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12/02/2020 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Poder Constituinte Originário Derivado Reformador Revisor Decorrente Limites: - Formal - Circunstancial - Material - Implícito 1. Poder Constituinte: 1.2. Legitimidade do Poder Constituinte 1.3. Formulação teórica de Sieyès 1.4. Titularidade e exercício do poder constituinte 1.1. Conceito e Finalidade PODER CONSTITUINTE X PODER CONSTITUÍDO 1ª - Constituição de 1824 (Brasil Império) 2ª - Constituição de 1891 (Brasil República) 3ª - Constituição de 1934 (Segunda República) 4ª - Constituição de 1937 (Estado Novo) 5ª - Constituição de 1946 6ª - Constituição de 1967 (Regime Militar) 7ª - Constituição de 1988 (Constituição Cidadã) Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Conceito - Elaborar - Atualizar Finalidade - Limitar o poder - Organizar o estado - Garantir direitos fundamentais - Executivo - Legislativo - Judiciário -> O Poder Constituinte é aquele elabora ou atualiza uma constituição. -> O Poder Constituinte tem como finalidade limitar o poder ao utilizar a técnica constitucional da separação dos poderes; organizar o estado ao delimitar as competências dos poderes e dos entes federativos; garantir os direitos fundamentais. - É o poder que institui todos os outros poderes e não é instituído por qualquer outro. - O poder constituinte pode ser conceituado como o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição, mediante supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. - O poder constituinte tem como finalidade a limitação do poder do Estado e sua organização, além da delimitação das competências dos poderes constituídos; - Também cabe ao poder constituinte definir a forma de alteração da própria constituição; - Assegurar os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos. 1.1. Conceito e Finalidade: 1.2. LEGITIMIDADE DO PODER CONSTITUINTE: - A legitimidade fundamenta o Poder Constituinte. Todo poder necessita de legitimação. - A legitimidade tem base em crenças, valores e normas. - Formas de legitimação: - Força – NÃO LEGITIMA O PODER! - Divindade – Poder Divino; - Príncipe – Monarquia (poder hereditário ou oligárquico); - Nação – Poder dos Representantes da Nação; - Povo – Poder popular ou soberania popular. 1.3. FORMULAÇÃO TEÓRICA DE SIEYÈS: - Emmanuel Joseph Sieyès, por meio do panfleto denominado “ O que é o terceiro Estado?” (Qu’estce que le tiers État?), apontava a Nação como titular do poder constituinte. - Tem base no Contrato Social de John Locke e Jean-Jacques Rousseau; - Existência de um poder imanente à nação, superior aos poderes constituídos e por eles imutáveis: o Poder Constituinte. - O Poder Constituinte representa o Contrato Social da Nação e é superior a todos os poderes constituídos, não podendo por ele ser modificado. 1.4. TITULARIDADE E EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE: - A titularidade do poder constituinte, como aponta a doutrina moderna, pertence ao povo. - Distingue-se, titularidade de exercício do poder. O exercício do poder constituinte, em particular, está reservado a ente diverso do povo, o constituinte originário. - O exercício pode ser Democrático ou Autoritário. PREÂMBULO/CRFB: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Art. 1º/CRFB: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 2. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO: 2.1. Natureza e conceito 2.2. Características do poder constituinte originário 2.3. Poder Constituinte Derivado 2.3.1. Natureza e conceito 2.3.2. Características 2.3.3. Limitações 2.4. Poder Constituinte Derivado Reformador 2.5. Poder Constituinte Derivado Revisional 2. 6. Poder Constituinte Derivado Decorrente 2.7. Mutação Constitucional X Reforma Constitucional Poder Constituinte Originário Derivado Reformador Decorrente Revisor Poder constituinte originário constituinte constituído cria criado cria a constituição altera a constituição poder político originário/inicial poder jurídico derivado/limitadoautônomo/ilimitado incondicionado condicionado Poder constituinte derivado 2. Poder Constituinte Originário e Derivado - Mutação Constitucional X Reforma Constitucional 2.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: NATUREZA E CONCEITO - O poder constituinte originário (inicial, inaugural, genuíno ou de 1.º grau) é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo com a ordem jurídica precedente. - O objetivo fundamental do poder constituinte originário é criar um novo Estado, diverso do que vigorava em decorrência da manifestação do poder constituinte precedente. Conceito de Poder Constituinte Originário: É aquele que inova a ordem jurídica, rompendo com a ordem jurídica anterior, ao instaurar nova ordem jurídica Normas superiores e normas inferiores podem ser aceitas ou não pela nova Constituição 2.2. CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO Inicial • Inaugura nova ordem jurídica ao romper com a anterior. Autônomo • Não se submete a nenhuma autoridade. Ilimitado • Não tem limites na ordem jurídica. Incondicionado • Não se submete a nenhuma forma delimitada. SUBDIVISÃO DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO - O poder constituinte originário pode ser subdividido em histórico (ou fundacional) e revolucionário. - Histórico seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o Estado. - Revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO: QUADRO COMPARATIVO 2.3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO: 2.3.1. NATUREZA E CONCEITO - O poder constituinte derivado é também denominado instituído, constituído, secundário, de segundo grau, remanescente. - Como o próprio nome sugere, o poder constituinte derivado é criado e instituído pelo originário. - O Poder derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo originário, sendo, nesse sentido, limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos. - Poder Constituinte Derivado tem Natureza Jurídica. 2.3.2. CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO - Poder Subordinado – se subordina ao Poder Constituinte Originário; - Poder Limitado – limitações impostas pela Constituição: - Limite formal; - Limite Circunstancial; - Limite Material; - Limites Implícitos. - Poder Condicionado – deve observar as condições (regras) estabelecidas pela Constituição. Características: - Instituído - Constituído - Secundário Obedece às regras impostas pelo Poder Constituinte Poder Constituinte Originário Derivado Reformador Revisor Decorrente - É o poder de alteração e ampliação da Constituição, que se manifesta através das emendas constitucionais e tratados internacionais de DHscom força de Emenda Constitucional. - Esta forma de reforma está subordinada a diversas limitações materiais quando ao seu procedimento, devendo seguir diversos requisitos para a sua legitimidade: - Iniciativa; - Deliberação; - Promulgação. - Limites que tratam tanto da matéria do conteúdo da emenda: - Material; - Circunstancial; - Temporal. Art. 60/CRFB: A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. O Poder Constituinte Derivado Reformador é aquele que por meio de emenda constitucional pode alterar o texto da constituição, retirando, acrescentando ou modificando palavras, artigos, parágrafos, incisos, o texto da Constituição. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 103-A e 103-B Art. 92, I-A 2.4. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR Poder Constituinte Originário Derivado Reformador Revisor Decorrente Limites: - Formal - Circunstancial - Material - Implícito - Existência - Validade - Vigência - Eficácia Planos de Normas: - É um poder de revisar a Constituição por um processo legislativo menos dificultoso à forma das emendas constitucionais. - Encontra normatividade no Art. 3˚ da ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias), que dispõe sobre a necessidade do Congresso Nacional realizar uma "revisão constitucional" após 5 (cinco) anos da promulgação da Constituição Federal. - Tem eficácia exaurível, ao passo que fora realizada em 1993, originando 6 (seis) emendas de revisão. - Este poder não mais poderá ser exercido, sendo que qualquer mudança na Constituição Federal atualmente só poderá ser feito através de emendas, pelo poder Reformador. Art. 3º/ ADCT: A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 2.5. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISIONAL Poder Constituinte Originário Derivado Reformador Revisor Decorrente 2.6. PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE: CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS E LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL Art. 25, caput/CRFB: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. Art. 32, caput/CRFB: O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. Art. 11, caput/ADCT: Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. O Poder Constituinte Derivado Decorrente é aquele que permite os Estados e o Distrito Federal Produzirem as suas Constituições. - Trata-se do poder de cada Estado-Membro (unidade federativa) em criar a sua própria Constituição estadual, sendo, todavia, respeitada a supremacia da Constituição Federal. - O poder constituinte derivado decorrente, assim como o reformador, por ser derivado do originário e por ele criado, é também jurídico e encontra os seus parâmetros de manifestação nas regras estabelecidas pelo originário. - O poder constituinte derivado decorrente se subdivide em inicial e reformador. - Cada Assembleia Legislativa, com os poderes constituintes definidos, deveriam elaborar a sua Constituição do Estado dentro do prazo de 1 (um) ano, à partir da promulgação da Constituição Federal. Poder Constituinte Originário Derivado Reformador Revisor Decorrente - Existência - Validade - Vigência - Eficácia Planos de Normas: Art. 34/CRFB: A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 2.7. MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL - O poder constituinte difuso21 pode ser caracterizado como um poder de fato e se manifesta por meio das mutações constitucionais. - Na Mutação Constitucional, o texto da Constituição não é modificado, pois a “letra fria” do texto é mantida, mas se atribui um novo sentido interpretativo, nos exatos termos da realidade social evolutiva. - O texto é o mesmo, mas o sentido que lhe é atribuído é outro. Como a norma não se confunde com o texto, repara -se, aí, uma mudança da norma, mantido o texto. Quando isso ocorre no âmbito constitucional, fala -se em mutação constitucional. - Modificação interpretativa do texto constitucional sem modificação do texto. CASOS DE MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL - Individualização da Pena (art. 5º, XLVI). - Fidelidade Partidária (art. 55, incisos I a VI). - União Homoafetiva (art. 226, § 3º). 3. DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL: RECEPÇÃO, REVOGAÇÃO, REPRISTINAÇÃO E DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO - O que acontecerá com as normas infraconstitucionais elaboradas antes do advento da nova Constituição? - As normas que forem incompatíveis com a nova Constituição serão revogadas, por ausência de recepção. - A norma infraconstitucional que não contrariar a nova ordem será recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma nova “roupagem”. RECEPÇÃO E REVOGAÇÃO - O Código Tributário Nacional, Lei nº 5.172/1966, editado como lei ordinária, mas recepcionado pela Constituição de 1988 com status de Lei Complementar, tendo em vista o disposto nos Artigos 69 e 146, I, II e III da Constituição Federal. - Revogação da Lei de Imprensa, lei nº 5.250/1967, por incompatibilidade material com a Constituição de 1988; ADPF 130 REPRISTINAÇÃO - Repristinação é o fenômeno em que a lei que foi revogada e perdeu a sua vigência, volte a ganhar vigência, pelo fato da norma que à revogou ter sido revogada. - O Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação; art. 2º, § 3º da LINDB. - A repristinação não é aceita no Ordenamento Jurídico brasileiro. - Possibilidade de efeitos repristinatórios no controle concentrado de constitucionalidade. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO - Queda de hierarquia constitucional de parte do texto da Constituição anterior que foi recepcionado com hierarquia anterior. - A norma constitucional permanece com Status de norma infraconstitucional por força expressa na nova constituição. - Também não é aceita no Brasil. INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE - O STF não admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova Constituição e perante o novo paradigma. - Em caso de compatibilidade haverá recepção, se não ocorrer a recepção ocorrerá a revogação. - Princípio da contemporaneidade, ou seja, uma lei só é constitucional perante o paradigma de confronto em relaçãoao qual ela foi produzida. PODER CONSTITUINTE E DIREITO ADQUIRIDO
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