Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Tumor de Wilms, Neuroblastoma e Afecções Ambulatoriais Tumor de Wilms 2° tumor abdominal mais comum em lactentes e crianças. Tumor renal mais frequente em lactentes e crianças. - 7,6:1milhão de crianças com menos de 15 anos. - 1:10 000 lactentes. Idade média do diagnóstico: 36 meses. Tendem a ocorrer mais cedo nos meninos. Síndromes (10%) Aniridia esporádica, Hemi-hipertrofia isolada, Anomalias genitais, Outras síndromes. Estadiamento COG achados pré-tratamento: - Estádio local: extensão da doença abdominal. - Estádio da doença: extensão local da doença e metástases à distância. Protocolo SIOP recomenda quimioterapia seguida de nefrectomia e estadiamento cirúrgico-patológico no momento da nefrectomia. Classificação SIOP (feita durante a cirurgia): - Completamente necróticos (tumor de baixo risco). - Blastemal (tumor de alto risco). - Outra histologia (tumores de risco intermediário). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Fatores prognósticos Histologia. Estádio Resultado dos exames de imagem, Achados na cirurgia e Achados histológicos. Idade. Peso do tumor. Resposta à terapia. Perda da Heterozigosidade nos cromossomos 1p e 16q (pior o prognóstico). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Clínica (!) Massa abdominal (palpável ou visível). - Diagnóstico diferencial de massa abdominal TW, Neuroblastoma, hepatoblastoma, rabdomiossarcoma e linfoma. - Notado durante o banho. - Notado pelo pediatra em consulta de rotina. Hematúria: MACRO (18,2%) / MICRO (24,5%). Hipertensão arterial (25% - importante medir a pressão). Febre (10%). Trauma abdominal com dor desproporcional ao esperado. Massa abdominal não atribuída ao trauma. Diagnóstico (!) TC abdome e pelve com contraste / RNM: - Localização anatômica / bilateralidade. - Extensão da massa: * Veia renal (11%), * Veia cava (4%) Embolização da cava para artéria pulmonar pode ser fatal. Identificar no pré-op para prevenir. - Fina borda de parênquima renal estendendo sobre a neoplasia (sinal da garra). USG doppler triagem para massa abdominal: - Local de origem. - Avaliar extensão intravascular ou ureteral TW surge do interior do rim e distorcem sua configuração interna; Neuroblastoma invade o rim. Locais comuns de metástase: - Pulmões (inclui TC de tórax). - Fígado. Tratamento cirúrgico (também pode ser feito quimioterapia e radioterapia) Ressecção segura do tumor. Estadiamento preciso do tumor. Evitar complicações que elevam estádio do tumor Ruptura ou biópsia desnecessária. Documentação dos achados e procedimentos cirúrgicos. Exploração inicial. Inspeção para metástase hepática ou disseminação intraperitoneal. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Palpar cava (disseminação intravascular). Controle inicial do hilo renal (clampeia – evita que células tumorais se disseminem pelo sangue). Somente realizar biópsia se não for retirar o tumor completamente (contamina peritônio e aumenta para estádio III). Biópsia dos linfonodos do hilo renal, veia cava e aorta devem ser realizadas. Impactantes na sobrevida: - Dispersão do tumor; - Falha na biópsia de linfonodos; - Remoção incompleta do tumor; - Falha em avaliar a extensão extrarrenal do tumor; - Complicações cirúrgicas. Tumores irressecáveis: - Extensão do trombo tumoral para VCI acima da altura das veias hepáticas; - Tumor que envolve estruturas contíguas em que a única forma de retirar o tumor requer a remoção de outra estrutura (baço, pâncreas, cólon); - Tumor bilateral (a pessoa não pode viver sem rim); - Tumor em rim único; - Comprometimento pulmonar por extensas metástases pulmonares. Neuroblastoma Tumor sólido abdominal mais comum na infância: - 1:7500 a 10 000 crianças. - Idade média 18 meses. Origem: A partir de células simpáticas derivadas da crista neural Tumor libera catecolamina. 75% no retroperitôneo (massa abdominal) 50% medula adrenal e 25% gânglio paravertebral. 3 destinos: - Regressão espontânea; - Maturação por diferenciação – ganglioneuroma; - Rápida progressão para tumor altamente maligno (resistente ao tratamento). Localização primária VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Clínica (!) Massa abdominal (50 - 75%) Endurecida / nodular / fixa / dolorosa à palpação. Sintomas gerais Perda de peso, Crescimento insuficiente, Dor abdominal e distensão, Febre, Anemia. Hipertensão (25%) produção de catecolaminas. Hipercalcemia. Hemoperitôneo (ruptura espontânea do neoplasma). Anemia / Trombocitopenia (sangramento) – invasão da medula óssea. Catecolamina excessiva – rubor / sudorese / irritabilidade. Ataxia cerebelar aguda – opsomioclonus / nistagmo (Síndrome olhos dançantes). Diarréia intratável (fezes líquidas explosivas e hipocalemia) – VIP (polipeptídeo intestinal vasoativo). Desnutrição calórico proteica – Imunodeficiência. Extensão em estruturas adjacentes: - Infiltração linfática e hematogênica / fígado Metástases cerebral, medula espinhal, coração e pulmão. - Metástase medula óssea e ossos Crânio, coluna vertebral, pelve, costela e esterno. Diagnóstico (!) Screening (pesquisa de catecolaminas que o tumor libera): Ácido vanilmandélico e homovanílico urinário Biologicamente favoráveis à regressão espontânea. Exames laboratoriais sangue (inclui DHL – indica alta proliferação de células). Estudo histológico e genético do tecido tumoral. Rx abdome 50% calcificação fina / Deslocamento gás intestinal pela massa. Rx tórax Tumoração mediastinal posterior. USG abdome Distingue forma cística de lesão sólida; Avaliação obstrução/compressão VCI. TC com contraste Calcificação tumoral (80%); Diferencia lesões renais e hepáticas das supra adrenais e para- espinal; Avalia extensão intracraniana de metástases do crânio. Ptose, miose e anidrose VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C RNM Detecta extensão tumoral intra-espinal; Relação tumoral com grandes vasos. Avaliação ossos longos Cintilografia; Aspirados de medula óssea; RX. Estadiamento Prognóstico - MYC: porção no cromossomo, quando presente em maior quantidade, pior é o prognóstico (fazer estudo cromossômico do tumor). Tratamento Cirurgia Pacientes de baixo risco é curativo. Quimioterapia. Radioterapia Controle local: Pacientes de alto risco e Precede a cirurgia. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Afecções Ambulatoriais a) Fimose Estreitamento do prepúcio (na porção distal), que impede ou dificulta a exposição da glande. Ao nascer, o prepúcio é total ou parcialmente não retrátil em até 96% dos recém nascidos, em decorrência da persistência de aderências entre sua superfície interna e mucosa á glande, sendo esta condição considerada como um processo biológico normal e denominada de fimose fisiológica. Com o decorrer do tempo, ocorre uma descamação desta fusão e que, juntamente com as ereções intermitentes, favorecem a exposição da glande e resolução da fimose. Em consenquência, em torno dos 3 anos de idade apenas 10 % dos homens ainda apresentam fimose (operar nessa época). Cirurgia de correção da fimose: Postectomia (retirar parte ou o prepúcio todo) Indicações: incapacidade de exposição da glande após falha do tratamento clínico, parafimose (complicação da fimose, é uma retração do prepúcio sem conseguir retornar – urgência urológica), balanopostite (infecção), ITU e excesso de prepúcio. INDICAÇÕES DE REALIZAR CIRÚRGIA VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Benefícios cirúrgicos Melhor higiene, Diminuição de infecção, DST e de câncer peniano e prostático. Tratamento cirúrgico: Complicações da cirurgia (postectomia): - Hemorragia. - Infecção.VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Aderências prepuciais (quando o prepúcio não é totalmente retirado). - Recidiva da fimose. - Hipospádias / Epispádias iatrogênicas. - Amputação parcial da glande. - Perda catastrófica do pênis. b) Hérnia inguinal Indireta. Persistência do conduto peritônio vaginal. 1 a 5% das crianças. Prematuros (10-30%). A termo (3-5%). Associação: - Fibrose cística (15%); - Hidrocefalia (DVP – 15% / bilateral); - Diálise peritoneal; - Outras Criptorquidismo; Malformações da parede abdominal; Doenças do tecido conjuntivo (Ehlers-Danlos); Mucopolissacaridoses; Ascite; Luxação congênita do quadril; Meningomielocele. Clínica Assintomática. Abaulamentos inguinais com esforço Documentação fotográfica pelos pais. Dor inguinal. Diagnóstico Anamnese + Exame físico: - Examinar a criança em pé; - Sinal da seda (deslizamento peritoneal do saco herniário) sinal positivo é certeza que tem hérnia. USG (caso haja dúvida). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Tratamento Cirúrgico: - Herniorrafia inguinal Inguinotomia; Fechamento do saco herniário (persistência do conduto peritônio vaginal). - Indicação: Assim que diagnosticado fazer o quanto antes, mas é uma cirurgia eletiva. Encarceramento da hérnia inguinal Complicações da hérnia inguinal Recidiva (raro); Lesões do cordão espermático ou testículo; Infecções. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C c) Hidrocele Ascite que desce para a bolsa escrotal (líquido na bolsa escrotal). Conduto peritônio vaginal estreito não dá hérnia, mas permite passagem de líquido. Clínica Aumento/variação do volume da bolsa escrotal. Maior pelo fim da tarde/noite (ação da gravidade) e Menor pela manhã. Maior quando resfriado ou com febre (a resposta inflamatória acumula mais líquido). Dor leve (raro). Diagnóstico Tratamento Expectante (esperar até 9 meses; se depois dos 9 meses persistir, indica-se a cirurgia). Cirúrgico: Correção da Hidrocele. - Inguinotomia. - Fechamento da persistência do conduto peritônio vaginal. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C d) Testículo não descido (TND) Também chamada de distopia testicular. Inclui: - Criptorquidia (testículo está no caminho certo, mas atrasou em descer – é de tratamento cirúrgico: Orquidopexia), - Ectopia testicular (testículo fora do trajeto normal – é de tratamento cirúrgico), - Testículos retráteis (testículo chegou na bolsa escrotal, mas sai facilmente – normalmente com o pico hormonal da puberdade ele deixa de ser retrátil). Descida testicular: Interação entre fatores - Endócrinos / Parácrinos (hormônios). - Mecânicos. INCIDÊNCIA Prematuros (33-45%) e A termo (3%). ANOMALIAS ASSOCIADAS Síndrome Prune-Belly; Síndrome Prader-Willi; Síndrome Kallman; Síndrome Noonan; Insensibilidade androgênica; Gastrosquise; Extrofia vesical; Disgenesia testicular. Diagnóstico Anamnese + Exame físico (muito confiáveis): - Sala aquecida. - Hipoplasia de escroto. - Comparação contralateral (normalmente o esquerdo é mais baixo que o direito). - Pressão suave no canal inguinal para ordenhar testículo no canal e evitar reflexo cremastérico. USG (bom para acompanhar e comparar tamanho dos testículos). TC e RNM (em casos de dúvidas diagnósticas – é exceção). Preocupações Infertilidade. Risco de malignidade (2 a 8x maior). Conduta e tratamento Expectante (esperar até 9 meses). Cirúrgico: - Orquidopexia (Via inguinal). - Abordagem laparoscópica: Fowler-Stephens. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Quando esse paciente chegar na idade adulta: fazer espermograma para saber como é sua fertilidade. e) Hérnia Umbilical CLÍNICA Abaulamento umbilical ao esforço. Normalmente não tem dor associado. - Obs.: Encarceramento de hérnia umbilical em criança é muito raro. DIAGNÓSTICO Anamnese + Exame físico. - Obs.: O USG é realizado apenas em casos duvidosos. CONDUTA: - Expectante Resolução espontânea. - Cirurgia: Herniorrafia umbilical Após 4 anos de idade. Operar antes se hérnia muito grandes (>2cm). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C f) Hérnica Epigástrica Hérnia localizada entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide. g) Fusão de pequenos lábios vaginais h) Anquiloglossia (freio de língua curto) Hérnia some quando a criança deita, então nesse caso o USG tem utilidade VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C i) Cisto de ducto tireoglosso Cisto do ducto tireoglosso: Porção da glândula tireóide que não desceu (ficou para trás no meio do caminho). Clínica Assintomático. Infecção (1/3) Drenagem de secreção (espontânea ou incisional do abscesso) (1/4). Cisto na linha média cervical logo abaixo o osso hióide Massa indolor e Deglutição move o cisto. Gosto ruim na boca (drenagem pelo forame cego). Diagnóstico Anamnese + Exame físico. USG (necessário nesse caso). Cintilografia. Cirurgia Exerce de cisto tireoglosso ou Cirurgia de Sistrunk. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C j) Malformações Branquiais Cistos, Seios ou Fístulas. Extensão da região pré-auricular até a base do pescoço. CLÍNICA Assintomático; Drenagem espontânea de muco; Infecção; Resto cartilaginoso palpável. Tratamento: Excisão completa. k) Nódulos / Cistos dermoides e epidermoides VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C l) Torcicolo Congênito (6 semanas após o nascimento) Fibrose e encurtamento ECM (esternocleidomastoideo); Puxa a cabeça para o lado da lesão; Massa (tecido fibroso palpável dentro do músculo); Mais comum. Adquirido (a qualquer momento). ETIOLOGIA: - Posições pélvicas obstétricas; - Hemivértebra cervical e desequilíbrio dos músculos oculares; - Distúrbio neurológico. Postura característica. Rosto e queixo virados ao contrário da lesão. Cabeça inclinada para o ombro ipsilateral. Com o tempo Assimetria facial e cranial. USG. TRATAMENTO Não cirúrgico (Resolução 90%): Reconhecimento precoce e Tratamento físico imediato – Fisioterapia. Cirúrgico apenas 10%. m) Adenomegalias Cervicais - Pode pedir sorologia se suspeita de toxoplasmose ou CMV. - Biópsia: supraclaviculares, endurecidos, aderidos, piora do quadro. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C n) Polidactilia não articulada Dedinho pendurado. o) Verruga e Molusco Lesões causadas por vírus. Tratamento dermatológico com ácidos. Eletrocauterização / Curetagem sob sedação.
Compartilhar