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Cartilha Informacoes Tecnica 2013_CREA RN

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cartilha de informações técnicas
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cartilha de informações técnicas
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CREA-RN
Presidente
Modesto Ferreira dos Santos Filho
Vice-presidente
José Augusto de Freitas Rego
Diretor Administrativo
Marco Antônio Sousa da Silva
Diretor Financeiro
Fernando Antônio Galvão Gondim
Diretor Institucional
Vaudi Araújo de Souza
Diretor de Marketing
Roberto Wagner Costa Fernandes
Superintendente
Claudionaldo Soares da Câmara
Ouvidor
Eunélio Silva
Coordenadores das 
Câmaras Especializadas
Agronomia
Antonio Carlos Magalhães Alves
Engenharia Civil
Luciano Cavalcanti Xavier
Engenharia Elétrica
Cromácio Barros
Engenharia Mecânica e Metalúrgica
Klaus Charlie Nogueira Serafim de Melo
Engenharia Química
Felipe Lira Formiga Andrade
Geologia, Minas e Agrimensura
Elvis Roberto da Silva
Engenharia e Segurança do Trabalho
Benvenuto Gonçalves Júnior
Editoria
Paulo Sérgio Saldanha Procópio
MTB-RN 063.p
Textos 
Compilação atualizada de 
publicações do Crea-RN e Crea-PR. 
Seleção e Revisão
João Lopes (Assessoria Técnica) 
Luiz Carlos Madruga (Gerência de Fiscalização) 
Paulo SP (Ascom) 
Projeto Gráfico/Diagramação
FAçA! Comunicação e Design
Impressão
Gráfica e Editora Liceu Ltda.
Tiragem
9.000 exemplares
Nosso Endereço
Av. Senador Salgado Filho, 1840, Lagoa
Nova, Natal-RN, CEP: 59.600-000
Telefones: 84 – 4006.7200 / 4006.7214
E-mail: pepe@crea-rn.og.br
www.crea-rn.org.br
EXPEDIENTE
*As opiniões emitidas nas matérias e artigos nesta publicação são de total
responsabilidade de seus autores. **Material produzido com apoio do CONFEA, através 
do Prodesu (Programa de Desenvolvimento Sustentável).
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cartilha de informações técnicas
APRESENTAçãO
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte 
(CREA-RN), com o apoio do Confea, tem a satisfação de apresentar a Carti-
lha de Informações Técnicas. A publicação tem o objetivo de orientar e auxi-
liar os profissionais na implantação de projetos prioritários para a melhoria 
da qualidade de vida de toda a sociedade norte-rio-grandense. É mais um 
instrumento de consulta técnica para subsidiar os profissionais, as empre-
sas e os gestores da área tecnológica.
Os temas foram elaborados por uma equipe especializada e são aqui 
apresentados numa linguagem prática – de fácil entendimento – mas com 
fundamentação técnica suficiente para subsidiar a elaboração e execução 
de projetos e obras.
Os conteúdos são apresentados em formato de cartilha, reunindo seis pu-
blicações, com os seguintes temas: Construção de Calçadas, Inspeção e Ma-
nutenção Predial, Instalações Provisórias, Prevenção de Catástrofes, Resíduos 
Sólidos, e Cercas Eletrificadas.
Além dos temas apresentados na Cartilha de Informações Técnicas, o Crea-
-RN, está à disposição dos profissionais, empresas e gestores, no apoio técni-
co necessário para a aplicação dos trabalhos adequados as normas técnicas .
O programa de publicações técnicas do Crea-RN deve se expandir com no-
vas abordagens, sempre buscando a atualização do profissional. Essa é a nossa 
intenção. Que tenham todos, um bom proveito.
 
Modesto Ferreira dos Santos Filho 
Presidente do Crea-RN
CREA-RN
cartilha de informações técnicas
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - CONSTRUçãO DE CALçADAS .........................11
1. O QuE É uMA CALçADA IDEAL? ...................................................13
2. DESENhO NA CALçADA .................................................................15
3. REbAIXAMENTO dAS CALçAdAS ...................................................16
4. INCLINAçãO TRANSVERSAL ..........................................................17
5. SISTEMAS ADEQuADOS PARA A CONSTRuçãO DE CALçADAS .......18
6. PLACAS PREMOLDADAS DE CONCRETO .........................................19
7. CONCRETO MOLDADO “IN-LOCO” - CONCRETO ESTAMPADO..........21
8. LADRILhO hIDRáuLICO..................................................................23
9. CALçADAS VERDES..........................................................................24
10. PATRIMÔNIO hISTÓRICO ..........................................................25 
11. REFERêNCIAS ...............................................................................26
CAPÍTULO 2 - INSPEçãO E MANUTENçãO PREDIAL .............27
1. OBJETIVO........................................................................................29
2. CONCEITuAçãO TÉCNICA...............................................................33
3. FuNDAMENTAçãO LEGAL..............................................................37
4. MANuTENçãO...............................................................................40
5. ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAçãO................................................44
6. RESuLTADO....................................................................................46
7. CONCLuSãO...................................................................................46
8. REFERêNCIAS.................................................................................47 
9. AuTOR............................................................................................47
CREA-RN
CAPÍTULO 3 - INSTALAçÕES PROVISÓRIAS.......................49
1. DIVERSãO COM SEGuRANçA..........................................................51
2. JuSTIFICATIVA.................................................................................52
3. CONCEITuAçãO TÉCNICA...............................................................53
4. FuNDAMENTAçãO LEGAL..............................................................53
5. ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAçãO PARA OS MuNICíPIOS.............54
6. EXEMpLOS dE ACIdENTES OCORRIdOS..........................................57
7. CONCLuSãO...................................................................................58
8. ANEXO............................................................................................58
9. REFERêNCIAS..................................................................................61
10. AuTOR..........................................................................................62
CAPÍTULO 4 - PREVENçãO DE CATÁSTROFES...................65
1. OBJETIVO .......................................................................................67
2. JuSTIFICATIVA ...............................................................................67
3. CONCEITuAçãO TÉCNICA ..............................................................69
4. FuNDAMENTAçãO LEGAL .............................................................70
5. ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAçãO DO PLANO ..............................76
6. CASOS DE SuCESSO .......................................................................81
7. CONCLuSãO ..................................................................................84
8. REFERêNCIAS .................................................................................84
9. AuTOR ...........................................................................................85
CAPÍTULO 5 - RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................87
1. INTRODuçãO ................................................................................89
2. DESPERDíCIO .................................................................................89
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cartilha de informações técnicas
3. A RESOLuçãO 307/2002 - DO CONAMA .......................................90
4. PROGRAMA MuNICIPAL DE GERENCIAMENTO
 DE RESíDuOS DA CONSTRuçãO CIVIL – PMG /RCC..........................92
5. PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESíDuOS ...............................93
6. SuGESTãO DE ROTEIRO BáSICO PARA ELABORAçãO DO PROJETO 
 DE GERENCIAMENTO DE RESíDuOS DA CONSTRuçãO CIVIL .............101
7. NORMAS TÉCNICAS REFERENTES AOS RESíDuOS DA 
 CONSTRuçãO CIVIL .....................................................................1048. REFERêNCIAS ...............................................................................104
9. ANEXO .........................................................................................105
CAPÍTULO 6 - CERCA ELETRIFICADA ..............................113
1. OBJETIVO .....................................................................................115
2. JuSTIFICATIVA .............................................................................115
3. CONCEITuAçãO TÉCNICA ............................................................115
4. FuNDAMENTAçãO LEGAL ...........................................................118
5. ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAçãO PARA OS MuNICíPIOS .............118
6. CONCLuSãO ................................................................................121
7. REFERêNCIAS ...............................................................................121
8. AuTOR .........................................................................................121
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cartilha de informações técnicas
CAPÍTULO 1
CONSTRUçãO
DE CALçADAS
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cartilha de informações técnicas
1. O QUE é UMA CALçADA IDEAL?
A calçada ideal é aquela que garante o caminhar livre, seguro e confortável 
de todos os cidadãos.
A calçada é o caminho que nos conduz ao lar. Ela é o lugar onde transitam 
os pedestres na movimentada vida cotidiana. É por meio dela que as pessoas 
chegam aos diversos pontos do bairro e da cidade. A calçada bem feita e bem 
conservada valoriza a casa e o bairro.
A calçada ideal deve oferecer:
Acessibilidade - assegurar a completa mobilidade dos usuários.
Largura adequada - deve atender às dimensões mínimas na faixa livre.
Fluidez - os pedestres devem conseguir andar a uma velocidade constante.
Continuidade - piso liso e antiderrapante, mesmo quando molhado, quase 
horizontal, com declividade transversal para escoamento de águas pluviais 
de não mais de 3%. Não devem existir obstáculos dentro do espaço livre 
ocupado pelos pedestres.
Segurança - não oferecer aos pedestres nenhum perigo de queda ou tropeço.
Espaço de socialização - deve oferecer espaços de encontro entre as pessoas 
para a interação social na área pública.
Desenho da paisagem - propiciar climas agradáveis que contribuam para o 
conforto visual do usuário.
Definições
Calçada - parte da via não destinada a circulação de veículos, reservada 
ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário, 
sinalização, vegetação e outros fins (Código de Trânsito brasileiro).
Passeio - Espaço livre de interferências, destinado à circulação exclusiva de 
pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas (Código de Trânsito Brasileiro).
Pessoa com mobilidade reduzida - Aquela que, temporária ou permanen-
temente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de 
utilizá-lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida o indivíduo com 
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CREA-RN
deficiência, idoso, obeso, gestante, dentre outros (AbNT NbR 9050:2004).
Calçada rebaixada - Rampa construída ou implantada na calçada ou pas-
seio, destinada a promover a concordância de nível entre estes e o leito 
carroçável (ABNT NBR 9050:2004).
Faixa livre - área do passeio ou calçada destinada exclusivamente à circulação de 
pedestres. ABNT NBR 9050:2004
Faixa de serviço - destinada à colocação de árvores, rampas de acesso para veí-
culos ou pessoas com deficiências, poste de iluminação, sinalização de trânsito e 
mobiliário urbano como bancos, floreiras, telefones, caixas de correio e lixeiras.
Faixa de acesso - área em frente a imóvel ou terreno, onde podem estar a ve-
getação, rampas, toldos, propaganda e mobiliário móvel como mesas de bar e 
floreiras, desde que não impeçam o acesso aos imóveis. É, portanto, uma faixa 
de apoio à propriedade.
O que diz a lei
O proprietário de imóvel é responsável pela construção do passeio em fren-
te a seu lote e deverá mantê-lo em perfeito estado de conservação.
O Decreto nº. 5.296/04, que regulamenta as leis n° 10.048/00 e n° 10.098/00, que 
estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das 
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Enfoque na mobilidade urbana, 
construção dos espaços e nos edifícios de uso público e legislação urbanística.
A Lei 10.098/00 estabelece as normas gerais e os critérios básicos para a 
promoção da acessibilidade mediante a supressão de barreiras e obstáculos 
nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de 
edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.
É proibido
Impedir ou atrapalhar, por qualquer meio, o livre 
trânsito de pedestres nas calçadas públicas.
Estacionar veículos sobre as calçadas públicas.
Depositar materiais de construção, entulho ou lixo 
nas calçadas públicas.
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cartilha de informações técnicas
2. DESENhO NA CALçADA
Dimensões mínimas de faixa livre
Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres devem incorporar faixa li-
vre com largura mínima de 1,20m.
 » possuir superfície regular, firme, contínua e antiderrapante sob qual-
quer condição.
 » Ser contínua, sem qualquer emenda, reparo ou fissura. portanto, em 
qualquer intervenção o piso deve ser reparado em toda a sua largura, 
seguindo o modelo original.
Recomendações
 » Faixa de serviço > 0,75m
 » Faixa livre > 1,20m
Localização do mobiliário urbano
As árvores, lixeiras e postes devem estar localizados na faixa de serviço, não 
atrapalhando a faixa livre de pedestre.
Mobiliário Urbano – Todos os objetos, elementos e pequenas constru-
ções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implanta-
dos mediante autorização do poder público em espaços públicos e privados.
Situações erradas que devem ser evitadas
 » Toco de árvore e veículo
 » Degrau na calçada
 » Materiais de construção
 » Piso escorregadio
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CREA-RN
3. REbAIXAMENTO DAS CALçADAS
Travessia de pedestres
Os rebaixamentos das calçadas devem estar localizados na direção do fluxo 
de pedestres.
Podem estar situados nas esquinas ou em outro local da quadra. De acordo 
com a largura e as características das calçadas, os rebaixamentos podem ter 
diferentes formas.
Acesso a garagem
As rampas devem localizar-se fora da faixa livre de circulação mínima. Enten-
de-se que a faixa livre mínima considere o fluxo de pedestres.
As rampas podem ocupar a faixa de serviço, garantindo a continuidade da 
faixa de circulação de pedestres em frente aos diferentes lotes ou terrenos.
Esquinas
A esquina deve estar sempre desobstruída. Os mobiliários urbanos de gran-
de porte, como bancas de jornal, devem ficar a 15 m do eixo da esquina. O 
mobiliário de tamanho pequeno e médio, como telefone público ou caixa de 
correio, deve estar a 5 m.
Caixas de inspeção
As tampas de caixas de inspeção, juntas e grelhas instaladas nas calçadas 
devem localizar-se, preferencialmente, fora da faixa livre de circulação e estar 
niveladas com o piso adjacente. Se as grelhas e juntas forem instaladas na área 
de circulação, os vãos não podem ser superiores a 15 mm.
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cartilha de informações técnicas
4. INCLINAçãO TRANSVERSAL
 » A inclinação tranversal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedes-
tres não deve ser superior a 3%.
 » Na faixa de serviço e na faixa de acesso, a inclinação longitudinal pode 
ser na proporção de até 1/12, o que corresponde a 8,33% de caimento.
As faixas de mobiliário e de acesso a edificações poderão ter inclinações 
superiores em situações topográficas atípicas.
Sinalização tátil
Piso tátil de alerta - deve ser utilizado para sinalizar situações que envolvem 
risco de segurança. O piso tátil de alerta deve ser cromodiferenciado ou deve 
estar associado à faixa de cor contrastante com o piso adjacente.Instalação do piso tátil de alerta - o piso de alerta deve ser, obrigatoriamen-
te, instalado nos seguintes locais:
 » nos rebaixamentos de calçadas;
 » nas faixas elevadas de travessia;
 » nas plataformas de embarque e desembarque ou ponto de ônibus;
 » no início e término de escadas (fixas ou rolantes) e rampas;
 » em frente à porta de elevadores.
Nos obstáculos suspensos entre 0,60 m e 2,10 m de altura do piso acabado, 
que tenham o volume maior na parte superior da base, a superfície em volta do 
objeto deve estar sinalizada em um raio mínimo de 0,60 m.
Nos rebaixamentos de calçadas, utilizar piso tátil de alerta, em cor contras-
tante com a do piso, com largura de 0,20 m a 0,50 m, deve estar afastada 0,50 
m do término da rampa.
Piso tátil direcional – deve ser utilizado quando da ausência ou descontinui-
dade de linha-guia identificável, como guia de caminhamento em ambientes 
internos ou externos, ou quando houver caminhos preferenciais de circulação.
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CREA-RN
Instalação do piso tátil direcional – deve ser instalado nas áreas de circu-
lação, na ausência ou interrupção de uma guia de balizamento que indique o 
caminho a ser percorrido e em espaços amplos como praças, calçadas, saguões, 
dentre outros.
Suas características de desenho, relevo e dimensão devem seguir as especi-
ficações contidas na norma técnica AbNT NbR 9050:2004.
O piso adjacente ao piso tátil terá, obrigatoriamente, cor e textura diferen-
ciadas para facilitar que pessoas com perda visual identifiquem os pisos táteis.
Composição do piso tátil de alerta e direcional – deve estar em conformi-
dade com os padrões definidos na norma técnica AbNT NbR 9050:2004
5. SISTEMAS ADEQUADOS PARA A 
CONSTRUçãO DE CALçADAS
Pavimento Intertravado
Pavimento de blocos prefabricados de concreto, assentados sobre camada de 
areia, travados por contenção lateral e pelo atrito da camada de areia entre as peças.
Especificação
Resistência a compressão – fpk> 35 MPa.
Espessura da peça para tráfego de pedestres – 6 cm.
base – utilizar brita graduada simples ou brita corrida compactadas sobre 
subleito também compactado.
Armadura da base – não se utiliza.
Assentamento – peças de concreto são assentadas sobre uma camada de 
areia média de 3 a 5cm de espessura, disposta sobre a camada de base.
Juntas – as peças devem ser rejuntadas com areia fina.
Acabamento superficial – Diversidade de cores, formatos e texturas.
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cartilha de informações técnicas
Características
Durabilidade – elevada durabilidade, desde que respeitadas as característi-
cas do produto, o modo de instalação e de manutenção.
Conforto de rolamento – adequado ao tráfego de cadeirantes e deficien-
tes visuais.
Antiderrapante – as peças de concreto apresentam rugosidade adequada 
para evitar escorregamentos.
Drenagem – mediante projeto específico para esta finalidade, utilizan-
do-se blocos especiais.
Tempo para liberação ao tráfego – imediato.
Limpeza – jato de água e sabão neutro.
Execução passo a passo: pavimento intertravado
 » Nivelamento e compactação do subleito (terreno);
 » Instalação das contenções laterais, nivelamento e compactação da base;
 » Espalhamento e nivelamento (sarrafeamento) da areia de assentamento;
 » Colocação das peças de concreto, alinhamento, cortes e ajustes;
 » Compactação inicial, revisão, ajustes, espalhamento de areia, rejunta-
mento e compactação final;
 » Limpeza e liberação ao tráfego.
6. PLACAS PREMOLDADAS DE CONCRETO
Placas prefabricadas de microconcreto de alto desempenho para as seguin-
tes aplicações: assentada com argamassa sobre base de concreto ou removível, 
e diretamente sobre a base ou como piso elevado.
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CREA-RN
Especificação
Resistência a tração na flexão da placa – fctm > 3,5 M PA.
Espessura da placa para tráfego de pedestres.
Placas fixas > 2,5 cm.
Placas removíveis > 3,0 cm.
base
 » placas fixas - utilizar concreto magro com espessura de 3 a 5 cm.
 » Placas removíveis - brita graduada simples ou brita corrida compactadas 
sobre subleito também compactado.
 » Armadura de base - somente para tráfego de veículos -CA-60 (4,2 mm, 
malha 10x10 cm)
Assentamento
 » placas fixas - assentadas com argamassa de consistência seca (“farofa”) 
sobre a camada de base.
 » Placas removíveis - assentadas sobre uma camada de pó de brita com 3 
a 4 cm de espessura sobre a base.
Junta
 » placas fixas - podem ou não ser rejuntadas.
 » Placas removíveis - não devem ser rejuntadas.
 » Acabamento superficial - diversidade de cores, formatos e texturas.
Características
Durabilidade - elevada durabilidade, desde que respeitadas as característi-
cas do produto, o modo de instalação e de manutenção.
Conforto de rolamento - adequado ao tráfego de cadeirantes e defi-
cientes visuais.
Antiderrapante - o acabamento superficial deve apresentar rugosidade ade-
quada para evitar escorregamentos.
Drenagem - mediante projeto específico para esta finalidade, utilizando-se 
placas drenantes.
Tempo para liberação ao tráfego
 » placa fixa - no mínimo após três dias.
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cartilha de informações técnicas
 » Placa removível - imediato.
Limpeza - jato de água e sabão neutro.
Consertos
 » placa fixa - pontual, podendo ser necessária a substituição da placa.
 » Placa removível - fácil remoção e reaproveitamento das placas.
Execução passo a passo: placa removível
A calçada de concreto pode ser executada com concreto moldado in loco.
 » Nivelamento e compactação do subleito (terreno);
 » Instalação das contenções laterais, nivelamento e compactação da base;
 » Espalhamento e nivelamento da areia de assentamento (ou pó de brita);
 » Colocação das peças de concreto com saca-placas;
 » Execução de corte, ajustes e alinhamento;
 » Limpeza e liberação ao tráfego.
7. CONCRETO MOLDADO “IN-LOCO” - 
CONCRETO ESTAMPADO
Concreto moldado “in-loco”, é quando o concreto é produzido em central ou 
na própria obra, é simplesmente desempenado e vassourado.
Já o concreto estampado consiste no uso de fôrmas para estamparia e pro-
dutos de acabamentos especiais, podendo-se reproduzir cores e texturas va-
riadas.
Especificação
Resistência à compressão de concreto – fck> 20 MPa.
Espessura da placa para tráfego de pedestres – 5 a 6 cm.
Passagem de veículos leves – 8 a 10 cm.
base – solo compactado com camada separadora de brita.
Armadura de base – somente para tráfego de veículos CA-60 (4,2 mm, ma-
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CREA-RN
lha 10 x 10 cm).
Juntas – são executadas em concordância com a modulação de estampa-
gem. Devem ser previstas juntas de controle e de execução de obra.
Acabamento superficial – diversidade de texturas e cores.
Características
Durabilidade – elevada durabilidade, desde que respeitadas as característi-
cas do produto, o modo de instalação e de manutenção.
Conforto de rolamento – adequado ao tráfego de cadeirantes e deficientes 
visuais, devendo-se evitar texturas irregulares.
Antiderrapante – o acabamento superficial deve apresentar rugosidade 
adequada para evitar escorregamentos.
Drenagem – apenas superficial.
Tempo para liberação ao tráfego – 24h para tráfego leve de pedestres e 48h 
para tráfego de veículos leves.
Limpeza – jato de água e sabão neutro.
Consertos – o piso é cortado de acordo com a modulação e refeito com os 
mesmos produtos e estampas do existente.
Execução passo a passo: concreto moldado in loco
 » Nivelamento e compactação do subleito, colocação de brita, instalação 
de fôrmas e telas de aço;
 » Lançamento, espalhamento e nivelamento (sarrafeamento) do concre-
to;
 » Desempeno do concreto (para acabamento convencional: desempenar, 
executar juntas e curar);
 » Aplicação do pigmento enrijecedor e “queima”;
 » Estampagem no formato desejado;
 » Execução de juntas de controle, lavagem, aplicação de resinas e libera-
ção ao tráfego.23
cartilha de informações técnicas
8. LADRILhO hIDRÁULICO
Placa de concreto de alta resistência ao desgaste para acabamento de pisos, 
assentada com argamassa sobre base de concreto.
Especificação
Resistência a tração na flexão – valor individual> 4,6 MP e média > 5,0 MPa.
Espessura da placa para tráfego de pedestres> 20 mm (verificar formato da 
peça e tipo de assentamento).
base – utilizar concreto magro com espessura de 3 a 5 cm.
Armadura de base – somente para tráfego de veículos CA-60 (4,2 mm , ma-
lha 10 x 10 cm).
Assentamento – as placas são assentadas com argamassa de consistência 
seca (“farofa”) ou argamassa colante sobre a camada de base.
Juntas – as juntas entre as placas devem ser rejuntadas com a argamassa de 
rejuntamento.
Acabamento superficial – diversidade de texturas e cores.
Característica
Durabilidade – elevada durabilidade, desde que respeitadas as característi-
cas do produto, o modo de instalação e de manutenção.
Conforto de rolamento – adequado ao tráfego de cadeirantes e deficientes 
visuais, devendo-se evitar texturas irregulares.
Antiderrapante – o acabamento superficial deve apresentar rugosidade 
adequada para evitar escorregamentos.
Drenagem – apenas superficial.
Tempo de liberação ao tráfego – no mínimo após cinco dias, sendo três para 
a cura da base e dois para a cura da argamassa de assentamento.
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CREA-RN
Limpeza – jato de água e sabão neutro.
Consertos – executados pontualmente, podendo ser necessária a substitui-
ção da placa.
Execução passo a passo: ladrilho hidráulico
 » Nivelamento e compactação do subleito e execução da base de con-
creto magro;
 » Aplicação e adensamento da argamassa de assentamento tradicional (ou ar-
gamassa colante);
 » Sarrafeamento da argamassa (etapa não necessária para argamassa colante);
 » Aplicação de cimento pulverizado e água (etapa não necessária para ar-
gamassa colante);
 » Assentamento das placas;
 » Conferência de nível, aplicação de argamassa de rejuntamento, limpeza e 
abertura ao tráfego.
9. CALçADAS VERDES
O termo “calçadas verdes” é usado para designar o passeio público de piso 
permeável, com gramas, plantas e árvores formando um conjunto harmonioso, 
que reduz o impacto térmico de pavimentos como asfalto e concreto. Este tipo 
de pavimentação porosa permite a absorção da água das chuvas, ajudando a 
prevenir enchentes, diminuindo as ilhas de calor, controlando a erosão e até-
mesmo assegurando o abastecimento do lençol freático.
A calçada verde deverá obedecer às seguintes disposições mínimas:
I – A legislação municipal fixará a largura mínima da calçada verde, bem 
como a largura máxima da faixa ajardinada desenvolvida longitudinal-
mente, localizada junto à guia do passeio.
II – A calçada verde respeitará a faixa mínima de 1,20m (um metro e vin-
te centímetros), necessária ao trânsito livre, contínuo e seguro de 
pedestres, construída em concreto ou outra pavimentação adequada 
e antiderrapante.
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cartilha de informações técnicas
III – Nas áreas ajardinadas junto ao alinhamento do lote, com largura de 
até 0,50m (meio metro), somente será permitido o plantio de grama, 
vegetação rasteira, herbáceas ou subarbustos, com porte máximo de 50 
(cinquenta) centímetros.
IV – Nas áreas ajardinadas junto à guia somente será permitido o plantio de 
grama ou outra vegetação rasteira.
V – Nas faixas ajardinadas da calçada verde não poderão ser usadas es-
pécies vegetais que apresentem espinhos que possam causar danos 
físicos aos pedestres.
VI – As faixas ajardinadas da calçada verde serão interrompidas em toda 
a sua extensão, em frente ao acesso para pedestres ou veículos pelo 
pavimento do passeio, substituídas por concreto ou outra pavimen-
tação antiderrapante.
As mudas de árvores devem ter em torno de 2,30m de altura e a primeira 
forquilha (divisão de ramos) deve estar a 1,80m do solo para evitar bloqueio 
aos transeuntes e quebra dos galhos. As espécies escolhidas devem ter altura 
máxima de 6 m, quando adultas. deve ser evitado o plantio de mangueiras e 
guapuruvus, por exemplo.
Os proprietários dos imóveis são responsáveis pela manutenção das calça-
das verdes nos limites correspondentes aos seus lotes, assim como pelos repa-
ros dos passeios existentes quando de sua implantação.
Nas ruas locais dos bairros, as calçadas com 3 m ou mais de largura poderão 
ter faixa ajardinada, seguindo as medidas mínimas indicadas.
10. PATRIMÔNIO hISTÓRICO
Nos centros históricos das cidades, áreas que concentram os maiores acervos 
de patrimônio edificado, encontra-se toda uma preexistência de prédios, sobrados, 
ruas, ladeiras estreitas, etc. Com características de épocas pas sadas e que são par-
ticulares dependendo do tipo de ocupação que tiveram no passado, são estruturas 
bem definidas pelas fachadas das construções e com desenho muitas vezes não 
compatíveis com os meios de transporte atuais, como ônibus, carros particulares e 
caminhões. Estes modelos se refletem nas calçadas e espaços de pedestres.
Apesar de suas particularidades, estes sítios, com suas edificações, acessos, 
vias, etc, fazem parte das cidades e, portanto, estão sujeitos às mesmas leis e 
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CREA-RN
códigos que regem todo o município, sendo que, por se tratar de conjunto ur-
bano de valor patrimonial histórico e arquitetônico, devem também atender às 
legislações específicas.
No caso de tombamento pelo Instituto do patrimônio Artístico Nacional – 
Iphan, a Instrução Normativa nº. 01 de 25 de novembro de 2003 dispõe sobre a 
acessibilidade aos bens culturais imóveis acautelados em nível federal e outras 
categorias, conforme especifica.
... 1...
1.1. Tendo como referências básicas a Lei Federal nº 10.098/02 e a NBR 
9050/2004 da ABNT e esta Instrução Normativa, as soluções adotadas para a 
eliminação, redução ou superação de barreiras na promoção da acessibilidade 
aos bens culturais imóveis devem compatibilizar-se com a preservação e, em 
cada caso específico, assegurar condições de acesso, de trânsito, de orientação 
e de comunicação, facilitando a utilização desses bens e a compreensão de seus 
acervos para todo o público.
11. REFERêNCIAS
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO: Lei nº. 9.503 de setembro/1997.
CONhEçA AS REGRAS PARA ARRuMAR SuA CALçADA – Prefeitura da Cidade 
de São Paulo - Secretaria de Coordenação de Subprefeituras – Secretaria de 
participação e parceria – Secretaria Especial da pessoa com deficiência e 
Mobilidade Reduzida – 2005.
DECRETO Nº. 5296 – DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. NBR 9050 – Acessibilidade 
a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro. 
ABNT, 2004.
ACESSIBILIDADE NOS MuNICíPIOS: como aplicar o Decreto Nº. 5296/04 - 
CEPAM (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal).
Procure a Secretaria do Meio Ambiente do seu município, que deverá 
indicar as espécies mais adequadas.
1 bRASIL. Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Instrução Normativa nº.1, 
Brasília, DF, nov. 2003.
27
cartilha de informações técnicas
CAPÍTULO 2
INSPEçãO E 
MANUTENçãO 
PREDIAL
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CREA-RN
29
cartilha de informações técnicas
1. ObJETIVO
O sonho do brasileiro, estimulado desde a época do bNH – banco Nacional 
da habitação – sempre foi ter a sua casa própria.
E hoje, como a família trabalha fora, por praticidade, economia e também 
por uma segurança melhor, se faz opção pelas unidades habitacionais verticais, 
os famosos condomínios.
Além do que, nestes arranha-céus se têm áreas de lazer, às vezes até piscina, 
espaço para festinha das crianças e churrascos nos finais de semana.
O que se pode esperar a mais... a busca da tranquilidade de um jardim, o 
descanso... uma assembleia de condomínio?
Que mudança brusca, como pode pessoas tão parecidas, de uma mesma 
classe social, viveram perto umas dasoutras por quase toda a vida, algumas até 
estudaram na mesma escola, se confrontarem em uma reunião?
Como pode, se os interesses deveriam ser os mesmos?
Quando surgiu este arrojado investimento no bairro, ninguém resistiu, muitos 
compraram suas unidades habitacionais, o seu quinhão, a sua cota-parte, na es-
perança de uma qualidade de vida melhor, representava um status adquirir este 
apartamento, mesmo que as ’n’ prestações mais uma, seriam a perder de vista.
Mas, voltando à assembleia, o condômino que assumiu ser síndico desde a 
constituição do condomínio, na criação da especificação por volta da entrega 
do “habite-se” era “chapinha” da Construtora.
Alguns moradores o admiravam, afinal o conjunto de prédios que estava sob 
sua batuta, completava 5 (cinco) anos de vida e a taxa condominial nunca havia 
aumentado. Como ele conseguiu?
Foi marcada a reunião para eleição de outro síndico, o atual alegava ter cum-
prido sua obrigação, ter feito a sua parte e até porque estaria de mudança com 
a família para a praia.
Foi então que nosso personagem, bem quisto entre os condôminos se can-
didatou... e venceu....
E agora?
Vamos nos inteirar sobre o condomínio, são 3 blocos, tem 9 funcionários, 
mais as faxineiras, os porteiros que ficam a noite, a família do zelador, o irmão 
do porteiro do Bloco A que vem ajeitar as antenas de vez em quando, o jardi-
neiro, opa! parece uma firma.
E as crianças que jogam bola na área comum, as deformidades no piso da 
30
CREA-RN
garagem dos fundos, as manchas das paredes do Bloco B, sem contar o despla-
camento da fachada principal.
Será que todos estes aborrecimentos compensam a isenção da taxa mensal 
do condomínio?
Você precisa de ajuda, aconselha um morador mais idoso e experiente, pois re-
cai sobre o síndico a responsabilidade civil e criminal, depois do CDC – Código de 
defesa do Consumidor em 1990 – a situação deve ter responsabilidades específicas.
E no Código Civil brasileiro em seu artigo 1.348, item V “compete ao síndico 
diligenciar a conservação e guarda das partes comuns e zelar pela prestação 
dos serviços que interessem aos possuidores”.
E mais, no artigo 186 “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligên-
cia ou imprudência violar direito e causar danos a outrem, ainda exclusivamen-
te moral, comete ilícito”.
Este papo o deixou sem dormir. O que está errado, meu antecessor se deu 
tão bem. Precisava ser racional, começar pelo começo, então vejamos primei-
ro os conceitos.
De acordo com a Lei 4.591/64 cabe ao SíNDICO representar, ativa e pas-
sivamente o condomínio, em juízo ou fora dele, e praticar os atos em defesa 
dos interesses comuns, nos limites das atribuições conferidas por esta Lei 
ou pela Convenção:
 » Exercer a administração interna da edificação ou conjunto de edifica-
ções, no que respeita à sua vigilância, moralidade e segurança, bem 
como aos serviços que interessam a todos os moradores;
 » Praticar os atos que lhe atribuírem as Leis, a Convenção e o Regimen-
to Interno;
 » Impor multas estabelecidas na Lei, na Convenção ou no Regimento Interno;
 » Cumprir e fazer cumprir a Convenção e o Regimento Interno, bem como 
executar e fazer executar as deliberações da Assembleia;
 » Prestar contas à Assembleia dos condôminos;
 » Manter guardada durante o prazo de 5 anos, para eventuais necessidades 
de verificação contábil, toda a documentação relativa ao condomínio. E 
por aí vai.... quanta responsabilidade e ainda tem que saber fazer?
É preciso saber que:
COM + DOMÍNIO indica a circunstância de ser a propriedade pertencente a 
mais de uma pessoa.
31
cartilha de informações técnicas
É o direito simultâneo tido por várias pessoas sobre o mesmo objeto, inci-
dindo tal direito não sobre uma parte determinada, mas sobre a fração ideal, 
segundo a força do direito próprio de cada pessoa.
Tem a propriedade exclusiva ou autônoma e a comum ou de todos e aí que 
está a parte de maior aditivo para o síndico.
Um edifício é um grande sistema composto por vários subsistemas que in-
teragem direito com o meio e nesta inter-relação surge o desgaste natural que 
deriva do desgaste dos equipamentos, fazendo com que a manutenção seja 
crucial para o bom funcionamento desta engrenagem.
Não tem como conhecer todas as áreas, porém uma coisa é certa, uma boa 
administração se faz em delegar atribuições a pessoas qualificadas.
Cabe ao síndico se munir de profissionais habilitados para verificar as con-
dições e determinar as medidas corretivas e até preventivas que se fizerem ne-
cessárias para a boa vida do imóvel e de seus usuários.
Uma gestão operacional detém vários tipos de intervenções desde uma repara-
ção, uma modernização, uma conservação, uma restauração e até uma demolição.
Necessário se fazer identificar a origem do problema, seu grau de risco para 
elaboração de um plano de ação e um cronograma físico financeiro acomodado 
a disponibilidade financeira do condomínio.
Portanto a seriedade é o ponto chave, não se pode alegar desconhecimento, 
não se pode ser negligente ou passar a responsabilidade para a Municipalidade, 
cabe ao Síndico, legítimo representante do condomínio, se munir de profissio-
nais capacitados.
Um edifício é um grande sistema composto por vários subsistemas que se 
interagem direto com o meio ambiente e o ser humano e nesta inter-relação 
surge o desgaste natural que deriva na deterioração dos equipamentos, fazen-
do com que a manutenção seja crucial para o bom funcionamento desta engre-
nagem.
É necessário que se planeje que se estabeleça um plano de manutenção 
onde estratégias e graus de riscos sejam determinados com conhecimento 
e responsabilidade.
A relação dos componentes e equipamentos dos diversos sistemas constru-
tivos a serem inspecionados deverá apresentar complexidade compatível com 
o tipo de edifício em questão, bem como, com o nível de inspeção estabelecido.
Também os critérios de classificação das anomalias constatadas em uma Ins-
peção predial, a real e efetiva conscientização que deverão declinar do simples 
reparo à Manutenção coercitiva, e evitar, se não o risco aos usuários da edifi-
cação por uma vertente à inviabilidade econômica ou técnica de recuperação 
32
CREA-RN
profilática por outra.
Você precisa ver seu condomínio como uma empresa, se está afinal, lidando 
com os patrimônios de várias famílias e nem sempre o baratinho é o ideal... já 
ouvimos de há muito, o jargão popular que o barato sai caro.
O critério utilizado para elaboração de inspeções prediais baseia-se na aná-
lise do risco.
A análise do risco consiste na classificação das anomalias detectadas nos 
diversos componentes de uma edificação, quanto ao seu grau de urgência, re-
lacionado com fatores de conservação, depreciação, saúde, segurança, funcio-
nalidade e dos sistemas da edificação.
Usar da atividade da Inspeção predial com toda a gama de atividades de ins-
trumentação de administração condominial tornar-se-á eficiente e adequado.
uma metodologia deve se deter em:
 » determinação do nível e tipo de inspeção;
 » exame da documentação;
 » inspeção dos tópicos da listagem de verificação;
 » classificação do grau de urgência;
 » indicação das recomendações; e
 » classificação do escopo de conservação.
Esta técnica é multidisciplinar e deve ser feita com profissional especializado 
circunstanciado por ART – Anotação de Responsabilidade Técnica.
Alguns segmentos a serem inspecionados: muro de arrimo; drenagem do 
terreno; fundações visíveis; instalações de gás; hidrossanitárias; elétricas; sis-
tema de SPDA – Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas; cobertura; 
impermeabilizações; revestimentos; sistema de automação; elevadores; pre-
venção e combate a incêndio; potabilidade da água; acessibilidade; níveis de 
ruído e iluminação etc.
A classificação quanto ao grau de urgência deuma anomalia deve sempre ser 
fundamentada, considerando os limites e os níveis da Inspeção Predial realizada.
CRÍTICO: Risco iminente contra a saúde e segurança;
REGULAR: Risco a funcionalidade;
MÍNIMO: Risco de desvalorização precoce.
As recomendações técnicas pertinentes, consoantes com a classificação de-
33
cartilha de informações técnicas
terminada, indicam as medidas corretivas e preventivas que darão subsídios à 
elaboração de um plano de manutenção.
Isto não impede que se estabeleça interdição em parte da edificação, 
visando garantir a integridade dos usuários, quando do surgimento de situ-
ações de grau de urgência crítico, em setores específicos e destacados do 
restante do empreendimento inspecionado.
Este trabalho revela a legítima situação do imóvel, direcionando com 
profissionalismo as ações de manutenção e contribuindo para a economia, 
preservação e principalmente valorização do seu patrimônio como um todo.
Se você usa este instrumento, terá ou alcançará indubitavelmente um 
tempo maior de vida da edificação e principalmente, com mais qualidade.
2. CONCEITUAçãO TéCNICA
O grau de entendimento e conhecimento técnicos dos gestores dos con-
domínios é quase que inexistente.
Com o crescimento dos grandes centros urbanos e suas verticalizações 
e a falta de preparo para o atendimento de suas reais necessidades, aliado 
com a degradação natural, tem sido o maior motivo para a divulgação desta 
modalidade que é a INSPEçãO PREDIAL.
Usar da atividade da Inspeção predial com toda a gama de atividades de 
instrumentos de administração condominial tornar-se-á eficiente e adequado.
O problema mais grave é a tardia intervenção pelo real desconhecimento 
e as decorrentes correções e manutenções inadequadas ou consertos “ba-
ratinhos”, mas sem qualidade, e na maioria das vezes reincidentes.
Esta ferramenta revela a legítima situação do imóvel, direcionando com pro-
fissionalismo as ações de manutenção e contribuindo para a economia, preserva-
ção e principalmente valorização do seu patrimônio, e a falta é o inverso.
Quando se usa este instrumento, de maneira correta, se alcança indubi-
tavelmente um tempo maior de vida da edificação e principalmente, com 
mais qualidade.
O custo de uma intervenção aumenta de forma drástica e dramática, na 
medida em que tratamos a instalação com menor atenção, cuidado e negli-
gência, espaçando as manutenções, por conseguinte o dispêndio será maior.
Façamos um comparativo de nossas construções como o nosso organis-
mo.... ele precisa de cuidados, ele envelhece, ele necessita de um check-up.
34
CREA-RN
A Inspeção Predial é o check-up do condomínio.
Quanto mais cedo se identificar, melhores resultados você tem. O bom 
senso e a relação custo-benefício são predominantes.
há necessidade de avaliações periódicas, conforme a idade do imóvel e 
o tipo da construção, contando seu uso adequado e apontando as descon-
formidades que sendo programadas, possibilitam custos menos onerosos, 
sendo a outra vertente abalizadora o estado de conservação.
Este assunto teve início em 1999 num Congresso Brasileiro de Avaliação 
e Perícias de Engenharia – COBREAP, em Porto Alegre, onde o objeto era 
sistematizar as vistorias em prédios, sendo que o caráter de vistoria estava 
voltado à manutenção corretiva e preventiva.
Sua definição foi instalada com o texto de vistoria da edificação para avaliar 
suas condições técnicas, funcionais e de conservação, visando orientar a ma-
nutenção.
Em sua evolução foram acrescidos aspectos de sustentabilidade, acessibi-
lidade e visão tripartite da própria inspeção, ou seja, técnica, manutenção e 
funcionalidade.
Existem outras ferramentas, também necessárias dependendo da situação 
e abordagem de trabalhos a serem estudadas em um condomínio como, por 
exemplo:
ARbITRAMENTO que é a atividade que envolve tomada de decisão ou posi-
ção entre alternativas, tecnicamente controversas ou que decorre de aspectos 
subjetivos.
AVALIAçãO que é a atividade que envolve a determinação técnica do valor 
qualitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento.
PERÍCIA que é a atividade que envolve a apuração das causas que motiva-
ram determinado evento ou da asserção de direitos.
LAUDO que é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que 
observou e dá suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos, funda-
mentadamente.
AUDITORIA sendo o atestamento técnico de conformidade de um fato, con-
dição ou direito relativo a um objeto.
CONSULTORIA, a prescrição técnica a respeito de um fato, condição ou di-
reito relativo a um objeto.
VISTORIA que é a constatação de um fato, mediante exame circunstancia-
35
cartilha de informações técnicas
do e descrição minuciosa dos elementos que constituem, sem a indagação das 
causas que o motivam.
E por fim a INSPEçãO é a análise técnica de fato, condição ou direito relativo 
a um objeto, que mais se enquadra nos edifícios, portanto:
 » as Vistorias constatam;
 » as Auditorias atestam;
 » as Perícias apuram causas;
 » as Consultorias se servem de todos os conhecimentos anteriores para 
fazer as prescrições técnicas.
As inspeções analisam, ou seja, técnica, uso e manutenção visando orientar 
a qualidade predial total.
A técnica é o levantamento de todas as anomalias construtivas do prédio, 
quer de produtos, quer dos sistemas, e suas análises de desempenhos.
O uso determina as anomalias funcionais e analisa o desempenho das con-
dições de ocupação, segurança e meio ambiente e por fim a manutenção apura 
as falhas e avalia os métodos empregados, os processos de operação, as vanta-
gens e desvantagens.
De conformidade com as Normas de Inspeção Predial do IBAPE-SP e do IBA-
pE NACIONAL, os trabalhos podem ser definidos em três níveis de classificação:
NÍVEL 1 – identificação das anomalias e falhas aparentes, elaborado por pro-
fissional habilitado.
NÍVEL 2 – vistoria para identificação de anomalias e falhas aparentes eventu-
almente identificadas com o auxílio de equipamentos ou aparelhos, bem como 
análises de documentos técnicos específicos, consoantes a complexidade dos 
sistemas construtivos existentes. Neste nível a inspeção predial será elaborada 
por profissionais habilitados em uma ou mais especialidades.
NÍVEL 3 – equivalente aos parâmetros definidos para a inspeção anterior, 
porém, acrescida de auditoria técnica conjunta ou isolada de aspectos técnicos 
de uso e de manutenção predial, além de orientação no plano de manutenção 
com melhoria de ajuste de procedimentos.
Fica claro que a definição dos níveis depende do profissional ou profissionais 
contratados e da situação do bem, classificando aqui a
 » Idade do imóvel;
 » A complexibilidade dos sistemas instalados;
36
CREA-RN
 » A existência ou não de plano de manutenção;
 » A tipologia construtiva, ou seja, o padrão do empreendimento, visando 
o estado de conservação geral na data da vistoria.
Antes, porém a explicação do que é ANOMALIA e o que é FALhA.
Anomalia é o vício construtivo.
Ela pode ser proveniente de erros de projetos, materiais e execução deno-
minada ENDÓGENA, originária da própria edificação, ou decorrente de danos 
causados por terceiros
EXÓGENAS, fatores externos,
FUNCIONAL oriunda da degradação, do uso e término de vida útil de ele-
mentos e sistemas, e
NATURAL, danos causados pela natureza, fenômenos previsíveis ou imprevisíveis.
Falha é o vício de manutenção.
A falha se classifica no PLANEJAMENTO proveniente de falha nos programas 
e manuais apresentados, especificações inadequadas de plano de manutenção, 
sem fundamentação técnica, de uso, de operação, dados incongruentes que 
não se tem confiabilidade nas especificações.
Na EXECUçãO, associadas a este item atividades descritas no plano de ma-
nutenção quanto ao uso inadequado de procedimentos.Na OPERAçãO, registro e controle alienados às atividades pertinentes.
No GERENCIAMENTO com irregularidade de controle de qualidade e falta 
de acompanhamento de custos.
A inspeção, portanto levanta o estado de conformidade e não conformidade 
de uma edificação.
Existe também uma metodologia que foi definida quanto a criticidade, ou seja, 
há a necessidade de se definir na inspeção se o impacto é irrecuperável, ou seja 
relativo a risco contra a saúde, a segurança do usuário e ao meio ambiente, bem 
como a intervenção imediata na perda excessiva de desempenho, neste caso está 
definido como CRÍTICO. Se o impacto é parcialmente recuperável quanto a perda 
37
cartilha de informações técnicas
de função e desempenho e existe a probabilidade de programar uma interven-
ção a curto prazo, fica estabelecido como critério a condição REGULAR e por fim 
sendo o impacto recuperável, sem incidência ou probabilidade de ocorrência de 
riscos e programado intervenção a médio prazo.
3. FUNDAMENTAçãO LEGAL
Importante consignar a existência de duas NORMAS direcionadas para o as-
sunto que integral o rol da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT dire-
cionadas para o assunto.
Nb R 5674 – Manutenção de edificações – Requisitos para a gestão do sistema 
de manutenção.
Cabe destacar o que a norma citada, por Manutenção define, como,
“Conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a 
capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes a fim de aten-
der às necessidades e segurança dos seus usuários”.
NbR 14037 – Manual de uso, conservação e manutenção das edificações – Re-
quisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos.
O grupo de trabalho pós-obra, formado por empresas participantes do Comi-
tê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do Sinduscon/SP (Sindicato da Indústria da 
Construção Civil do Estado de São Paulo) propôs à ABNT – Associação Brasileira 
de Normas Técnicas, a revisão destas Normas, tendo em vista a sua necessidade 
de adequação às práticas atuais do setor imobiliário e à Norma de desempenho 
de Edificação, válida a partir de maio de 2010.
A Comissão de Estudo de Manutenção de Edificações (CE-02:140.01) respon-
sável já deu início aos trabalhos de revisão.
O Comitê Brasileiro de Construção Civil – Cobracon elabora, divulga e difunde 
as normas técnicas para o setor da construção civil.
Nossa cultura sempre se voltou ao corretivo, até porque, nossos prédios eram 
novos. Com o passar do tempo, os investidores começaram a se preocupar com o 
tempo de vida, com as garantias e o padrão das construções.
Surge, no entanto o conceito da Norma de Desempenho.
A Norma estabelece critérios e métodos de avaliação de Desempenho para os 
principais sistemas que compõem um edifício.
Sua publicação terá um impacto em todo o processo construtivo e até mesmo 
no pós-venda.
38
CREA-RN
A Norma de Desempenho identificada por NbR 15575 possui 6 sub-itens que 
se descrevem:
NBR 15575-1 – requisitos gerais.
NBR 15575-2 – requisitos para os sistemas estruturais.
NBR 15575-3 – requisitos para os sistemas de pisos internos.
NBR 15575-4 – requisitos para os sistemas de vedações verticais exter-
nas e internas.
NBR 15575-5 – requisitos para os sistemas de cobertura.
NBR 15575-6 – requisitos para os sistemas hidrossanitários.
Cada um desses itens traz requisitos de Desempenho com critérios e méto-
dos para se fazer avaliações, com seus parâmetros preestabelecidos.
O foco desta Norma está na evolução e a forma de incidir em menos erros, 
propiciando a ausência ou pelo menos a não constância de sinistros, queda de 
estruturas, incêndios e colapsos com riscos ao nosso bem maior, A VIDA.
O mérito maior desta Norma Brasileira é a questão de entendimentos entre 
o produtor, o consumidor e o meio técnico.
Sua abordagem inicial é estabelecer uma sistemática de avaliação de tecno-
logias e sistemas construtivos de habitações, com base em requisitos e crité-
rios de Desempenho expressos nas Normas da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas – AbNT e Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade 
Industrial – INMETRO. Ou seja, focar o desempenho do ponto de vista do uso, 
independente do material construtivo e do produto.
Não se pretende prescrever os procedimentos de execução de obra,
referindo-se principalmente à durabilidade dela.
Serão descritos da mesma forma a integridade do sistema de cobertura 
ao longo de sua vida, dentro dos critérios de riscos ou as condições de salu-
bridade de ambientes internos em itens como segurança contra incêndio e 
risco de inflamação.
O custo-benefício fica transparente.
A previsão de níveis:
 » mínimo,
 » intermediário e
 » superior
propiciará ao consumidor um prazo de Garantia e Vida Útil diferenciado e 
39
cartilha de informações técnicas
a incorporadora/construtora poderá investir em tecnologias de conformidade 
com o valor proporcional do imóvel.
O outro lado da Norma em questão é o aspecto de preparação, reconheci-
mento e remuneração, adequados ao profissional – principalmente projetista 
que terá seu trabalho dobrado em carga/hora trabalhada nos projetos para 
atender a Norma.
O componente da Norma em apreço ficou essencialmente concebido para 
ser aplicado aos sistemas que compõem uma edificação de até cinco pavimen-
tos, podendo ser usada para outras quantidades de pavimentos, sempre que 
tecnicamente justificáveis.
Isto foi adotado por que a grande maioria das habitações brasileiras está 
neste rol. São os principais modelos de habitações de interesse social construí-
do com recursos públicos.
O texto base da norma abrange fundações, estruturas, paredes internas, fa-
chadas, coberturas, divisórias internas, pisos internos, sistemas hidráulico-sani-
tários, elétricos, gás, telecomunicações, condicionamento ambiental, transpor-
te, segurança e proteção.
Essa nova Norma se difere das outras já existentes em seu conceito.
É diferente da maioria das Normas Brasileiras, pois não se trata da en-
trada de como o produto deve ser empregado na obra, e sim de saída, 
regulamentando a forma como a edificação deve se portar depois da en-
trega ou “pós-venda”.
A iniciativa de criar essa Norma historicamente, teve seu início no antigo 
banco Nacional da Habitação – bNH, que depois virou Caixa, no Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas–IPT, Sinduscon e IBAPEs.
Enfim, pela comunidade técnica.
Todos deram e ainda dão as suas contribuições junto ao Comitê Brasileiro, 
responsável pela elaboração de normas técnicas de componentes, elementos, 
produtos e serviços na Construção Civil, abrangendo seus aspectos referentes 
ao planejamento, projeto, execução, método de ensaio, armazenamento, trans-
porte, operação, uso e manutenção.
A forma de estabelecimento do Desempenho é comum e internacionalmen-
te pensada por meio de definição de critérios qualitativos e métodos avaliató-
rios, permitindo fazer com facilidade sua mensuração.
Estas premissas não substituem as normas prescritivas, são complementares.
A Norma de desempenho vem com este objetivo, ou seja, atendimento às 
exigências da ISO – International Organization for Standardization, aos critérios 
40
CREA-RN
quantificáveis e mensuráveis por meios de métodos de ensaio, de avaliações e 
da classificação em níveis.
Esta Norma é a configuração da responsabilidade profissional, a exclusão do 
jeitinho impregnado no brasileiro e a necessidade de capacitação do profissio-
nal já habilitado para tal mister.
Ficará o Desempenho vinculado ao ponto de vista do uso, independente do 
material e ao produto empregado.
O mérito maior dessa Norma é a questão de entendimentos entre o produ-
tor, o consumidor e o meio técnico, por que muito se ganhará.
Será a composição de novas metodologias de projeto e de pesquisas de materiais.
O combate à informalidade, a melhoriada imagem da construção civil é uma 
questão até de marketing.
O que se pretende é realmente uma nova conceituação e adequação para 
uma vida útil com qualidade.
pela Norma, construtor, incorporador e projetista responsabilizam-se indis-
cutivelmente pelo prazo de garantia oferecido, indicando ainda, o tempo de 
vida útil para cada elemento, caso o programa de manutenção seja seguido.
Hoje, há uma confusão muito grande entre Vida Útil e Garantia.
E a Norma faz esta distinção.
VIDA ÚTIL se define na fase de concepção do empreendimento pelos arqui-
tetos em conjunto com os contratantes e usuários, cuja finalidade é nortear to-
dos os sistemas, elementos e componentes que serão especificados no projeto 
e PRAZO DE GARANTIA.
PRAZO DE GARANTIA é o tempo em que a probabilidade é grande de que, 
eventuais defeitos embutidos no produto em estado novo venham a se mani-
festar (falhas de fabricação, montagem ou instalação), que por consequência 
representam um Desempenho inferior àquele previsto.
Ao ser concluído, prevê-se que diminuirão os litígios, pois o usuário e o cons-
trutor terão documentos legais definidos se alguma patologia está ou não den-
tro do prazo oferecido pela construtora.
haverá parâmetros técnicos.
4. MANUTENçãO
há uma diferença a ser evidenciada.
Quando falamos em manutenção nos limitamos a informações fornecidas 
41
cartilha de informações técnicas
pelo dono do empreendimento ou seu gestor.
Quem faz a manutenção é controlado por uma regra estipulada por alguém. 
Ao passo que vistoria, ou mais especificamente, Inspeção predial é um conjunto 
de exames visuais para verificar a capacidade funcional da edificação.
E isto depende de uma avaliação diretamente proporcional à experiência do 
profissional ou profissionais, pois a mesma é multidisciplinar.
A Inspeção predial é a vistoria da edificação para determinar suas condições 
técnicas, funcionais e de conservação, visando direcionar o Plano de Manutenção.
Esta vistoria técnica tem por finalidade verificar as condições de desempe-
nho e determinar medidas corretivas e preventivas que se fizerem necessárias 
para a boa vida do imóvel e seus usuários.
Os profissionais do Sistema CONFEA/CREA mais preparados para tal mister 
são: o Arquiteto e o Engenheiro Civil, acostumados a gerenciar. Então, os ele-
mentos construtivos de uma edificação como um todo, sob sua tutela, que o 
Engenheiro Eletricista com a sua atribuição específica responde pela elétrica 
e para-raios, o Engenheiro Mecânico o sistema dos elevadores, por exemplo.
Importante salientar que, enquanto o profissional habilitado projeta e exe-
cuta, o perito inspetor, pela experiência detecta as anomalias, não só pela de-
gradação irreversível, etapa última, bem como, a sua formação e propagação.
Com isto se conclui que é necessário conhecimento técnico para se fazer a 
Inspeção Predial com bons resultados.
Há no mercado várias firmas que prestam serviços de manutenção predial, 
porém para que seja dada a ordem da Manutenção é necessário um plano de 
ação, feito pelo profissional que fez a Inspeção predial, dando as prioridades, 
identificando problemas que o desgaste e o uso impuseram.
“Estudos constatam que 66% das prováveis causas e origens dos acidentes 
em edificações com mais de dez anos, estão relacionados à deficiência com a 
manutenção, perda precoce de Desempenho e deteriorização acentuada”.
Conveniente enaltecer a importância da Manutenção predial ou de Edifica-
ções, pelos conceitos a seguir definidos:
“O conjunto de atividades e recursos que garanta o melhor Desempenho 
da edificação para atender as necessidades dos usuários, com confiabilidade 
e disponibilidade, ao menor custo possível ”.
“Manutenção é a combinação de ações técnicas e administrativas, incluindo 
as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no 
qual possa desempenhar uma função requerida”. NBR 5462/92 da ABNT.
A devida e necessária relevância ao tema são expressas segundo vários au-
42
CREA-RN
tores, enaltecendo ainda a Mantenabilidade, Confiabilidade e disponibilidade, 
que são:
Mantenabilidade é a facilidade de um item em ser mantido ou recolocado 
no estado no qual pode executar suas funções requeridas, sob condições de 
uso especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determi-
nadas e mediante procedimentos e meios prescritos.
Confiabilidade é a probabilidade de que um componente, equipamento ou 
sistema exercerá sua função sem falhas, por um período de tempo previsto, sob 
condições prescientes de operação especificadas.
Disponibilidade é a probabilidade de que um componente que sofreu ma-
nutenção exerça sua função satisfatoriamente para um dado tempo “t”, ou, 
mais resumidamente, a probabilidade de que o sistema esteja em condição 
operacional no instante “t”.
Segundo a NbR 5674, a manutenção deve ser orientada por um plano de 
Gestão da Manutenção, isto é, uma estratégia de ação que por sua vez, define 
as atividades que podem ser classificadas em preditivas, preventivas, corretivas 
e detectivas.
Manutenção Preditiva: é a atividade que visa ao estudo de sistemas e equi-
pamentos com análises de seus comportamentos em uso, a fim de predizer 
e apontar eventuais anomalias, além de direcionar e implementar os procedi-
mentos de manutenção preventiva.
Manutenção Preventiva: é a atividade que atua antecipadamente para que 
não haja a reparação.
São atividades programadas em datas preestabelecidas obedecendo, por-
tanto, a critérios técnicos e administrativos baseados em dados estatísticos ou 
do próprio histórico da manutenção realizada.
Manutenção Corretiva: é a atividade que visa à reparação, caracterizada 
por serviços planejados ou não, a fim de corrigir as falhas. Implica, necessa-
riamente, a paralisação de um sistema. pode consistir em uma intervenção de 
longo prazo ou não.
Manutenção Detectiva: é a atividade que visa apurar a causa de problemas 
e falhas para a sua análise, auxiliando nos planos de manutenção. É a Engenha-
ria de Manutenção ou Manutenção próativa.
43
cartilha de informações técnicas
Classificamos a Manutenção em vários tipos de intervenção:
CONSERVAçãO, que é uma atividade rotineira, realizada diariamente ou com 
pequenos intervalos de tempo, relacionada com a operação e limpeza dos edifícios.
REPARAçãO é a atividade preventiva ou corretiva, antes de se atingir o nível 
de qualidade mínimo aceitável.
RESTAURAçãO é a atividade corretiva, após ser atingido nível inferior à qua-
lidade mínima aceitável, ou seja, há perda significativa de performance, desem-
penho, podendo interferir na segurança do usuário.
MODERNIZAçãO é a atividade preventiva e corretiva, visando que a recupera-
ção de qualidade ULTRApASSE o nível inicialmente construído e projetado, fixando 
um novo patamar de qualidade e desempenho para a edificação e seus sistemas.
Não somente as Normas e Leis que preconizam os procedimentos como 
também nos regem como profissionais, mas os aspectos de envergadura Ética e 
o Código do Consumidor são restrições que limitam as escolhas.
Destarte, um único aspecto que devo reforçar é a seriedade, através da livre 
escolha, pois a concorrência é sadia.
O que importa é o despojamento da cultura, da esperteza, aquela do levar 
vantagem em tudo e buscar a eficiência, e a competência.
O trabalho e a relação custo/benefício mais vantajoso certamente, não é 
subsídio para determinação de quem deve verificar e manter seu patrimônio.
Uma vistoria preventiva com olhar técnico e seletivo, não apenas habilitado 
e sim, empenhado na capacitação e no bom senso e responsabilidade social, 
devem nortear toda e qualquer ação.
E como diz o dito popular: “deve-se tratar o mal pela raiz”, e uma informação 
errada ou displicente pode desvalorizar o seu Bem ou impor ainda que sua ade-
quação seja tão dispendiosa e assimmesmo reincidente após um considerável 
decurso de tempo.
Normalmente se faz uso de tabela de honorários, e que segue padrões.
Não podemos aquilatar o tempo de uma vistoria, isto é muito variável.
Cada imóvel tem sua vida e às vezes o que pode parecer simples poderá 
requerer uma atenção maior.
Não obstante aos prédios de uso comercial, apresentar uma população flu-
tuante e maior, em detrimento de outro residencial, com potencial de risco me-
nor, ambos os sistemas, porém, devem receber igual atenção e envolvidos de 
acuidade específica e especial.
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CREA-RN
De qualquer forma estamos lidando com vidas humanas e sua segurança 
não deve ser desconsiderada ou menosprezada, nem tão pouco a valoração 
patrimonial.
Desconsiderando a má execução, toda a construção tem um tempo de Vida 
Útil. Se não é pelo aspecto da decrepitude, ou obsoletismo quando cuidada de 
maneira correta, pode ter um longo tempo de Vida. O que podemos dizer das 
construções europeias?
Não se conhece todas as áreas, porém uma coisa é certa, uma boa adminis-
tração se faz em delegar atribuições às pessoas qualificadas.
Cabe ao condomínio, através de seu representante legal, o Síndico, se munir 
de profissionais habilitados para verificar as condições e determinar as medidas 
corretivas e até preventivas que se fizerem necessárias, em atenção a satisfa-
ção do pós-uso.
Uma gestão operacional pode deter vários tipos de ingerência desde uma 
simples reparação, uma modernização, uma restauração ou até uma demoli-
ção, se necessário.
Identificar a origem do problema, e seu grau de risco, para elaboração de um 
plano de Ação e um cronograma físico financeiro adequando a disponibilidade 
financeira do condomínio.
Portanto, a seriedade é o ponto-chave, não se pode alegar desconhecimen-
to ou ser negligente ou ainda passar a responsabilidade para outrem, quando 
de eventuais sinistros.
A água, por exemplo, é o essencial de nosso organismo, mas também é o 
infortúnio da construção civil.
A patologia mais grave é a que vai aos poucos como um câncer que, quan-
do constatada a olho nu já tomou parte do arcabouço estrutural, desplacando 
inclusive as pastilhas de uma fachada, por uma vertente. por outra podem tam-
bém, ser decorrentes de processos de infiltrações meramente superficiais, cabe 
ao profissional responsável pela Inspeção predial averiguar.
5. ESTRATéGIA DE IMPLEMENTAçãO
É comum nos condomínios verticais ou horizontais a participação efetiva 
do zelador ou porteiros que se reportam à administradora, ou ao seu sín-
dico para tomadas de decisões de uma maneira informal e despreparada.
O que precisa-se ter ciência é que a falta de profissionalismo tem um 
custo muito maior.
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cartilha de informações técnicas
Para uma verificação adequada é necessário que se tenha conhecimen-
to específico, porque se encontrados problemas ou verificado sintomas de 
importante interferência, como numa necessidade de um ensaio tecnoló-
gico, esta avaliação não pode ser feita por leigo.
Da mesma forma a conformidade ou não conformidade de atendimen-
tos diversos como o Código de Posturas ou de Obras de cada Cidade, e as 
Normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
É necessário que se veja o condomínio com os olhos de investimento, 
ou seja, resolver o problema pela raiz e valorizar o patrimônio.
Independentemente das construções verticalizadas que é hoje o objeto 
de maior empenho, pela quantidade, os procedimentos da Inspeção Pre-
dial para os demais usos como: Locais de Reunião (Igrejas, Cinemas, etc.), 
Escolas, Prédios Públicos, hospitais etc., são instrumentos inevitáveis para 
nossa realidade.
A Inspeção Predial dependendo de sua necessidade e do grau de sua 
qualificação é uma atividade MuLTIDISCIPLINAR, ou seja, envolve profis-
sionais de diversas áreas.
A Inspeção Predial é uma ferramenta que demonstra tecnicamente a 
necessidade de reparos ou substituições dentro de uma programação de 
manutenção, e afinal o que é programado torna-se viável.
Esta expertise e seus processos recaem sobre os Engenheiros Civis, Ar-
quitetos, Engenheiros Mecânicos, Engenheiros Eletricistas etc.
A vistoria busca verificar e relatar vícios construtivos ou de manutenção 
e problemas com o Bem, observando o estado das estruturas, da cober-
tura, da fachada, dos revestimentos, das instalações elétricas, do SPDA – 
Sistema de Proteção a Descargas Atmosféricas, das instalações hidráulicas 
aparentes, eventuais vazamentos de água e possíveis infiltrações, da con-
servação de caixilhos, dos componentes estruturais visíveis, entre outros.
A complexidade e grau de deterioração do imóvel determinarão o esta-
do de conservação e Grau de urgência da solução das anomalias e falhas 
especificadas anteriormente.
Importante ressaltar que o relatório fotográfico é mister à compreen-
são de todo o processo, comprovação da deformidade e a junção da ART 
– Anotação de Responsabilidade Técnica de cada profissional envolvido, 
confirmando a integridade das informações prestadas.
há necessidade de avaliações periódicas, conforme a idade do imóvel e 
o tipo da construção, contando seu uso adequado e apontar as desconfor-
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CREA-RN
midades que sendo programadas, são menos onerosas.
O caminho é o chamamento de profissionais para definir os parâme-
tros de cada Município, e para a elaboração de regras a serem observadas 
quanto a Inspeção Predial, pois, cada qual tem as suas especificidades.
O que se deve mudar é a cultura, propiciando uma postura de coisa certa.
6. RESULTADO
Existe em vários municípios pelo Brasil afora, Leis que preveem a verifi-
cação através da Inspeção Predial em todas as edificações pós-uso, ou seja, 
já ocupadas, estipulando prazos e validades, isto variando pela idade e uso 
de cada edificação.
Esta análise possibilita identificar a real situação do empreendimento, per-
mitindo um planejamento de gastos proveniente de manutenções adequadas, 
priorizadas através de um plano de ação.
Se existe um uso adequado, a sua função e seguro só pode valorizar ainda 
mais o patrimônio, e isto está diretamente relacionada ao correto gerencia-
mento de sua manutenção e conservação com custos reduzidos.
“Em muitos empreendimentos vistoriados não há ou são deficientes os diag-
nósticos dos problemas encontrados”.
“As reavaliações de procedimentos corretivos tornam-se ineficientes, geran-
do retrabalhos contínuos, além de agravar o problema existente”.
“Em decorrência da inexistência ou deficiência dos diagnósticos realizados 
junto as anomalias e problemas nas instalações, há o prejuízo quanto à análise 
do Grau de urgência nos reparos a serem realizados”.
7. CONCLUSãO
E o nosso personagem agora consciente do “balaio de gatos” que estava 
por acontecer, vai contratar um profissional habilitado, permitindo que se 
faça em seu condomínio uma Inspeção Predial correta e um Plano de Manu-
tenção adequado.
Ficou também “esperto” na cobrança de seus representantes legais que le-
gislam em seu município para solicitar a obrigatoriedade das Inspeções Prediais 
com uma visão correta e preventiva.
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cartilha de informações técnicas
8. REFERêNCIAS
GOMIDE, T.L. Ferreira; FAGuNDES NETO,J.C.P; GuLLO M.A Engenharia Diag-
nóstica em Edificações. São paulo: pINI
GOMIDE, T.L. Ferreira; PuJADAS, F.Z.ª; FAGuNDES NETO, J.C.P. Técnicas de 
Inspeção e Manutenção Predial. São Paulo: PINI.
IBAPE|SP. Inspeção Predial – Check-up predial: guia da boa manutenção. 1. e 
2. Eds. São paulo. pUJAdAS, Flávia. Inspeção predial. XV CObREAp, set.2009.
PuJADAS, Flávia; KALIL, Marli Lanza. Construção- Mercado, São Paulo: PINI.
Stimabr@stimabr.com – www.stimabr.com
VELLOSO NETO, Z. Ponto de Vista. Revista AABIC,a. VII, n.82, p.09, mar.2000.
9. AUTOR
Vera Lúcia de Campos Corrêa Shebalj
ARQuITETA e uRBANISTA, ENGENhEIRA DE SEGuRANçA DO TRABALhO
E-mails:proojekt@creapr.org.br / proojekt@gmail.com
 » Graduação 1978 na Faculdade de Arquitetura e urbanismo FAu – Farias 
Brito/SP
 » Pós-graduação em ENGENhARIA DE SEGuRANçA DO TRABALhO Cefet/
PR/uTFPR 04/05
 » Pós-graduação em AVALIAçãO E PERíCIAS DE ENGENhARIA IBAPE/
MOuRA LACERDA 09/10
 » presidente do IbApE-pR – Instituto brasileiro de Avaliações e perícias do 
Paraná – gestão 2007/2009 e
 » reeleita no biênio 2009/2011
 » Vice-presidente IBAPE NACIONAL eleita para gestão 2010/2011
 » Conselheira suplente da Câmara especializada de Arquitetura do CREA 
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CREA-RN
PR gestão 2007/2009
 » Presidente da Comissão de Avaliação, Vistoria e Perícia do CREA-PR – 2009
 » Presidente da Comissão de Mediação e Arbitragem do CREA-PR – 2009
 » Secretaria da Comissão de Acessibilidade do CREA-PR – 2009
 » Membro da Organização do Congresso Estadual do Paraná – COE-2010
 » perita Judicial e Extrajudicial atuando nas Comarcas de Curitiba e São paulo
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cartilha de informações técnicas
CAPÍTULO 3
INSTALAçÕES
PROVISÓRIAS
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CREA-RN
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cartilha de informações técnicas
1. DIVERSãO COM SEGURANçA
Objetivo
O objetivo é tornar visível a importância de um programa de Segurança 
em Parques de Diversões, áreas de Lazer e Reuniões Públicas, como forma de 
estruturar uma consciência prevencionista, buscando com isso, sugerir instru-
mentos para este controle, principalmente para aquelas empresas que em ge-
ral ainda não estão integradas a esta nova visão. O controle efetivo dos riscos 
em máquinas, equipamentos e instalações de reunião pública envolve grande 
parte do moderno contexto da Engenharia, inserido com vital importância na 
implantação dos programas de proteção à saúde dos usuários da indústria de 
diversões, proporcionando assim maior conforto e segurança a todos os envol-
vidos, precipitando desta forma o crescimento desta atividade.
Frente ao mercado consumidor nacional, não haverá espaço para Empre-
sas de diversões que não adotarem ações de prevenção, independente de seu 
porte, pois diante da aplicação das normas inerentes (Código de Obras, Normas 
Regulamentadoras, Código do Consumidor, CREA, ABNT, Corpo de Bombeiros 
dentre outras), as Empresas de Diversões deverão adequar-se ao momento, por 
motivo de sobrevivência.
A meta final, então, é fazer da prevenção de acidentes, doenças, perdas pa-
trimoniais e ambientais, parte integrante da cultura organizacional.
52
CREA-RN
2. JUSTIFICATIVA
A falta de um enquadramento legal para todos os equipamentos que são ins-
talados em parques de diversões seja de natureza fixa ou itinerante é um grande 
problema. Este procedimento seria essencial para o proprietário poder submeter 
o seu equipamento a uma fiscalização que contemplasse testes de segurança. 
uma vez que não existe uma obrigação legal, o dono não tem de sujeitar o seu 
equipamento a perícias técnicas, que deveriam ser feitas por laboratórios voca-
cionados para este tipo de inspeções. Trata-se de uma “omissão clara do Estado”, 
que assume proporções ainda mais graves porque estas estruturas são cada vez 
mais sofisticadas. O risco aumenta à medida que estes equipamentos evoluem.
Ainda que acidentes envolvendo brinquedos de parques de diversões não 
sejam (felizmente) um fato comum, entendemos que a prevenção de acidentes 
é sempre preferível, ainda mais quando há crianças envolvidas, uma vez que 
estas são as principais vítimas já que são as principais usuárias.
Surge então a necessidade de desenvolvimento de um projeto de lei que 
obrigue os responsáveis pelos parques de diversões a preocuparem-se mais 
com a segurança de seus usuários. E as prefeituras têm papel fundamental 
neste processo educativo de conscientização da importância de se assegurar 
a segurança do usuário e também na questão de fiscalização da segurança das 
instalações, questão esta de suma importância. A formação de uma equipe téc-
nica multidisciplinar para o trabalho de identificação de áreas de risco é de in-
teresse da comunidade, e pode contribuir para a boa imagem do município, já 
que este se preocupa com a segurança de seus cidadãos e de suas instalações.
Nos casos em que fique comprovado o funcionamento irregular de tais par-
ques é necessário não só sua imediata interdição como também a imposição de 
significativa multa por cada dia de desrespeito à legislação municipal.
Acreditamos que as instalações dos parques de diversões são de suma im-
portância para o lazer da comunidade, no entanto, procurar garantir a seguran-
ça e saúde dos nossos munícipes, é necessário.
A diversão nos parques oferece risco de grau elevado aos usuários, partin-
do-se da premisssa de que não existem mecanismos que garantam de forma 
efetiva que as máquinas que operam os brinquedos e demais instalações este-
jam em perfeito estado para o funcionamento.
Estas são as razões que nos levam a vislumbrar a necessidade da estrutura 
53
cartilha de informações técnicas
supracitada, objetivando garantir em primeira instância um lazer com seguran-
ça e saúde para os nossos cidadãos.
3. CONCEITUAçãO TéCNICA
pARQUES dE dIVERSÕES são todas as instalações cuja finalidade seja a pro-
moção de entretenimento e lazer ao público, mediante a utilização de equi-
pamentos mecânicos ou eletromecânicos, rotativos ou estacionários, mesmo 
que de forma complementar à atividade principal, a exemplo de circos, teatros 
ambulantes, envolvendo montagem e desmontagem de equipamentos e estru-
turas diversas, como arquibancadas, e que possam, por mau uso ou má conser-
vação, colocar em risco a integridade física de funcionários ou usuários.
§ 1º PARQuES DE DIVERSÕES ESTACIONáRIOS, ou seja, aqueles cujas instala-
ções permanecem, por tempo indeterminado, no mesmo local.
§ 2º PARQuES DE DIVERSÕES ITINERANTES, nos quais as montagens e des-
montagens dos equipamentos se fazem sucessivamente em lugares alternados.
CIRCOS são recintos circulares, coberto, cercado de lona apoiadas sob es-
truturas metálicas, sustentadas por esticadores de cabo de aço destinados a 
apresentações artísticas.
ARQuIBANCADAS estruturas metálicas montadas por uniões parafusadas 
que visam assentar a população em desfiles e espetáculos públicos abertos.
4. FUNDAMENTAçãO LEGAL
Primordialmente segue os princípios do Código de Defesa do Consumi-
dor (Lei 8.078/90). Ele garante a proteção da vida, saúde e segurança contra 
os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços 
considerados perigosos ou nocivos e o direito à informação adequada e cla-
ra sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como so-
bre os riscos que apresente.
Essas empresas devem ser consideradas como prestadores de serviço, já que 
cobram pela utilização de suas instalações e aparelhos, pelos consumidores.
Por essa razão devem estar atentos ao Código do Consumidor, pois na 
qualidade de prestadores de serviços devem responder por qualquer dano 
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CREA-RN
ou prejuízo que esses serviços possam causar aos seus usuários. Ao mesmo 
tempo também são consumidores, pois adquirem inúmeros produtos para 
incorporação de seu patrimônio.
Entre as penalidades previstas estão: a interdição do brinquedo ou do 
equipamento; a suspensão temporária da atividade; e a interdição, total ou 
parcial, do estabelecimento.
A deliberação Normativa 1/1995-CEEMM e CEEE, do CREA-RN, fixa critérios 
relativos à obrigatoriedade de responsável técnico pelas instalações e manu-
tenções de parques de diversões a fim de preservar a segurança e conforto dos 
usuários e funcionários de parques de diversões.
Outras Legislações sobre o assunto:
- Código do Consumidor;
- Normas Regulamentadoras (NRs) – Consolidação das Leis do Trabalho 
 relativas à Segurança e Medicina do Trabalho;
- Código de Obras;

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