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EPÍSTOLAS PAULINAS E GERAIS LIÇÃO 1 CARTAS DE PAULO AOS ROMANOS, GÁLATAS E EFÉSIOS CARTA AOS ROMANOS Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 57 d.C. Tema: A revelação da Justiça de Deus Palavras-Chave: Justiça, fé, Justificação, lei e graça. Versículo Chave: Rm 1.16,17. Parte do Fórum, Roma, com o Coliseu destacando-se no horizonte Introdução Esta Epístola é a explicação mais completa que Paulo dá do seu modo de compreender a natureza do Evangelho, tendo sido ele escolhido por Deus para ser o principal expositor desse Evangelho. Coleridge diz que é “A Obra mais profunda que existe” A epístola aos Romanos é uma epístola difícil de entender, por duas razões: A primeira razão é o estilo literário de Paulo. Tinha o hábito de começar um sentença e depois fazia uma digressão, mais outra e ainda outra, de modo que, em alguns casos, as frases em vez de modificarem as que as precedem imediatamente, modificam alguma coisa remota, tornando difícil ver a conexão. A outra razão é que a Epístola gira em torno de um problema, que para nós não constitui problema, mas que, em sua época, foi problema aceso, causticante, a saber: Se um gentio podia ser cristão sem se tornar um prosélito dos judeus. Comumente, pensamos que o Cristianismo é religião de gentios, visto que muito poucos judeus são cristãos. Mas quando o cristianismo começou, era uma religião judaica, e certos líderes judeus poderosos estavam decididos em fazê-lo continuar assim. DATA E OCASIÃO DA EPÍSTOLA Nos anos 57 e 58 d.C. Paulo estava em Corinto, encerrada sua terceira viagem missionária, às vésperas de partir para Jerusalém, levando a oferta para os crentes pobres, Rm 15.22-27. Uma senhora chamada Febe, de Cencréia, subúrbio de Corinto, estava de saída para Roma, Rm 16.1,2. Paulo aproveitou a oportunidade para enviar por ela esta carta. Não havia serviço postal no Império Romano, exceto para a correspondência oficial. O serviço de correios, como conhecemos hoje, é de origem recente. Naquela época a correspondência particular tinha de ser conduzida por amigos ou outros viajantes que por acaso houvesse. OBJETIVO DA CARTA Tudo indica que os romanos tinham ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo, Rm 3.8; 6.1,2,15. Fazer saber aos irmãos de Roma que ele estava de partida para lá. Aliás, foi antes de Deus dizer a Paulo que o queria em Roma, At 23.11, de modo que ele ainda não estava certo se escaparia vivo de Jerusalém, Rm 15.31. Neste caso, parecia conveniente que ele, apóstolo aos gentios, tivesse arquivada na Capital do mundo gentílico uma explicação escrita de seu modo de compreender a natureza da Obra de Cristo. DESTINATÁRIOS “Todos que estais em Roma, amados de Deus”. Paulo ainda não tinha ido lá. Chegou em Roma três anos depois de escrita esta Epístola. O núcleo dessa igreja formara-se, provavelmente, dos romanos que estiveram em Jerusalém no Dia de Pentecostes, At 2.10. No período interino de 28 anos, muitos cristãos, de várias partes do Oriente, por qualquer motivo migraram para a metrópole, alguns deles convertidos de Paulo e seus amigos íntimos, analise o capítulo 16. Contudo, não sabemos com certeza como e quando o Cristianismo chegou a Roma. Em Atos 18.2 fala-se acerca de Áquila e Priscila que pertenciam àqueles judeus que Cláudio expulsara de Roma, cerca de 49 d.C. No final do quarto decênio já havia cristãos em Roma. Agostinho informa que o Cristianismo chegou a Roma durante o governo do Imperador Calígula, entre 37 e 41 d.C. O martírio de Paulo, e provavelmente o de Pedro, ocorreu em Roma, uns 8 anos depois de ser escrita esta Epístola. SITUAÇÃO PARA A QUAL A EPÍSTOLA FOI ESCRITA Era a crença comum judaica de que a Lei de Moisés era expressão da vontade de Deus e de obrigação universal, bem como a insistência judaica de que o gentio que quisesse ser cristão deveria circuncidar-se e guardar a Lei. De modo que a questão de se alguém pudesse tornar-se cristão sem ser primeiro um prosélito judeu jazia no fundo do espírito de cada um. A circuncisão era o rito físico que vigorava como cerimônia inicial da naturalização judaica. A PRINCIPAL INSISTÊNCIA DE PAULO A justificação do homem repousa, fundamentalmente, não na Lei de Moisés, mas na misericórdia de Cristo. Não é, absolutamente, uma coisa afeta à Lei, porque o homem, por causa de sua natureza pecaminosa, não pode, inteiramente, corresponder às exigências da Lei, a qual é expressão da santidade divina. Mas provém, totalmente, de Cristo, levado pela bondade do seu coração, perdoar os pecados do homem. Em última análise, a posição do homem diante de Deus depende, não tanto do que ele tenha feito ou possa fazer por si mesmo, mas do que Cristo fez por ele. Por conseguinte, Cristo tem direito à absoluta e cordial sujeição, lealdade, obediência e devotamento de cada ser humano. VISÃO PANORÂMICA Seu Tema e essência: A justiça de Deus, Rm 1.16,17. A Justificação, um ato da graça divina, Rm 5.1 O crente morre com Cristo para o pecado, Rm 6 É liberto da luta com a justiça da Lei, Rm 7. É adotado como filho de Deus, Rm 8.18-30 A transformação afeta a vida social, civil e moral do indivíduo, Rm 12-14. Romanos é a mais sistemática epístola de Paulo; a epístola teológica por excelência do Novo Testamento. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo pelos judeus, com exceção de um remanescente, bem como sobre o plano divino-redentor para todos, alcançando por fim Israel, Rm 9-11. Por fim a epístola inteira gira em torno da história do plano de redenção de Deus em Cristo. De maneira que Ele é o seu principal personagem. CARTA AOS GÁLATAS Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 49 d.C. Tema: Salvação Pela Graça Mediante a Fé. Palavras-Chave: Graça, Evangelho, Fé, Justificado, Promessa, Liberdade, Lei. Versículo Chave: Gl 5.1 O trabalho de Paulo na Galácia fora muito bem sucedido. Grandes multidões, na maior parte de gentios, aceitaram a Cristo com entusiasmo. Algum tempo depois de Paulo sair dali, certos mestres judeus chegaram e se puseram a insistir em que os gentios não podiam ser cristãos sem guardar a Lei de Moisés. Os gálatas deram ouvidos a essa doutrina com a mesma disposição de alma com que a princípio receberam a mensagem de Paulo; e houve uma “epidemia” generalizada de circuncisão entre esses cristãos gentios. Paulo teve conhecimento do fato e escreveu esta carta para dizer-lhes como eram insensatos, pois, embora a circuncisão participasse, necessariamente, da vida nacional judaica, não fazia parte do Evangelho e nada tinha a ver com a salvação. Desta forma, Paulo salvou o Cristianismo do legalismo judaico. DESTINATÁRIOS “Às igrejas da Galácia”, Gl 1.2. Região da primeira viagem missionária de Paulo. Os limites exatos dessa região são incertos. Incluía Icônio, Listra, Derbe, e, provavelmente, Antioquia da Pisídia. Como preâmbulo à leitura desta Epístola, é bom ler a narrativa do trabalho de Paulo registrados em Atos 13 e 14. Os gálatas eram um ramo dos gauleses, originários do norte do Mar Negro, que se cindiram da principal corrente migratória que se dirigiu ao oeste, à França, e se estabeleceram no centro da Ásia Menor no 3º Século a.C. AUTOR Conforme a própria Epístola foi o Apóstolo Paulo, Gl 1.1;5.2; que em virtude de estar em jogo a fé dos crentes, e a sua autoridade apostólica, e principalmente o futuro do Cristianismo, Paulo escreveu do seu próprio punho, Gl 6.11. PROPÓSITO Os judaizantes, uma seita dentre os cristãos judeus que, não querendo aceitar o ensino apostólico sobre a questão, Atos 15, continuavam a insistir que os cristãos tinham de ir a Deus por meio do judaísmo; que para um gentio ser cristão precisava tornar-se judeu e guardar a Lei judaica. Tomaram a peito visitar, agitar e perturbar as igrejas gentílicas. Estavam apenas resolvidos a rotular Cristo com a marcada fábrica judaica. Contra isto Paulo se mostrou inexorável. “Se a observância da Lei tivesse sido imposta aos convertidos gentios, todo o trabalho da vida de Paulo teria sido arruinado”. A expansão do Cristianismo, rompendo os diques de uma seita judaica, e tornando-se religião mundial, foi a paixão ardente de Paulo; para consegui-la, arrebentou todos os obstáculos e pôs nisso todo o seu esforço mental e físico durante mais de trinta anos. O esforço por judaizar as igrejas gentílicas tivera fim com a queda de Jerusalém no ano 70 d.C., pela qual, ficaram cortadas todas as relações entre o judaísmo e o Cristianismo. Até essa época o Cristianismo era considerado seita ou ramo do judaísmo. Daí por diante, judeus e cristãos se separaram. Permaneceu uma pequena seita de cristãos judeus, chamados ebionitas, que duraram dois séculos, a decrescer em número, mal reconhecidos pela igreja em geral, e, pelos de sua própria raça, havidos como apóstatas. CIRCUNCISÃO Do lat. circum, que significa ao redor, e, caédere, que significa cortar; cortar em redor. Remoção da pele que cobre a glande peniana. Apesar de praticada também por outro grupamentos humanos, como os árabes, por exemplo, entre os israelitas adquiria um significado todo especial. Através da circuncisão, o indivíduo habilitava-se a fazer parte do povo eleito. Em seus ensinos, Paulo mostrou que a verdadeira circuncisão não é externa. Mas a que se pratica no coração, Cl 2.11. Advém esta do verdadeiro arrependimento e da verdadeira fé nos desígnios de Deus. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS Gálatas é a epístola da liberdade cristã. É a mais contundente defesa do Evangelho. Ela revela que a fé em Cristo é suficiente. Ela contém a descrição do fruto do Espírito, Gl 5.22,23 e a mais completa lista das obras da carne do Novo Testamento, Gl 5.19-21. Quanto à pessoa de Cristo, Paulo declara tanto a sua divindade, Gl 1.1,3,16, como também sua humanidade, Gl 3.16; 4.4. Paulo mostra que Cristo é a substância do Evangelho, Gl 1.7 CARTA AOS EFÉSIOS Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema: Cristo e a sua igreja Palavras-Chave: Glória, corpo, lugares celestes. Versículo Chave: Ef 1.3 Na página seguinte mostraremos o gigantesco teatro de Éfeso visto do alto do terceiro lance de degraus ou assentos. Presume-se que foi neste teatro que houve o alvoroço provocado por aqueles cujo sustento dependia da fabricação de nichos da deusa Artêmis (a Diana dos efésios). Estas ruínas fazem parte da igreja dedicada a João, construída por Justiniano no VI Século Introdução Paulo dedicou a vida a ensinar aos gentios que eles podiam ser cristãos sem se tornar prosélitos dos judeus. Em geral, isso desagradava a estes porquanto, na sua concepção, a Lei mosaica obrigava a todos, e tinham preconceitos contra os gentios incircuncisos que se atreviam a se ter na conta de discípulos do Messias judeu. Por um lado, Paulo ensinava aos gentios que permanecessem firmes como rochedo na liberdade que tinham em Cristo, como fez nas cartas aos Gálatas e aos Romanos; por outro lado, não queria que esses gentios tivessem preconceitos contra os judeus, seus companheiros cristãos, antes, queria que os considerassem como irmãos em Cristo. Não queria ver duas igrejas: Uma judaica e outra gentílica, mas uma igreja, isto é, judeus e gentios, formando uma unidade em Cristo. Seu gesto em favor dessa unidade, visando os elementos judaicos da igreja, foi a grande oferta em dinheiro que levantou nas igrejas gentílicas, ao fim de sua terceira viagem missionária, em prol dos crentes pobres da igreja-mãe em Jerusalém, At 21. Esperava que esta demonstração de amor cristão levasse os cristãos judeus a ser mais benévolos para com os seus irmãos gentios. Seu gesto em favor dessa mesma unidade, tendo em mira os elementos gentílicos da Igreja, foi esta Epístola, escrita ao principal centro de seus convertidos gentios, onde exalta a unidade, universalidade e grandeza indizível do corpo de Cristo. Para o Apóstolo, Cristo era algo imenso, em quem havia lugar não somente para as pessoas das mais diferentes raças, pontos de vista e preconceitos, mas que possuía o poder de resolver todos os problemas da humanidade, bem como levar a unir-se e harmonizar-se com Deus não só toda a vida da sociedade e da família, Ef 5.22-6.9, como até as miríades de seres do universo invisível, Ef 3.10. Para Samuel Taylor Coleridge a Epístola é “uma das composições mais divina que existem” DATA Esta é uma das quatro “Epístolas da prisão”, escritas por Paulo quando detento em Roma (60-62 d.C); as outras foram Filipenses, Colossenses e Filemom, conduzidas pelos mesmos portadores, Ef 6.21; Cl 4.7-9; Fm 10-12. Houve outra que não existe hoje, Cl 4.16. AUTOR Duas vezes na Epístola se diz que foi Paulo quem a escreveu, Ef 1.1;3.1. Autoria reforçada pelas evidências internas e externas. PROPÓSITO Explicar o eterno propósito e a graça de Deus e os alvos que ele tem para a Igreja. A principal doutrina é a salvação. Paulo, em oração, deseja que os seus leitores cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. VISÃO PANORÃMICA A Epístola aborda em síntese dois temas fundamentais: Primeiro, como somos redimidos por Deus nos capítulos de 1 a 3. Segundo, Como nós, os redimidos, devemos viver, nos capítulos 4 a 6. CINCO CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS 1. A revelação da grande verdade teológica dos capítulos 1-3 é interrompida por duas orações de Paulo. A primeira em Ef 1.15-23 e a segunda em Ef 3.14-21. 2.A expressão “em Cristo” aparece 106 vezes nas epístolas, somente em Éfeso, aparece 36 vezes. 3.A Epístola salienta o propósito e alvo eterno de Deus para a Igreja. 4.Há referências à várias operações do Espírito Santo na vida do crente, Ef 1.13,14,17;2.18; 3.5,16,20;4.3,4,30;5.18;6.17,18. 5.Efésios é tida, como epístola gêmea em virtude de das semelhanças de conteúdo, e terem sido escritas na mesma época. CRISTO REVELADO Capítulo 1 – Ele é o redentor, Ef 1.7 Capítulo 2 – Ele é o pacificador que reconciliou o homem com Deus e também entre os homens, Ef 2.11-18 Capítulo 3 – Ele é o tesouro em que são encontradas as riquezas inescrutáveis da vida, Ef 3.8. Capítulo 4 – Ele é o doador de dons ministeriais à Igreja, Ef 4.7-11. Capítulo 5 – Ele é o marido modelo, Ef 5.25-27,32. Capítulo 6 – Ele é o Senhor, poderoso na batalha, e ao mesmo tempo, a força para a vitória do seu povo contra as astutas ciladas do maligno, Ef 6.10. LIÇÃO 2 I E II EPÍSTOLAS AOS CORÍNTIOS PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS Autor: O apóstolo Paulo Data: 55/56 d.C. Tema: Problemas da Igreja e suas Soluções. Palavras-Chave: A cruz, pecados sexuais, dons espirituais, amor e a ressurreição. Versículo-Chave: I Co 13.1;14.33a. Corinto era uma grande metrópole comercial da Grécia, uma das maiores, mais ricas e importantes cidades do Império Romano, com uma população de 400.000, só ultrapassada por Roma, Alexandria e Antioquia. Situada no istmo da Grécia, uns 80 km de Atenas, na principal rota comercial do Império, pelos ancoradouros passava o comércio do mundo. Viajar de navio naquela época era muito perigoso, e circundar a extremidade do sul da Grécia era muito arriscado. Para evitar essa volta, o comércio de leste a oeste entre Roma e a Ásia se valia do istmo de Corinto como ponto de escala. Neste ponto, as mercadorias eram descarregadas e atravessadas por terra até o outro lado da estreita faixa de terra. Corinto era uma célebre e voluptuosa cidade, onde se defrontavam os vícios do Oriente e do Ocidente. Aí Paulo ficou um ano e meio, tendo a cooperação de Áquila e Priscila, I Co 16.19, bem como de sua própria equipe, At 18.5 fundou uma de suas maiores igrejas, bem à sombra da filosofia de Atenas. AUTOR A própria epístola, I Co 1.1-2; 16.21, assim como a tradição da igreja reconhecem Paulo como o seu autor. Essa afirmativa, de modo geral,não tem sido questionada. A Epístola foi escrita mais ou menos em 55 ou 56 d.C., perto do fim dos três anos de ministério de Paulo em Éfeso, leia I Co 16.5-9; At 20.31. PROPÓSITO Uns três anos depois de sair de Corinto, estando em Éfeso, cerca de 320 km a leste, do outro lado do Mar Egeu, onde fazia a obra mais maravilhosa de toda a sua prodigiosa vida, uma delegação de líderes da Igreja de Corinto foi enviada a essa cidade para consultá-lo sobre alguns problemas e desordens muito sérios que surgiram. Estéfanas, Fortunato e Acaio lhe trouxeram uma contribuição financeira e também a informação do que estava acontecendo na Igreja, I Co 16.17, e sobre a divisão Paulo fora informado pelos da família de Cloé, I Co 1.11. E muitas outras informações fora passada ao apóstolo por escrito. Foi quando ele escreveu esta carta. Já antes, havia mandado uma, de que hoje está perdida, I Co 5.9. Tudo indica que pretendia ir a Corinto na primavera de 57 d.C., antes do Pentecostes, I Co 16.8. Ao escrever esta carta, Paulo tinha dois alvos em vista: 1 – Tratar dos sérios problemas de que fora informado. 2 – Aconselhar e doutrinar sobre vários assuntos que os coríntios lhes havia encaminhado por escrito. VISÃO PANORÂMICA O cenário da Igreja era de convertidos vindos de um ambiente pagão, I Co 6.8-11. A Igreja tinha muitos problemas, como a crise de liderança que causava divisões, I Co 1.10-17. Costumes imorais permaneciam sem solução, I Co 5.1-6.20. Um grupo entusiasta da Igreja alardeava seus dons espirituais, I Co 12.1-14.40. Um grupo legalista estava preocupado com regras de alimentação, I Co 8.1-10.32. Algumas pessoas se comportavam mal na ceia do Senhor, I Co 11.17-34, e outras espalhavam falsos ensinos a respeito da ressurreição, I Co 15.1-58. Essas questões e outras oriundas da composição multi-étnica de gregos, romanos e judeus e da mistura de classes sociais entre ricos, pobres e escravos, caracterizavam uma Igreja singular e cheia de confusão. PROPÓSITO E TEOLOGIA Paulo escreveu para responder às perguntas que os coríntios lhe haviam feito, mas ele tinha também outras preocupações. Apesar da Igreja contar com muitos dons, I Co 1.4-7, faltava-lhe maturidade e espiritualidade, I Co 3.1-4. Paulo queria fortalecer a Igreja nas suas áreas de fraqueza. Pela inspiração do Espírito Santo, ele redigiu a explicação mais clara da ceia do Senhor que temos na Bíblia, I Co 11.17-34, da ressurreição, I Co 15. 1-58, e dos dons espirituais, I Co 12.1-14.40. contudo a concentração de I Coríntios não está em teologia da doutrina, mas em teologia pastoral. Esta epístola trata do problema dos que causam divisões no corpo de Cristo, I Co 1.11-3.4, de como agir com os companheiros cristãos que pecam, I Co 5.1-13, de questões de sexualidade no casamento e de divórcio, I Co 7.1-40, da conduta apropriada no culto, I Co 11.2-34, e de contendas por causa de comida, I Co 8.1-11.1. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 FACÇÕES NA IGREJA A SABEDORIA DE DEUS A GRANDEZA DA IGREJA PAULO DEFENDE-SE CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 8 O CASO DE INCESTO DEMANDAS JUDICIAIS - IMORALIDADE O CASAMENTO COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS CAPÍTULO 9 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 O SALÁRIO DOS MINISTROS O PERIGO DA QUEDA - ALIMENTOS PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO CULTO – A CEIA DONS ESPIRITUAIS CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 14 CAPÍTULO 15 CAPÍTULO 16 O AMOR LÍNGUAS E PROFECIAS A RESSURREIÇÃO ASSUNTOS PARTICULARES: CONTEÚDO DA EPÍSTOLA Os coríntios fizeram uma série de perguntas a respeito do casamento. O apóstolo revela alguns princípios que regem o casamento, I Co 7.1-7; ele responde aos casados e solteiros e ainda fala sobre o divórcio. Pensam alguns que, possivelmente, era viúvo, havendo perdido a esposa quando ainda moço, por duas razões: Uma é que ele era membro do Sinédrio, At 26.10, onde, ao que se informa, só os casados tinham direito de dar voto; outra é que este capítulo parece que só podia ser escrito por alguém que conhecesse as intimidades da vida conjugal. SEGUNDA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS Autor: O Apóstolo Paulo Data: 55/56 d.C. Tema: Glória através do Sofrimento Palavras-Chave: Consolação, sofrimento, ministério, glória, poder, fraqueza. Versículo-Chave: II Co 4.5; 5.20,21. Paulo passara um ano e meio em Corinto, na parte final da sua segunda viagem missionária, cerca de 50-51 d.C., e ali fizera uma multidão de discípulos, At 18.10,11. Depois, na sua terceira viagem missionária, passara três anos em Éfeso, de 54-57 d.C. Então, na primavera de 57 d.C., ainda estando em Éfeso, Paulo escreveu I Coríntios, I Co 16.8. Logo depois, houve o grande tumulto no qual Paulo quase perdeu sua vida, At 19. Deixando Éfeso, Paulo foi para a Macedônia. Enquanto, estava na Macedônia visitando as igrejas na região de Filipos e Tessalônica, no meio de muita ansiedade e sofrimento, esperando por notícias de Corinto, Paulo encontrou Tito que estava de volta de Corinto, com a notícia de que a carta enviada tinha alcançado o objetivo, II Co 7.6, mas que ainda havia líderes na Igreja que quiseram negar que Paulo fosse um genuíno Apóstolo de Cristo. Foi então que Paulo escreveu esta Epístola, e a mandou pela mão de Tito, II Co 8.6,17, antes de ele pessoalmente viajar para Corinto. O propósito da Epístola parece ter sido a vindicação de Paulo de sua posição de Apóstolo de Cristo, lembrando aos membros da Igreja que ele a fundara, e que tinha portanto, direito de dirigi-la. Um pouco mais tarde, Paulo chegou em Corinto, e invernou ali, At 20.23, conforme planejara, I Co 16.5,6. enquanto estava em Corinto, escreveu sua Epístola aos Romanos. ACONTECIMENTOS ENTRE A 1ª E 2ª EPÍSTOLA A reconstrução desses acontecimentos é útil para a compreensão dos assuntos tratados na Epístola; analise-os. Outrossim, tudo indica que houve uma crise na relação entre Paulo e os coríntios. 1 – Os coríntios provavelmente corrigiram a maioria das situações tratadas em I Coríntios. 2 – Todavia, por causa da chegada de intrusos (os opositores de Paulo), a condição da igreja deteriorara, tornando necessária uma visita dolorosa de Paulo, leia II Co 2.1;12.14;13.1,2. 3 – Tito foi enviado de Éfeso para Corinto com uma carta severa, em que Paulo exigia que o transgressor fosse disciplinado, II Co 2.39; 7.8- 12. Paulo instruiu a Tito para que este organizasse a oferta para Jerusalém, II Co 8.6. Depois deviam encontrar-se em Trôade ou na Macedônia, II Co 2.12,13; 7.5,6. 4 – Paulo saiu de Éfeso e enfrentou dificuldades na Ásia, II Co 1.8-11; depois atravessou a Macedônia, organizando a oferta nas igrejas dali, II Co 2.13; 8.1-4. 5 – Tito chegou à Macedônia com o relatório da resposta dos coríntios à carta severa, II Co 7.5- 16. 6 – Ao saber dos novos problemas em Corinto, Paulo escreveu a II Epístola aos Coríntios. 7 – Paulo passou vários meses em Corinto, At 20.2,3, época em que escreveu sua Epístola aos Romanos. IMPORTANTES CONSIDERAÇÕES SOBRE A EPÍSTOLA O capítulo dois parece tratar-se do indivíduo incestuoso que, na primeira Epístola, I Co 5.3-5, Paulo ordenara que fosse entregue a Satanás; em vista disso, desencadeou-se na igreja uma revolta de consideráveis proporções contra o apóstolo. Foi tão sério o caso que ele pessoalmente se dirigiu de Éfeso a Corinto, II Co 2.1; porém foi repelido de tal forma que aqui diz ter sido triste a visita. Outrossim, julga-se à vista de II Co 2.3,9; 7.8,12; 10.10, passagens que implicam fatos não referidos em I Coríntios, que Paulo escreveu outra carta, entre as duas que temos, a qual hoje está perdida. Deve ter sido bem enérgica, visto como mudou o curso das coisas em Corinto, a tal ponto que os que apoiavam o indivíduo disciplinado, voltaram-se, furiosamente, contra este, II Co 7.11. Paulo, porém, não soube disto senão quando se encontrou com Tito, II Co 7.6,7. Os sofrimentos, angústias e muitas lágrimas referidasno versículo 4, foram causados não só pela terrível experiência por que passara em Éfeso, II Co 1.8,9, como pela amarga ansiedade em torno da situação em Corinto. Tão aflito estava por não encontrar Tito em Trôade, conforme fora o plano, II Co 2.12,13, que deixou passar esplêndida oportunidade para o evangelho nesta cidade, para ir às pressas à Macedônia, na esperança de achar Tito, que ele sabia estar de caminho com notícias de Corinto. Nota: “Fragrância”, referida em II Co 2.14-16, é uma figura de linguagem, baseada nas procissões triunfais dos imperadores vitoriosos, que trescalavam a incenso, quando voltavam a Roma com extensas filas de cativos, alguns dos quais seriam mortos e outros recebiam permissão de continuar vivos. Assim, levava Paulo consigo a fragrância de Deus, a qual segundo a reação de cada um, significava vida ou morte. Ele considerava sua vida ministerial uma marcha triunfal. MARTIRIZADO EM VIDA Nesta epístola, Paulo fala muito dos seus sofrimentos, especialmente nos capítulos 4,6, e 11. Quando de sua conversão, o Senhor lhe dissera: “Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome”, At 9.16. Os sofrimentos começaram imediatamente e continuaram sem interrupção por mais de trinta anos. 1-Tramaram tirar-lhe a vida em Damasco, At 9.24 2-Tramaram tirar-lhe a vida em Jerusalém, At 9.29 3-Expulsaram de Antioquia, At 13.50. 4-Tentaram apedrejá-lo em Icônio, At 14.5 5-Apedrejaram e deram-no como morto em Listra, At 14.19. 6-Açoitaram com varas e o puseram no tronco, At 16.23,24. 7-Em Tessalônica, os judeus e o populacho acometeram-no junto com o povo amotinado, At 17.5. 8-Expulsaram de Beréia, At 17.13,14. 9-Conspiraram contra ele em Corinto, At 18.12. 10-Em Éfeso, quase perdeu a vida às mãos da turba enfurecida, At 19.29; II Co 1.8,9. 11-Depois de escrever II aos Coríntios, tramaram sua morte em Corinto, At 20.3. 12-Por pouco não morreu em Jerusalém, At 22.22,23. 13-Depois esteve dois anos preso em Cesaréia e dois anos em Roma. 14-Além de tudo isso, ainda houve açoites, prisões, naufrágios e incessantes privações, de toda espécie, que não foram escritas, II Co 11.23-27. Só uma pessoa de constituição férrea podia suportar isso. Era como se sentisse imortal até que realizasse sua obra! APARÊNCIA PESSOAL DE PAULO O capítulo 10, parece é uma resposta à crítica feita pelos inimigos de Paulo, de ter ele fraca aparência pessoal, II Co 10.1,10. Uma lenda que vem do II Século diz que era homem de estatura mediana, cabelos crespos, pernas curtas e arqueadas, olhos azuis, grandes e cerradas sobrancelhas, nariz comprido; era cheio da graça e compaixão do Senhor, algumas vezes parecendo homem, outras vezes parecendo anjo. Outra tradição diz que era pequeno de estatura, careca, pernas tortas, robusto, sobrancelhas cerradas, nariz um pouco saliente, e cheio de graça. Em resposta à crítica de ser fraco, diz que pelo menos fundou suas igrejas e não andava perturbando as que outros fundaram, como faziam os seus inimigos. ESPINHO NA CARNE DE PAULO Alguns versados nas Escrituras pensam que era epilepsia. Outros acham que era febre palustre. Outros que era uma dor de cabeça aguda. Mas a opinião mais corrente é, sem dúvida, que se tratava de oftalmia crônica, doença dos olhos, que não somente era em extremo dolorosa, como às vezes lhe dava uma aparência repulsiva. É o que se deduz de expressões em suas Epístolas. Catorze anos antes de escrever esta Epístola, II Co 12.2,7, que foi mais ou menos quando entrava na Galácia, em sua primeira viagem missionária, foi acometido por uma enfermidade física, Gl 4.13, de tão repelente aspecto que se constituía séria tentação para qualquer pessoa em sua presença, Gl 4.14. Os gálatas teriam-lhe dado seus próprios olhos, Gl 4.15. Por que “olhos”, se não era isso que ele precisava de modo particular? As letras grandes de sua escrita costumeira, Gl 6.11, podiam ter sido causadas por sua vista fraca, razão por que ditava suas cartas a alguns assistentes. CONTEÚDO DA II EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CONSOLO DE PAULO NO SOFRIMENTO O CASO DA DISCIPLINA A GLÓRIA DO SEU MINISTÉRIO SOFRIMENTO MINISTERIAL CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 8 ESPERANÇA DA GLÓRIA FUTURA AS DIFICULDADES DE PAULO E EXORTAÇÃO À SANTIDADE INFORMAÇÃO DE TITO E ALEGRIA DE PAULO A OFERTA PARA A IGREJA MÃE CAPÍTULO 9 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 ESTÍMULOS PARA A OFERTA. APARÊNCIA PESSOAL DE PAULO – AUTORIDADE APOSTÓLICA PAULO E OS FALSOS APÓSTOLOS E SOFRIMENTOS PELO EVANGELHO A VISÃO DO PARAÍSO E O ESPINHO NA CARNE CAPÍTULO 13 ADVERTÊNCIAS E SAUDAÇÕES FINAIS LIÇÃO 3 CARTAS DE PAULO AOS FILIPENSES, AOS COLOSSENSES, 1ª E 2ª AOS TESSALONICENSES, 1ª E 2ª A TIMÓTEO, A TITO E A FILEMOM CARTA AOS FILIPENSES Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62/63 d.C. Tema: Alegria de Viver por Cristo Palavras-Chave: Alegria, regozijar Versículo-Chave: Fp 4.4 INTRODUÇÃO: Não é fácil dar o assunto desta Epístola. Versa sobre uma porção de assuntos à maneiras de carta. Contudo, como o que lhe deu ocasião foi o recebimento de uma oferta em dinheiro, feita por uma das igrejas de Paulo, destinada a ajudá-lo em sua obra missionária no estrangeiro, podemos denominá-la “Carta Missionária. Em regra, Paulo não recebia pagamento do seu trabalho, porém mantinha- se trabalhando no seu ofício de fabricante de tendas, visto haver muitos inimigos e falsos mestres que abusariam do seu exemplo ou lhe atribuíam má intenção. A única igreja de que ele recebeu pagamento, ao que saibamos, foi a de Filipos. Pelo menos duas vezes mandaram- lhe oferta quando ele estava em Tessalônica, Fp 4.16; e também quando estava em Corinto, II Co 11,9, e agora em Roma, Fp 4.18. A CIDADE DE FILIPOS Cidade estratégica, da Macedônia, parte norte do que conhecemos por Grécia. Notável por suas minas de ouro. Foi nas planícies de Filipos, por volta de 42 a.C., que se feriu a batalha na qual, com a derrota de Bruto e Cássio, a república romana caiu e nasceu o império romano. Augusto, em apreciação pelo fato, fez dela uma colônia romana. A IGREJA DE FILIPOS Foi a primeira igreja de Paulo na Europa. Fundada cerca de 50 d.C., no princípio de sua segunda viagem missionária, At 16. Lídia e o carcereiro estavam entre os convertidos. Lucas se uniu à comitiva de Paulo em Trôade, e ficou em Filipos, para se unir novamente à comitiva algum tempo depois, leia At 16.10;16.40; 20.6. Não sabemos se ficou exercendo o ministério pastoral ou a profissão de médico. De qualquer maneira, contribuiu para o desenvolvimento do caráter sem defeito da igreja de Filipos, Igreja tida como a mais fiel de todas as igrejas do Novo Testamento. O MOTIVO DA CARTA Paulo estava em Roma, por volta de 62/63 d.C., aproximadamente dez anos depois de ter fundado a Igreja de Filipos, e uns três ou quatro após sua última visita a ela. Aparentemente, por algum tempo, não teve notícias dessa igreja; é o que se infere da expressão usada pelo Apóstolo em Fp 4.10. Foi quando Epafrodito chegou, da distante Filipos com uma oferta em dinheiro. Paulo ficou muito sensibilizado e profundamente grato. Epafrodito quase ia perdendo a vida ao viajar nesse serviço prestado a Paulo. Quando se restabeleceu, o Apóstolo o enviou de volta com esta bela carta, Fp 2.25-30;4.18. CONTEÚDO DA EPÍSTOLA CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 O Evangelho em Roma A Humildade de Cristo. O Alvo celestial Alegria CARTA AOS COLOSSENSES Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema: A Supremacia de Cristo Palavras-Chave: Plenitude, Sabedoria, Conhecimento, Mistério. Versículos-Chave: Cl 1.18-29;2.10. Colossos era uma cidade da Frígia. Alguns naturais dela estiveram em Jerusalém no dia de Pentecostes, At 2.10. Paulo atravessou essa região tanto na segunda como na terceira viagemmissionária, At 16.6; 18.23, contudo há indícios de que Paulo não teve oportunidade de ir à Colossos, Cl 2.1. É possível que seja fruto do trabalho do apóstolo em Éfeso, At 19.10, visto que Colossos ficava perto das fronteiras da Ásia, a uns 160 km a leste de Éfeso. Epafras, Ef 1.7; 4.12,13 pode ter sido evangelizado por Paulo e fundador da Igreja nesta cidade. OCASIÃO E PROPÓSITO Paulo estava preso em Roma, ocasião em que chegou Epafras, vindo de Colossos e por razões que desconhecemos, acabou ficando também preso em Roma, Fm 23. Epafras, o possível pastor de Colossos levou a Paulo a notícia de uma perigosa heresia que se propagava na Igreja. Foi então que escreveu esta carta, enviando-a por mãos de Tíquico e Onésimo, Cl 4.7-9, os quais levaram também a carta aos Efésios e outra a Filemom, Ef 6.21. O principal propósito da Epístola era combater a heresia e os falsos mestres em Colossos. HERESIA DE COLOSSOS Parece tratar-se de uma mistura das religiões grega, judaica e orientais, espécie de culto de “pensamentos esotéricos”, que se apresentava sob o nome de “filosofia”, Cl 2.8, inculcando o culto dos anjos como intermediários entre Deus e o homem, Cl 2.18, e insistindo na rígida observância de certas exigências judaicas, indo quase ao ponto do ascetismo, Cl 2.16,21, tudo isso exposto em frases retumbantes de uma pretensa superioridade, e tudo como parte do Evangelho de Cristo. SEMELHANÇA COM EFÉSIOS Colossenses e Efésios foram escritas ao mesmo tempo. Encerram declarações cuidadosamente elaboradas das grandes doutrinas do Evangelho, para serem lidas em voz alta nas igrejas, e são muito semelhantes entre si, em muitas passagens. Seus principais temas, porém, são de todo diferentes, enquanto a Epístola aos Efésios aborda sobre a unidade e grandeza da Igreja, a Epístola aos Colossenses aborda sobre a divindade e plena suficiência de Cristo. CONTEÚDO DA EPÍSTOLA CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 A Divindade de Cristo Cristo Todo- Suficiente Vida em Cristo Assuntos Particulares I CARTA AOS TESSALONICENSES Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 51 d.C. Tema: A Volta de Cristo Palavras-Chave: Vinda, Fé, Agradecimento, Esperança e Caridade. Versículo-Chave: I Ts 1.9,10. A Igreja de Tessalônica foi fundada na segunda viagem missionária de Paulo após deixar Filipos, At 17.1-9. Tudo indica que Paulo começou o trabalho nessa cidade pregando por três sábados seguidos na sinagoga dos judeus, At 17.2. O tempo que Paulo passou em Tessalônica foi de muito trabalho, I Ts 2.9;II Ts 3.8, de maneira que não teve tempo suficiente para instruir plenamente a Igreja. Expulso de Tessalônica, dirigiu-se a Beréia, uns 80 km ao oeste. Logo, porém, foi tangido também daí, deixando Silas e Timóteo. Ao chegar a Atenas, 320 km ao sul, sozinho, mandou recado a Beréia para que esses dois amigos fossem ter com ele o mais breve possível, At 17.14,15. Chegando eles a Atenas, Paulo cheio de ansiedade pela jovem igreja de Tessalônica, imediatamente mandou Timóteo de volta para lá. Quando este regressou, Paulo tinha saído de Atenas para Corinto. Timóteo trouxe a notícia de que os cristãos tessalonicenses estavam suportando suas perseguições com bravura, mas que alguns haviam falecido e os outros estavam embaraçados para saber como esses falecidos lucrariam alguma coisa da vinda do Senhor, doutrina esta a que Paulo, evidentemente, tinha dado ênfase especial quando estivera com eles. Foi então que o Apóstolo escreveu esta carta para dizer-lhes, principalmente, que os que morreram em Cristo não perderão nada quando o Senhor vier. A CIDADE DE TESSALÔNICA Situada a pouco menos de 160 km a sudoeste de Filipos, era a capital, cidade principal e porto da província romana da Macedônia. Uma grande cidade com cerca de 200.000 habitantes, havia ali uma grande colônia judaica, cujos membros movidos de inveja levantaram uma terrível perseguição, At 17.1-9. Tessalônica é a atual “Saloniki”. Situada no ângulo N.O. do Mar Egeu, defronte de belo ancoradouro, numa planície rica e bem irrigada, sobre a grande estrada militar setentrional que se estendia de Roma ao Oriente. De lá se avistava o Monte Olimpo, habitação dos deuses gregos. Era a cidade principal nos dias de Paulo, e hoje ainda é uma cidade próspera. O PROPÓSITO DA CARTA Embora esteve lá por pouco tempo, Paulo revolucionou a cidade. Seus inimigos acusaram-no de “transtornar o mundo”, At 17.6. Numerosa multidão de gregos piedosos e muitas mulheres distintas creram, At 17.4. O sucesso desse trabalho foi noticiado por toda a Grécia, I Ts 1.8,9. Portanto, ao escrever Paulo teve como objetivo, expressar sua alegria pela fé e perseverança dos tessalonicenses em meio à perseguição, instruí-los na santidade e na vida piedosa, e tirar as dúvidas com relação à doutrina do arrebatamento e ressurreição dos mortos. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 A Fama da Igreja A conduta do Apóstolo O Relatório de Timóteo Imoralidade, Amor, e a vinda do Senhor CAPÍTULO 5 A Vinda do Senhor O CONTEÚDO DA EPÍSTOLA II CARTA AOS TESSALONICENSES Autor: O apóstolo Paulo Data: Cerca de 51 ou 52 d.C. Tema: A volta de Cristo Palavras-Chave: Dia do Senhor, Homem do Pecado, Tradição. Versículo-Chave: II Ts 2.15 Nesta carta temos outras instruções sobre a vinda do Senhor. Possivelmente escrita poucas semanas ou meses, depois da primeira epístola. Na primeira, Paulo falara da vinda do Senhor como sendo súbita e inesperada. Nesta, ele explica que não ocorrerá senão depois da apostasia. O seu propósito na segunda carta era animar seus novos convertidos que enfrentavam perseguições, exortá-los a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento e corrigir certos erros doutrinários sobre os eventos dos tempos do fim, com relação ao dia do Senhor, ou dia de Cristo, II Ts 2.2 CONTEÚDO DA EPÍSTOLA CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 O Dia do Senhor A Apostasia Os desordeiros II Ts 3.6-15 I CARTA A TIMÓTEO Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 65 d.C. Tema: A Sã Doutrina e a Piedade Palavras-Chave: Cuidado, Vigilância, Força, Compromisso. Versículos-Chave: I Tm 3.15; 4.12. I e II Epístola a Timóteo e a Tito são, comumente chamadas “Epístolas Pastorais”. Prevalece a opinião de que foram escritas entre a primeira e a segunda prisão de Paulo, entre 64 a 67 d.C.. Alguns críticos racionalistas modernos têm aventado a teoria de que tais cartas foram obra de algum autor desconhecido, que, trinta a cinqüenta anos depois da morte de Paulo, as escreveu usando o nome deste, para inculcar certas doutrinas. Não há base histórica para essa opinião. Desde o princípio, estas Epístolas têm sido consideradas como escritos genuínos de Paulo. QUEM ERA TIMÓTEO Natural de Listra, at 16.1. sua mãe era judia e seu pai, grego. O nome da mãe, Eunice; o da avó, Loide, II Tm 1.5. Foi um convertido de Paulo, I Tm 1.2. Juntou-se ao apóstolo em sua segunda viagem missionária, cerca de 50 d.C., At 16.3. sua escolha foi indicada por Deus, I Tm 1.18. Foi separado pelos presbíteros e Paulo, I Tm 4.14; II Tm 1.6. Acompanhou Paulo a Trôade, Filipos, Tessalônica, Beréia. Demorou nesta última cidade até que Paulo o mandasse chamar a Atenas, At 17.14,15. Depois o Apóstolo o enviou de volta a Tessalônica, I Ts 3.1,2. Quando regressou, Paulo tinha ido a corinto, At 18.5; I Ts 3.6. Ajudou a escrever as Cartas aos tessalonicenses, I Ts 1.1; II Ts 1.1. Mais tarde, Paulo o enviou de Éfeso a Corinto, I Co 4.17. O Apóstolo juntou-se a ele na Macedônia e ele ajudou a escrever II Coríntios, At 19.22; II Co 1.1. Acompanhou Paulo até certo ponto na viagem a Jerusalém, At 20.4. Se acompanhou Paulo até em todo trajeto até Jerusalém e Roma não está declarado, mas aparece com Paulo nesta última cidade, Fp 1.1; 2.19-22; Cl 1.1; Fm 1. Mais adiante, está em Éfeso, onde recebe esta Epístola. É chamado comurgência aRoma, II Tm 4.9. Se chegou lá antes da morte de Paulo não se sabe. É mencionado em Hb 13.23 como havendo sido solto da prisão. Era tímido e retraído por natureza; não capaz como Tito de tratar com pessoas que provocaram perturbações. Não gozava de muito boa saúde, I Tm 5.23. Ele e Lucas foram os dois companheiros mais constantes do Apóstolo. Este amava-o, devotadamente, e sem ele sentia- se desolado. Diz a tradição que, depois da morte de Paulo, esteve a cargo de Timóteo cuidar da Igreja de Éfeso, e que sofreu o martírio ao tempo de Nerva ou Domiciano. Nesta caso, teria sido cooperador do Apóstolo João em Éfeso. ÉFESO Foi aí que Paulo realizou o seu maior trabalho, por volta de 54-57 d.C., At 19. Uns quatro anos depois de sair dali, aproximadamente em 62 d.C., estando preso em Roma escreveu a Epístola à Igreja dessa cidade. Cerca de três anos depois, isto é, em 65 d.C., dirigiu esta Epístola a Timóteo a respeito do trabalho em Éfeso. Mais tarde, nesta cidade veio a residir João, onde escreveu seu Evangelho, suas Epístolas e o Apocalípse. Nesta cidade foi grande o número de convertidos, e consta que nos anos seguintes o número continuou aumentando. Segundo a história cinqüenta anos depois, os cristãos se tornaram tão numerosos que os templos pagãos quase ficaram abandonados. Portanto, Éfeso veio a ser o centro da cristandade. Não havia edifícios para as igrejas, os templos somente começaram a ser edificados duzentos anos depois da época de Paulo, quando Constantino pôs fim às perseguições aos cristãos. A Igreja em Éfeso se reunia em pequenos grupos em centenas casas espalhadas pela cidade, situação que exigia um grande número de presbíteros, At 20.17. A princípio, o trabalho de Timóteo foi junto aos presbíteros que apesar de trabalharem sem seminários, sem templos e a despeito das perseguições, a Igreja fez mais rápido progresso do que em outra qualquer época depois, porque conservava a mente nos fatos essenciais e não nas superficialidades do Cristianismo. CONTEÚDO DA EPÍSTOLA CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 Falsos Mestres A Oração. O Lugar das Mulheres Bispos e diáconos CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 A apostasia vindoura. O Trabalho de um ministro Viúvas. Presbíteros Sobre os Escravos, e o Desejo de Riquezas II CARTA A TIMÓTEO Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 67 d.C. Tema: Perseverança Inabalável na Fé Palavras-Chave: Batalha, Instrução, Responsabilidade. Versículos-Chave: II Tm 3.14-17; 4.1-5 Na segunda Epístola de Paulo a Timóteo, temos a última Palavra de Paulo, e conseqüentemente, seu brado de triunfo na hora da morte. O livro de Atos termina com Paulo na prisão em Roma, por volta do ano 64 d.C. A crença comum é que ele foi absolvido, voltou à Grécia e à Ásia Menor, mas mais adiante foi novamente preso possivelmente em Trôade, II Tm 4.13, e levado de volta a Roma. Desta vez foi pelos agentes do imperador e não, como da primeira vez, pelos judeus. Agora como criminoso, II Tm 2.9, não como antes, por alguma violação técnica da lei judaica. Tudo leva a crer que pode ter sido em relação com o incêndio de Roma. A perseguição neroniana surgiu em virtude do grande incêndio de Roma, ocorrido em 64 d.C. O próprio Nero incendiou a cidade. Apesar de ser um monstro, foi grande construtor. Foi para construir uma nova Roma, maior, que pôs fogo à cidade, e ainda tocava rabeca, com júbilo, à vista do incêndio. O povo suspeitou dele e os historiadores são unânimes em declarar que foi ele quem perpetrou o crime. Com o fim de afastar de si a suspeita, acusou os cristãos, e por ser Paulo o líder mundial do Cristianismo, acredita-se que foi devido a esta acusação que foi executado lá por volta de 66 ou 67 d.C. Enquanto aguardava no cárcere em Roma, o tempo de sua partida, escreveu esta última carta a Timóteo, seu amigo íntimo e cooperador de confiança, pedindo que ficasse fiel, a despeito de tudo, ao que lhe fora confiado como ministro de Cristo, e se apressasse a estar em Roma antes do inverno, II Tm 4.21. A nota da fé triunfante de Paulo nessa hora escura é uma das mais nobres passagens das Escrituras. Estava próximo de ser executado por um crime que não cometera. Seus amigos o abandonaram, deixando-o sofrer sozinho. A causa pela qual entregara sua vida estava sendo arrasada pela perseguição no Ocidente e no Oriente, resvalava para a apostasia. Entretanto, nem uma palavra de pesar emitiu por haver entregue sua vida ao serviço de Cristo e da Igreja. Nada que indicasse dúvida quanto a partir direto para os braços daquele a quem amara e servira tão devotadamente, no instante em que lhe decepassem a cabeça; muito pelo contrário, de posse da pena, registra solenemente as palavras mais tocantes de todas as Epístolas: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”, II Timóteo 4.7 CONTEÚDO DA EPÍSTOLA CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 Conheço Aquele em Quem tenho Crido Conselho a Timóteo Tempos Difíceis As Últimas Palavras de Paulo CARTA A TITO Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 65/66 d.C. Tema: A Sã Doutrina e as Boas Obras Palavras-Chave: Diligência, Compromisso, Responsabilidade. Versículos-Chave: Tt 2.11-14. Tito era grego; acompanhou Paulo a Jerusalém; contra sua circuncisão esse apóstolo se manifestou firmemente, Gl 2.3-5. Foi um dos convertidos de Paulo, Tt 1.4. Alguns anos mais tarde, aparece com o apóstolo em Éfeso, de onde é enviado a Corinto para investigar certas desordens e iniciar o levantamento da oferta para os crentes pobres de Jerusalém, II Co 8.6,10. Regressando de Corinto, encontrou Paulo na Macedônia e, depois de lhe expor a situação, foi mandado de volta àquela cidade, na frente do apóstolo, levando a segunda Epístola aos Coríntios, para preparar o caminho à ida de Paulo e terminar o levantamento da oferta, II Co 2.3,12,13;7.5,613,14;8.16,17,18,23; 12. 14,18. O fato de ser Tito escolhido para investigar a situação aflitiva em Corinto indica que Paulo devia considerá-lo um líder cristão de muita capacidade, prudente e maneiroso. A outra vez que ouvimos dele, uns 7 ou 8 anos mais tarde, é nesta Epístola, que é escrita, por volta de 65 d.C. está em Creta. A expressão “deixei-te em Creta”, Tt 1.5, mostra que Paulo estivera lá com ele. O navio de Paulo, na viagem a Roma, At 27, tocou, na costa sul de Creta, mas é pouco provável que foi dessa vez que deixou Tito ali. A opinião dominante é que, depois de solto de sua primeira prisão em Roma, cerca de 64 d.C., Paulo saiu na direção leste, incluindo Creta no seu itinerário. Depois de pôr em ordem as coisas nas igrejas cretenses, Tito devia ser substituído por Ártemas ou Tíquico, pedindo- lhe Paulo, que fosse encontrá-lo em Nicópolis, na Grécia ocidental, Tt 3.12. A última notícia que temos dele está em II Tm 4.10, onde se diz que saíra de Roma para a Dalmácia. Parece que se juntou a Paulo e estava com ele quando foi preso, acompanhando-o a Roma. Se abandonou o apóstolo naquela hora de perigo e solidão, devido aos riscos ameaçadores, ou se Paulo o mandou terminar a evangelização da costa N.O. da Grécia, não sabemos. Esperamos que esta última hipótese se tenha dado, porque era bom e grande homem. Reza a tradição que ele veio a ser bispo de Creta e morreu tranqüilamente em idade avançada. A igreja de Creta foi fundada por Paulo, porque este evitava edificar sobre fundamentos lançados por outros, contudo, no Dia de Pentecostes, havia cretenses em Jerusalém, At 2.11. PROPÓSITO 1. Ajudar as igrejas a crescerem na fé, no conhecimento da verdade e em santidade, Tt 1.1 2.Pôr em ordem o que Paulo deixara inacabado nas igrejas de Creta, inclusive a instituição de presbíteros, Tt 1.5; 3.Silenciar os falsos mestres, Tt 1.11 4.Voltar à companhia de Paulo, uma vez substituído por Ártemas ou Tíquico, Tt 3.12. ILHA DE CRETA Uma ilha, também conhecida por Cândia, a S.E. da Grécia,entre os mares Egeu e Mediterrâneo, tendo uns 240 km de extensão, 11 a 48 de largura. Montanhosa, mas os seus vales eram férteis, populosos e ricos; era a Ilha das Cem Cidades. Sede de uma civilização antiga e poderosa, que já no alvorecer da história grega se tornara lendária. Seu monte mais alto, Ida, era famoso como local legendário do nascimento de Zeus, o deus grego. Cidade do semi-lendário legislador Minos, filho de Zeus, e do fabuloso Minotauro. Seu povo era aparentado com os filisteus, julgando-se que eram os mesmos queretitas, I Sm 30.14. Navegantes afoitos e famosos arqueiros, de muito má reputação moral. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 Instituição de Presbíteros e sobre os falsos mestres. Boas Obras Boas Obras CONTEÚDO DA EPÍSTOLA CARTA A FILEMOM Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema; Reconciliação Palavra-chave: Irmão Versículos-Chave: Fm 17-19 Filemom era um cristão de Colossos, dos convertidos de Paulo, pessoa abastada. Em sua casa reunia-se uma igreja. Parece que ele e Paulo eram amigos íntimos. E Onésimo era o nome de um escravo de Filemom. É possível que fosse um jovem muito talentoso. O exército romano, em suas excursões, muitas vezes capturava moços e moças dos melhores e muito inteligentes, e levava-os para vendê-los como escravos. OCASIÃO DA CARTA Uns quatro ou cinco anos depois que Paulo deixara aquela parte do mundo e estava preso em Roma. Onésimo, ao que parece, furtara algum dinheiro do seu senhor, Filemom, e fugira para Roma. Uma vez ali, talvez havendo j[á gastado o dinheiro que furtara, conseguiu encontrar Paulo. É possível que tivesse começado a gostar dele na casa do seu senhor, anos antes. Não é provável que o encontrasse, casualmente, numa cidade de 1.500.000 habitantes. Paulo persuadiu-o a ser cristão e enviou-o de volta a seu senhor, levando esta carta, cujo objetivo era pedir a Filemom que perdoasse o escravo fugitivo e o recebesse como irmão em Cristo, oferecendo-se Paulo para restituir o dinheiro furtado. A carta é um mimo de cortesia, tato, delicadeza e generosidade, culminando com um comovente apelo a Filemom para que recebesse Onésimo como se fosse o próprio Paulo, 17 A RECEPÇÃO DO ESCRAVO A Bíblia não dá nenhuma idéia de como esse senhor recebeu o escravo de volta. Há porém, uma tradição que diz ter sido recebido por Filemom, que, compreendendo qual era a intenção velada por Paulo, deu-lhe alforria. É assim que o Evangelho faz. Cristo, no coração do escravo, fê-lo reconhecer as praxes sociais de sua época e voltar a seu senhor, resolvido a ser bom escravo e a viver como tal. O mesmo Cristo, no coração do senhor, fê-lo reconhecer o escravo como irmão na fé e dar- lhe a liberdade. Há, ainda, uma tradição de que Onésimo, depois, veio a ser bispo da Igreja de Beréia LIÇÃO 4 CARTAS GERAIS AOS HEBREUS E TIAGO CARTA AOS HEBREUS Autor: Desconhecido Data: Cerca de 67 – 69 d. Tema: Um Melhor Concerto Palavra-Chave: Melhor Versículo-Chave: Hb 4.14 AUTORIA Eusébio, historiador da Igreja primitiva, cita o erudito Orígenes, dizendo: “Só Deus sabe quem realmente escreveu a Epístola aos Hebreus. Apesar desse veredicto, muitas e diferentes opiniões têm sido levantadas sobre a autoria. Os cristãos do Império Romano oriental consideravam Paulo o autor. O livro de Hebreus contém afirmações semelhantes à visão de Paulo da preexistência e do papel de Cristo na criação, compare Hb 1.1-4 com Cl 1.15- 17. Por outro lado, Hb 8.6 e II Co 3.4-11 discutem a nova aliança. Esses fatores levaram alguns observadores a considerar Paulo o autor. Já os cristãos do Império Romano ocidental questionaram desde o início a autoria paulina de Hebreus. Para eles, a afirmação de Hb 2.3 dá a entender que o autor não era um apóstolo. Embora, Tertuliano defendeu Barnabé como o autor, pelo fato de ser levita; Martinho Lutero propôs Apolo, devido a sua eloqüência, At 18.24; Adolfh Harnack, historiador do século XIX, mencionou Priscila, esposa de Áquila, como autora, mas, nenhum desses nomes puderam ser confirmados. É melhor dizer que o autor é desconhecido. DATA O Escritor usou verbos no tempo presente em Hb 10.11, para descrever o ministério dos sacerdotes no templo em Jerusalém. Isso é um indicador de que os sacrifícios ainda estavam sendo oferecidos nos dias do escritor. O exército romano destruiu o templo no ano 70 d.C. a perseguição intensa em dias anteriores parecia próxima, leia Hb 10.32-34 e Timóteo ainda estava vivo, Hb 13.23. Portanto, a melhor opção para a data, é a última metade da década de 60, antes da destruição do templo; mais precisamente entre 68 e 69 d.C. DESTINATÁRIOS Não há dúvida de que os judeus cristãos foram os primeiros leitores do livro. Há indício de que tais judeus não viviam na Palestina, leia Hb 2.3. Outrossim, os destinatários tinham recursos suficientes para ajudar outros crentes, enquanto os cristãos palestinos eram pobres e precisavam de ajuda, At 11.27-30; Rm 15.26. A expressão “os da Itália vos saúdam em Hb 13.24”, soa como se os italianos longe de casa estivessem enviando saudações aos amigos em Roma. Isso é um indício de que a Epístola foi enviada aos judeus cristãos de Roma. TEMA A SUPERIODADE DE CRISTO O Escritor mostra que Cristo é superior a cada aspecto da religião do Antigo Testamento. Entender esse princípio poderia evitar que os leitores abandonassem a Cristo, retornando ao judaísmo, Hb 10.26-29. PROPÓSITOS Independentemente de onde viviam, os destinatários eram bem conhecidos do escritor. Ele os descreve como generosos, Hb 6.10, porém, imaturos, Hb 5.11-14. E estava ciente da perseguição que sofriam, Hb 10.32-34; 12.4, e planejava em breve, visitá-los, Hb 13.19,23. O escritor repreende os seus leitores por não se reunirem o bastante, Hb 10.24,25, e adverte-os do perigo de cair em pecado, Hb 3.12-14. Eles pensavam em voltar ao judaísmo, e o autor adverte-os contra a apostasia, Hb 6.4-9; 10.26-31. Em suma, o seu propósito era fortalecê-los na fé, a fim de que alcançassem a maturidade espiritual. TEOLOGIA O Escritor apresenta Jesus como humano, Hb 2.18, como sendo tentado, Hb 4.15, obediente até a morte, Hb 3.2; 13.12, destacando o valor da obediência, Hb 5.8. E finalmente mostra a superioridade do sacrifício de Cristo em relação aos sacrifícios da Antiga Aliança, Hb 10.1-4,11-14. CRISTO É O RESPLENDOR DA GLÓRIA DE DEUS. “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; “ Hebreus 1.3 O sol não pode existir sem emitir os seus raios, portanto, os raios solares são exatamente a manifestação do sol, de maneira que se não fosse o seu resplendor jamais teríamos conhecimento da sua existência; aliás, sem eles, nem mesmo a vida na terra seria possível. Da mesma forma Deus é o sol central, e na Antiga Aliança ele revelou por várias vezes e de muitas maneiras a sua glória, de maneira que era impossível negar a sua existência. Desde que a sua voz ecoou retumbantemente na escuridão do abismo da terra caótica, dizendo: Haja Luz !!! Gn 1.3 Os seus fulgurantes raios rasgaram as mais gélidas e densas trevas do pecado; e a partir daí, a sua glória refulgia-se na própria natureza, Sl 19.1, nos pactos e alianças, Gn 15.17,18; na coluna de fogo no deserto, Ex 13.21; na nuvem que cobriu o tabernáculo, Ex 40.38, nas revelações proféticas, Ez 1.1-28, na dedicação do templo, II Cr 7.1,2, etc. Porém, assim como há dias em que os raios solares quase não são percebidos, nas dispensações passadas a glória de Deus resplandeceu, mas não em toda a sua intensidade. Apesar de ser perceptível na Antiga Aliança, ela não se manifestou em toda a sua plenitude e intensidade, até porque, a Antiga Aliança era caracterizada pelas sombras das coisas futuras,Cl 2.16,17, mas vindo a luz verdadeira que alumia todo homem que vem ao mundo, Jo 1.9, a plenitude da glória de Deus foi vista, como nos afirma o texto sagrado: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” João 1.14 Assim sendo, a igreja qual lua iluminada, atravessa triunfantemente as noites mais escuras da história da humanidade, em demanda da cidade que não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada, Ap 21.23; 22.5. CRISTO SUPERIOR AOS ANJOS Os hebreus reverenciavam aos anjos de tal forma que chegavam a considerá-los como deuses; e firmavam esse conceito no próprio texto sagrado, pois no Salmos 97.7, João Ferreira de Almeida traduziu o termo hebraico “elohim” para “deuses” , porém o tradutor Antônio Pereira de Figueiredo, traduziu para “anjos” , deixando no rodapé da Bíblia que traduzira, uma nota explicando que no hebraico, o termo “elohim” é Deus. Porém, por algumas razões, entendemos que o referido termo hebraico é uma referência aos anjos e não a deuses, até porque no Salmos 148.2 requer-se dos anjos que adorem a Deus; no Salmos 8.5, João Ferreira de Almeida traduziu o termo “elohim” para anjos e não para Deus, observe a nota no rodapé da Bíblia de Estudo Pentecostal; e também, jamais poderíamos admitir que Deus pudesse ser adorado por outros deuses, já que há um só Deus. Mas essa complexidade textual, fez com que os hebreus entendessem que os anjos fossem deuses. Portanto, o escritor aos Hebreus ao escrever essa epístola sabia que os seus leitores tinham essa opinião formada a respeito dos anjos, porém com a sabedoria que Deus lhe concedeu, usou exatamente o texto no qual firmavam esse conceito, para provar que Cristo é superior aos anjos; por isso é adorado por eles. Examinando o texto inicial da epístola aos Hebreus, observamos que o escritor enfatiza a magnitude da pessoa de Cristo, e depois passa a fazer uma comparação entre Cristo e os anjos; porquanto, a respeito do Senhor, afirma: “Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei ? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho ? E quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” Hebreus 1.4-6. Pelo fato do escritor aos Hebreus, fazer citação de Salmos 2.7 que diz: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” e ainda continuar dizendo: “E quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem”, fazendo citação dos Salmos 97.7, naturalmente, quis referir-se à manifestação angelical ocorrida por ocasião da encarnação do Verbo Divino, pois durante a vida terrena de Jesus, os anjos demonstraram que estavam à serviço dele e que também eram submissos à ele, como podemos observar a seguir: Os anjos anunciaram o seu nascimento a Maria, Lc 1.28-36, a José, Mt 1.20,21, aos pastores que estavam no campo, Lc 2.10-14, prestaram-lhe assistência na tentação no deserto, Mc 1.13. Um anjo o confortou na agonia do Getsêmani, Lc 22.43. Na morte e ressurreição, se fizeram presentes para remover a pedra, e anunciar a sua esmagadora vitória sobre a morte, Mt 28.2- 6; Mc 16.5. Por ocasião da sua ascensão, anunciaram a sua triunfante chegada nos céus, At 1.10; Sl 24. Partindo do princípio de que os anjos são criaturas do próprio Senhor, Ne 9.6; Jo 1.3, e que não recebem adoração, muito pelo contrário, são adoradores, Ap 19.10; Cl 2.18; Sl 97.7; 148.2; não são oniscientes, Mt 24.36, e portanto, não conhecem os planos eternos de Deus, Ef 3.9, o mistério da salvação, I Pe 1.12; não penetram as profundezas de Deus, I Co 2.10,11; e não sabem sequer o que está no coração dos homens, I Rs 8.39, não temos nenhuma dúvida quanto a inferioridade deles em relação a Jesus. É interessante observar que o escritor aos Hebreus, citou o Salmo 104.4, revelando que o Senhor faz dos seus anjos, ventos; e dos seus ministros, labaredas de fogo. Significa que eles são apenas bafos de ventos e fagulhas de fogo, porque segundo o autor de Hebreus, fogo consumidor é o Senhor, Hb 12.29. Porquanto, como mensageiros que são do Senhor, os anjos jamais poderiam ter trazido a revelação final que os hebreus julgavam, mas somente o Senhor Jesus, em quem deviam confiar e clamar, enquanto experimentavam as duras provações da vida, porque o seu nome fora feito mais excelente do que os anjos, Hb 1.4. O escritor aos Hebreus chama a atenção dos seus leitores, dizendo: Convém-nos atentar, isto é, voltar a mente, dar atenção, dar ouvidos, refletir, ponderar, etc., com mais diligência, ou seja, com muito mais cuidado, com zelo, com um investigação eficiente, para as coisas que temos ouvido; em outras palavras diríamos que, ele esperava que os hebreus desse mais atenção ao Evangelho de Cristo do que a antiga revelação que haviam recebido. Significa que se eles respeitavam aos anjos que foram medianeiros da lei, com muito mais diligência deviam respeitar a Cristo e atentar para os seus ensinamentos, dando-lhe muito mais atenção do que a lei mosaica. Se tivermos cuidado, poderemos levar o navio da salvação eterna até o porto final. Mas, na mesma proporção que nos mostrarmos negligentes, o navio também se afasta de seu porto seguro. O ancoradouro seguro está ao alcance de todos, mas pode ser perdido devido à negligência. Dizem que não há nada que Satanás goste tanto como de um crente negligente. Os hebreus estavam se deixando levar pela tendência natural da natureza humana, que muitas vezes é levada pelo sabor das coisas terrenas. Que Deus nos guarde em Cristo Jesus, porque nenhuma condenação há, somente para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito, Rm 8.1. Analise as sábias palavras de Vincent: “O desvio é um sinal de morte; dar ouvidos é um sinal da vida. A tora de madeira bóia ao sabor da correnteza, mas o navio corta as ondas adversas porque alguém está dando atenção” CRISTO, SUPERIOR A MOISÉS “sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou” Hebreus 3.2,3 A afirmativa de que Moisés foi um servo fiel em sua casa, naturalmente tem base no que disse o próprio Senhor Deus, a respeito dele, a Arão e à sua irmã Miriã, leia: “E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras; pois, ele vê a semelhança do Senhor; por que pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?” Números 12.6-8 Enquanto Moisés brilhou como um servo fiel em sua casa, Cristo resplandeceu a sua fulgurante glória como o edificador dessa referida casa, de maneira que o brilho do servo foi ofuscado pelo fulgor da glória do Senhor. Se Moisés é honrado como servo fiel, Cristo deve ser adorado como Filho fiel. A superioridade de Cristo em relação a Moisés, está também na abrangência do ministério de cada um; embora a missão de Moisés tivesse um aspecto eterno e universal, ele se limitou a um serviço, que apesar de divino, tinha um aspecto transitório, e estava limitado aos limites da nação israelita, porém, Cristo executou uma obra eterna e universal, isto é, uma obra perpétua que beneficiou espiritualmente todas as nações da terra. O Senhor disse a Arão e à Miriã, que Moisés era superior aos profetas, Nm 12.6, mas Cristo está incompreensivelmente elevado acima, tanto dos profetas como também de Moisés, pois o Senhor o exaltou acima detodo o nome, Fp 2.5-11. CRISTO, SUMO SACERDOTE SUPERIOR A ARÃO Se Arão podia condoer-se dos ignorantes e errados, mesmo estando sujeito às mesmas fraquezas humanas, Lv 4.3; 16.11,15, muito mais Cristo, que embora tenha sofrido as fraquezas humanas, por ter-se revestido do mesmo tipo de corpo que possuímos, sem contudo participar do pecado, provando sobretudo que o pecado é uma aberração da natureza humana, e não um elemento necessário à ela. Cristo provou que é possível ao ser humano viver sem o pecado. Porquanto, o serviço sacerdotal de Cristo é extremamente superior ao de Arão, porque sabe perfeitamente o que passamos aqui, porque ele mesmo trilhou por esse caminho, sem contudo se deixar levar pelas pressões das fraquezas humanas. Ele sabe que nós não passamos de pó, sabe também que somos fracos e, em razão disso, somos altamente dependentes da sua terna compaixão. Ora, se os israelitas contavam com a simpatia de Arão, muito mais nós, podemos contar com a simpatia e ternura de Cristo, porque apesar de ter sido tomado dentre os homens, a sua vocação sumo sacerdotal foi-lhe conferida devido a sua posição de Filho, e não somente por isso, mas também devido a superioridade da ordem sacerdotal de Cristo em relação à de Arão, observe o que diz o escritor aos Hebreus: “Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.” Hebreus 5.5,6 O GRANDE PERIGO DA APOSTASIA Depois de convocar os seus leitores a deixarem os rudimentos e exortá-los a prosseguirem até a perfeição, o autor da epístola, diz: “E isso faremos, se Deus o permitir” Hebreus 6.3. Significa que devemos avançar conforme a vontade e permissão de Deus, isto é, devemos sair dos alicerces, para a maturidade espiritual, para a perfeição; ou do contrário estaremos correndo o risco de nos desviarmos para o grande perigo da apostasia. Apostasia – Do grego “apostásis” que significa afastamento. Refere-se ao abandono premeditado da fé cristã. No Antigo Testamento, não foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em Juizes, deparamo-nos com sete. Para os profetas, a apostasia constituía-se num adultério espiritual. Se a congregação hebréia era tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante de outros deuses. Infelizmente, muitas foram as vezes em que a filha de Sião entregou-se aos estranhos. Jeremias e Ezequiel foram os profetas que mais enfocaram a apostasia israelita sob o prisma das relações matrimoniais. No Novo Testamento, já era grande a apostasia no final do primeiro século. Muitos crentes de origem israelita, por exemplo, sentindo-se isolados da comunidade judaica, tendiam a deixar a fé cristã, e voltar aos rudimentos da Lei de Moisés e ao pomposo cerimonial do Templo. Há que se estabelecer, aqui, a diferença entre apostasia e heresia. A primeira, como já dissemos, é o abandono premeditado e completo da fé; a segunda, é a abjuração parcial desta mesma fé. Dicionário Teológico Qual é pois o grande perigo da apostasia? Naturalmente, é a impossibilidade da restauração espiritual, eis o que diz o autor: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o Dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério” Hebreus 6.4-6 O escritor aos Hebreus advertia aos seus leitores quanto ao grande perigo da apostasia, pois eles já haviam sido iluminados, isto é, eles não eram mais cegos, não estavam mais em trevas espirituais. Sabiam diferençar perfeitamente entre uma coisa e outra. Não eram mais neófitos na fé, haviam provado o Dom celestial, tinham tido profundas experiências com Cristo. Eles se fizeram participantes do Espírito Santo. Não eram mais uma espécie de marinheiro de primeira viagem, haviam se tornado membros ativos do corpo de Cristo; e acrescenta o autor: “E provaram a boa palavra de Deus”, significa que tinham consciência das verdades bíblicas. E não somente isso, mas também provaram as virtudes do século futuro. Se eles se comportavam como meninos espirituais, não era porque lhes faltava as instruções necessárias e suficientes, mas sim porque negligenciavam deliberadamente as coisas próprias da fase adulta. Eles não podiam se desculpar dizendo: Não conseguimos chegar à fase adulta, eles tinham que dizer: “Nós não queremos chegar a fase adulta”, era de fato uma questão de negligência e rebeldia. Eles não pecavam por ignorância, e sim por uma deliberação consciente. Analise o texto seguinte: “Se alguma pessoa pecar por ignorância, oferecerá uma cabra de um ano, como oferta pelo pecado. O sacerdote fará expiação pela alma que erra, quando pecar por ignorância diante de Jeová, para fazer expiação por ela, e se lhe perdoará. Tereis uma só lei para aquele que fizer alguma coisa por ignorância, tanto para o natural entre os filhos de Israel, tanto para o estrangeiro que peregrina entre eles. Mas a pessoa que fizer alguma coisa afoitamente, ou seja natural, ou seja estrangeiro, ela blasfema a Jeová; tal pessoa será cortada dentre o seu povo. Pois ela desprezou a palavra de Jeová e violou o seu mandamento, essa pessoa certamente será cortada, sobre ela estará a sua iniqüidade” Números 15.27-31 (TRADUÇÃO BRASILEIRA) Portanto, o pecado premeditado e consciente, se torna numa espécie de rebeldia e blasfema ao Senhor e à sua palavra. Não é o caso de pecados cometidos por ignorância, fraquezas, ou acidentalmente. Se pecarmos por ignorância o Senhor não leva em conta, At 17.30; e os pecados cometidos por fraquezas ou acidentalmente, temos um advogado para nos defender, I Jo 2.1. A Bíblia é enfática quando diz: “Porque o que me achar achará a vida e alcançará favor do Senhor. Mas o que pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os que me aborrecem amam a morte” Provérbios 8.36,37 As nossas atitudes diante do Senhor nos proporcionam duas coisas: A vida ou a morte; a luz ou as trevas; a salvação ou a condenação. Para ilustrar essa verdade bíblica queremos tomar como exemplo o uso da força elétrica; se utilizarmos devidamente dela seremos beneficiados por ela, porém, se alguém desrespeita os avisos de perigo de morte, ou utiliza indevidamente dela, poderá ser fulminado, e ainda culpado de sua própria desgraça. Significa que somos responsáveis por aquilo que conhecemos; e se uma pessoa conhece a doutrina de Cristo, e simplesmente decide ignorá-la, será punido por sua rebeldia e desprezo à palavra do Senhor. O pecado para o qual Esaú não encontrou lugar de arrependimento foi o desprezo pelo privilégio, que Deus lhe concedera de ser o primogênito, Hb 12.17. Ou o crente obedece ao Evangelho a fim de alcançar todas as bênçãos prometidas nele, ou então, desobedece e terá que arcar com todas as conseqüências de sua própria desobediência, sofrendo a justa punição do Senhor. A carreira cristã pode ser comparada à um concurso, em que o candidato passa por várias etapas, sendo que todas elas são eliminatórias; de maneira que o candidato pode ser eliminado tanto por reprovação, como também por negligenciar uma dessas etapas. De forma que o crente não pode por sua alta recreação ficar nos rudimentos da doutrina de Cristo, sem avançar para as etapas seguintes, e nem deve achar que se for reprovado nas provas em que é submetido, o Senhor será misericordioso com ele, porque quem submete o crente às provas é o próprio Senhor; de maneira que quem resolve estacionar no caminho da fé, se surpreenderá não pelo fato de não conseguirchegar ao fim da carreira, mas sim, por desviar do caminho, caindo na apostasia, sendo impossível a sua restauração espiritual, porque quem se acostuma ao pecado se torna insensível, até porque o pecado consciente, corrói a sensibilidade espiritual do crente, a ponto de transformá-lo num devasso e profano, chegando a blasfemar contra o Espírito Santo; o chamado “pecado para morte” I Jo 5.16b que não tem perdão, nem neste século e nem no vindouro Lc 12.10. O crente que entra pelo caminho da apostasia, de novo crucifica o Filho de Deus e o expõe ao vitupério, ou seja, se torna pior do que o ímpio que peca por ignorância, e por conseguinte, se torna como a terra que produz espinhos e abrolhos, se tornando maldita e digna do fogo, Hb 6.7,8; mas dos crentes hebreus, o escritor esperava coisas melhores, coisas pertinentes à salvação; e é o que Deus espera de cada um de nós, Hb 6.9. CRISTO TROUXE MAIOR GLÓRIA NA ADORAÇÃO A DEUS A GLÓRIA DA LEI PROPICIATÓRIO A GLÓRIA QUE CRISTO TROUXE CALVÁRIO JUÍZO SUSPENSO JUÍZO PROCLAMADO SENTENÇA ADIADA SENTENÇA EXECUTADA A LEI COBERTA A LEI CUMPRIDA O PECADO COBERTO O PECADO TIRADO O PECADOR ALIVIADO O PECADOR SALVO E LIBERTO CRISTO, MEDIADOR DE UMA MELHOR ALIANÇA “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas. Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo”. Hebreus 8.6,7. Cristo alcançou um ministério mais excelente, não temos dúvidas que esse ministério mais excelente foi alcançado por ter sido bem sucedido em sua missão terrena, por sua identificação conosco, e pela aprovação divina, Hb 2.9,11; 5.1-10. E por ter alcançado um ministério mais excelente se tornou mediador de uma melhor Aliança, pois a antiga Aliança como sombra que era, falava apenas vagamente das realidades celestiais. A Aliança mosaica fazia exigências impossíveis aos homens, transformando-os em escravos, e, portanto, não era capaz de dar-lhes forças para cumprirem as sua próprias exigências. Eis a razão porque estava fracassada: A lei não dava condições aos seus aderentes, portanto, devido essa deficiência da lei, somando mais a fraqueza humana, a lei acabou por enfermar-se, e, por conseguinte, tornou-se ineficiente; neste caso, houve necessidade de ser revogada, a fim de que entrasse em vigor uma melhor Aliança, firmada em melhores promessas. A EFICÁCIA DO SACRIFÍCIO DE CRISTO ASPECTO DE CADA PACTO ANTIGO PACTO LEI NOVO PACTO GRAÇA FUNDAMENTO SANGUE DE ANIMAIS SANGUE DE CRISTO SIGNIFICADO SÍMBOLO REALIDADE PROPÓSITO COBRIR O PECADO TIRAR O PECADO ESSÊNCIA MINISTÉRIO DE MORTE LEI DO ESPÍRITO DE VIDA VALOR PROVISÓRIO ETERNO CONDIÇÃO INEFICAZ EFICAZ O PECADO IMPERDOÁVEL “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.” Hebreus 10. 26,27 Ao referir-se ao pecado imperdoável, o autor da epístola não tinha em mente um pecado específico. O que inferimos do texto em apreço, é que o autor procura enfatizar que o fato do crente voluntariamente continuar no pecado, não importando de qual natureza seja, será levado a um indiferentismo espiritual, que inevitavelmente o conduzirá a uma lassidão moral, que fatalmente terminará na apostasia; doença espiritual, para a qual não existe remédio. Naturalmente, o escritor tinha em mente o princípio legal que proibia ao sacerdote, fazer expiação pelo pecador que deliberadamente decidisse pecar, Nm 15.30,31. Ora, se na Antiga Aliança, quando os sacrifícios eram repetidos por inúmeras vezes, não se devia fazer expiação, senão por aquele que pecasse inadvertidamente ou por ignorância; imagine a situação dos crentes na Nova Aliança, que receberam o pleno conhecimento da verdade, e depois disso, acostumaram-se ao pecado; para estes não há mais remissão, até porque, a Nova Aliança foi estabelecida mediante o único e perfeito sacrifício de Cristo, de maneira que se alguém profanar o sangue da Nova Aliança, não lhe resta mais sacrifícios; porque os sacrifícios levíticos foram abolidos, e o de Cristo foi único. Sendo Cristo o único caminho da salvação, que esperam os peregrinos que errarem esse caminho? Sendo Cristo a única porta das ovelhas, o que pode esperar as ovelhas que errarem essa entrada? Sendo somente através da cruz de Cristo, que o novo e vivo caminho foi aberto, o que esperam aqueles que erraram o caminho da cruz? a apostasia é tanto possível como também fatal, irreversível e sem expiação. CARTA DE TIAGO Autor: Tiago Data: 45-49 d.C. Tema: A Fé Manifesta-se pelas Obras. Palavras-Chave: Fé, Riquezas, Língua, Orgulho, Oração. Versículo-Chave: Tg 1.27; 2.20. A epístola de Tiago é conhecida como a epístola da religião pura, uma epístola que todos os crentes precisam conhecer, em virtude da sua mensagem doutrinária, pastoral e prática. A AUTORIA E A OCASIÃO Ha três homens com o nome de Tiago no Novo Testamento, ligados à autoria da epístola em estudo: 1º) Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, um dos doze, (Mt 4.21; Mc l0.35;Lc 9.54 e At 1.13). 2º) Tiago, filho de Alfeu, um dos doze, (Mt 10.3;Mc 3.18;Lc 6.15; At 1.13). 3º) Tiago, o irmão do Senhor, ( Gl 1.19; Mt 13.55.). A tradição cristã atribui à Tiago, o irmão do Senhor , a autoria humana da epístola. A bíblia revela que durante o ministério de Jesus, Tiago e seus irmãos não criam que Jesus seu meio irmão mais velho, era o Messias, Jo 7.5; Mc 3.21. Somente após, a ressurreição, eles passaram a crer em Jesus, I Co 15.7. Consta que Tiago esteve no cenáculo entre os que foram batizados com Espírito Santo, At 1.14. PARENTESCO COM JESUS. Os evangelhos fazem menção de quatro homens como meio irmão do Senhor, leia Mt 13.55; Mc 6.3. Existem três teorias referentes ao parentesco entre Jesus e seus irmãos: 1ª) É que eles eram realmente seus irmãos. 2ª) Afirma que seus irmãos eram filhos de José, de um casamento anterior. 3ª) Afirma que os irmãos de Jesus não eram realmente seus irmãos, mas primos, estas duas últimas teorias defendem a idéia da virgindade perpétua de Maria. Sobre a virgindade de Maria, precisamos observar o seguinte: 1º) Maria só foi virgem até que Jesus nasceu, Mt 1.25. 2º) Jesus era o filho primogênito e não unigênito de Maria, Lc 2.7. 3º) Jesus é o filho unigênito do Pai, Jo 1.14, 3.16 e I Jo 4.9. SEU CARÁTER Homem íntegro, de vida santa, rígido, porém estimado pelos compatriotas que o chamavam de Tiago," o justo". Homem de oração Ele viveu uma vida de nazireu; passava muito tempo de joelhos, em oração no templo, a ponto de, segundo a história, ter os joelhos calejados como os de um camelo. Seu ministério e atuação Presidiu o concílio em Jerusalém, At 15.13. Considerado coluna da Igreja, Gl 2.9. Respeitado pelo Apóstolo Paulo, At 21.18. Respeitado pelo Apóstolo Pedro, At 12.17 A HISTÓRIA DO SEU MARTÍRIO Os historiadores afirmam que Anamo, sumo sacerdote, e os escribas e fariseus, aproveitando-se do intervalo entre a morte de Festo e a chegada do novo governador romano, reuniram o Sinédrio e ordenaram a Tiago, “irmão de Jesus”, que proclamasse, de um dos pórticos do Templo, que Jesus não era o Messias, a fim de conter o povo que, em grandes levas, estava abraçando o Cristianismo. Ao invés disso, Tiago bradou que Jesus era o Filho de Deus e juiz do mundo. Seus inimigos, enfurecidos, arrojaram-no ao chão, depois o apedrejaram, até que um pisoador, compadecido, deu fim aos seus sofrimentos, dando-lhe um golpe de maça, quando ele, ajoelhado, orava assim: “Pai, perdoa-lhes, não sabem o que fazem”. Poucos anos depois começou o cerco fatal de Jerusalém, 70 d.C. CURIOSIDADES NA EPÍSTOLA DE TIAGO A epístola de Tiago se reduz acerca de quinhentas e setenta
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