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1 Semiologia ginecológica e atenção preventiva a mulher Os objetivos da nossa aula é de facilitar o entendimento sobre a semiologia para uma eficiente atenção à saúde da mulher. Temos como objetivos específicos: compreender as características biopsicossociais da mulher durante a consulta ginecológica, conhecer os passos da anamnese dirigida, entender a sequência e direcionamento do exame físico em ginecologia. A semiologia ginecológica em específico, é o estudo das modificações funcionais e das doenças mamárias e do aparelho genital feminino. A avaliação semiológica ela começa com o acolhimento a nossa paciente, nesse momento é preciso que a gente faça uma avaliação integral, que inclui um olhar atento a paciente, um olhar compreensivo, uma atitude tranquila da nossa parte, livre de julgamentos e de preconceitos. Então a gente fala isso em todas as clínicas, mas em específico na ginecologia nós precisamos estar mais atentos a essa questão dos olhares, dos julgamentos e de preconceito, porque a paciente ela vai despir para a gente a sua intimidade. Então é importante uma postura ética, moral, uma visão holística da paciente e avaliar com competência, mostrar interesse e sempre preservar a privacidade da paciente. Anamnese: trazer à memória fatos, então a entrevista a gente tem a oportunidade de trazer fatos importantes para a prática médica que vai nos guiar no diagnóstico e no tratamento adequado de acordo com a condição da paciente. É o momento em que nós temos o primeiro contato médico-paciente, então é importante estabelecer uma confiança, usar palavras fáceis, observar linguagem corporal não-verbal da paciente, a postura dela, a aparência, expressão facial, dificuldades motoras que a paciente tenha para que a gente possa facilitar na hora do manuseio da paciente no exame físico também. E a gente compreender, ter uma visão integral da nossa paciente para que a gente possa compreender o objetivo real dela estar na consulta, porque muitas vezes a paciente não vem por um problema em si, mas se mostra retraída, se mostra triste, tímida. Então isso pode ter alguns problemas por trás e é um momento de avaliar essa paciente como um todo. E não esquecer da valorização do prontuário que é muito importante, sempre fazer o registro minucioso das informações. Durante a nossa anamnese é importantíssimo não pular etapas, fazer identificação, QPD, HDA, antecedentes pessoais e familiares, ginecológicos, obstétricos, medicações em uso, hábitos de vida e revisão de sistemas. Na identificação temos que tratar pacientes sempre pelo nome, registrar data e hora do atendimento, número de prontuário, avaliar a profissão da paciente tendo em vista que algumas profissões elas podem interferir também no estilo de vida e em algumas patologias, como por exemplo, as pacientes que são atletas de alto rendimento são pacientes que podem ter amenorreia, pacientes que podem ser profissional do sexo que a gente (vamos encontrar muito nos nossos ambulatórios), então é importante o nível de profissão da paciente. O estado civil, hoje em dia a gente fala mais sobre a parceria sexual, então avaliar o estado civil é importante para saber se a paciente ela tem parceiro único ou múltiplos parceiros. O tipo de exposição que essa paciente tem. A idade para pontuar as doenças mais prevalentes de acordo com cada faixa etária. Infância vulvovaginite Adolescência distúrbios menstruais, gestações indesejadas e infecções geniturinárias Fase adulta dor pélvica, infertilidade, vulvovaginites, alterações do ciclo gravídico-puerperal, enfermidades benignas mamárias e sangramento anormais* Senilidade predominam distopias genitais, incontinências urinárias, doenças CV e neoplasias, além da osteoporose *sangramentos anormais é a grande queixa dos ambulatórios de ginecologia Definir a cor da paciente, a gente sempre pergunta para a paciente que cor ela se define e aí a gente pode citar algumas doenças prevalentes em algumas raças, como por exemplo osteoporose mais em mulheres asiáticas, miomas e pré-eclâmpsia mais em mulheres negras. Definimos essa parte somente para avaliar as doenças prevalentes. A queixa principal, durante a consulta ginecológica nem sempre vai ser um problema, um sintoma. Muitas vezes ela vem por rotina, por prevenção. • Rotina, prevenção, planejamento familiar, pré- natal Mas os principais sintomas presentes no nosso ambulatório serão: sangramento genital, dor pélvica e corrimento vaginal. Essa é a rotina do consultório ginecológico. Os sintomas mais prevalentes nas mulheres em qualquer faixa etária, alguns direcionando mais para um do que outros dependendo da faixa etária, mas vai estar presente sempre. É importante que a gente determine a relação dele com o ciclo menstrual, acontece durante o ciclo ou fora do ciclo? A duração desse sangramento, a intensidade - se a paciente sabe pontuar- quanto absorventes usa, se chega a usar fralda, se escorre, se suja durante a noite principalmente. As características macroscópicas desse sangramento, se 2 tem coágulos ou produto gestacionais ou pedaços, assim como ela referir. Se houve trauma pélvico e aparecimento foi durante a relação sexual ou coito, se ela usa anticoncepcional ou terapia hormonal, anticoagulação, se usa DIU e se tem a história de sangramentos agudos de outras origens. Esses termos eles dizem respeito ao tempo de sangramento apresentado pela paciente. • Menstruação: é o sangramento cíclico que acontece entre 24 a 35 dias, durando 2 a 7, não excedendo um volume de 20 a 80ml • Menorragia: fluxo menstrual mais excessivo, vai acontecer durante o período menstrual, mas é um fluxo que excede 80ml sem aumento do número de dias e sangramento uterino irregular fora do período menstrual. De origem funcional • Polimenorreia: ciclos com intervalos < 24 dias, ou seja, ela vai ter muitos ciclos (2 ciclos/mês) • Oligomenorreia: ciclos com intervalos > 40 dias, então ela vai menstruar menos • Amenorreia: ausência de menstruação por 3 ciclos prévios ou 6 meses • Metrorragia: sangramento secundários a patologias orgânicas, por exemplo paciente que tem mioma, pólipos Nas pacientes pré-púberes, as principais causas de sangramento genital são lesões vulvares, prolapso uretral, corpo estranho vaginal, traumatismos e tumores. Então, chegando uma paciente pré-púbere com sangramento, além de nós avaliarmos essas questões, devemos estar atentos também a questão de violência, que são os traumas. Nas adolescentes, têm relação com o ciclo menstrual na grande maioria dos casos e é de origem funcional também na grande maioria, então está associado com ciclos anovulatórios, geralmente. Na grande maioria dos casos não vai exigir tratamento. No menacme (período reprodutivo), nós temos os distúrbios ovulatórios, as hemorragias da gravidez, miomas, pólipos, infecções genitais como endometrite podem causar sangramentos ou sangramentos associado a métodos contraceptivos. Na perimenopausa, vai ser mais prevalente os tumores e insuficiência ovariana E na pós-menopausa o sangramento é mais preocupante, porque ele pode indicar um câncer de endométrio, por exemplo. Então a grande maioria dos sangramentos nessa faixa etária está associado com atrofia do endométrio, o endométrio fica tão fino que sangra, isso é comum de acontecer. Terapia hormonal ou trauma, mas a gente sempre deve partir para a avaliação secundária a fim de diagnosticar câncer de endométrio. Segunda queixa mais frequente é a dor pélvica. Então muitas vezes é difícil de abordar essa dor, difícil de diagnosticar a causa. 1/3 das causas não é identificado nenhuma patologia. E quando essa patologia está presente, geralmente não há relação com a intensidade da dor. As mulheres podem inclusive ter um quadro de somatizaçãodas dores pélvicas devido a conflitos emocionais vivenciados, geralmente pacientes que tem traumas anteriores, traumas sexuais principalmente. São pacientes que evoluem com queixa de dor pélvica frequente e que é difícil de tratar, porque a gente não tem realmente uma causa orgânica definida, mas ela tem aquela somatização do processo. Pode estar associado e sempre deve ser investigado as causas orgânicas (endometriose, adenomiose). Temos que avaliar a paciente holisticamente para definir se tem fator emocional associado ou não. A dor pélvica aguda ela surge como aviso de um processo mórbido identificável, por exemplo pode estar associado com abdome agudo, por uma ruptura de gravidez tubária, apendicite, DIP, tumores pélvicos, degenerações de miomas ou torção de pedículo vascular (seja de tumor ovariano, seja de miomas pediculados), então a dor aguda, súbita ela merece investigação, merece importância. A dor associada a menstruação, dismenorreia funcional, geralmente tem um caráter repetitivo, inicia naquele período pré-menstrual, é localizada no baixo ventre, pode ter irradiação para o dorso ou para os membros inferiores, e se tiver associada à dispareunia a gente vai pensar no processo de endometriose. Quando acontece a dispareunia na endometriose é uma dispareunia profunda, é de profundidade não é de penetração ou superficial. A dor pélvica crônica é uma dor abdominal e/ou pélvica com duração mínima de 6 meses, de caráter cíclico e com intensidade variável (paciente pode referir que em alguns ciclos ela tem uma dor bem leve, uma cólica que passa despercebida e em outros ciclos ela tem dor mais intensa ou até mesmo fora do período menstrual), mas forte o suficiente para interferir na rotina da paciente. A dor pélvica crônica pode se originar de processos crônicos de diversos sistemas (vísceras, peritônio, SNC e periférico), também pode estar associada com processos psicopatológicos como depressão, história de violência sexual, estresse. Então a paciente ginecológica que vem a 3 consulta com queixa de dor pélvica é aquela paciente que você precisa realmente esmiuçar a história dela, saber em que momento começou essa dor, muitas vezes ela não quer falar se teve algum trauma, se ela passou por algum processo emocional difícil que corrobore com o aumento dessa dor pélvica, mas é aquela paciente que a gente precisa ter atenção e tato para captar realmente o que aconteceu e aos pouquinhos ir entrando na intimidade dela para que ela se abra e fale para nós para que chegue a um diagnóstico e possa ajudar com o tratamento adequado. Ainda está associado com dor pélvica crônica endometriose, aderências pélvicas, congestão pélvica (varizes- importante em pacientes que tiveram múltiplas gestações, é menos comum nas nulíparas), ovulação. Tem pacientes que referem dor importante mesmo durante o período ovulatório, porém essa dor da ovulação é uma dor autolimitada, é uma dor que ela vai aparecer de forma pontual em cólica, vai durar cerca de 2 ou 3 dias e ela passa espontaneamente. Então não é uma dor associada a nenhum processo agudo, porque senão ela não passaria. Existem pacientes que são mais sensíveis a dor que chegam a ir pro hospital Pacientes que conhecem seu ciclo reprodutivo com firmeza e sabem realmente que estão naquele período ovulatório elas já passam mais tranquilas por esses quadros de dor que são autolimitados Outros sistemas: síndrome do colón irritável, cistite recorrente, síndrome miofascial abdominal, anemia falciforme, são várias causas que podem estar associadas com dor pélvica crônica As causas não orgânicas: parte mais emocional, transtornos psiquiátricos sem causa orgânica, violência sexual/física ou ambas, vida sexual insatisfatória, carência afetiva A terceira queixa mais frequente no consultório ginecológico O que é? Conteúdo vaginal ou a secreção vaginal, embora a vagina não secrete, são todos os resíduos não hemorrágicos presente na vagina, que podem mudar de cor, de consistência, de volume, odor. Podem estar associados com prurido ou com dor. Sintomas urinários também podem acontecer. O conteúdo vaginal ou o corrimento ele vai mudar de acordo com o ciclo menstrual. Os corrimentos que são claros, viscosos e inodoros eles podem ser exacerbados no meio do ciclo menstrual e que corrimento é esse? É aquele famoso corrimento ovulatório, é o muco ovulatório que é bem hialino, viscoso. É importante conhecer as características dessas secreções vaginais para orientar as pacientes, nem sempre a paciente que tem um conteúdo vaginal pouco mais abundante ela vai ter um quadro infeccioso, ela vai sair do consultório ginecológico com a prescrição de um creme vaginal. Os corrimentos amarelados, purulentos, com odor fétido eles sugerem processos infecciosos, esses a gente se preocupa, avalia e trata. Os corrimentos sanguinolentos e intermitentes eles podem estar associados com neoplasias do trato genital inferior. (IMPORTÂNCIA DO EXAME FÍSICO: faz de tudo para nunca nenhuma paciente sair do consultório sem exame, as vezes a paciente tem queixa de um sangramento genital, é uma paciente que está no período do menacme e acha que a paciente tá menstruada = sempre avaliar!) O sangramento vaginal ou corrimento ele não impede, especificamente falando sobre o tipo de corrimento sanguinolento ele não impede a paciente de ser examinada, muito pelo contrário, devemos examinar e procurar patologias! HDA Não foge do que a gente já conhece, devemos esmiuçar cada sintoma que a paciente apresente com início, duração e intensidade do sintoma, fatores atenuantes e agravantes, condições associadas e tratamentos anteriores realizados. Antecedentes pessoais Investigar avaliação de sistemas cardiovascular, endócrinos, metabólicos, vacinação, alergias, infecções, cirurgias pélvicas e não pélvicas, câncer, medicações em uso. Antecedentes familiares Vamos revisar antecedentes cardiovasculares, endócrinos, metabólicos, infecções e câncer de pais e parentes de primeiro grau. Antecedentes ginecológicos Vamos perguntar sobre a menarca que é a primeira menstruação (é fisiológico dos 10-16 anos), sobre a data da última menstruação e a data da menopausa (porque já que a menopausa é a data da última menstruação se a paciente passou até 1 ano sem menstruar a gente tem que saber quando foi aquela data também) muitas não vão lembrar, aí lembrar pelo menos quantos anos tinha para a gente pontuar e saber definir até as patologias pós-menopausa que podem estar associadas. Os ciclos menstruais da paciente, perguntar como é, se menstrua todo mês, qual é o intervalo (21 a 35 dias), a duração do seu fluxo como é (2 a 7 dias), quantos absorventes você usa quando está menstruada, você troca de absorvente de instante em instante, você usa absorvente noturno durante o dia ou só a noite, você chega a usar fraldas. Tudo isso para definir se o fluxo está aumentado ou se não está aumentado. 4 Se tem dismenorreia (cólica) durante o período menstrual, se tem síndrome pré-menstrual exacerbada. Qual o tipo de contracepção a paciente usa, muitas vezes elas relatam que não usa nada, mas o marido tem vasectomia, então a contracepção é através de vasectomia (vasectomia do parceiro). E se a paciente tem corrimento, definir a característica do corrimento. Falamos sobre o primeiro coito (sexarca), as parcerias sexuais (único ou múltiplos parceiros, mesmo sexo), Se tem libido, se tem orgasmo Se tem dispareunia (dor durante o ato sexual) ela pode ser de penetração ou superficial ou profunda Ou se ela tem sinusorragia que é o sangramento durante a relação ou pós relação E a práticas sexuais Antecedentes obstétricos Investigar gestações e partos (cesáreos ou normais, transpélvicos, se teve fórceps, abortos, curetagens[sequelas: sinéquias uterinas], ectópica, intercorrências [HAS, DMG]), o último parto quando aconteceu, se amamentou e se teve algum problema no puerpério das gestações. Hábitos de vida Avaliar tabagismo, etilismo, drogas, atividade física/ sedentarismo Ectoscopia que é o geral, vou avaliar a paciente como um todo a procura de estigmas de baixa estatura, pescoço alado, hipertelorismo mamilar (características da Sd. De Turner que é mais raro da gente encontrar no nosso ambulatório geral) Estigmas de hiperandrogenismo: hirsutismo e acne, desvios extremos de peso (a gente vai pegar muito), melasmas e coloração das mucosas Alterações na cor e textura da pele, distribuição de pelos de forma geral e presença de edemas, manchas, pápulas, equimoses, eritemas, exantemas, vesículas, pústulas, ulcerações, varizes. Sempre pesar, avaliar altura, IMC e circunferência abdominal a fim de diagnosticar Sd. Metabólica, orientar sobre os riscos que ela pode apresentar de acordo com a sua condição e oferecer tratamento, ajuda para a paciente A palpação cervical nós fazemos durante o início do exame físico, antes do exame das mamas, fazemos a palpação dos linfonodos cervicais como forma de triagem. Em seguida começamos com o exame das mamas: vamos fazer primeiro a inspeção estática, ou seja, eu estou parada para fazer a avaliação da mama, estou diante da paciente e peço para ele baixar batinha e peço licença para examinar, vou avaliar o número das mamas (2, 1 ou 0 dependendo da condição da paciente, ela pode ter feito mastectomia), simetria ou assimetria, o contorno se é regular ou irregular. Se eu consigo ver o sulco infra mamário, a pele da mama como se apresenta, presença de cicatrizes, presença de nevos. Presença de alguma alteração de pele que surgiram uma dermatite, por exemplo. Aréolas centradas ou não centradas, e mamilos planos, semiplanos ou protuso e ver a pigmentação aréola normopigmentada ou hiperpigmentada. Em seguida nós passamos para a inspeção dinâmica, vou pedir para a paciente colocar as mãos no quadril e tentar encostar um cotovelo no outro na frente, contraindo a musculatura peitoral e consequentemente provocando o movimento da mama, isso vai fazer com que se tiver algum nódulo, alguma retração ou abaulamento fique mais evidente. Essa manobra também pode ser feita levando os braços acima da cabeça ou a manobra da mama pendente que é quando você segura as mãos paciente e ela pende o tórax para frente. Palpação das mamas: vai palpar a região supraclavicular, infraclavicular e axilar. Para palpar a região axilar a gente deve segurar o braço da paciente com a mão não dominante e com a mão dominante explorar toda a região axilar em busca de nódulos ou linfonodomegalias. Em seguida, pede para a paciente vestir a batinha e se deitar, ao deitar colocar a mão atrás da cabeça do lado que você vai examinar a mama ou as 2. Descobre a mama que você vai examinar e começa a palpação. A palpação é com a pontinha dos dedos, a palpação é superficial, explorando toda a região mamária em busca de nódulos. 5 Depois nós vamos fazer a palpação com a mão espalmada, para tentar empurrar o parênquima mamário contra o gradil costal e isolar algum nódulo que esteja existente. Por último, vamos fazer a expressão mamilar e avaliar se tem líquido transparente, branco, hemático, achocolatado ou purulento. Esses líquidos que podem sair através do mamilo podem indicar patologias. Muitas pacientes procuram o ambulatório com queixa de descarga papilar, que é diferente, é uma descarga que sai espontânea, molha o sutiã, a roupa. Exame da genitália externa em posição ginecológica Inspeção estática: avaliar pilosidade, os grandes e pequenos lábios se são tróficos ou atróficos (pós- menopausa), avaliar o clitóris se é trófico e centrado, a uretra se é centrada, se tem algum pólipo evidente, as glândulas vestibulares e o hímen se é roto ou integro. Vamos fazer um movimento de pinçamento bilateral na região próxima ao introito vaginal, para expor todo o introito e de forma tranquila avaliar cada item. Inspeção dinâmica: ainda com o introito vaginal em exposição, vamos avaliar se tem perda urinária, pedir para a paciente fazer uma manobra de valsalva e avaliar se vai acontecer perda urinária através do meato uretral ou você tem procidências que são os prolapsos ou de parede vaginal anterior caracterizando cistocele ou de parede vaginal posterior caracterizando retocele. Palpação da glândula de bartholin, localizado em 4 e em 8 horas aproximadamente, vamos palpar dos dois lados. A fim de identificar a presença de cistos ou de nódulos na topografia dessas glândulas Exame especular Deve ser introduzido na posição diagonal, livrando o meato uretral. E em seguida rotação para transversal e vamos abrir até conseguir identificar e visualizar o colo uterino. Vamos identificar o colo e as paredes vaginais. Avaliar a rugosidade da parede vaginal, o conteúdo que está presente nessa vagina e o colo uterino se é pequeno, médio ou grande. Prosseguimos com a coleta do exame citológico com a espátula de Ayre e escova endocervical Terminado o exame especular, nós vamos prosseguir com o toque vaginal, o toque bimanual. Vamos introduzir dedos indicador e médio até o fundo vaginal e vou tocar o colo uterino avaliando a consistência desse colo, se é fibroelástica ou ginecológica, a mobilidade, se a paciente refere dor durante o exame, se eu tenho a presença de tumorações nessa região do colo ou também na região de anexos, porque durante o toque deslizando a mão podemos definir o limite uterino e avaliar a parte da superfície uterina e deslizando para a direita e para a esquerda eu vou avaliar a região anexial se eu tenho tumoração nessas regiões. Por último, esse toque aqui refere-se ao toque retal- vaginal, vamos introduzir o dedo indicador na parte vaginal e o dedo médio na parte retal, aqui entre os 2 dedos está o septo retovaginal, a finalidade desse exame é avaliar tumorações nessa região, avaliar dor. Por ser um exame bastante invasivo, então geralmente a gente não faz a não ser que a paciente tenha suspeita de algo de alguma doença. A finalização da consulta ginecológica Prevenção de infecções Vacinação: HPV 16-18 e HPV 6-11-16-18 9 a 26 anos Outras vacinas: DT, HepB, tubeola, varicela, FA, influenza 6 Rastreamento das ISTs VDRL, HIV, Hepatites A gente pode avaliar se a paciente tem risco para alguma ISTs, paciente com múltiplos parceiros, profissionais do sexo, paciente que já tenha alguma ISTs diagnosticada anteriormente ou tratada. Orientar a prevenção, especialmente para as adolescentes que vem em busca de um anticoncepcional na grande maioria das vezes, mas é fundamental nossa orientação sobre o uso de preservativo e prevenção de ISTs Contracepção Importante discutir com a paciente o melhor método para ela de acordo com a condição dela, com o ciclo menstrual, com as características da paciente O rastreamento do câncer de mama realizado através da mamografia, o protocolo do MS (que é o que vamos seguir sempre!) o rasteiro deve ser realizado entre 50 e 69 anos a cada 2 anos de idade, o exame físico da mama sempre em todas as consultas, avaliação com USG pode ser individualizado. O rastreamento do câncer de ovário ele é realizado durante o exame físico através do toque avaliando a região anexial tentando identificar tumorações, nodulações. Se a paciente tem alteração de ciclo menstrual, por exemplo, tem sangramentos anormais aí podemos prosseguir com o exame de imagem se for necessário. Não iremos solicitar USG endovaginal para rastreio de doença caso a paciente não tenha nenhuma alteração, paciente menstrua regularmente, fluxo correspondendo a 20 a 80ml, dias de fluxo dentro dopadrão da normalidade. Mas se apresentar alteração no exame físico aí sim a gente prossegue com a investigação por imagem através de USG. O rastreamento do câncer de endométrio segue essa mesma linha, a gente tem que avaliar de acordo com a sintomatologia da paciente, sabendo que na USG endovaginal a gente vai avaliar a medida do endométrio que é fisiológica de 4 -16 mm no período menacme e na pós-menopausa > = 5mm já está alterado. Pacientes na pós-menopausa que apresentam um sangramento vaginal, sangramento uterino deve sim seguir para o exame de imagem para avaliar o endométrio dessa paciente e rastrear o câncer de endométrio. Rastreamento do câncer de colo uterino Através da citologia oncótica e através dos protocolos de rastreio: acima dos 25 anos de idade, paciente com vida sexual ativa. Outras patologias que podem ser avaliadas ainda na consulta ginecológica: osteoporose para as pacientes acima de 65 anos de idade através da densitometria óssea ou pacientes acima de 60 anos que tiverem risco maior para fraturas ou histórico de fratura anterior ou IMC muito baixo ou menopausa precoce Obesidade Hipertensão Diabetes Sd. Metabólica Dislipidemias (muito importante inclusive nas pacientes que usam anticoncepcional oral de longa data) Doenças da tireoide (inclusive são causas de sangramentos vaginais anormais, são casos de infertilidade) Saúde mental e violência doméstica Rastreamento em Geriatria diz respeito a nossa paciente naquela fase de senilidade, então é uma paciente que muitas vezes apresentar algum déficit cognitivo e que começa a apresentar sintomas de depressão associados a senilidade, então nós também precisamos estar atentos a esses pacientes.
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