se formam as ramificações e as raízes laterais (Figura 1). Nas monocotiledôneas, como o milho e as gramíneas, as raízes são mais finas, com espessura uniforme e se originam de uma mesma região do caule. Essas raízes são chamadas de raízes adventícias, e o sistema recebe o nome de sistema radicular fasciculado. Nesse sistema não há a proeminência de nenhuma raiz e estas se encontram localizadas mais superficialmente no solo.
É possível distinguir quatro regiões e estruturas básicas nas raízes: coifa, região de alongamento, região pilífera e região de ramificação. A coifa cobre o ápice radicular e é formada por um conjunto de células em forma de capuz, que auxilia a raiz a penetrar no solo e protege os tecidos meristemáticos presentes na sua extremidade. A região de alongamento, apesar de geralmente apresentar poucos milímetros de comprimento, é a maior responsável pelo crescimento em comprimento da raiz, além de ser caracterizada pela ausência de ramificações laterais. A região pilífera é onde são encontrados os pelos radiculares, estruturas responsáveis por aumentar a superfície de absorção das raízes. Na região de ramificação é onde estão situadas as raízes laterais. Em função do hábitat e da sua localização, as raízes podem ser classificadas em aquáticas, subterrâneas e aéreas.
As plantas que flutuam na água possuem raízes aquáticas, como o aguapé. Essas raízes são finas e podem exibir uma coifa bem desenvolvida. Algumas espécies ainda podem apresentar raízes curtas e grossas que auxiliam na flutuação. A maior parte das plantas possuem raízes subterrâneas, ou seja, que se desenvolvem dentro do solo. Em certas espécies, essas raízes podem desempenhar função de reserva e são denominadas raízes tuberosas. As raízes tuberosas são espessas e armazenam vários tipos de substâncias de reserva. Esse espessamento pode tanto ser na raiz principal, como na cenoura, quanto nas raízes laterais, como ocorre na mandioca.
Raízes aéreas são aquelas que crescem em contato com a atmosfera. Existem diversos sistemas radiculares aéreos, o que reflete as diferentes adaptações das plantas ao seu ambiente. As raízes tabulares são estreitas e altas, semelhantes a pranchas ou tábuas, ocorrendo com frequência em espécies arbóreas e têm como função auxiliar na respiração das plantas. Já as raízes grampiformes estão presentes em trepadeiras, sendo aquelas raízes adventícias que fixam essas plantas em muros, paredes ou até mesmo em outras plantas. As raízes escoras ou de suporte são de origem caulinar e auxiliam a planta na fixação do solo, como observado no milho. Ao se fixarem no solo, essas raízes passam a absorver água e nutrientes. Plantas de regiões alagadas, como o mangue, podem desenvolver raízes com geotropismo negativo denominadas de respiratórias ou pneumatóforos. Estas raízes crescem para cima e para fora do solo, contribuindo para uma aeração adequada.
Figura 1 – Comparação entre o sistema radicular de plantas do tipo monocotiledôneas e eudicotiledôneas
Eudicotiledôneas
As eudicotiledôneas são formadas por cerca de 200.000 espécies de plantas. Fazem parte deste grupo as árvores, arbustos e muitas ervas, tendo como exemplo o ipê-amarelo, o feijão, a soja e o cacto. Essas plantas pertenciam ao grupo das dicotiledôneas, porém análises filogenéticas o desmembraram por não ser monofilético. Com isso, a maior parte das espécies foram classificadas em eudicotiledôneas (o prefixo “eu” significa “verdadeiro”). As plantas remanescentes apresentam características mais primitivas, por isso a maioria delas foi incorporada no grupo das magnoliídeas, que inclui a família do louro, da pimenta, do papo-de-peru e da magnólia.
Apesar da grande diversidade morfológica, a maioria das espécies apresentam determinadas características que são importantes para a identificação dos indivíduos deste grupo. Uma das mais acentuadas é a presença de dois cotilédones no interior de suas sementes. O cotilédone é a primeira folha de um embrião, podendo se comportar como órgão de reserva, órgão fotossintético ou ter função de absorção. Em muitas eudicotiledôneas, a maior parte das reservas localizadas no endosperma são absorvidas durante o desenvolvimento do embrião. Logo, essas espécies possuem cotilédones grandes, carnosos e com função de armazenamento de nutrientes, que serão utilizados pelo embrião durante a germinação. Entretanto, existem eudicotiledôneas que apresentam uma grande quantidade de endosperma, como no caso da mamona. Para essa espécie, os cotilédones são finos e membranáceos. Esses cotilédones atuam na absorção das reservas do próprio endosperma, no decorrer da retomada do crescimento do embrião.
As nervuras nas folhas são formadas principalmente pelo tecidos condutores, xilema e floema, e apresentam um padrão de distribuição. Nas eudicotiledôneas, as folhas geralmente são reticuladas, isto é, as nervuras se ramificam formando uma rede (Figura 1).
Figura 1 – Folhas de ameixa, uma eudicotiledônea. Observar a distribuição das nervuras
Em relação ao sistema radicular, nessas plantas usualmente são do tipo pivotante ou axiais (Figura 2). Nesse sistema, há uma raiz primária ou principal muito desenvolvida, que se destaca das suas ramificações. Essa raiz pode penetrar profundamente no solo, sendo que a partir dela são formadas as raízes laterais, que também se ramificam.
Figura 2 – Tomate, planta com sistema radicular do tipo pivotante. 
No caule da maioria das eudicotiledôneas, os feixes vasculares podem ser distribuídos de duas maneiras: aparecem como um cilíndrico oco, quase contínuo ao tecido fundamental, ou os feixes semostram como um cilíndrico de cordões isolados, separados pelo tecido fundamental. Nessas plantas ocorre o crescimento do caule em espessura, denominado de crescimento secundário. Os tecidos responsáveis por este crescimento são os meristemas laterais chamados de câmbio vascular e felogênio.
As flores geralmente são tetrâmeras ou pentâmeras, ou seja, suas partes são compostas por números múltiplos de quatro ou cinco (ex: quatro estames, quatro ou oito pétalas, etc.) (Figura 4). Este valor usualmente é mantido no número de pétalas e sépalas, sendo que o número de estames e carpelos tendem a sofrer uma maior variação. Os grãos de pólen nas eudicotiledôneas na maioria das vezes são trissulcados, ou seja, apresentam três aberturas.
Figura 4 – Flores de plantas eudicotiledôneas. (A) Flor do hibisco, que apresenta padrão pentâmero. (B) Flor do rabanete, que apresenta padrão tetrâmero. Fotos: Byron Ortiz (A), Saengtong (B)
Venação foliar
Venação foliar se refere à distribuição das nervuras na folha. Estas nervuras podem estar presentes em qualquer outro órgão da planta.
Através do sistema de venação, são distribuídos água e nutrientes para a planta, ao mesmo tempo que os feixes vasculares conferem sustentação ao limbo foliar.
A nervura principal ou primária está localizada no centro do limbo e é a maior em espessura do que as demais nervuras.
Tipicamente na família das mirtáceas e no gênero Anthurium (Araceae), as nervuras secundárias se unem bem próximas a margem da folha conferindo um caracter denominado nervura marginal coletora.
Tradicionalmente as folhas são classificadas quanto o tipo de venação foliar
Peninérveas ou pinatinérveas - ocorrem quando as nervuras secundárias se originam ao longo da nervura primária central de forma regular e espaçada (semelhante a uma pena).
· Ex: eucalipto, café, citrus.
Palminérveas ou digitinérveas - ocorrem quando duas ou mais nervuras primárias laterais se originam na base da lâmina foliar sem convergirem no ápice.
· Ex: mamona, mandioca, algumas leguminosas.
Trinérveas - ocorrem quando o limbo apresenta três nervuras primárias. É quando há mais de uma nervura primária, de espessura relativamente próxima à da nervura central, que se origina na base da lâmina foliar.
· Ex: joazeiro (Ziziphus joazeiro)
Curvinérveas - ocorrem quando as nervuras principais (proeminentes) tem origem em um mesmo ponto na base da lâmina e acompanham a nervura central convergindo no ápice.
· Ex: melastomatáceas em geral como o manacá-da-serra, quaresmeira.
Suprabasais - ocorrem quando as nervuras curvinérveas surgem um pouco acima da base do limbo.
· Ex: algumas melastomatáceas.
Paralelinérveas - ocorrem quando duas ou mais nervuras primárias ou secundárias, de espessamento aproximado, seguem um curso paralelo em relação a nervura primária central em direção ao ápice.
· Ex: poaceas de forma geral como a cana-de-açucar, milho e arroz.
Peniparalelinérveas - ocorrem quando a nervura principal é bastante proeminente e ao longo desta, surgem nervuras secundárias longas e paralelas entre si.
· Ex: bananeira.
Enervadas - são folhas que pelo fato de serem do tipo carnosa e, portanto, espessas, não é possível observar a venação foliar.
· Ex: babosa.
Uninervadas - ocorre na lâmina foliar quando somente a nervura principal pode ser observada.
· Ex: casca-d’anta (Drimys angustifolia).
Recente classificação dos tipos de venação foliar
Recentemente uma terminologia mais detalhada tem sido adotada para classificar as folhas quanto ao tipo de venação foliar.
As folhas peninérveas são divididas em:
· Craspedódromas – possuem nervuras secundárias que se estendem até a margem da lâmina sem ramificar (ex: castanha-portuguesa, Castanea sativa).
· Camptódromas - possuem nervuras secundárias que não se ramificam e não alcançam a margem da lâmina. São um pouco encurvadas ou retas (ex: mangueira – Mangifera indica).
· Eucamptódroma – este tipo de venação se diferencia da camptódroma por apresentar nervuras secundárias fortemente encurvadas com parte destas curvas acompanhando a margem e convergindo em direção ao ápice (ex: poaia – Richardia brasiliensis).
· Broquidódroma – as nervuras secundárias formam arcos enlaçados próximo a margem (nervura coletora) (ex: guariuba - Clarisia racemosa).
· Cladódroma – este tipo de venação se diferencia da camptódroma pelas nervuras secundárias se ramificarem próximo a margem do limbo foliar (ex: chapéu-de-sol, Terminalia catappa).
· Reticulódroma – possuem as nervuras secundárias pouco marcadas, que se mesclam formando retículos (ex: pera – Pyrus communis).
As folhas palminérveas (podem ter as nervuras primárias basais ou suprabasais) são divididas em:
· Campilódroma – possuem as nervuras primárias consideravelmente arqueadas e não ramificadas. As nervuras secundárias são pouco evidentes (ex: cará-do-ar, Dioscorea bulbifera).
· Palinactinódroma – é um tipo de folha palminérvea e possui as nervuras primárias ramificadas próximo da margem do limbo (ex: batata-doce – Ipomoea batatas).
· Actinódroma – é um tipo de folha palminérvea que possui as nervuras primárias não ramificadas próximo a margem e um pouco encurvadas ao saírem da base da lâmina foliar.
As folhas Curvinérveas são denominadas:
· Acródromas – possuem as nervuras principais saindo da base ou próxima da base da lâmina. As nervuras secundárias são proeminentes. Também podem ser basais ou suprabasais (ex: pixirica – Clidemina hirta).
As folhas Paralelinérveas são denominadas:
· Paralelódromas – possuem as nervuras paralelas entre si até alcançarem o ápice (ex: sorgo – Sorghum halepense).
As folhas Uninervadas são denominadas:
· Hifódromas – apresenta uma única nervura principal (ex: pinheiro-bravo, Podocarpus lambertii). 
Monocotiledôneas
Há cerca de 90.000 espécies no grupo das monocotiledôneas. Essas plantas receberam este nome por apresentarem apenas um cotilédone no interior das sementes, tendo como exemplo as palmeiras, orquídeas, milho, trigo, arroz e grama. As monocotiledôneas possuem uma grande diversidade de formas e tamanho, sendo que algumas dessas características são relevantes para a identificação das plantas neste grupo.
O cotilédone é a primeira folha de um embrião, sendo que nessas plantas pode se comportar como órgão de reserva, órgão fotossintético ou ter função de absorção. Porém, para a maioria das espécies de monocotiledôneas, os nutrientes armazenados são encontrados no endosperma, não no cotilédone. As reservas presentes no endosperma são quebradas por enzimas digestivas em moléculas menores. O cotilédone, que se encontra incorporado ao endosperma, absorve esses nutrientes e os transloca para o embrião, promovendo seu crescimento durante a germinação.
As nervuras nas folhas são formadas principalmente pelo tecidos condutores, xilema e floema, e apresentam um padrão de distribuição. Nas monocotiledôneas, geralmente as folhas são classificadas em uninérvea, quando há apenas uma nervura longitudinal central ou principal, ou estriadas, se as nervuras são retilíneas e dispostas umas ao lado das outras, sendo este o padrão típico de gramíneas (Figura 1).
Figura 1 – Folha do milho, uma monocotiledônea. Observar a distribuição paralela das nervuras. 
Em relação ao sistema radicular, nessas plantas usualmente são do tipo fasciculado ou em cabeleira (Figura 2). Este sistema é constituído por um grande número de raízes com aproximadamente o mesmo diâmetro, não havendo o maior desenvolvimento em nenhuma raiz. Elas se originam da base do caule, sendo por isso classificadas como raízes adventícias. Geralmente a raiz primária se desenvolve nas monocotiledôneas, mas morre precocemente.
Figura 2 – Arroz, uma planta com sistema radicular classificado como fasciculado. 
No caule da maioria das monocotiledôneas e de algumas eudicotiledôneas herbáceas, os feixes vasculares estão distribuídos dispersos no tecido fundamental (Figura 3). Nessas plantas o crescimento do caule em geral cessa com a maturação dos tecidos primários, não ocorrendo o crescimento em espessura, denominado de crescimento secundário.Os tecidos responsáveis por este crescimento são os meristemas laterais chamados de câmbio vascular e felogênio. Entretanto, em algumas monocotiledôneas, como nas palmeiras, o crescimento primário pode desenvolver caules espessos. Essas plantas passam por um crescimento secundário difuso, que ocorre nas partes mais velhas do caule.
As flores geralmente são trímeras, ou seja, suas partes são compostas por números múltiplos de três (ex: três estames, três ou seis pétalas, etc.) (Figura 4). Este valor usualmente é mantido no número de pétalas e sépalas, sendo que o número de estames e carpelos tendem a sofrer uma maior variação. Os grãos de pólen nas monocotiledôneas na maioria das vezes são monossulcados, ou seja, apresentam uma única abertura.
Figura 4 – Flor de lírio, uma monocotiledônea. Observar o padrão trímero da flor. 
Cotilédone
O cotilédone (do grego kotyledon, concavidade em forma de concha) é a primeira ou cada uma das primeiras folhas de um embrião. Para a maioria das plantas, sua função é o armazenamento de reservas que serão utilizadas na germinação. Entretanto, em algumas espécies, pode apresentar coloração verde e ter função fotossintética após a germinação. Esta estrutura também pode ser convertida em um componente absorvente, com capacidade para retirar substâncias nutritivas do endosperma, outro tecido de reserva comum em sementes.
O número de cotilédones pode variar nas sementes de diferentes espécies, sendo que em plantas eudicotiledôneas estão presentes dois cotilédones, e as monocotiledôneas contêm apenas um. Frequentemente, um número maior desta estrutura está presente nas gimnospermas. Há uma grande variedade na aparência dos cotilédones, porém geralmente eles acompanham a forma da semente, sendo simples e laminares. São planos na maioria das espécies, porém podem se dobrar ao longo do seu eixo ou se enrolar longitudinalmente um sobre o outro, como ocorre nas famílias Malvaceae e Bombacaceae.
Em muitas eudicotiledôneas, a maior parte das reservas localizadas no endosperma são absorvidas durante o desenvolvimento do embrião. Logo, essas espécies possuem cotilédones grandes, carnosos e com função de armazenamento de nutrientes, que serão utilizados pelo embrião durante a germinação. Como exemplo, pode-se citar o feijão, girassol, ervilha e noz. Entretanto, existem eudicotiledôneas que apresentam uma grande quantidade de endosperma, como no caso da mamona. Para essa espécie, os cotilédones são finos e membranáceos. Esses cotilédones atuam na absorção das reservas do próprio endosperma, no decorrer da retomada do crescimento do embrião.
Já nas monocotiledôneas, o cotilédone único pode se comportar como órgão de reserva, órgão fotossintético ou ter função de absorção. Porém, para a maioria das espécies, os nutrientes armazenados são encontrados no endosperma, não no cotilédone. As reservas presentes no endosperma são quebradas por enzimas digestivas em moléculas menores. O cotilédone, que se encontra incorporado ao endosperma, absorve esses nutrientes e os transloca para o embrião, promovendo seu crescimento.
As gramíneas, um grupo dentro das monocotiledôneas, possuem um cotilédone altamente especializado, denominado escutelo. O escutelo é maciço e está inserido ao lado do eixo embrionário. Sua função é absorver o material degradado do endosperma e transportá-lo para o embrião, viabilizando o crescimento. Essa degradação ocorre pela ação do hormônio vegetal giberelina, que estimula a síntese de enzimas hidrolíticas de uma camada especializada denominada de aleurona, a qual está localizada ao redor do endosperma. As enzimas produzidas por esta camada são liberadas no interior do endosperma, onde agem quebrando as reservas, como açúcares e aminoácidos, tornando-as disponíveis para serem absorvidas pelo escutelo.
A posição do cotilédone varia durante a germinação, de acordo com a espécie de planta. Nas sementes de ervilha, por exemplo, o epicótilo (tecido caulinar embrionário, situado acima dos cotilédones) alonga-se e torna-se encurvado, formando um gancho. O gancho se desdobra ao alcançar a superfície do solo, impulsionando a projeção das primeiras folhas. Como o cotilédone permanece abaixo do nível do solo, essa germinação é classificada como hipógea (Figura 1A). Já no feijão, o gancho é formado pelo hipocótilo (região localizada entre a radícula do embrião e os cotilédones), o qual leva os cotilédones acima da superfície do solo devido ao seu alongamento. Este tipo de germinação, na qual os cotilédones emergem do solo, é conhecido como epígea (Figura 1B).
Figura 1 – (A) Germinação do tipo hipógea, a qual o cotilédone permanece abaixo do solo, como ocorre na ervilha. (B) Germinação do tipo epígea, a qual o cotilédone se projeta acima do solo, como ocorre no feijão. 
Endosperma
O endosperma (ou albúmen, como também é conhecido) é um tecido de armazenamento de nutrientes e está presente na maioria das plantas angiospermas. É triplóide (3n), sendo produto da fusão dos dois núcleos polares do óvulo e um núcleo de gameta masculino. É este tecido que assegura o desenvolvimento dos vegetais emergentes, pois é responsável por nutrir e guardar os nutrientes para utilizar depois.
Endosperma em um grão de trigo.
No entanto, existem algumas espécies de angiospermas que tem seu endosperma absorvido pelo próprio embrião antes mesmo de entrar em estado de dormência. Quando isto ocorre quem passa a reter os nutrientes é o cotilédone, retendo também esse endosperma absorvido, daí porque os cotilédones ficam fartos de nutrientes. Porém quando esse endosperma não desaparecer, a planta continua alimentando-se apenas das reservas que este contém.
Didaticamente, três tipos básicos de endosperma são conhecidos:
· ENDOSPERMA NUCLEAR: neste tipo de endosperma, os núcleos que sofrem as primeiras divisões se situarão ao longo de sua parede. As paredes celulares não se formam ao mesmo tempo em o núcleo se divide. Um vacúolo ocupa quase a totalidade inferior do saco embrionário.
· ENDOSPERMA CELULAR: neste tipo de endosperma as divisões do núcleo ocorrem ao mesmo tempo em que há a formação da parede celular.
· ENDOSPERMA HELOBIAL: neste tipo de endosperma temos um processo que se assemelha à junção dos dois anteriores. Um exemplo deste tipo de endosperma é o coco. 
Micorrizas
As micorrizas são associações simbióticas entre fungos e raízes de plantas. Além de constituírem uma importante relação biológica que favorece uma grande quantidade de espécies de fungos e de vegetais, as micorrizas são essenciais na ciclagem de nutrientes e na manutenção da qualidade do solo.
Observa-se na natureza que mais de 90% das espécies de plantas vasculares possuem relações simbióticas com fungos. As micorrizas constituem um tipo especifico de relação ecológica, o mutualismo, em que ambos os componentes se beneficiam com a interação (o fungo absorve açúcares e as plantas aumentam a captação de nutrientes). No entanto, a ausência de um dos organismos causa grandes problemas de crescimento e desenvolvimento ou até mesmo a morte para o outro. Um exemplo clássico são as orquídeas, que são altamente dependentes de micorrizas para sobreviver.
As micorrizas são simploriamente divididas em ecto e endomicorrizas. No primeiro caso, as hifas do fungo não penetram as células da raiz da planta (ecto = externo) enquanto que no segundo as hifas adentram a célula vegetal formando invaginações na membrana celular do tecido radicular (endo = interno).
As ectomicorrizas são encontradas em 10% de todas as famílias de plantas vasculares, sendo comuns em eucaliptos, pinheiros e roseiras. Os fungos desta associação são normalmente das divisões Ascomicetos, Zigomicetos ou Basidiomicetos. A interação fungo-planta pode ocorrer de maneira especifica ou generalista. O gênero de fungo Amanita, por exemplo, está presente em micorrizas com muitos grupos de plantas. É importante ressaltar que uma mesma planta pode se associar com várias espécies de fungos ao mesmo tempo, criando relações altamente complexas. Por ocorrerem fora do tecido vegetal, as ectomicrorrizassão caracterizadas pela formação de uma rede de hifas na superfície das células do córtex radicular. Micélios fungais podem crescer distantes da raiz, produzindo uma intrincada malha com o solo e com outros fungos. Devido a estas extensões no solo, muitas vezes os fungos transmitem para a planta nutrientes, como carbono e nitrogênio.
As endomicorrizas ocorrem de formas distintas, sendo categorizadas em micorriza arbuscular, ericoide e orquidoide. O primeiro tipo, arbuscular, é assim chamado devido a formação de reentrâncias segmentadas dentro das membranas das células da raiz, similares a um arbusto. Esta forma ampliaria a superfície de contato entre o fungo e o citoplasma da célula vegetal, facilitando a transferência de nutrientes entre eles. Estas endomicorrizas são as mais comuns na natureza, ocorrendo em mais de 80% das famílias de plantas, além de ser uma das relações ecológicas mais antigas conhecida, com fósseis e análises de DNA apontando para sua ocorrência há mais de 400 milhões de anos. Este tipo de mutualismo ocorre apenas com os fungos da divisão Glomeromicetos, cujas hifas produzem a glicoproteína glomalina, uma das maiores reservas de carbono do solo no planeta. A endomicrorriza ericóide é caracterizada pelo crescimento de hifas espiraladas nas camadas superficiais das células da planta hospedeira. As hifas fungais colonizam de maneira modesta o meio externo ao redor da raiz, onde elas realizam um tipo de digestão extracelular conhecido como saprotrofismo. Deste modo, o fungo absorve matéria orgânica em decomposição, o que também nutre os tecidos do vegetal com nutrientes essenciais. A endomicorriza orquidóide ocorre compulsoriamente em todas as espécies de orquídeas em algum estágio do seu desenvolvimento. As hifas dos fungos da divisão Basidiomicetos penetram as células da raiz e formam uma espiral típica.
Tipos de Raízes
A raiz é imprescindível à planta, haja vista que além de fixar ela absorve do solo os nutrientes necessários à sobrevivência do vegetal. Porém há outra função importante que é fazer reserva de nutrientes, como no caso dos tubérculos.
Nos vegetais sem sementes (as pteridófitas) as raízes se desenvolvem ainda nos primeiros estágios do crescimento do esporófito. Já nos vegetais com sementes (as espermatófitas) as raízes têm origem ainda no embrião. Neste último caso, a radícula é o primeiro órgão a se desenvolver no instante em que há a germinação da semente. Porém esta radícula trilha caminhos diferentes quando se trata de Monocotiledôneas e Dicotiledôneas.
Lembrando que o grupo dos vegetais que apresentam flores pode ter um ou mais cotilédones no embrião (semente). Se possui um cotilédone denomina-se Monocotiledônea, se possui mais de um denomina-se “Dicotiledônea”. A radícula se degenera e todas as raízes brotam a partir da base do caule no caso das Monocotiledôneas, já nas Dicotiledôneas a radícula se torna a raiz principal, da qual o sistema radicular se deriva.
Podemos classificá-las basicamente quanto ao habitat: Subterrâneas, Aéreas e Aquáticas.
Raízes Subterrâneas
São raízes que ficam sob o solo e possuem várias formas, permitindo assim uma sub-classificação: axial ou pivotante, ramificada, fasciculada e tuberosa.
Raiz Axial ou Pivotante
Neste tipo de raiz subterrânea, típica das dicotiledôneas, é possível detectar com clareza uma raiz principal distinta das raízes secundárias.
Raiz Ramificada
No tipo de raiz subterrânea ramificada não é possível detectar tão facilmente a raiz principal das outras raízes. Pois como já diz o próprio nome há uma ramificação secundária, terciária e assim sucessivamente, sempre a partir da raiz primária. 
Raiz Fasciculada
Neste caso é impossível distinguir a raiz principal das demais raízes.
Raiz Tuberosa
A principal característica deste tipo de raiz é o acúmulo de reservas de nutrientes, sendo muito utilizada na nossa alimentação. Um exemplo clássico é a cenoura.
Raízes Aéreas
Essas raízes são visíveis, pois ficam sempre acima do solo. Há sub-grupos dessas raízes, são: estranguladoras, grampiformes ou aderentes, respiratórias ou pneumatóforos, suporte, sugadoras e tabulares ou sapopemas.
Raiz Estranguladora
São raízes que, de certa forma, “abraçam” outro vegetal. Na maioria dos casos onde isto ocorre há a morte do hospedeiro.
Raiz Grampiforme ou Aderente
Essas raízes são responsáveis por fixar a planta trepadora à um suporte. 
Raiz Respiratória ou Pneumatóforo
Esse tipo de raiz é responsável por auxiliar a respiração do vegetal, como já diz seu nome.
Raiz Suporte
Esta raiz auxilia no suporte do vegetal. É comum encontrarmos este tipo de raiz nos manguezais.
Raiz Sugadora
Este tipo de raiz adentra o corpo da planta hospedeira, de maneira a absorver todo ou parte do alimento do vegetal.
Raiz Tubular ou Sapopema
São raízes grandes, bem desenvolvidas, que conferem estabilidade para planta.
Raízes Aquáticas
Como o próprio nome já traduz, esta raiz se desenvolve em plantas aquáticas. Diferindo das raízes subterrâneas, a função deste tipo de raiz não é fixar, mas apenas absorver os nutrientes flutuantes presentes na água.
Morfologia interna da raiz
As principais funções das raízes são fixação das plantas no substrato e absorção de água e sais minerais. Entretanto, outras funções como condução e armazenamento também podem estar associadas com as raízes. Os tecidos que compõem a estrutura primária da raiz são a epiderme, que corresponde ao sistema de revestimento, o córtex, que é o tecido fundamental, e os tecidos vasculares, dos quais fazem parte o xilema e o floema. Os tecidos vasculares podem encontrar-se organizados como um cilindro sólido ou estarem ao redor de uma medula central.
A epiderme fornece uma importante proteção mecânica devido a organização de suas células, que permanecem compactamente dispostas. Nesse tecido estão localizados os pelos radiculares, que são extensões tubulares das células da epiderme, cuja função é aumentar a área de absorção da raiz. Geralmente a epiderme das raízes não apresenta estômatos ou tricomas.
A maior parte do corpo primário da raiz é ocupado pelo córtex. As células do córtex usualmente armazenam amido no seu interior, porém raramente ocorre a presença de clorofila. Nas monocotiledôneas, plantas que não exibem crescimento secundário, as células do córtex desenvolvem paredes secundárias, tornando-as lignificadas. Neste tecido estão presentes diversos espaços de ar entre as células, o que permite a aeração da raiz.
A endoderme, a camada mais interna do córtex, é formada por células dispostas de forma compacta. Nesta camada encontra-se as estrias de Caspary, que é uma faixa ao redor das células composta por suberina e, algumas vezes, lignina. Essas moléculas se infiltram na parede celular e passam a ocupar o lugar da água, tornando essas estrias impermeáveis. O movimento dos solutos que ocorre de forma apoplástica, ou seja, pelas paredes celulares, são bloqueados quando chegam nessa região. Logo, toda substância para entrar e sair do tecido vascular tem que passar por dentro das células da endoderme.
No cilindro vascular há uma camada de células ao redor do xilema e do floema, chamada de periciclo. O periciclo está envolvido com a produção das raízes laterais e, nas plantas que apresentam crescimento secundário, contribui para a formação dos meristemas responsáveis por este crescimento. Geralmente o xilema está localizado no centro do cilindro vascular, do qual partem projeções pontiagudas em direção ao periciclo. O floema se encontra entre essas projeções. Nas raízes de algumas espécies de monocotiledôneas ocorre a presença de uma medula central.
O procâmbio é um tecido meristemático localizado entre o xilema e o floema. Ele está relacionado com a formação desses tecidos, sendo que o xilema é produzido a partir das células internas e o floema das externas. O crescimento secundário nas plantas é mediado pelos tecidos meristemáticos denominados câmbio vascular e felogênio. O felogênio é gerado a partir das células meristemáticas do periciclo, enquanto que o câmbio vascular além de ter origem nopericiclo, também pode ser formado a partir do procâmbio.
Endoderme
A endoderme ou endoderma é o folheto embrionário localizado mais internamente, formado durante o processo de gastrulação.
Este folheto irá dar origem ao arquêntero (intestino primitivo), responsável pela formação do tubo digestivo que se comunica com o exterior através do blastóporo. Na maior parte dos invertebrados, os protostômios, o blastóporo dará origem à cavidade oral do animal, enquanto que nos equinodermas e cordados, chamados de deuterostômios, a boca abra-se do lado oposto do blastômero, dando origem ao ânus. Logo após há o surgimento da mesoderme, originada de uma região da endoderme. Além de originar o aparelho digestivo, origina também o revestimento interno do aparelho respiratório.
Felogênio
Em botânica o Felogênio é conhecido também como câmbio cortical, câmbio suberoso ou meristema suberoso-felodérmico. É um meristema secundário das plantas vasculares que dá origem a periderme. Substituindo a epiderme em algumas dicotiledôneas e gimnospermas, conhecida também como câmbio da casca é um meristema lateral, constituído por apenas uma camada de células, que dá origem a uma espécie de parênquima chamado feloderme (células de preenchimento e reserva) e ao súber (felema). A junção súber-felogênio-feloderme constitui a chama periderme, tecido de revestimento de crescimento primário mais externo. Este tecido pode ser observado em cortes transversais. Este meristema aparece com o câmbio vascular formando uma faixa estratificada, mais ou menos contínua, na circunferência do órgão. Esta faixa é formada por fileiras de células, sendo que em cada fileira radial, apenas uma célula é a inicial do felogênio, que é a mais estreita. Ao contrário das células dos meristemas apicais, as células do felogênio são vacuoladas e aparecem em tonalidades claras nos cortes histológicos.
A periderme é formada por fileiras de células mortas. O felogênio se situa entre as camadas de tecido do córtex (casca) do caule da raiz, podendo ser observado em cortes transversais, sendo observado inicialmente por apenas um tipo de células, como uma faixa mais ou menos contínua. O felogênio se desenvolve entre células maduras do córtex e do floema secundário. Derivadas do cambio da casca, diferenciam-se como células suberificadas que formam uma camada protetora - epiderme. A periderme forma a superfície protetora externa do corpo secundário da planta, substituindo a epiderme em caules e raízes lenhosas em plantas herbáceas e lenhosas.
A proliferação do felogênio resulta no crescimento em diâmetro, isto é, no alargamento dos caules das raízes, alterando profundamente as estruturas micro e macroscópicas.
A lenticela também é uma estrutura comum da periderme formada pelo felogênio.  Ela se inicia abaixo do estômato. Pode haver periderme sem lenticela, como também existe lenticela sem que haja periderme, em geral, ambos estão presentes e, nesse caso, os felogênios são contínuos.
De qualquer maneira, o felogênio da lenticela tem uma atividade diferente do felogênio que forma a periderme.
O felogênio localiza-se na parte mais externa do caule e da raiz, quando ocorre o crescimento interno é chamado de feloderme, que são células de preenchimento e reserva, já o crescimento externo resulta no súber que são as células de proteção.
Pteridófitas
As pteridófitas, pertencentes ao Filo Pteridophyta, fazem parte do grupo das plantas vasculares sem sementes (Figura 1). A novidade evolutiva desenvolvida a partir desse grupo foi o sistema condutor, formado pelo xilema e floema. Esse sistema tornou mais eficiente o transporte de água e nutrientes, o que permitiu o desenvolvimento de plantas maiores e o seu sucesso na ocupação do ambiente terrestre. Outra característica importante das pteridófitas é a ocorrência de lignina, um polímero fenólico depositado na parede celular que as auxiliam na sustentação. Possuem raiz, caule e folhas, porém as flores e sementes estão ausentes. A maior parte deste filo é representado pelas samambaias. Análises moleculares recentes demostraram um parentesco destas espécies com as cavalinhas, por isso estas foram incluídas neste grupo.
A maioria das espécies de samambaias pertencem a ordem Filicales (Figuras 1 e 2). As samambaias são plantas utilizadas na ornamentação de diversos ambientes, possuindo grande importância comercial. Como dominaram grandes áreas no passado, são constituintes relevantes do carvão mineral, utilizado atualmente como combustível. Possuem caule do tipo rizoma, que é um caule subterrâneo que se dispõe paralelamente ao solo, a partir do qual são formadas as raízes e as folhas. As folhas são grandes e geralmente representam a parte mais desenvolvida nas samambaias. Este tamanho permite uma maior captação da luz solar por estas plantas, propiciando uma fotossíntese mais eficiente. Quase todas apresentam as folhas jovens enroladas (circinadas), que recebem o nome de báculos (Figura 3).
Figura 1. Samambaia em um vaso, utilizada como planta ornamental. 
Figura 2. Samambaia da espécie Asplenium nidus em seu ambiente natural. 
Figura 3. Báculos, as folhas jovens enroladas que ocorrem em quase todas as samambaias. 
Como ocorre em todas as plantas, as pteridófitas também exibem em seu ciclo de vida uma alternância de gerações, ou seja, elas passam por uma fase haploide (n), denominada de gametófito, que se alterna com a geração diploide (2n), conhecida como esporófito. Diferentemente das briófitas, nas pteridófitas predomina-se a fase esporofítica, a qual é maior e mais complexa. O gametófito é pouco desenvolvido e contribui para a nutrição do esporófito apenas no início do seu crescimento. Com a formação de raízes e folhas, o esporófito não depende mais do gametófito, o qual regride.
Os esporângios (locais de produção dos esporos) geralmente estão localizados na face inferior das folhas em agrupamentos denominados soros, que podem aparecer como linha, pontos ou manchas amplas (Figura 4). Caso encontre condições favoráveis de temperatura, luminosidade e umidade, o esporo germina e origina gametófitos bissexuados, ou seja, que apresentam anterídios (estrutura que produz gametas masculinos) e arquegônios (estrutura que produz gametas femininos) em sua superfície. Seu formato é achatado e cordiforme, recebendo o nome de protalo. A ordem de surgimento dos anterídios e arquegônios irá determinar se a reprodução será por autofecundação ou fecundação cruzada.
Figura 4. Face inferior de folha de samambaia com soros. 
No interior dos arquegônios está localizado o gameta feminino, denominado oosfera. Os anterídios produzem os anterozoides (gametas masculinos), que nadam até os arquegônios, onde penetram e fecundam a oosfera, originando o zigoto. Este se divide e forma o embrião, que passa a receber nutrientes do gametófito. O desenvolvimento do embrião leva a formação das raízes, do caule e das folhas, tornando a planta independente do gametófito, que se degenera quando acaba suas reservas de nutrientes. Na maturidade, o esporófito desenvolverá folhas férteis, que originarão esporos, completando o ciclo. O ciclo de vida das samambaias está ilustrado na figura 5.
Figura 5. Esquema do ciclo de vida de uma samambaia. 
As cavalinhas pertencem a ordem Equisetales e estão localizadas em ambientes úmidos. Apresentam caules articulados, textura rugosa e folhas com formato de escamas. Os esporângios são reunidos em estróbilos localizados no ápice do caule. Os ramos férteis de algumas espécies não contêm clorofila, o que os diferenciam visualmente dos ramos vegetativos, que são verdes (Figura 6).
Figura 6. Cavalinha. 
Caule
O caule geralmente corresponde à porção aérea da planta, sendo o eixo onde se desenvolvem os ramos, as folhas, as flores e os frutos. As duas principais funções do caule são suporte e condução. Ao sustentar as folhas, o caule as coloca em posição favorável à absorção de luz para a realização da fotossíntese. Simultaneamente, o caule transporta tanto as substâncias produzidas pelas folhas para as raízes quanto as substâncias absorvidaspelas raízes para as folhas. Quando o caule é jovem, ele pode apresentar coloração verde. Isso ocorre devido à presença de clorofila, um pigmento envolvido na fotossíntese e abundante nas folhas. Em algumas espécies, o caule permanece verde durante toda a vida da planta, enquanto que em outras ele se torna castanho e lenhoso conforme a planta se desenvolve.
Estruturas do caule
As principais estruturas do caule são: gemas, zona de alongamento, nós e entrenós (Figura 1). As gemas são responsáveis por originar novos ramos, folhas e flores. Estão localizadas no ápice ou nas laterais dos ramos. A zona de alongamento é a região que ocorre o alongamento dos entrenós. Os nós são os locais onde estão inseridas uma ou mais folhas, já o entrenó (ou internó) é região entre dois nós sucessivos, a qual não forma gemas.
Figura 1 – Morfologia de uma planta de tomateiro com flor. Nesta figura é possível observar as principais estruturas do caule. 
Tipos de caules
Existem inúmeros tipos de caules, que estão adaptados a ampla variedade de ambientes e vegetações que as plantas habitam. Assim como as raízes, os caules também podem ser classificados em aquáticos, subterrâneos e aéreos. Os caules aquáticos podem estar completamente ou parcialmente submersos na água. Alguns podem apresentar um tecido especializado no armazenamento de ar, chamado aerênquima, auxiliando na flutuação da planta, tendo como exemplo o caule da cabomba, planta ornamental utilizada em aquário (Figura 2).
Figura 2: planta aquática Cabomba 
O desenvolvimento dos caules subterrâneos ocorre dentro dos solos. Este tipo de caule é subdividido em diversos tipos, sendo alguns destacados a seguir. Os bulbos são estruturas complexas formadas por caule e folhas modificadas em forma de escamas. Sua forma em geral é arredondada e este tipo de caule é típico da cebola e do lírio. Os tubérculos são caules engrossados com abundante reserva de nutrientes, sendo encontrados na batata-inglesa. Os rizomas são caules que crescem horizontalmente em relação à superfície do solo. Alguns podem acumular substâncias de reserva, tendo como exemplo o caule da bananeira (Figura 3).
Figura 3: Bananeira. 
Os caules aéreos são os mais abundantes e diversos entre as plantas. O tronco é o tipo mais comum de caule entre as plantas lenhosas. Ele é reto e ramificado na parte de cima, onde forma a copa, ocorrendo por exemplo no ipê-amarelo (Figura 4). Já o estipe não possui ramificações, é geralmente cilíndrico e esquio, com as folhas localizadas na parte superior, sendo o caule típico de palmeiras e coqueiros. O colmo é um caule cilíndrico com nós e entrenós bem definidos. Pode ser oco como no bambu ou ser preenchido, como na cana-de-açúcar. A haste ocorre em plantas herbáceas, como o feijão, sendo um caule ereto, verde e fino. O cladódio é um caule achatado típico dos cactos. São verdes e podem armazenar água.
Figura 4: Ipê-amarelo. 
Alguns caules possuem modificações que lhes permitem exercer funções específicas. Como exemplo, pode-se citar as gavinhas, que são alterações em formato de espiral, que por serem delgadas e flexíveis permitem que a planta se enrole em diversas estruturas, como o ramo de outra planta ou uma cerca, auxiliando na sua sustentação. Observa-se este tipo de estrutura na parreira. Outra alteração são os espinhos, que são ramos caulinares pontiagudos que ocorrem em algumas espécies, como na laranjeira.
Rizoma
O caule do tipo rizoma é subterrâneo ou aéreo, geralmente com formato cilíndrico. Apesar de ser parecido com uma raiz, o rizoma apresenta gemas, por isso é classificado como caule. Este tipo de caule cresce paralelo ao solo, formando raízes adventícias a partir dos nós. Raízes adventícias são aquelas que se originam de outras estruturas da planta que não da própria raiz. O rizoma não possui clorofila e pode ser ou não ramificado.
As folhas que estão presentes no rizoma são escamiformes e recobrem as gemas, por isso são consideradas catafilos. É a partir dessas gemas laterais que se desenvolvem os brotos aéreos. O rizoma pode ser delgado ou espesso, sendo considerado um importante órgão de reserva de nutrientes para diversas plantas. Este caule também está envolvido na reprodução assexuada das plantas. Ele está presente em vários grupos de plantas, incluindo samambaias, bambus, bananas, orquídeas, bromélias, gengibre, etc (Figura 1).
Espinhos
Espinhos são estruturas que apresentam formato pontiagudo e consistência rígida. Geralmente não são fotossintetizantes, porém são lignificados, vascularizados e lenhosos. Quando são arrancados, os espinhos causam destruição nos tecidos adjacentes, levando a formação de aberturas que podem permitir a entrada de microrganismos causadores de processos infecciosos. Os espinhos podem ser formados a partir de modificações nos ramos caulinares ou em tecidos foliares, tanto na folha inteira quanto em apenas algumas partes, como a estípula ou a raque.
Nas plantas existe uma outra estrutura rígida e pontiaguda, denominada acúleo, que é frequentemente confundida com um espinho. O acúleo é uma emergência pluricelular, de origem epidérmica e subepidérmica e não apresenta vascularização. Está presente no caule das rosas (Figura 1), sendo facilmente destacáveis da planta, deixando no local apenas uma pequena cicatriz.
Estruturas de superfície, como os espinhos, são importantes barreiras mecânicas, fornecendo a primeira linha de defesa contra a herbivoria em muitas espécies vegetais. Devido a presença de extremidades afiadas e duras, os espinhos, juntamente com os acúleos, são eficientes na proteção física das plantas contra predadores maiores, como os mamíferos. Entretanto, contra insetos e outros herbívoros pequenos essa proteção é pouco efetiva, já que devido ao tamanho reduzido, esses animais ultrapassam com facilidade essa defesa e alcançam as partes comestíveis das plantas.
Os cactos são plantas que habitam regiões áridas, como deserto e a caatinga, e geralmente apresentam folhas reduzidas e modificadas em espinhos (Figura 2). Além da função de defesa, os espinhos nos cactos é uma importante adaptação para evitar a perda de água pelas folhas, já que essa modificação diminui a superfície de contato. Nessas plantas, a fotossíntese é realizada por um tipo de caule modificado denominado de cladódio, que possui aspecto de folha e coloração verde. 
Hábito de uma planta 
O caule define a forma e a estrutura de uma planta e é o principal responsável pelo seu porte (aparência geral) ou o seu hábito. O hábito de uma planta é a sua forma de vida quando adulta. A aparência geral da planta ou o hábito pode ser bastante variável.
Palmeiras, fetos arborescentes, bambus e agaves não possuem um tipo de hábito específico. Representam casos particulares onde seu porte é o seu próprio hábito. Uma palmeira ou um feto arborescente não deve ser chamado de árvore, nem bambu de erva. Mais especificamente no caso das agaves, dracenas e cordilines é indicado utilizar a expressão “porte agavóide”.
Os principais tipos de hábitos de uma planta
· Ervas - As ervas possuem porte herbáceo. São plantas cujo caule apresentam apenas estrutura primária. Geralmente são verdes, pouco resistentes e não lignificados (ex: Heliconia, Heliconiaceae).
· Subarbustos – Os subarbustos possuem sistema subterrâneo lenhoso. São plantas com características que variam entre ervas e arbusto. São plantas quase inteiramente herbáceas, mas possuem a base do caule ou o sistema subterrâneo lenhoso (ex: Gomphrena macrocephala, Amaranthaceae).
· Arbustos – Os arbustos possuem caule lenhoso, resistente e com ramificações próximas ao solo. Formam galhos principais que apresentam mais ou menos a mesma espessura onde não se define um eixo principal (ex: Eugenia mattosii, Myrtaceae).
· Árvores – As árvores apresentam caule lenhoso, resistente, formado por um eixo principal ereto e muito ramificado no ápice (ex: Parkia pendula, Fabaceae). A copa se distingue e pode ser: globosa, piramidal ou colunar. Árvores pequenas são chamadas de arvoretas.
· Lianas – Lianas dependem de outra planta ou outrosuporte para sustentação embora suas raízes estejam localizadas no solo (ex: Passiflora elegans, Passifloraceae).
· Epífitas – Holoepífitas, as epífitas se desenvolvem no tronco ou nos ramos de uma planta e as suas raízes não tem contato com o solo. Da planta em que utiliza para crescer ela obtém apenas o suporte estando em uma relação harmônica do tipo inquilinismo (ex; Tillandsia bulbosa, Bromeliaceae).
· Hemiepífitas – As hemiepífitas estabelecem contato com o solo em alguma fase do ciclo de vida.
· Hemiepífita primária – iniciam o seu desenvolvimento como holoepífitas. Posteriormente emitem raízes que chegam a atingir o solo (ex: Philodendron appendiculatum, Araceae).
· Hemiepífita secundária – iniciam o seu desenvolvimento com raízes no solo e em determinado momento do ciclo de vida perdem o contato com o solo e passam a sobreviver como holoepífitas (ex: Norantea guianensis, Marcgraviaceae).
· Parasitas – As plantas parasitas obtêm água e nutrientes da planta em que se hospeda (ex: Cuscusta, Convolvulaceae).
Casos particulares onde o seu porte é o seu próprio hábito
· Palmeira – Euterpe precatoria, Arecaceae
· Feto arborescente – Dicksonia sellowiana, Dicksoniaceae
· Bambu – Guadua weberbaueri, Bambusoideae
· Porte agavoide – Furcraea foetida, Asparagaceae
O hábito das plantas compõem os estratos da floresta
As árvores formam a grande maioria da biomassa da floresta. Formas de vida como as lianas e epífitas utilizam as árvores como suporte, ou os seus ambientes são influenciados por elas (arbustos e herbáceas). As espécies ocupam diferentes estratos na floresta e a maioria chega a atingir o dossel. Algumas espécies podem ter a copa acima do dossel e são chamadas de emergentes. Outras ocupam o estrato abaixo do dossel, o subdossel. O sub-bosque é formado por árvores pequenas no interior da floresta. Árvores grandes podem parecer arbustos ou arvoretas quando jovens. Algumas chegam a ficar pequenas até terem condições melhores de crescimento quando uma clareira é aberta na comunidade vegetal. A densidade de arbustos é maior em áreas alagadas, próximas aos igarapés, em áreas secundárias e no sub-bosque da campinarana. Existem ervas que são especializadas em determinados ambientes. As macrófitas aquáticas vivem dentro d’água ou em solos encharcados. As lianas são uma forma de vida pouco coletada na Amazônia e um pouco menos conhecidas do que as outras formas de vida. Às vezes é difícil associar as suas folhas ao tronco, ainda mais quando vários cipós estão sobre a mesma árvore.
Solo
O solo é um recurso natural básico e fundamental, que levou milhões de anos em sua formação, resultante dos processos de desintegração e decomposição das rochas devido ao intemperismo. Por mais que muitas rochas, devido aos seus níveis de dureza, pareçam indestrutíveis, todas elas acabam se decompondo, mesmo que lentamente. O intemperismo é o processo geral que causa a deterioração das rochas. Ele é responsável por produzir todas as argilas, todos os solos e as substâncias dissolvidas que acabam carregadas pelos rios até os oceanos. Podemos subdividi-lo em dois tipos: intemperismo químico e intemperismo físico. O primeiro ocorre quando os minerais de uma determinada rocha sofrem uma alteração ou dissolução química – e aqui a ação da água é importantíssima. Já o segundo ocorre quando há uma fragmentação da rocha sólida, através de processos mecânicos que não mudam sua composição química. Ambos se reforçam mutuamente. Quanto menores os pedaços de rocha criados pelo intemperismo físico, maior é a superfície para o intemperismo químico agir.
As rochas, reduzidas em partículas através do intemperismo, podem acumular-se como solo ou, através da erosão, serem transportadas ou depositadas na forma de sedimentos em algum outro lugar. A erosão é definida então como o processo em que os materiais intemperizados (isto é, desmanchados em frações minerais menores) são deslocados ou removidos de sua origem, geralmente por ação das correntes de água ou de ar. Um terceiro processo geológico que cabe ser mencionado é a dispersão de massa, que costuma mover em eventos isolados, encosta abaixo, materiais terrestres modificados ou não pelo intemperismo, inclusive grandes fragmentos de rochas inalteradas.
Tendo claro que os solos são resíduos do intemperismo, e compreendendo que são materiais alterados, heterogêneos e desagregados sobrepostos à camada rochosa, podemos prosseguir entendendo que os mesmos se formam em encostas moderadas e suaves, planícies e terras baixas, ou também quando estão protegidos por cobertura vegetal. Isso ocorre porque esses tipos de terreno estão sujeitos a uma menor intensidade de erosão.
Dentre os produtos do intemperismo, os solos podem incluir partículas de argilominerais, óxidos de ferro e metais diversos, e também pedaços da rocha-matriz. Para os geólogos, o termo solo é usado para se referir às camadas de material inicialmente criadas por fragmentação de rochas durante o intemperismo, que têm novos materiais adicionados, materiais originais perdidos, e modificações devido às misturas físicas e reações químicas. Conhecida como húmus, a matéria orgânica é também um componente muito importante da grande maioria dos solos da Terra, sendo formada pelos resíduos e restos de organismos que vivem nos solos. Os restos de folhas da Floresta Amazônica, por exemplo, são fundamentais para o solo da região e a manutenção da floresta. Mas nem todos os solos dão garantia à vida e há locais em que mesmo havendo solos, há pouquíssima vida ou até ausência dela, como em áreas congeladas ou mesmo em outros planetas.
Os solos podem ser compreendidos como geossistemas, com entradas, processos e saídas. Após a alteração da rocha, e das entradas adicionais de matéria orgânica e poeira atmosférica, ocorrem transformações e translocações, já que os solos são dinâmicos e respondem de variadas formas às influências de diferentes fatores. Os cinco fatores mais importantes para a variabilidade desses processos são: 1. Material-matriz: a solubilidade dos minerais, o tamanho dos grãos e os padrões de fragmentação do substrato rochoso. 2. Clima: temperaturas, níveis de precipitação e as variações sazonais. 3. Topografia: a declividade das encostas e sua direção (encostas menos íngremes voltadas ao Sol favorecem o solo). 4. Organismos: a diversidade de organismos que vivem nos solos. 5. Tempo: a quantidade de tempo que um solo possui para se formar. A maior parte dos solos forma diferentes camadas durante seu desenvolvimento. Sua composição e aparência são denominadas perfil do solo. Os perfis do solo são formados por até seis horizontes (camadas de distintas cores e texturas, comumente paralelas à superfície terrestre) e, dependendo da configuração dos fatores de desenvolvimento do solo presentes nessas camadas, originam diferentes tipos de solo, cada qual com um modelo de perfil distinto. 
No Brasil, podemos distinguir 13 grandes classes de solos. Há grande predominância dos Latossolos e Argissolos, que se estendem por cerca de 58% do território. São solos profundos, altamente intemperizados, de baixa fertilidade natural, ácidos e, algumas vezes, saturados de alumínio.

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