GOIÁ COMO REPRESENTAÇÃO LOCAL

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JENNIFER MARIA DOS REIS SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÁ: COMO REPRESENTAÇÃO LOCAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patos de Minas - MG 
UNIPAM 
2014 
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JENNIFER MARIA DOS REIS SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÁ: COMO REPRESENTAÇÃO LOCAL 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao curso de licenciatura em 
História como requisito parcial de avaliação da 
disciplina de Projeto Integrador II supervisionado 
pela Professora: Eunice Caixeta Aparecida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Patos de Minas - MG 
UNIPAM 
2014 
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Goiá: Como representação Local
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Jennifer Maria dos Reis Silva
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RESUMO 
 
Propormos nesse artigo a vida e algumas obras de Gerson Coutinho o poeta Goiá. 
Buscando entender sua representabilidade na sociedade local de sua naturalidade assim 
como sociedade nacional, contexto cultural e social. Através de suas obras ou até 
mesmo como Coromandelense ´´ilustre´´ homenageado através de monumentos nomes 
de ruas e rodovias , buscando encantamento que gerou tanto na sua cidade de origem 
quanto a nível nacional mas o que desperta tanta admiração sobre esse poeta o que 
suas principais obras remetem e quais contextos sociais da época . 
 
 
Palavras chaves: Coromandel. Goiá. Regionalismo. Música 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Artigo apresentado no Projeto Integrador II no curso de licenciatura em História – UNIPAM, Centro 
Universitário de Patos de Minas- Minas Gerais 
 
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Aluna do 2º período do curso de licenciatura em História do Centro Universitário de Patos de Minas - 
UNIPAM 
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1. INTRODUÇÃO 
 
A formação do município de Coromandel deve-se afluxo de pessoas em 
busca de ouro, animais e alimentos. Localiza-se nas passagens entre Araxá e Paracatu 
dessa forma houve fixação de alguns fazendeiros que se instalavam e formavam 
povoados construindo as primeiras construções que deram origem a cidade. Foi 
próximo ao córrego da Porteira hoje denominado Coromandel, popularmente conhecido 
como córrego da Biloca. Essas construções serviam de pouso aos comerciantes e 
juntamente a um curral, essas terras foram doação do fazendeiro Domingos Pereira 
Lacerda. 
Como as viagens eram longas entre Araxá e Paracatu tornou-se necessário 
de criação de uma Igreja Nossa Senhora Sant´Anna do Pouso Alegre fundada em 1870 
o município recebeu o nome de Caranbadela. Posteriormente Santana do Pouso Alegre 
em 1923 foi criado o mesmo com nome de Coromandel em 7 de Setembro. Voltando a 
descrição de relatos sobre o início do povoamento da cidade, o botânico e naturalista 
francês Auguste de Saint Hilaire ao passar por essa região já havia em 1819 a 
construção de uma capela com paredes de folhas de palmeiras e poucas casas. 
Em 1824 o historiador e militar Raimundo José da Cunha relata que possuía 
40 casas, uma grande praça, um templo e ponte sobre o córrego que tinha ares 
agradáveis e grande crescimento. Em 1844 apresentava-se 434 fogos, ou seja, casas 
segundo estatística da freguesia de Patrocínio. É importante resaltarmos que a principal 
atividade econômica desde início do povoamento é caracterizada pelas atividades 
agropecuárias e extração de pedras preciosas (diamantes). 
Em 1911 ainda pertence ao município de Patrocínio já 1923 tem sua 
emancipação política em 1923, no ano 1932 criação do Grupo Escolar de Coromandel 
atual escola Osório de Morais no mesmo ano cine teatro. 1950 há mudanças no âmbito 
cultural criação do Ginásio Municipal, Coral e Grêmio Estudantil no ano 1960 já 
apresentava próprias leis administrativas e 1967 
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Código de Posturas. 
 
 
 
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 Preceito municipal escrito, que obriga os munícipes a cumprirem certos deveres de ordem pública; 
 
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2. DESENVOLVIMENTO 
 
Gerson Coutinho da Silva: o poeta Goiá 
 
Nascido em 11/01/1935 filho de Celso Coutinho da Silva e de Margarida 
Rosa de Jesus, segundo o documentário Dez anos sem Goiá que dá ênfase a sua obra e 
vida, retratando o poeta. O qual demonstra talento desde os 4 anos quando improvisava 
versos em público que o assistia recebendo seu cachê em doces e palmas. Ao ser 
questionado pela veracidade dos mesmos improvisava com os nomes de seus 
espectadores, são traços que determinariam o seu futuro seguindo trajetória artística. 
Sendo sua primeira composição aos 10 anos denominada Minha Paixão falando de seu 
amor pelas paisagens naturais da região. 
 O vídeo sob a direção do jornalista Wellington Aguiar fundador da TV 
Coromandel, nos demonstra isso com entrevista com seus parentes e amigos, este 
escrito com base em uma biografia escrita pelo próprio poeta e compositor sobre sua 
infância em meados da década de 1970. O início da trajetória musical se inicia com 
apresentações na região nos distritos de Mateiro, Santa Rosa, Alegre e Chapadão entre 
outras. Iniciando-se sua trajetória artística nas populares festas de roça, essas realizadas 
em virtude das capelas em homenagem aos santos católicos, essas sendo nesses distritos 
ou até mesmo na cidade. 
 Nesse período Gerson Coutinho representado nessas obras como rapazinho 
―ganha de seu pai uma gaita de boca e posteriormente troca por violão de tarraxa‖ 
expressão do próprio compositor, ainda nesse período há formação de duplas com trocas 
posteriores dos mesmos esses são: seu irmão Nelson, Geraldo do Vigilato e Zé do 
Vigilato. Após formar dupla com ―Miguelinho‖ foram à Patos de Minas para 
apresentação na Rádio Clube. O apresentador do programa era o padre Tomaz Olivieri 
pseudonome ―cumpade‖ Formiga abrindo espaço para legitimação de sua profissão 
voltando ás apresentações em Patrocínio e Patos de Minas, dentre outras. 
Seus principais ideais era conquistar o grande centro, São Paulo. Onde havia 
florescendo transição da música caipira para a sertaneja e que era centro das rádios e 
gravadoras de discos criando–se assim idealização de sucesso. 
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Na citação abaixo deixou bem claro sua intencionalidade em que é um 
amante de sua terra, porém, para construir sua carreira recorreria tão longe. 
 
Esqueci-me de dizer que durante toda minha trajetória, de Coromandel 
à Patos, Goiânia e São Paulo, jamais deixei de compor as minhas 
músicas, e através delas, chorava a grande saudade de minha terra, 
mas, eu tinha em mente um ideal, e todo ideal exige sacrifícios, e de 
todos, o maior era a ausência prolongada de minha cidade, de minha 
gente, ―meus amores‖...(BRITO, 2009,P.29) 
 
Antes de viajar a São Paulo, Gerson Coutinho mudou-se para Goiânia onde 
seu nome artístico era Rouxinol. Após isso formou o 
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Trio da Amisade: Goiá, 
Goianinho e Zé Micuim com a seguinte observação ressaltarmos que quem apresentou 
Goía aos radialistas e após isso veio o trio há existe foi Micuim. Sua estadia em Goiânia 
foi de 1953 a 1955, e o trio gravou dois discos, É importante ressaltarmos que nesse 
período as apresentações musicais principalmente ocorrem de maneira diferente das 
atuais em que cada artista de acordo com seu talento, apresentava partes humorísticas e 
entretendo a plateia e também anúncios de patrocinadores. 
Após partir de Goiânia adquiriu o nome artístico de Goiá em 31/12/1955 foi 
para São Paulo tentar êxito profissional 
 
A partida de Goiá não adveio de indisposição com os membros do 
trio, com quem manteve a amizade. Seu objetivo declarado era crescer 
na profissão, e naqueles anos isso era quase impossível longe de São 
Paulo, que abrigava o principal mercado consumidore a maior 
estrutura de produção e difusão do gênero sertanejo (editoras, 
gravadoras, rádios). 
 E mais: Ilda, namorada dos tempos de Coromandel, vivia com a 
família na capital paulista, e isso pesou em sua decisão.
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Logo se casou com Ilda após morar nos fundos da casa da família dela. 
Assim ,quando foi recepcionado na nova cidade, se integrou ao cenário musical através 
dos cunhados Biá e Biázinho juntou-se ao Trio Mineiro gravando um disco. Trabalhou 
 
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 Respeitou-se a ortografia original do panfleto do Trio 
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 DA SILVA, Gerson Coutinho [GOIÁ]. Autobiografia. São Paulo: [197-]. Depois o colunista do jornal 
Coromandel Notícias Clayton Aguiar, que havia solicitado a Goiá a autobiografia para que pudesse, com 
base nela, escrever uma reportagem sobre sua carreira, resolveu publicar a correspondência na integra no 
jornal. AGUIAR, Clayton. Um pouco da vida de Goiá. Coromandel Notícias. Coromandel, ano IV, n° 39, 
dez. 1980 / jan. 1981 
 
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na Rádio Nacional nos seguintes programas ‗Nhô Zé, Choupana do Goiá. Teve 
participações nos seguintes programas: Brasil Caboclo e Serra da Mantiqueira. 
Permaneceu na Rádio Bandeirantes até 1961, após esse período esteve dois anos na 
Rádio Nove de Julho após essa fase dedicou-se as próprias composições trabalhando 
pouco tempo na Rádio Nacional no programa "Biá e Seus Batutas". Após isso, não 
apresentou mais programas e dedicou-se apenas suas composições, quando a situação 
financeira estava com dificuldades trabalhou no extinto ―Banco de São Paulo S.A‖ 
nesse período tinha três filhos :Robson, Mary e Hilger. 
Goiá se comunicava com seus conterrâneos através de cartas nestas ele 
descreve como está e sobre novas composições feitas sobre Coromandel. Vemos uma 
relação contínua do compositor e seus conhecidos e fitas gravadas cassetes também 
faziam parte dessa comunicação. O que aproximava as relações entre a cidade e o 
compositor. Por exemplo, é o funeral do próprio. Falecido em 20 de janeiro de 1981 a 
em homenagem ao compositor a população acompanhou o carro funerário 5 
quilômetros antes de chegar a cidade. 
Sendo realizada missa campal de corpo presente, pois a Matriz da Santana 
não atendeu ao número de pessoas que acompanharam a despedida do poeta. Outra 
homenagem foi realização ao pedido do poeta que plantasse um ―pé de cedro‖ no seu 
túmulo que atualmente ainda existe no cemitério municipal. Observamos também nos 
artigos do jornal local, atualmente extinto as seguintes matérias no ano de seu 
falecimento. ‗‘O último show‘‘ referindo-se a cerimônia descrita na Igreja Matriz de 
Santana da cidade . 
―É preciso preservar sua memória‘‘ população dá valor ao Gerson Coutinho 
como pessoa de valor histórico, dentro da comunidade e não apenas uma personalidade 
do cenário musical. Em homenagem ao compositor a BR 188 Patrocínio a Coromandel 
recebeu o nome de Gerson Coutinho da Silva, assim como em rua e busto do 
compositor principal avenida da cidade Israel Pinheiro. 
 
Músicas como instrumento de reconhecimento local e social 
 
Vemos como sujeito de interação social, pois é difusor de valores do interior 
depois de inserido em outras em cidades maiores, ou seja, em outro modo de vida. 
Mesmo assim, proximidade com seus conterrâneos e letras que ainda falam de sua terra, 
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seja na exaltação das belezas dos recursos naturais, assim como a organização da 
sociedade de Coromandel, em que dá ênfase ao homem simples do campo. Assim como 
trata dos indígenas algumas de suas composições são vistas como protesto social. 
Suas composições têm influência diretamente do romantismo, através dos 
poetas Gonçalves Dias, Castro Alves, dentre outros. Notamos em suas músicas 
características desse movimento na primeira fase identidade nacional e exaltação da 
natureza. Esses citados em uma entrevista ao jornal Caranbadela concedida em São 
Paulo, nessa entrevista citamos alguns pontos de relevância, se considerada um 
compositor sertanejo ou caipira dentro do ´´terreno regional´´ responde que caipira não 
soa bem pois suas composições são adequadas de acordo principalmente com 
concordância, citando que a música caipira utiliza de expressões ´´nós vai ´´ e ´´nós vem 
´´. 
 Referência à mudança da classificação de música caipira para sertaneja 
outras perguntas frequentes. Nessa entrevista são sua posição política e até mesmo 
preferência partidária e problemas sociais. Esses não são citados apenas se refere que 
afetam os brasileiros que amam sua pátria. Sobre posição política, não opina, pois 
prejudicaria sua carreira. Segundo o mesmo tem 700 músicas gravadas inclusive com 
regravações, a dupla que mais interpretou suas canções foram Zilo e Zalo. 
De acordo com título e algumas informações que revelam caráter de 
influência a sua terra natal. Seja em caráter político, dentre outros que observaremos 
posteriormente, homem simples e um dos objetos de suas letras se refere modo de vida 
do mesmo. È alcance da esfera nacional, através dessa criação vemos a descrição, da 
principal problemática da época um exemplo a música Grande esperança interpretada 
por Zilo e Zalo composta por Goiá e Francisco Lazaro: 
 
 
 ‗‘A classe roceira e a classe operária 
Ansiosas esperam a reforma agrária 
Sabendo que ela dará solução 
Para situação que está precária. 
Saindo projeto do chão brasileiro 
De cada roceiro ganhar sua área 
Sei que miséria ninguém viveria 
E a produção já aumentaria 
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Quinhentos por cento até na pecuária! 
 
Esta grande crise que a tempo surgiu 
Maltrata o caboclo ferindo seu brio 
Dentro de um país rico e altaneiro, 
Morrem brasileiro de fome e de frio. 
Em nossas cidades ricas em imóveis 
Milhões de automóveis já se produziu, 
Enquanto o coitado do pobre operário 
Vive apertado ganhando salário, 
Que sobe depois que tudo subiu! 
Nosso lavrador que vive do chão 
Só tem a metade da sua produção 
Por que a semente que ele semeia 
Tem quer a meia com o seu patrão! 
O nosso roceiro vive num dilema 
E o problema não tem solução 
 
Por que o ricaço que vive folgado 
Acha que projeto se for assinado, 
Estará ferindo a Constituição! 
Mas grande esperança o povo conduz 
E pede a Jesus pela oração, 
Pra guiar o pobre por onde ele trilha, 
E para a família não faltar o pão. 
Que eles não deixam o capitalismo 
Levar ao abismo a nossa nação, 
A desigualdade aqui é tamanha 
Enquanto o ricaço não sabe o que ganha 
O pobre do pobre vive de ilusão!‘6 
 
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 ‗‘Grande Esperança" (Goiá - Francisco Lázaro) gravada em 1965, gravadora Chantecler lançou no ano 
seguinte um Compacto Simples (C-16110) 
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Na década de 1940 houve diversas propostas de lei para a reforma agrária 
baseadas nos modelos adotados por países da Europa e EUA, mas nenhuma delas foi 
aprovada. A música retrata o tema tardiamente da reforma agrária início dos anos de 
1950 e 1960 que alcançou domínio e debate público das camadas populares e outras 
características que atraiam seu público essa segundo o autor Diogo de Souza Brito. 
Os valores alternativos se fazem presentes na contraposição das distintas 
experiências originárias do campo e da cidade, na presença de conteúdos 
referentes à questão agrária e à preservação do meio ambiente, na menção à 
forma de expansão capitalista e na recusa à incorporação integral de valores 
de uma nova formação cultural. Essas experiências tomam forma em canções 
como Reforma Agrária, Pé-de-cedro, Chapadão, Poço-verde, Poluição, 
Retrato do sertão e outras. Quanto às partes desse residual incorporado,há os 
frequentes encômios a políticos, a governantes e ao progresso, a 
representação do rural como idealização e fantasia, encobrindo os conflitos, o 
consentimento e o ajustamento a certas normas de produção musical — como 
o abandono de dadas características com origem na cultura caipira. 
 
Valores alternativos são aqueles que geram conflitos, em que a 
predominância da música caipira e sertaneja. A primeira voltada para descrição do 
homem do campo, essa se limitada às atividades e experiência. A segunda, vem como 
movimento mais requintado e se estende além das características da caipira e inicia 
como crítica a realidade, porém de forma a ter vocábulo mais sofisticado vendo como 
exaltação a profissão do homem do campo como algo longe da realidade da metrópole 
mais essencial sua preservação e memória. 
Voltando a descrição a realidade local da sociedade de Coromandel 
principais atividades econômicas no período são o garimpo e pecuária. Vemos a 
característica do período e forma de passar tempo. Os relacionamentos dessas pessoas 
que foram próximas ao compositor, observamos que a música abrange aspectos que 
complementam estudos sobre autor e suas relações na homenagem, de forma bem 
humorada a sociedade local assim denominada Tipos Populares demonstra diálogos e 
diversas pessoas das mais variadas classes sociais da época alguns trechos nos mostram: 
 
As almas simples da cidade onde nascí, Refrão 
Ofereço esta homenagem, pois jamais as esquecí. 
Quanta saudade das festanças de Janeiro, 
Da sanfona pé-de-bode, do amigo Tõe Barreiro ... 
 
 
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(...) 
(...) 
"Olá, Maroveu, como vai o garimpo, cê já bamburrou? 
Ainda não, mas eu vô pegá um diamante e comprá um tomove, 
E passá perto da minha namorada e fazê assim, 
Piripipi, Poropopó ... " 
Quatrocentão, Meio Metro e Aristóte, 
Que bebia um pipote de caninha de uma vez; 
Lá na corrida, João Bodé era famoso, 
Por ser muito caprichoso ao falar o português, 
Em um comício de campanha pra Prefeito... 
 (...) 
"- Bom dia, Dona Brazilina! 
- Bom dia, cê pode fazê isso cumigo não, Gerson, 
Fica me remedano na rádio, dexa esse tem pá lá sô ... 
Oia, sempe que cê vié em Comandel, dá pulim qui em casa, 
Cê sabe, a casa é pobe, mas um cafezim, graça a Deus, tem pocê. 
- Ah, eu virei sim, mas e o seu amor, ele não vai ficar com ciumes? 
- Ah, vai tombano sô, trém bobo, num gosto disso não, 
Contá tudo pa tuliça. "
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Observamos relação a música seus personagens são reais e de convívio com 
o autor. Há representação dos integrantes de prestígio social na época ou seja a figura do 
garimpeiro considerada como profissão de alta relevância, dona de casa, pescador a 
parte política são vistas de uma forma humorada, suas composições tratam do homem 
simples do campo ,exaltação da natureza e também essas são História triste de um 
índio civilizado (Goiá e Mizael), Índia Misteriosa (Goiá e Chico Vieira) , Índia 
Soberana (Zacarias Mourão e Goiá) e Itacolomi (Goiá e Cambuquira) . 
Na primeira obra trata-se do dilema do índio bororo chamado Macauba que 
sai da sua tribo retorna para grande cidade se formar logo após sua formatura. Volta à 
tribo, porém não se identifica mais seu grupo e retorna à ―civilização´´. Retornou a 
cidade se tornou rico, mas não vê satisfação com a vida urbana e tem arrependimento, 
as demais exaltam estereótipos da imagem das nativas falando da beleza a última uma 
música com declaração amorosa para índia Tupi. 
 
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 Tipos Populares de Minha Terra - Goiá e Selma A. Lopes gravadora Madrigal. 
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Resaltamos características das composições feita por Goiá principais 
elementos, que são destacados sejam de natureza de suas influências assim como, as do 
seu contexto social. Como o garimpo atividade de grande representabilidade dentro do 
município de Coromandel essa atividade que também já foi profissão do compositor 
principal obra que representa o reconhecimento dessa atividade é a música Garimpeiros 
Theodoro homenagem aos garimpeiros locais relatando processo do garimpo manual. 
Outra composição que se destaca como representante significativa de valor 
social e local é Lição de Caboclo que cria um diálogo entre classe social elevada e 
homem simples do campo, onde há discussão de status em que se cria a mentalidade 
que há uma dependência seja de qualquer classe ao homem do campo porque ele é a 
força produtiva segundo a visão da música, importante dar ênfase que os anos de 
composição das musicas e gravações não são todos disponíveis apenas recurso de mp3 
utilizada nessas observações. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Concluímos que além de uma figura no cenário musical Gerson Coutinho da 
Silva teve grande participação e representabilidade na sociedade de Coromandel e 
nacional. Comprovamos isso, com suas obras e regravações de várias duplas e se 
ampliou até os dias atuais maior exemplo disso é a música Saudade da minha terra que 
se tornou um ´´hino nacional ´´ despertando sentimento de integração ao meio rural 
ouvi-la lamento e saudade de quem está longe da sua terra observando-se que é algo 
popular tendenciado o reconhecimento do sentimento da localidade de pertencer á uma 
região um sentimento de ter ´´raízes´´ relacionados á movimentos literários como 
romantismo ressaltado pelo compositor assim como influência da música caipira e 
sertanejo na história regionalista objeto de estudo desse artigo. 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
BRASILIENSE, Rosangela e MARTINS, Ana Cremilda. GOIÁ – POETA 
TELÚRICO. Faculdade de filosofia Ciências e Letras de Patos de Minas, Nov. de 
1996. 
BRITO, Diogo de Souza. NEGOCIAÇÕES DE UM SEDUTOR: TRAJETÓRIA E 
OBRA DO COMPOSITOR GOIÁ NO MEIO ARTÍSTICO SERTANEJO (1954-
1981), UFU, 2009 
HISTORIA E MEMÓRIA DE COROMANDEL, Cartilha de Educação Patrimonial 
de Coromandel. (sem data e edição) . 
MACHADO, DR. Sebastião. UMA VIDA. Grafita e Editora ltda. Coromandel 2005. 
 
REFERÊNCIAS WEBGRÀFICAS 
 
GOIÁ. Disponível em: <http://www.recantocaipira.com.br/duplas/goia/goia.html> 
Acesso em: 17 de Nov. 2014. 
GOIÁ MUSICAS 1 
http://opoetagoia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1233931834 
DOCUMENTÁRIO 10 ANOS SEM GOIÁS 1º PARTE 
<http://youtu.be/eGQByiRUaCI> Acesso em 10 de Nov. 2014. 
DOCUMENTÁRIO 10 ANOS SEM GOIÁS 2º PARTE http://youtu.be/b-
wMN_av_3s