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PROFETAS MENORES Introdução Os profetas do Antigo Testamento foram homens extraordinários, com mensagens extraordinárias. Todos tinham tarefa especial a cumprir e, dever difícil a realizar. Porém, todos tinham ouvido a voz suprema do Altíssimo e se sujeitaram ao seu mandado. Acontecesse o que acontecesse, estavam prontos a obedecer ao Senhor e entregar a Palavra procedente do Pai a seus filhos rebeldes. Confiando em Deus lançaram-se à obra, e com os olhos fixos na linha de chegada levantaram suas vozes proferindo profecias poderosas e inspiradas. Muitas das vezes, mesmo com risco de vida, permaneceram fiéis, anunciando que o Todo-Poderoso estava irado com a nação, e que em breve o seu justo juízo seria executado sobre todos o que não se arrependessem e voltassem a Ele. Este grupo de profetas são chamados de menores, não porque suas profecias sejam inferiores ou de menor importância do que a dos profetas maiores, mas devido o volume de suas profecias, contudo a intensidade das suas mensagens tinha as mesmas proporções. Assim como os profetas maiores, estes também eram legítimos porta-vozes do Senhor. A designação de profetas maiores ou menores foi dada por Agostinho no séc IV. OS PROFETAS DE ISRAEL OS PROFETAS DE JUDÁ OS PROFETAS DO PÓS- CATIVEIRO Jonas, Amós e Oséias Obadias, Joel, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias Ageu, Zacarias e Malaquias Os temas do Profetas Menores abordam sobre o Dia do Senhor ou sobre o atributo de Deus, sua santidade, justiça, grandeza, e tantas outras atribuições. Suas narrações, redigidas há centenas de anos, continham mensagens dirigidas ao povo de Israel que naqueles dias vivia corrompido com as práticas pecaminosas dos ímpios ao seu redor. Sua profecias focalizam quatro fases da história: 1 – Os seus próprios dias. 2 – O futuro próximo, ou seja, o cativeiro e o retorno. 3 – O futuro mais distante, ou seja, a vida de Cristo e a sua missão. 4 – O fim dos tempos, ou seja, Grande Tribulação, Milênio, Juízo Final, Novos céus e Nova terra. Apesar do tempo em que foram proferidas, suas mensagens, bem como as dos profetas maiores, são tão eficazes para a nossa edificação espiritual, que é como se tivessem sido proferidas para a nossa geração. LIÇÃO 1 OSÉIAS, JOEL E AMÓS PROFETA OSÉIAS Oséias foi profeta do reino do Norte. Sua mensagem dirigiu-se ao reino do Norte, com referências ocasionais a Judá, o reino do Sul. ÉPOCA DE OSÉIAS Mais ou menos nos últimos 30 a 40 anos do reino do Norte. Começou seu ministério quando Israel, sob o governo de Jeroboão II, estava no auge do seu poder, II Rs 14.23-29. Assim, foi testemunha da sua queda rápida. Foi contemporâneo de Amós, sendo, porém, mais moço; contemporâneo de Isaías e Miquéias, mais velho que estes. Quando criança, possivelmente conheceu Jonas. Os reis em cujos reinados profetizou foram Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, todos de Judá, e Jeroboão II, de Israel, Os 1.1. As datas aproximadas destes reis foram como segue: REIS DE ISRAEL, O REINO DO NORTE Jeroboão II, 782-753 a.C. Reino próspero. O profeta Oséias inicia o seu ministério. Zacarias, 753-752 a.C. Reinou 6 meses foi morto por Salum. Salum, 752 a.C. Reinou 1 mês. Foi morto por Menaém. Menaém, 752-742. Incrivelmente cruel. Pecaías, 742-740 a.C. Foi morto por Peca. Peca, 740-732 a.C. Morto por Oséias. Oséias, 732-723 a.C. Queda de Samaria em 722 a.C. Fim do reino do Norte. REIS DE JUDÁ, O REINO DO SUL Uzias, 767-740 a.C. Bom rei, Oséias começa. Jotão, 740-732 a.C. Bom rei. Acaz, 732-716 a.C. Muito perverso Ezequias, 716-687 a.C. Bom rei. Algumas destas datas em parte coincidem com outras e são de difícil compreensão. O período máximo, pois, em que Oséias pode ter profetizado seria de 782-687 a.C., e o período mínimo cerca de 753-716 a.C. Admitindo que seu ministério se estendeu a uma parte considerável dos reinados de Jeroboão e Ezequias, talvez fosse seguro colocá-lo em mais ou menos entre 770-710 a.C. A SITUAÇÃO Uns 200 anos antes da época de Oséias, dez tribos, dentre as doze, separaram-se do reino de Davi e se constituíram em reino independente, tendo o bezerro de ouro como o seu deus nacional. A este reino idólatra, Deus enviou Elias, Eliseu, Jonas, Amós e por último, enviou também o profeta Oséias. CAPÍTULOS 1.1-2.1. “Palavra do Senhor, que foi dirigida a Oséias...” Deus falou não somente a ele, mas também por ele, Os 1.2. O profeta recebeu, entendeu e obedeceu a mensagem, como também a entregou à Israel. Oséias foi um profeta com uma profecia contundente. Alguns comentaristas bíblicos debatem se Gômer foi uma meretriz antes de se casar com Oséias ou se ela somente se prostituiu após se casar e ter filhos. Os que negam o seu procedimento antes de se casar com o profeta, tomam como base o princípio de que o Senhor jamais requereria algo tão repugnante dos seus servos, ou que as próprias leis judaicas não permitiam tal união, ou que foi uma visão, sonho ou alegoria usada por ele. Mas, não encontramos nada no relato profético que indique que foi apenas uma visão, bem como, nada implica que tudo foi só simbolismo. Ele não pecou, mas simplesmente obedeceu à voz de Deus. Tomou a Gômer como sua legítima esposa. A expressão “mulher de prostituições” indica que até então, vivia na prostituição. Com relação à frase, “terás filhos de prostituição” é ainda mais difícil de entender o seu significado. Na versão corrigida o verbo “terás” é omitido. Alguns estudiosos concluem que o profeta não somente tomou para si uma mulher pecadora, como também, os seus filhos. Há quem entenda que os filhos que nasceram de Gômer depois de casada, foram de outros homens, e não do próprio Oséias. Uma outra interpretação conclui que os filhos eram do profeta, mas chamados “filhos de prostituição” por causa do comportamento maculado da mãe. Entendo que o profeta tomou-a como esposa, já tendo filhos de prostituição. Foi uma ordem estranha, mas a situação espiritual de Israel era tão deplorável, que somente uma vivência ignominiosa como essa, podia ilustrar a corrupção geral em que o povo vivia. Nomes Proféticos: Não somente o casamento de Oséias foi uma ilustração daquilo que pregava, mas até aos filhos deu nomes das principais mensagens de sua vida. Jezreel, Os 1.4,5, (Deus semeia ou espalha), o primogênito. Jezreel fora a cidade da brutalidade sanguinária de Jeú, II Rs 10.1- 14. O vale de Jezreel (hoje chamado Esdraelom) foi o velho campo de batalha em que o reino por um triz não entrou em colapso. Dando ao filho o nome de Jezreel, Oséias estava dizendo ao rei e à nação: Retribuição; a hora do castigo chegou. Lo- Ruama, (Desfavorecida, Os 1.6, foi o nome do segundo filho, uma menina, que significava “não há mais misericórdia para Israel”, embora houvesse uma prorrogação para Judá, Os 1.7. Lo-Ami, Os 1.9, nome do terceiro filho, significava “Não-Meu-Povo”. Oséias então repete os dois nomes sem a partícula “Lo” (não), Os 2.1, significando agora: “Meu Povo” e “Favor”, referindo-se, com um jogo de palavras, ao tempo em que outras nações seriam chamadas povo de Deus, Os 1.10, passagem que Paulo cita como significando a extensão do evangelho aos gentios, Rm 9.25. CAPÍTULO 2.2-13 A profecia sobre a esperança no porvir, é interrompida, e o profeta volta à realidade de sua situação. Sua esposa ainda se comporta de maneira indigna, demonstrando que a nação de Israel continua nas suas iniqüidades, completamente surda às profecias inspiradas de Oséias. Deus usando de exemplo a triste vida conjugal de Oséias e Gômer, continua falando a Israel, esperando que ela ouça e aceite a mensagem de reconciliação. A mãe repreensível, de Os 2.2-5, é a nação de Israel e os filhos representam os habitantes. O profeta admoesta-os a debater com sua mãe, a nação, para que volte para o seu marido, ao pai deles, antes que seja tardedemais. A nação unia-se aos deuses das outras nações pagãs gerando filhos ilegítimos, os quais Deus não podia aceitar como seus. A nação se vendia por pão, água, lã, linho, óleo e bebida, Os 2.5. O amor do Senhor o levou a dificultar bastante a aproximação dela aos seus amantes, Os 2.6, devido a dificuldade de encontrar os seus amantes, ela então pensa em retornar ao seu marido, Os 2.7. Por não reconhecer que fora o seu marido que lhe dera o pão, o vinho, o óleo, como também multiplicara a prata e o ouro que a nação usara para Baal, Os 2.8; o Senhor lhe tiraria tudo e a deixaria nua, Os 2.9,10. Nos versos que se seguem, o Senhor revela que se a nação persistir na imoralidade, ele promete: Reter o trigo e o vinho Arrebatar a lã e o linho. Descobrir as suas vergonhas. Fazer cessar o seu gozo. Devastar a sua vide e a figueira. Castigá-la pelos dias de baalins. RESTAURAÇÃO O Senhor promete levá-la ao deserto e falar ao seu coração, Os 2.14. O Senhor promete fazer do vale de Acor, uma porta de esperança, Os 2.15. O Senhor promete que fará a nação esquecer os seus amantes, Os 2.16,17. O Senhor promete renovar a aliança e promete desposá-la para sempre, Os 2.18- 23. CAPÍTULO 3 – OSÉIAS RESGATA GÔMER O Senhor ordena que o profeta ame de novo a mulher de seu amigo, e adúltera, como Senhor ama os filhos de Israel. Então o profeta foi e a comprou por 15 peças de prata e um ômer e meio de cevada, Os 3.1-3. Nota: A quantia de 15 peças de prata era então a metade do preço de um escravo. Mas , com mais um ômer e meio de cevada, que representa a comida de um escravo por um ano, isso equivale ao preço total de um escravo, isto é, 30 peças de prata. Gômer foi então comprada, sendo assim libertada da escravidão. Jesus, de igual modo foi vendido, para nos livrar da escravidão espiritual e da perdição. “Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, sem estola sacerdotal ou ídolos. Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor seu Deus, e a Davi, seu rei. Virão tremendo ao Senhor e à sua bondade nos últimos dias”, Oséias 3.4,5 CAPÍTULO 4 – EFRAIM ESTÁ ENTREGUE AOS ÍDOLOS. A idolatria é a fonte de seus crimes nefandos, Os 4.1-3. Os sacerdotes alimentam-se dos pecados do povo, Os 4.4- 10. As jovens são meretrizes; mulheres casadas recebem outros homens em casa; os homens se retiram com prostitutas, Os 4.11-14. Judá, o reino do Sul, Os 4.15, não afundara tanto na idolatria quanto Israel, e foi poupado por uns 100 anos depois que Israel foi destruído. Gilgal citado no verso 15 era santuário de culto idólatra, pensa- se que ficava uns 11 km de Betel. Bete-Áven que significa “casa do nada ou idolatria”, nome que o profeta dá a Betel por se ter convertido em centro de idolatria, leia Os 4.15; 5.8;10.5. O nome Efraim citado no verso 17, sendo a maior e mais central das tribos do Norte, tornou-se sinônimo de todo o reino Setentrional. O vento citado no verso 19, é uma metáfora; seria como se tivesse dito que o vento já havia envolvido a nação pecadora em suas asas para levá- la a outra terra. CAPÍTULO 5 - „EFRAIM TORNAR-SE-Á ASSOLAÇÃO‟ Sacerdotes, rei e povo são rebeldes contra Deus, Os 5.1-3. Mergulhados no pecado, com o que se orgulham, “o seu proceder não lhes permite voltar para seu Deus, Os 5.4,5. Filhos bastardos (estranhos) citado em Os 5.7, significa filhos de outros homens que não são seus maridos. O profeta denuncia que será em vão subir à Assíria, num esforço do rei em pagar tributo para livrar-se do grande rei, leia, II Rs 15.19. CAPÍTULO 6 – SACERDOTES MATAM E PRATICAM TORPEZAS O terceiro dia referido em Os 6.2, significava provavelmente que, após curto prazo, Israel seria restaurado, e geralmente se entende como alusão antecipada à ressurreição do Messias ao terceiro dia. Gileade, em Os 6.8 e Siquém em Os 6.9, eram duas das principais cidades do país, horríveis centros de vício e violência. CAPÍTULO 7 – “TODOS ELES SÃO ADÚLTEROS” “Quentes como um forno e consomem os seus juízes, Os 7.4,7, refere-se provavelmente ao período de concupiscência e violência apaixonada, no qual quatro de seus reis foram assassinados em rápida sucessão, mesmo enquanto Oséias profetizava. Pão que não foi virado, Os 7.8, queimado de um lado, cru no outro, portanto impróprio para o consumo, desta forma, teria que ser lançado fora. Se Efraim é um bolo, os ingredientes não era dos melhores, pois havia se misturado com nações pagãs, e portanto, não podia ser mesmo um bolo de qualidade. As cãs referida no versículo 9 falam dos sintomas do fim que se aproximava. Efraim é como uma pomba enganada, Os 7.11, esta figura revela a falta de senso e de direção de Israel. Sem entendimento, confuso e perplexo, sem saber para onde ir, caiu cativa numa rede, nesse caso, a armadilha da Assíria, preparado pelo Senhor, Os 7.12. CAPÍTULO 8 – “SEMEIAM VENTOS, SEGARÃO TEMPESTADES” Estabeleceram rei, mas não da minha parte, Os 8.4. Deus designara a família de Davi para governar seu povo. As dez tribos se rebelaram e estabeleceram para si uma linhagem diferente de reis, I Rs 12.16-19. Mercou ou alugou amores, Os 8.9, namorando a Assíria com a paga de tributo, II Rs 15.19,20. CAPÍTULO 9 – TORNARAM-SE ABOMINÁVEIS COMO AQUILO QUE AMARAM” Tornará ao Egito, Os 9.3, não se refere ao Egito literalmente, leia Os 11.5, mas à uma escravidão na Assíria igual à do Egito, embora que após o cativeiro muitos judeus se estabelecessem no Egito mesmo. A frase “seu profeta é um insensato, Os 9.7, tudo indica que fosse esta a opinião de Oséias acerca dos falsos profetas, é provável, que essa fosse também a opinião do povo sobre Oséias. “Profundamente se corromperam”, Os 9.9, como nos dias de Gibeá, quando uma mulher foi brutalizada, toda uma noite, por indivíduos bestiais, Jz 19.24-26. O capítulo encerra com uma contundente promessa de juízo: “Andarão errantes entre as nações, Os 9.17; isso começou no tempo de Oséias e continua sem parar até hoje. CAPÍTULO 10 – “A GLÓRIA DE BETEL JÁ SE FOI” Os “Bezerros de Betel”, Os 10.5, em pedaços serão desfeitos, Os 8.6; espinheiros e abrolhos crescerão sobre os seus altares, Os 10.8. Salmã é provavelmente uma referência a Salmaneser III, rei da Assíria. CAPÍTULO 11 – “COMO TE DEIXAREI?” Do Egito chamei a meu filho, Os 11.1, é citado em Mt 2.15 como se referindo à fuga dos pais de Jesus para o Egito; como a nação messiânica, em sua infância, fora chamada do Egito, assim o próprio Messias foi chamado de lá. No verso 4 o Senhor diz: “Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor ...” No verso 7 Deus reclama que o seu povo é inclinado a desviar-se dele, mas no versículo 8, o Senhor revela o seu coração amoroso e pergunta: “Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões, à uma, se acendem” O seu grande desejo não era destruir e terminar com a raça judaica, mas conservá-la, amá-la, restaurá-la e continuar sendo o seu meigo amante. Não queria aniquilá-la como tinha feito com as cidades de Admá e Zeboim que sofreram devastação total no holocausto que sobreveio a Sodoma e Gomorra, Dt 29.23. O Senhor declara: “... Sou Deus e não homem...”, Os 11.9, essa é a razão de um amor inexplicável, insondável, e incompreensível. CAPÍTULO 12 – „EM BETEL ACHOU A DEUS‟ “Assíria” e “Egito”, Os 12.1; refere-se a diplomacia mentirosa de Israel, que entrava em acordo secreto com esses países, contrários um ao outro, resultaria em desastre. No versículo 4 o profeta faz referência a Betel, o centro da abominável idolatria, o mesmo lugar onde seu pai Jacó não somente achara a Deus, mas dedicara sua vida a Ele, Gn 28.13-15. CAPÍTULO 13 – “PECAM MAIS E MAIS” Efraim fez-se culpado no tocante a Baal, Os 13.1; a adiçãodo culto de Baal ao culto do bezerro, sob o governo de Acabe, I Rs 16.31-33, foi a infecção que desencadeou a morte nacional. O profeta usa uma analogia interessante ao descrever a teimosia deles em rejeitar a liberdade que lhes era apresentada: “Um bebê obstinado, que não quer sair da madre, chegada a sua hora de nascer”, Os 13.13 Embora espiritualmente morta, a nação recebe uma promessa de ressurreição: “... Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição? ...”. Aqui temos a promessa de ressurreição nacional, citada em I CO 15.55, como referente à ressurreição literal do cristão. CAPÍTULO 14 – “ISRAEL VOLTARÁ PARA DEUS” A noiva extraviada do Senhor voltará para o seu esposo e outra vez corresponderá ao seu amor, como nos dias da sua mocidade, Os 2.14-20. O livro de Oséias versa sobre quatro assuntos: A idolatria de Israel, sua perversidade, seu cativeiro e sua restauração. Quase cada sentença é um parágrafo, alternando-se sobre estes assuntos aparentemente sem conexão. Oséias teve de arrostar com uma sujeira tão repelente como não se pode achar em qualquer parte da Bíblia. A degradação bestial do povo era simplesmente incrível. Contudo, Oséias labutou e sofreu, sem cessar, por fazê-lo ver que Deus ainda o amava. Realmente é um livro admirável. PROFETA JOEL FUNDO HISTÓRICO O nome Joel significa “Jeová é Deus”. Seu pai era Petuel, que quer dizer “Persuadido por Deus”. O profeta era de Judá, possivelmente de Jerusalém, da época do rei Joás. Era contemporâneo de Eliseu e Obadias. Alguns acreditam que Joel foi sacerdote, além de profeta. A data do livro gira em torno do ano 835 a.C. Naqueles dias houve vários ataques maciços de pragas de locustas, além da seca que castigou a terra e o povo. A história registra descrições destas pragas. Testemunhos fidedignos comentam que os exames de gafanhotos era de tal monta que cobriam dezenas de alqueires, chegando às vezes, a cobrir 50 km de largura por 120 de comprimento. Os insetos, depois de acabar com a lavoura e as plantas, entravam nas casas e noutros lugares, a procura de mais alimento. Comida, feno, roupas e até odres eram consumidos e cortados em pedacinhos. Em pouco tempo reduziam a nada o produto do trabalho de vários meses. Mais de 80 espécies de locustas são conhecidas. Joel menciona um tipo, mas trata do seu desenvolvimento em quatro fases: ARA ARC AS FASES 1. Cortador Lagarta Recém-nascido, sem asas. 2. Migrador Gafanhoto Já no primeiro estágio de desenvolvimento pode procriar. Estágio inicial. 3. Devorador Locusta Desenvolve pequenas asas; não voa, mas pula bem; começa a devorar 4. Destruidor Pulgão Plenamente desenvolvido, com asas completas, já voa; é o consumidor adulto. Alguns comentaristas fazem um paralelo entre estas pragas e os impérios da visão de Daniel: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Mas, a interpretação mais provável é a simbólica. O incidente dos gafanhotos ou locustas foi real, já havia acontecido. O profeta lembra isso ao povo daquela época tão aterradora, porém, agora o conscientiza das vindouras invasões inimigas. Nações se levantarão contra Judá com grande alvoroço e ferocidade. Por fim, o profeta emprega a assolação passada para mostrar que no futuro, o Dia do Senhor será, por sua vez, ainda mais terrível. TEMA “O Dia do Senhor Está Próximo”. É este o tema do livro. A frase se encontra cinco vezes em Joel, Jl 1.15; 2.1,11,31 e 3.14. Nestes versículos encontramos palavras que evidenciam claramente que tal dia será, de fato, assustador e temível. Depois de falar sobre as locustas, Joel levanta a sua voz bradando ao povo. Ele procura acordar os ébrios do seu estado de estupor, Jl 1.5, procura despertar a virgem (noiva), os lavradores, Jl 1.11, os ministros de Deus, Jl 1.13. O profeta tenta advertir todos da grandiosidade do Dia do Senhor. A sua mensagem visa preparar Judá para a invasão que há de vir. Será sem igual, especialmente para aqueles que estão sem comunhão com o Salvador. Por isso, Joel admoesta-os a jejuar, se congregar e clamar ao Senhor, Jl 1.14. Ele, de maneira direta, anuncia que, se eles não se humilharem agora, serão humilhados depois. O ataque de que fala o profeta é aquele que ocorrerá durante a Grande Tribulação. Será quando Judá (Israel) for atacado pelas hostes inimigas nos dias antes da grande batalha do Armagedom, o desfecho da Grande Tribulação. Podemos ver que a descrição de Joel (principalmente os versículos 2.2-10), indica que as tropas adversárias serão destemidas, heróicas e dominadas pelo zelo destruidor. O arauto de Deus não esquece de mencionar que este exército e sua marcha fazem parte dos planos do seu comandante, “o Senhor levanta a voz diante do seu exército; ...”, Jl 2.11. O Altíssimo, permite a aflição do seu próprio povo nas mãos de forças ímpias, a fim de trazê-lo ao arrependimento, antes que seja tarde demais. “Ah! Que dia! ... Sim, grande é o Dia do Senhor e mui terrível! Quem o poderá suportar?”, Joel 1.15; 2.11. CAPÍTULO 2.12-20 “Rasgai o Vosso coração ...”, Jl 2.12-14. O apelo do profeta é um convite ao povo para acertar-se com o seu Deus. A chamada é para uma total reconsagração. É a hora da conversão. Joel alista certos atributos de Deus, querendo assim mostrar que Ele é perfeitamente capaz de perdoá-los se eles se converterem de novo. A idéia de conversão neste trecho é a de retorno para Deus. O pedido do profeta é que Judá volte ao seu Senhor. Volte com jejum, com choro e com pranto, Jl 2.12. Seja sincero e volte arrependido, “rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, ...”, Jl 2.13. O Senhor quer mudança interna: Um coração contrito, magoado por ter cometido tão grave pecado. Rasgar as vestes, evidencia somente algo externo, o que não é suficiente, pois não demonstra o verdadeiro arrependimento. DEUS IRA Leia o versículo 14. BÊNÇÃO PECADO ARREPENDIMENTO “Tocai a Trombeta ...”, Jl 2.15-17. O chamamento continua. O profeta proclama que todos precisam acertar as contas com Deus. É imprescindível destruir a rebeldia, pelas raízes. O arrependimento coletivo e individual da parte de Judá, é essencial a esta operação, leia Jl 2.15-17. “O Zelo e a Compaixão do Senhor”, Jl 2.18- 20. As exigências divinas foram expostas; agora resta ao povo aceitá-las e cumpri- las. Se eles cumprirem os requisitos anunciados pelo profeta, então o Senhor se mostrará zeloso e compassivo para com a terra e o povo, Jl 2.18. O arrependimento sempre precede bênçãos incontáveis, leia Jl 2.19,20. “Regozijo”, Jl 2.21-24 – Nesses quatro versículos, a terra, os animais do campo e os filhos de Sião são admostados a, não temerem, mas, regozijarem-se. O motivo da sua alegria é: “... Porque o Senhor faz grandes coisas”., Jl 2.21 “Restituição”, Jl 2.25-27 – A mensagem de renovação prossegue através do profeta. O pai diz que irá repor o que os gafanhotos tinham consumido. Ele tinha enviado este grande exército de gafanhotos contra o seu povo, Jl 2.25; a restituição é tanto material como espiritual, leia Jl 2.26. “O derramamento do Espírito Santo”, Jl 2.28-32 – Esta é uma passagem predileta entre nós pentecostais. Realmente, é um estandarte da doutrina do Espírito Santo. Os efeitos dessa efusão, como se diz, são profecias, sonhos e visões. Profecias, sonhos e visões que são mensagens e revelações para a nossa edificação e fortalecimento. São elos de esperança entre Deus e suas criaturas, vínculos de fé que asseguram a nossa posição na família cristã universal. Junto com esta promessa maravilhosa, a palavra profética faz alusão ao Grande e Terrível Dia do Senhor, Jl 2.31, entretanto, o capítulo termina enfatizando a graça salvífica: “E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo ...”, Jl 2.32. O VALE DA DECISÃO, Jl 3.1-21 “Juízos contra as Nações Inimigas”, Jl 3.1-8 Joel trata aqui do fim das nações adversáriasde Judá. O Senhor ajuntará esses povos no vale de Josafá, que significa (“Jeová Julga” e representa simbolicamente os juízos de Deus durante a tribulação, culminando com a batalha final na planície de Armagedom) e fará cair sobre eles a sua vingança, Jl 3.4,7. Tiro, Sidom, Filístia, que representavam todas as nações inimigas, tinham se profanado com a troca de meninos e meninas escravos, por prostitutas e bebidas fortes, além de outras práticas vis. Mas a razão primordial da fúria dos céus despejar sobre eles foi a sua maneira repugnante de proceder com o povo de Deus. Eles haviam roubado o ouro e a prata e tesouros do Senhor e os colocaram em seus templos pagãos, Jl 3.5, repartiram entre si a terra do Senhor, Jl 3.2, venderam os filhos de Israel e espalharam o povo pelo mundo afora, Jl 3.2,6. Agora era chegada a hora do juízo, Jl 3.7,8. “A Sentença Executada”, Jl 3.9-17 – As nações foram julgadas e achadas culpadas. Portanto, resta a execução da sentença decretada. O resultado será sangrento, horripilante e final. Será com extraordinário furor e violência, leia Jl 3.13,14. “O Restabelecimento de Judá”, Jl 3.18-21 – Enquanto o Senhor brama e faz tremer os céus e a terra levando a efeito o julgamento de seus inimigos, também providencia proteção para os seus, Jl 3.16, E saberão que Deus realmente é o verdadeiro Pai, amável e consciente, que habita entre eles, Jl 3.17. E finalmente haverá paz e tranqüilidade, bênçãos em abundância e restauração completa. O PROFETA AMÓS Introdução Esta profecia parece ter sido proferida por ocasião de uma visita a Betel, Am 7.10- 14, uns 30 anos antes da queda de Israel. Amós foi profeta de Judá, o reino do Sul, tendo uma mensagem para Israel, o reino do Norte, nos reinados de Uzias, rei de Judá por volta de 767-740 a.C. e de Jeroboão II, rei de Israel que reinou entre 782-753 a.C., Am 1.1. O terremoto referido no primeiro versículo do livro, segundo Flávio Josefo, historiador judeu, coincidiu com a imposição da lepra de Uzias, II Cr 26.16-21, o que é confirmado pelo que diz Zacarias, Zc 14.5. Foi no princípio da co-regência de Jotão, cerca de 740 a.C.; e, segundo esse cálculo, a profecia de Amós ocorreu cerca de 742 a.C. O reinado de Jeroboão havia sido de muito sucesso. O reino fora consideravelmente ampliado, II Rs 14.23- 29. Israel estava no auge da prosperidade, mas em descarada idolatria e exaltando o mau cheiro de sua podridão moral: Era uma terra de falsos juramentos, furtos, injustiças, opressões, roubalheiras, adultérios e homicídios. Fazia uns 200 anos que as dez tribos se haviam separado do reino de Davi, por volta do ano 931 a.C., e estabelecido o reino independente do Norte, tendo como religião o culto ao bezerro, I Rs 12.25-33. Durante parte desse tempo o culto de Baal também fora adotado, e muitas das práticas abomináveis da idolatria cananita ainda predominavam. Entrementes, Deus enviara Elias, depois Eliseu e mais adiante Jonas. Mas, sem nenhum efeito sobre o povo. Israel, empedernido na idolatria e perversidade, descambava, agora, veloz para a ruína. Foi então que Deus enviou Amós e Oséias, num derradeiro esforço por frear a nação na sua arremetida para a morte nacional. CONTEMPORÂNEOS DE AMÓS Amós, quando menino, provavelmente conheceu Jonas, e pode tê-lo ouvido contar a visita que fizera a Nínive. É possível também que tivesse conhecido Eliseu, ouvindo-o narrar sua intimidade com Elias. Jonas e Eliseu estavam se retirando do palco da História, quando Amós chegou. Joel também pode ter sido seu contemporâneo, ou predecessor próximo. A praga de gafanhotos a que se refere em Am 4.9, pode ter sido a do tempo de Joel. Oséias foi seu cooperador. Podia estar em Betel ao tempo da visita de Amós. Sem dúvida, eles se conheciam bem e podem ter comparado notas muitas vezes sobre as mensagens que Deus lhes havia dado. Oséias, sendo mais moço, continuou a obra depois que Amós se afastou. Outrossim, quando Amós, encerrava seu trabalho, Isaías e Miquéias começavam o seu. CAPÍTULOS 1 e 2 – CONDENAÇÃO DE ISRAEL E NAÇÕES VIZINHAS. Amós começa com uma condenação geral da região inteira, oito nações: Síria, Filístia, Fenícia, Edom, Amom, Moabe, Judá e Israel. Chama a juízo cada uma delas com a Fórmula “Por três transgressões e por quatro, especificando as transgressões particulares de cada uma. “Cativeiro” é uma das palavras-chaves do Livro, Am 1.5; 5.5,27;6.7;7.17. Dentro de 50 anos cumpriram-se estes vaticínios. Os poucos remanescentes que escaparam dos assírios caíram mais tarde perante os babilônicos e os gregos. TECOA, Am 1.1 Lugar de residência de Amós, ficava 16 km ao sul de Jerusalém, 8 km de Belém, numa elevação de 890 m nas terras descampadas de pasto que dominavam o deserto da Judéia, na mesma região onde se pensa que João Batista, 8 séculos mais tarde, cresceu e se tornou homem. Amós dizia-se leigo, visto não ser sacerdote nem profeta de profissão, Am 7.14, e sim boiadeiro e colhedor de sicômoros. O sicômoro era uma espécie de figueira brava. O terremoto referido em Am 1.1, devia ter sido muito forte, pois foi guardado na lembrança durante 200 anos, e assemelhado ao dia do juízo, Zc 14.5. CAPÍTULO 3 – OS PALÁCIOS SUNTUOSOS DE SAMARIA Samaria, capital do reino do Norte, situava-se numa colina a 100 m de altitude, num vale de beleza extrema, cercado de montes por três lados, tão inexpugnável quanto bela. Mas, seus palacetes residenciais haviam- se construído à custa do sangue dos pobres, Am 2.6,7; 3.10; 5.11; 8.4-7; com uma crueldade de chorar até os pagãos egípcios e filisteus, Am 3.9,10. “Betel”, referida em Am 3.14, onde Amós falava, Am 7.13, era o centro religioso do reino do Norte, ficava 19 km ao norte de Jerusalém, um dos lugares onde Jeroboão I, filho de Nebate, erigiu um bezerro de ouro, I Rs 12.25-33, que ainda lá se encontrava, Os 13.2. A esse centro corrompido de idolatria chegou Amós com um derradeiro aviso para o reino apóstata. CAPÍTULO 4 – PREPARA-TE PARA TE ENCONTRARES COM O TEU DEUS. As senhoras mimadas de Samaria, Am 4.1,2, viviam opulentamente dos ganhos extorquidos aos pobres. Amós chama-as “Vacas de Basã”, Am 4.1, animais cevados à espera da matança. Dentro de poucos anos foram levadas “com anzóis”, Am 4.2. Os assírios conduziam seus cativos literalmente presos pelos beiços com anzóis. Os israelitas eram impiedosos em sua crueldade, contudo intensamente religiosos, Am 4.4,5. Que religiosidade! Os esforços repetidos de Deus, referidos em Am 4.6-13, por salvá-los, foram por eles baldados. Chegara o tempo de a nação iníqua encontrar-se com o seu Deus. “... prepara-te , ó Israel, para te encontrares com o teu Deus”, Am 4.12b CAPÍTULO 5 – O DIA DO SENHOR Lamento sobre a queda de Israel, Am 5.1-3, a seguir outro apelo para que volte a Deus, Am 5.4-9; neste capítulo temos muitas denúncias de pecado, mas âmago da mensagem é “Buscai ao Senhor e vivei”, A misericórdia que vem do alto ainda pode ser aproveitada, mas o tempo para isto está se esgotando. Israel poderá ser salvo se mudar imediatamente, buscando e amando o bem e aborrecendo o mal, Am 5.14,15. Deus sabe que suas transgressões são muitas e graves, Am 5.12, mas, por enquanto, existe possibilidade de sua restauração, Am 5.15. Esperança, ainda existia, mas de forma mínima. As condições eram tão precárias que, no meio do seu apelo, Amós manda o prudente a guardar silêncio, porque o tempo é mau, Am 5.13. Suas palavras, se ele falasse publicamente, não seriam consideradas. Como os demais profetas, com suas exortações ele seria zombado, ridicularizado e de nada adiantaria seus esforços para acordar o povo do seu sono espiritual. Alguns, pensando que iam escapar da ira de Deus, porque se julgavam parte dos escolhidos do Senhor, desejavam que chegasse o dia do Senhor. Amós, os alerta dizendo: “Ai de vós que desejais o Dia do Senhor!Para que desejais vós o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz”, Am 5.18 A EXIGÊNCIA DE DEUS, Am 5.21-27. “... Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene”, Am 5.24 Talvez pensemos que o Senhor não é exigente. Mas, ao estudar a sua pessoa e a sua verdade, notamos que ele requer muito; de fato, ele requer tudo daquele que se propõe seguí-lo e servi-lo. O mundo demanda a nossa vida, nos prometendo fama, prosperidade, glórias, mas sabemos que suas promessas são baseadas em mentiras e que requer um preço alto demais. O bom Mestre nos procura com amor e nos fala ternamente para seguir os seus passos. Promete vida abundante e eterna e sabemos que ele cumprirá as suas promessas. Amós denuncia que o Altíssimo estava cansado da atitude rebelde de Israel. O Senhor aborrecia e desprezava suas festas e assembléias hipócritas; não lhe agradavam seus holocaustos e ofertas e ficava irritado com as suas músicas, Am 5.21-23. Desde quando estiveram no deserto do Sinai, já não foram absolutamente sinceros quanto aos sacrifícios ao Senhor, não obstante houvessem os sinceros que ofereciam holocaustos a Deus com um coração reto. Deus, entretanto, exigia a justiça plena. Justiça abundante como um rio; como uma inundação que levasse e purificasse a terra das abominações que a infestavam. O desejo que ardia no íntimo do Senhor era o de ver uma transformação real da parte do seu povo, com o abandono de seus pecados infames e a busca da misericórdia do seu Pai. CAPÍTULO 6 – O CATIVEIRO Repetidamente Amós contrasta o ócio sensual, o luxo palaciano e o sentimento de segurança dos dirigentes e dos ricos, com os intoleráveis sofrimentos prestes a sobrevir-lhes. Calné, Hamate e Gate, na Filístia, eram lugares de imoralidade excessiva e de grande iniqüidade. O profeta diz a Israel: Vós sois repugnantes quanto esses povos, Am 6.2. Os líderes de Jerusalém e Samaria, viviam como queriam, sem nada temer, dormiam e espreguiçavam sobre camas de marfim, comiam do melhor e do mais caro, Am 6.1,4. Cantavam e bebiam e se ungiam com finos óleos, e não se preocupavam com a corrupção que corrompia a imagem do seu reino, Am 6.5-7. CAPÍTULO 7 – VISÕES SOBRE O JULGAMENTO DE ISRAEL Amós, como Zacarias, teve várias visões. Mais adiante veremos que Zacarias teve oito visões sobre o futuro restabelecimento de Israel. As cinco visões de Amós ressaltam o julgamento de Israel. Nas primeira três visões aparece um seu acusador, questionando e se opondo às suas profecias. Após tratar com esse elemento, Amós recebe mais duas. A soma de todas indica que o Dia do Senhor é inevitável e o povo será severamente sentenciado. A primeira visão de Amós foi a dos gafanhotos (ou locustas), Am 7.1-3 simbolizando a destruição da região. Amós intercede pelo pequeno Jacó. O Senhor se compadece, e o julgamento foi adiado. A segunda visão foi a do fogo, Am 7.4-6. Outro símbolo de destruição vindoura. Outra vez Amós intercede, e outra vez o Senhor se compadece. A terceira visão foi a do prumo, Am 7.7- 9. A cidade é medida para a destruição. Duas vezes Deus se compadecera. Não o faria mais. Não houve intercessão. Castigara e tomara a castigar; perdoara e tornara a perdoar. O caso deles é desesperador. A reação do sacerdote de Betel, Am 7.10-17. Quanto tempo Amós passou em Betel não se sabe, mas as suas denúncias e avisos repetidos estavam agitando o povo, Am 7.10. O sacerdote fez saber a Jeroboão. Contudo, Amós ficou cada vez mais afoito e disse ao sacerdote que ele mesmo seria cativo e sua mulher se prostituiria, Am 7.17, isto é, ficaria à mercê dos soldados assírios invasores. CAPÍTULO 8 – O CESTO DE FRUTOS DE VERÃO Outro símbolo de que o reino pecador estava maduro para a ruína. E uma reiteração das causas: A ganância, a desonestidade e a brutalidade para com os pobres, Am 8.3-8. Repetidamente, sob muitas figuras, a Bíblia deixa claro que não há possibilidade de escapar das conseqüências inevitáveis do pecado persistente. Porém, a mais triste maldição seria a fome que Deus enviaria, não fome de pão e nem sede de água, mas de ouvir a Palavra de Deus, Am 8.11. CAPÍTULO 9 – A GLÓRIA FUTURA DO REINO DE DAVI Outro vaticínio do cativeiro, Am 9.1-8. Dentro de 30 anos aconteceu, e o reino apóstata deixou de existir. O trono restaurado a Davi, Am 9.8-15. A visão profética sempre repetida de luminosos dias além das trevas. Amós viveu perto de Belém, cidadezinha de Davi. Sentia-se muito de haverem as dez tribos renunciado ao trono davídico, que Deus ordenara para o seu povo, a cujo aprisco por 200 anos haviam recusado obstinadamente a voltar. Sua última palavra: Em dias próximos o reino de Davi, por eles desprezado, reabilitar-se-á e dominará não somente uma nação, mas um mundo de nações, em glória eterna, leia Amós 9.11-15. LIÇÃO 2 OBADIAS E JONAS O PROFETA OBADIAS Introdução Obadias é um livro de apenas 21 versículos; portanto, o menor livro do Velho Testamento. Entretanto, isto não diminui a importância da sua contundente mensagem contra Edom por suas transgressões, pronunciando a sua queda inevitável e fatal. Sobre o autor pouco se sabe, o nome Obadias significa “Servo de Jeová” ou “Servo do Senhor”. Edom era a cordilheira de montes rochosos a leste do Vale de Arabá, que se estendia uns 160 km de Norte a Sul, e uns 32 km de Leste a Oeste. A terra de Esaú; (ruivo), ou Edom (vermelho), Gn 25.25; 36.8,9, era uma série de fragas e penhascos ao sudeste de Judá, estendendo-se do Mar Morto até o golfo de Ácaba. O versículo 3 refere-se a região de Petra, cidade principal e estratégica dos edomitas. Entre penhascos de cor avermelhada, eles combatiam seus inimigos protegidos pelas grandes rochas da região. Contudo, a profecia assegura que esta proteção frágil de nada adiantará, porque é o Senhor que comanda a invasão contra eles. Serão derrotados e nunca mais se recuperarão, nunca mais os seus descendentes se levantarão, Ob 10,16,18. Dentro de 4 anos após Jerusalém ter sido queimada, Edom foi invadido e assolado pelos mesmos babilônicos que eles haviam ajudado contra Jerusalém. Os nabateanos apoderaram-se de Edom. Os poucos edomitas que ficaram retiraram-se para uma região na parte sul da Judéia, onde por quatro séculos continuaram a existir como inimigos ativos dos judeus. Em 126 a.C., foram submetidos por João Hircano, um dos governantes macabeus, e obrigados à circuncisão, sendo absorvidos pelo estado judaico. Quando a Palestina foi conquistada pelos romanos em 63 a.C., os Herodes, que eram uma família iduméia foram postos à testa de Judá. Foram eles os últimos edomitas. Com a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., desapareceram da história. Com relação a Judá, a profecia assegura que um restante seria salvo, e que o reino do Deus de Judá ainda prevaleceria, leia Ob 17,19,21. Fundo Histórico: As dificuldades entre Edom, Gn 25.27- 30 e Israel, Gn 32.28; 35.9-12, já existiam há muito tempo, desde o ventre materno. Depois, nos dias de Moisés quando ele pediu permissão para passar pelo território de Edom e lhe foi negada, Nm 20.14-21. Em 930 a.C., o reino de Israel dividiu-se em dois: O Reino do Norte – Israel, e o Reino do Sul – Judá. As rixas então continuaram contra o Reino do Sul. A profecia de Obadias ocorre cerca de 85 anos depois desta divisão. A sua provável data é aproximadamente entre 840 a 845 a.C. Tema do Livro: O tema do livro é “A VINGANÇA DO SENHOR CONTRA EDOM”. Edom foi um espinho para os judeus. Ele tinha perturbado muito o reino unido de Israel e agora continuava a fazer o mesmo com o reino de Judá. Deus, por intermédio de seu profeta, fala que chegou a hora final dos edomitas. Eles eram culpados de insultar e injuriar demasiadamente o seu povo escolhido; portanto, sofreriam a pena capital, isto é, o extermínio da face da terra. A paciência de Deus havia se esgotado, e porconseguinte, não havia mais esperança para eles. A nação que tanto oprimiu os descendentes de Jacó desapareceria sob a ira do Senhor! Deus, assim exerceria a sua vingança. A palavra profética a respeito de Edom, diz o seguinte: Ele será invadido pelas nações, Ob 1. Ele será muito desprezado, Ob 2. Ele será derrubado da sua morada, Ob 3. Ele será derrubado do seu ninho, Ob 4. Ele será assolado totalmente, Ob 10. A SALVAÇÃO DE ISRAEL, Ob 15-21. O profeta abre aqui um pequeno parêntese para incluir o juízo de Deus sobre outras nações inimigas de Israel. Ainda que Edom continue a ser a principal vítima da sua profecia. O termo “Israel” nos Profetas Menores, tem dois significados: Israel – O Reino do Norte, ou Israel como o povo escolhido de Deus; os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, enfim, de todas as épocas. Às vezes, a frase “filhos de Israel” é explicitamente usada no versículo, isto é, os descendentes de Israel (Jacó). Em outros trechos, a única pista que indica de que reino se trata é o contexto em que se encontra o termo. Mas quando o profeta salienta a salvação (libertação), está se referindo ao povo judeu em geral. Portanto, nos versículos 15 e 16, não somente Edom, mas todas as nações que participaram de bebedices e orgias vis no Santo Monte, ao comemorarem suas conquistas sobre o povo de Deus, beberão do cálice da ira de Deus e serão como se nunca tivessem sido. Obadias aborda sobre três dias: Primeiro dia, Ob 8 – Edom será arrasado. Segundo dia, Ob 11-14 – É o dia da angústia, o dia da calamidade, tempo este em que Judá sofreu sob as mãos dos edomitas. Ocasião em que os descendentes de Esaú tentaram exterminar os filhos de Judá. Terceiro dia, Ob 15,16 – Este é o “dia do Senhor”, dia que nas profecias está sempre relacionado com juízo, destruição e ira de Deus. O Dia do Senhor é uma expressão que ocorre com freqüência nos Profetas Menores. É o período de tempo que começa logo após o arrebatamento da Igreja e continua até o estabelecimento dos novos céus e a nova terra. A salvação de Israel virá durante o Dia do Senhor. Portanto, sempre que um dos Profetas Menores mencionar a salvação ou libertação dos judeus, está se referindo a este tempo. “A casa de Jacó será fogo, e a casa de José, chama, e a casa de Esaú, restolho; àqueles incendiarão a este e o consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o Senhor o falou”, Obadias 18. Inferimos deste texto que a queda de Edom será inevitável e fatal. E que os descendentes de José e Jacó, ou seja, os israelitas, serão vitoriosos contra seus inimigos. Como chamas alimentadas por uma fonte sobrenatural, consumirão os descendentes de Esaú e o resultado será restolho, cinzas, restos de um grande incêndio. Dos versículos 17 a 21, o verbo possuir encontra-se seis vezes, demonstrando que Israel possuirá a terra que o Senhor prometera a seus pais; embora houve após o retorno do cativeiro babilônico, algumas conquistas, sabemos que a possessão plena somente se dará durante o Milênio. Os salvadores referidos no último versículo do seu livro, são tipos ou precursores do real Salvador, o Messias. Estes salvadores fizeram a sua parte em reconquistar porções da terra judaica. Alguns comentadores pensam que são Zorobabel e os Macabeus, heróis do período Inter-bíblico, mas o trabalho completo será efetuado pelo Senhor, porquanto, o livro termina dizendo: “... E o reino será do Senhor”, Ob 21. O PROFETA JONAS Introdução Seu nome significa “pomba”, dando a idéia de “Porta-voz da Paz”. Era filho de Amitai e natural de Gate-Hefer, viveu no reinado de Jeroboão II, que reinou entre 782-753 a.C., e ajudou a recobrar algum território perdido de Israel, II Rs 14.25, o que pode ter ocorrido depois da sua visita a Nínive e durante o intervalo ocasionado pelo arrependimento temporário dessa cidade. A CIDADE DE NÍNIVE Nínive era a capital do Império Assírio. Este foi Império Mundial por uns 300 anos, 900 a 612 a.C. Começou sua elevação à potência universal mais ou menos pela época da divisão do reino judaico, no fim do reinado de Salomão. Pouco a pouco absorveu e destruiu o Reino do Norte de Israel. Era uma cidade de aproximadamente 600.000 habitantes.Os reis assírios que tiveram relações com Israel e Judá foram: Salmaneser III, 859-824 a.C. Começou a diminuir a Israel. Adade-Nirari, 808-783 a.C. Recebia tributo de Israel. Tiglate-Pileser III, 745-727 a.C. Deportou a maior parte de Israel. Salmaneser V, 727-722 a.C. Sitiou Samaria Sargão II, 722-705 a.C. Levou cativo o resto de Israel. Senaqueribe, 705-681 a.C. Invadiu Judá e foi derrotado. Esar-Hadom, 680-669 a.C. Muito poderoso. Assurbanípal, 669-627 a.C. Poderosíssimo e brutal. Dois reis fracos, 626-609 a.C. O gigantesco Império caiu em 609 a.C. conforme havia predito o profeta Naum. De modo que Jonas foi chamado por Deus para prolongar a vida da nação inimiga que já procedia ao extermínio de seu povo. Não admira que ele fugisse na direção oposta; foi o receio patriótico de uma máquina militar, brutal e implacável, que estava acometendo o povo de Deus. DATA: Seu livro foi escrito aproximadamente em 760 a.C. Provavelmente sua visita a Nínive ocorreu no fim do seu longo ministério em Israel. Tudo indica que o profeta procurou por meio do seu livro ministrar a Israel que continuava mergulhado na idolatria. O arrependimento de Nínive, uma cidade pagã, seria um exemplo para a nação guardiã dos oráculos do Senhor. A FUGA DE JONAS, Jn 1.1-16. A palavra de Deus fora claramente confiada a Jonas. Sua chamada não poderia ter sido mais clara. Porém, o profeta resolveu não ir a Nínive, mas fugir para Társis na Espanha, Jn 1.2,3. Com ajuda de um mapa, observamos que as duas cidades estavam em posição opostas. Fugiu do local da missão mas não da presença de Deus. Uma vez na embarcação, a desaprovação da sua atitude se manifestou por meio de uma violenta tempestade. Medo e pavor se apoderaram dos marinheiros e eles procuraram todos os meios possíveis sem contudo aliviar a situação do navio. O profeta, encontrava-se dormindo profundamente no porão do navio, Jn 1.5. Naturalmente, por causa da história do peixe, a mentalidade incrédula revolta- se e não aceita o livro como histórico. Dizem que é ficção, ou alegoria, parábola, ou poema escrito em prosa, etc. Jesus indubitavelmente considerou o caso como fato histórico, Mt 12.39-41. É necessário fazer considerável violência à sua linguagem para que seja outro o seu sentido. Jesus chamou o caso um “sinal” de sua própria ressurreição. Colocou o peixe, o arrependimento dos ninivitas, a sua própria ressurreição e o dia do juízo, tudo debaixo da mesma categoria. Certo que ele tratava de realidades quando falou de sua ressurreição e do dia do juízo. Assim foi que Jesus aceitou a história de Jonas. Para nós isto resolve a questão. Cremos que o fato ocorreu realmente, do modo como é narrado, e que Jonas, sob a direção do Espírito de Deus, escreveu o livro sem procurar desculpar-se de sua indigna atitude; e que esse livro, ainda sob a direção do mesmo Espírito, foi posto entre os Sagrados Escritos no Templo, como parte da revelação que Deus fez de si. O PEIXE O vocábulo, erradamente traduzido “baleia”, significa “grande peixe”, ou “monstro marinho”. Têm-se achado muitos monstros marinhos bastante grandes para engolir uma pessoa; somos informados de que o Canis Carcharus, um tubarão ou cão do mar é conhecido por freqüentador dos mares por onde um navio tem que passar, viajando de Jope a qualquer porto espanhol, segundo livros de zoologia, um Carcharus adulto tem um comprimento de 10 metros; o célebre naturalista francês Lacepede diz que os cães do mar podem engolir animais muito maiores que um homem sem os mutilar, pois possuem uma queixada inferior com quase dois metros de extensão semicircular. Pensa-se ser o cão do mar o grandepeixe que Deus utilizou, entretanto, nenhuma dificuldade há para crermos que o grande peixe fosse mesmo uma baleia, porque para Deus tudo é possível. O que caracteriza a história é ela tratar de um milagre, que era um atestado divino de que Jonas havia sido enviado a Nínive. Sem um milagre assim assombroso, os ninivitas teriam dado pouca atenção a Jonas, leia Lc 11.30. CONFIRMAÇÃO ARQUEOLÓGICA Ao que sabemos, não há registro do arrependimento dos ninivitas nas inscrições assírias. Existem, no entanto, vestígios de que Adade-Nirari fez reformas similares às de Amenófis IV no Egito. E, sob os reinados dos três reis que se seguiram a Adade-Nirari, houve uma cessação das conquistas assírias. Nesse período Israel recobrou território perdido, II Rs 14.25. Isto sugere que a Influência de Jonas em Nínive foi profunda. O PROPÓSITO DE DEUS NO CASO Uma coisa é que o fato pode ter adiado o cativeiro de Israel, visto que a ganância de conquista foi um dos pecados de que se arrependeram, Jn 3.8. Tudo deixa crer que a intenção de Deus foi dar a entender ao seu próprio povo que ele também estava interessado em outras nações. Outrossim, o lar de Jonas ficava em Gate-Hefer, II Rs 14.25, perto de Nazaré, residência de Jesus, de quem Jonas era um “sinal”. Mais ainda: Jope, onde Jonas embarcou para não pregar a uma outra nação, foi o lugar exato, escolhido por Deus 800 anos mais tarde, para ali dizer a Pedro que recebesse pessoas de outras nações, At 10. E ainda mais: Jesus citou o caso como figura profética de sua própria ressurreição ao “terceiro dia”, Mt 12.40. Assim, em tudo, a história de Jonas é uma grandiosa figuração histórica da ressurreição do Messias e da sua missão a todas as nações. CAPÍTULO 1 – A FUGA DE JONAS Társis, Jn 1.3, pensa-se que era Tartessos, na Espanha. Jonas dirigia-se às partes mais afastadas do mundo então conhecido. JONAS DESCEU 1. Desceu a Jope, Jn 1.3 2.Desceu ao navio, Jn 1.3 3.Desceu ao porão do navio, Jn 1.5 4.Desceu ao mar, Jn 1.12 5.Desceu à profundezas da terra, Jn 2.6 6.Depois levantou-se Jonas e foi, Jn 3.3 CAPÍTULO 2 – A ORAÇÃO DE JONAS Ele devia ter o hábito de orar empregando palavras do Salmos, assim como fez nesta bela oração. Seu lançamento de volta à terra firme pode ter- se dado perto de Jope, e pode ter sido presenciado por muitos. CAPÍTULO 3 – O ARREPENDIMENTO DE NÍNIVE Jonas, em sua pregação, sem dúvida contava sua experiência com o peixe, apresentando testemunhas que comprovavam sua história. Falando em nome do Deus da nação à qual os ninivitas haviam começado a saquear, estes tomaram-no a sério e ficaram aterrorizados. CAPÍTULO 4 – O DESAPONTAMENTO DE JONAS Fora lá, não para chamá-los ao arrependimento, mas para anunciar a sentença da condenação deles. No entanto, agradou a Deus haverem-se arrependido, pelo que adiou o castigo, muito a contragosto de Jonas. Ao nosso ver, o traço mais tocante do livro está no último versículo: A compaixão de Deus pelas criancinhas. Influiu em Deus, para sustar a destruição da cidade, o fato de seu coração ser refratário à idéia do morticínio de inocentes crianças. Jesus gostava muito de crianças e de atitudes de crianças em pessoas adultas. CARACTERÍSTICAS ESPECIAS 1. É um dos dois únicos livros proféticos do Antigo Testamento escritos por um profeta nascido e criado no Reino do Norte (Oséias é o outro) 2.Obra-prima de narrativa concisa, em prosa; somente a oração em ação de graças está em forma poética, Jn 2.2-9. 3.Está repleto da atividade sobrenatural de Deus. Além da providencial tempestade e do grande peixe, há a aboboreira, o verme, o vento oriental e a maior maravilha de todas: O arrependimento de toda a cidade de Nínive! 4. Contém, de forma mais clara que em qualquer outro livro do Antigo Testamento, a mensagem de que a graça salvífica de Deus é tanto para os gentios como para os judeus. AVISO Nosso ano letivo se encerrará no próximo dia 12 de dezembro; a secretaria da escola solicita aos alunos que quitem as suas mensalidades, a fim de evitarem que as suas notas sejam bloqueadas. Outrossim, informamos que retornaremos às aulas no dia 09 de janeiro de 2006. A secretaria LIÇÃO 3 MIQUÉIAS E NAUM Introdução Miquéias profetizou nos reinados de Jotão (751-736 a.C.), Acaz (736 – 716 a.C.) e Ezequias, (715 – 687 a.C.). Jotão e Ezequias foram bons reis, porém Acaz foi mau em extremo. Miquéias, pois testemunhou a apostasia do governo e sua restauração. Sua residência ficava em Moresete, na fronteira dos filisteus, perto de Gate, uns 40 km ao sudoeste de Jerusalém. Foi contemporâneo de Isaías e Oséias. A mensagem de Miquéias dirigia-se a Israel e Judá, endereçada primeiramente às respectivas capitais, Samaria e Jerusalém. Foi profeta do reino do Sul, Judá. Seu estilo e conteúdo é rico no uso de formas literárias, uso de contrastes, perguntas profundas e palavras penetrantes. A mensagem do seu livro deixa transparecer que era um servo que conhecia bem o seu Senhor. A sua profecia denuncia o pecado dos dois reinos da Palestina, revelando o juízo vindouro para as duas capitais, como também a futura libertação através do Messias. Seu propósito era denunciar a idolatria e a injustiça prevalecente, revelando o direito que Deus tinha de julgar, objetivando acima de tudo, incentivar o povo a desistir dos seus pecados e voltar ao seu verdadeiro Deus. O livro de Miquéias divide-se em três partes, cada uma começando com a palavra “Ouvi, ...”, Mq 1.2; 3.1; 6.1. CAPÍTULOS 1 – 3 – AVISOS Embora fosse um profeta de Judá, mais do que qualquer outro profeta, dirigiu suas mensagens aos dois reinos, já no primeiro versículo menciona as duas capitais. Cheio do poder do Espírito e da força, com muita unção procurou chamar a atenção do povo a desistir da sua corrupção moral e espiritual e voltar ao Senhor, antes que fosse tarde demais. Miquéias é um profeta que salienta o aspecto messiânico de Jesus, dando ênfase ao local do seu nascimento. Seu nome significa “Quem é semelhante a Jeová, Mq 7.18. O tema do seu livro é “O Perdão de Deus”. A data do seu livro é aproximadamente entre 740-710 a.C. Era de origem campestre, como Amós e, portanto, enquanto Isaías pregava ao povo da cidade, Miquéias dirigia suas mensagens ao povo do campo. Miquéias é citado no livro do Profeta Jeremias, leia Jr 26.17-24. O livro de Miquéias inicia com um comovente apelo ao povo de Israel e de Judá. O profeta lamenta porque vê que as feridas de Israel são incuráveis, e o mal já havia contaminado Judá, Mq 1. 6-9. A seguir o profeta faz um trocadilho com os nomes de pequenas aldeias de Judá, para retratar a futura derrocada do reino do Sul, observe: 1. “... Revolvei-vos no pó, em Bete-Leafra (cidade do pó), Mq 1.10 2. “Passa, ó moradora de Safir (cidade de deleites), em vergonhosa nudez ...”, Mq 1.11 3. “A moradora de Zaanã (cidade de saída) não pode sair; ...”, Mq 1.11 4. “... O pranto de Bete-Ezel (cidade de remoção) tira de vós o vosso refúgio.”, Mq 1.11 5. “ ... A moradora de Marote (cidade da amargura) suspira pelo bem, ...” Mq 1.12. 6. “Ata os cordéis ao carro, ó moradora de Laquis (cidade do cavalo); ...”, Mq 1.13 7. “ ... As casas de Aczibe (cidade de decepção) serão para engano dos reis de Israel”, Mq 1.14. 8. “Enviar-te-ei ainda quem tomará posse de ti, ó moradora de Maressa, (cidade de posse); ...”, Mq 1.15. No primeiro capítulo, temos a previsão da destruição do reino do Norte, Mq 1.6; e do cativeiro do reino do Sul, Mq 1.16. No capítulo dois o profeta denuncia aqueles que no leito maquinam o mal, e à luz da alva, o praticam ...”, Mq 2.1. Aqueles que impulsionados pela ganância fazem violência a um homem e à sua casa, Mq 2.3. O profeta deixa claro que imperava a lei do mais forte, porém, a palavra profética revela o ponto de vista do Senhor, leia Mq 2.3-5. O caráter impopular da mensagem dos verdadeiros profetas,motivou o surgimento dos falsos, Mq 2.6 “Babujeis”, significa babar. Significa que os falsos profetas estavam falando tolices que vinham dos seus próprios entendimentos. Embora a mensagem é de juízo, há um fio de esperança para Jacó num futuro distante, leia Mq 2.12,13. No capítulo 3, o profeta aponta o seu dedo profético para os líderes, e os acusa de aborrecerem o bem e amarem o mal, Mq 3.1,2. Em Mq 3.8 o profeta diz estar cheio do poder do Espírito, e com juízo e força para declarar as transgressões de Jacó e o pecado de Israel. Os juízes dão as sentenças por suborno e os sacerdotes ensinam por interesse, e os falsos profetas advinham por dinheiro, e ainda encostam no Senhor, dizendo: “Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá”, Mq 3.11. O profeta afirma que por causa deles Jerusalém será devastada, Mq 3.12. CAPÍTULO 4 – ANÚNCIOS Neste capítulo temos a visão da idade de ouro da terra, com paz e prosperidade, Mq 4.1-5. Além da paz e da prosperidade, o Senhor fará de seu povo uma nação poderosa, Mq 4.6-8. O “primeiro domínio” no versículo 8 é uma referência ao reino de Davi, reino que terá o seu maior esplendor quando Cristo for o Rei universal. Nos versículos de 9-13 o profeta faz alusão ao cativeiro babilônico, contudo, há quem liga essa profecia aos dias da “segunda Babilônia”, àquela que representa o reino do anticristo, Ap 17 e 18. As nações fazem os seus planos de extermínio contra o povo de Deus, sem contudo, ter noção dos pensamentos e nem dos planos do Senhor, leia Mq 4. 11,12. A profecia diz que o Senhor fará do seu povo um instrumento triturador, que no fim, esmagará os seus inimigos, e o lucro será consagrado ao Senhor, Mq 4.13 CAPÍTULO 5 – ESPERANÇA “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”, Miquéias 5.2 Observe a seguir o desdobramento deste versículo messiânico: CÉU TERRA TODAS AS NAÇÕES Encarnação do Verbo Divino Pré-encarnação Teofania = Saídas Abraão Jacó Moisés Josué Gideão Manoá Em meio a profecia sobre a opressão que Israel sofrerá, ocasião do cerco das tropas inimigas, Mq 5.1, a palavra profética aponta para o Messias que sairá mais uma vez, e desta feita, da pequena e humilde vila de Belém Efrata, Mq 5.2. E além de apontar para o local escolhido para o seu nascimento, a profecia aborda sobre acontecimentos entre a rejeição do rei e a sua volta, leia Mq 5.3,4, e no versículo 5, declara: “Ele será a nossa paz”. No versículo 5 a profecia faz referência a sete pastores e oito príncipes, possivelmente números simbólicos dos líderes religiosos e governamentais que Deus usará naqueles dias. O remanescente de Judá terá uma dupla missão, a primeira é que será um refrigério para as outras nações, Mq 5.7. A segunda será punitiva, pois será como leão entre as ovelhas, Mq 5.8. Há quem acredita ser o leãozinho, Judas Macabeus, se essa interpretação estiver correta, parte da profecia já se cumpriu no período inter-bíblico, e com absoluta certeza, o pleno cumprimento se dará com o “Leão da tribo de Judá”, leia Mq 5.9, somente ele eliminará os inimigos. Naturalmente, Mq 5.10-15 aponta para o reino messiânico, quando os instrumentos de guerra serão eliminados, como também os adivinhos, feiticeiros e ídolos. CAPÍTULO 6 – A CONTROVÉRSIA DO SENHOR COM ISRAEL. Neste capítulo a profecia mostra a diferença entre a religiosidade e a adoração autêntica. O termo controvérsia tem o mesmo sentido de contenda de Oséias 4.1. É uma queixa que Deus apresenta contra o seu povo, o Senhor convoca a natureza como testemunha dessa demanda judicial, Mq 6.1,2. O Senhor inicia fazendo uma pergunta, para a qual, eles não tinham resposta, leia Mq 6.3. Depois lembra-lhes dos atos da misericórdia e da justiça divina, Mq 6.4,5. Este foi o maior acontecimento da história de Israel e o notável fato da consciência nacional, cuja ocorrência fez deles uma nação, e ao qual, em pensamento, os salmistas e profetas sempre retornaram. Não apenas o Senhor os redimira e lhes dera grandes líderes nacionais, mas também demonstrou sua justiça e amor fazendo com que fossem abençoados, quando seus inimigos prefeririam que tivessem sido amaldiçoados, Mq 6.5. Entretanto, ao invés de sentirem suas miserabilidades e se arrependerem, eles queriam aplacar a ira do Todo-Poderoso com uma mera religiosidade, leia Mq 6.6,7. Eles de tão corrompidos que estavam, não podiam entender o que o Senhor pedia deles; chegaram a pensar em oferecer um sacrifício pagão, oferecendo os seus próprios primogênitos. A lei reivindicava os primogênitos do homem e dos animais para o Senhor, Ex 13.2,12. Os primogênitos dos animais eram sacrificados. Contudo, o sacrifício de crianças era proibido sob pena de morte, Lv 18.21; 20.2-5; Dt 12.31; 18.10. Os primogênitos precisavam ser remidos, Ex 13.13. A profecia de Miquéias revela no versículo 8, a essência do Antigo Testamento. O Senhor não pede religiosidade e sim que: 1. Pratiquem a justiça. 2. Amem a misericórdia. 3. Andem humildemente com o seu Deus. Não que a profecia esteja contra os cerimoniais religiosos dos judeus, porque andar humildemente com Deus, incluía a observância humilde das leis morais, como também os cerimoniais do Pentateuco. Para Miquéias deve-se dar prioridade as coisas mais importantes, mostrando que afinal de contas, um andar santo perante Deus é a melhor evidência da genuína religião. O sistema de sacrifícios nunca foi dado para ser uma finalidade em si mesmo, mas sempre teve a intenção de assistir a resolução íntima da mente humana, por uma série de atos específicos e exteriores, que deveriam ter sua significação interpretada em termos de real andar santo para que tais atos se tornassem eficazes. Portanto, o versículo 8 revela a simplicidade da verdadeira religião, princípio válido tanto no Antigo Testamento como também no Novo. No período dos Juízes o profeta Samuel declarou: “... Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, ...”, I Samuel 15.22 Ao invés de justiça, praticavam injustiça e impiedade, Mq 6.10; e ao invés de misericórdia, havia falsidade e violência, Mq 6.11,12. Portanto, o trecho que compreende os versículos de 9-16, condena as desonestas práticas comerciais que se tinham tornado comum em Israel. Miquéias se dirige aqui aos negociantes da cidade, Mq 6.9-12, os quais se ocupavam em desonestidades comerciais, a enganar e mentir. Ele proclama a verdade eterna que negócios assim levados a efeito não podem subsistir e que os lucros assim ganhos não serão desfrutados, Mq 6.13-15. Os magnatas da cidade são condenados por observarem os estatutos de Onri, e toda a obra da casa de Acabe. Parece ficar evidente, por essas palavras, que os costumes opressivos e violentos da dinastia de Onri haviam sido quase que elevados ao nível de estatutos legais, por volta do século VIII a.C. De todas as ações da casa de Acabe, a injusta aquisição, por parte do próprio Acabe, da vinha de Nabote, era o exemplo mais destacado, leia Mq 6.16. CAPÍTULO 7 – O PROFETA LAMENTA A CORRUPÇÃO EXISTENTE, E REVELA A GRANDE COMPAIXÃO DO SENHOR. Miquéias descreve anos espiritualmente magros. Judá e Jerusalém são como um jardim de fruteiras, depois que os frutos são colhidos. A exibição de folhas é bastante grande, mas pode-se buscar em vão por frutos sólidos, Mq 7.1. Judá era moralmente estéril, não havendo sequer um que fosse reto, Mq 7.2. Uns faziam presas dos outros. Praticar o mal não era algum lapso ocasional ou súbita rendição à tentação da parte dos indivíduos, mas era uma orientação deliberada, com a qual cooperavam homens proeminentes, diz o versículo 3: “Tecem o mal juntamente”.Não havia um sequer do qual pudesse depender um homem, e mesmo aqueles que à primeira vista pareciam promissores em bondade, mostravam-se desapontadores. Haviam-se tornado habilidosos em seus auto- interesses; cada um deles tinha espinhos como um espinhal, Mq 7.4. Portanto, os membros dessa sociedade eram afligidos pelo inevitável castigo merecido do isolamento, pois, quando não se pode confiar em ninguém, cada qual deve manter-se sozinho, e é um salve-se quem puder. Rompidos ficam os mais íntimos laços de amizade e parentesco. A sociedade se desintegra, porque seus membros não cumprem as condições de boa fé mútua das quais depende a vida social, Mq 7. 5,6. Esta passagem descreve um período de delações e perseguições, tal como o que prevaleceu no tempo do rei Manassés. Em seguida o profeta eleva os olhos do sórdido fracasso moral e da corrupção da sociedade ao seu derredor para as eternas realidades de Deus, Mq 7.7. Com palavras eloqüentes ele afirma a esperança que ilumina as trevas da aflição para cada crente, Mq 7.8. Quantos homens bons, pressionados na luta contra o mal avassalador, tem declarado sua fé na vitória final, como João Bunyan fez com que Cristão dissesse em sua obra “O Peregrino”, quando quase era vencido em sua luta contra Apoliom. O profeta confessa que o modo de Deus tratar o seu povo era justa, Mq 7.9. Voltando-se subitamente, ele repreende os adversários da nação, Mq 7.10. Então recuperando a calma, o profeta prevê um dia em que os filhos exilados de Jerusalém voltarão para ela, Mq 7.11,12. Porém, mesmo então, as coisas não serão fáceis, Mq 7.13. Uma vez mais, entretanto, a figura de um pastor e seu rebanho surge na mente do profeta, e ele apela para que Deus mostre seu cuidado pastoral, Mq 7.14. Os grandes dias do passado haveriam de retornar, pois Deus é imutável; e, com um povo arrependido, ele faria maravilhas aos olhos das nações, Mq 7.15-17. O livro encerra com uma grande nota. Os últimos três versículos formam um salmo de louvor à eterna misericórdia de Deus. O profeta se eleva acima de todas as considerações locais, e fornece, a cada geração de homens e mulheres em adoração, palavras com as quais se pode bendizer Aquele que não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade, Mq 7.18, e termina o seu livro com as seguintes palavras: “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Mostrarás a Jacó a fidelidade, e a Abraão a misericórdia, as quais juraste a nossos pais desde os dias antigos”, Miquéias 7.19,20. O PROFETA NAUM Introdução A profecia de Naum antecipa a queda de Nínive. O profeta fala sobre a queda da cidade com uma clareza e uma intimidade possíveis somente se tal acontecimento estivesse quase imediato. Isso data a profecia de Naum como pouco antes da queda daquela cidade em 612 a.C. O profeta também menciona o saque de Nô- Amom, Na 3.8-10, como fato consumado. Essa cidade foi pilhada pelo rei Assurbanipal, da Assíria por volta de 663 a.C. Portanto, o livro de Naum pode ser datado entre esses dois eventos. Outra evidência interna sugere que a data pode ser fixada com mais precisão como pouco depois da reforma de Josias entre 630– 620 a.C. O profeta foi contemporâneo de Sofonias, Habacuque e Jeremias. Quem foi Naum? Pouco se sabe a respeito de Naum. É chamado “elcosita”, Na 1.1. Seu nome significa “consolação”, figura na palavra “Cafarnaum”, que significa “Aldeia de Naum”. Pode indicar que ele residiu em Cafarnaum, ou foi seu fundador, tornando famoso mais tarde o lugar como centro do ministério de Jesus. Elcós, lugar de seu nascimento, ficava provavelmente perto. Dizem que havia uma Elcós sobre o rio Tigre, 32 km ao norte de Nínive, e que Naum podia ter estado entre os israelitas cativos. Havia também uma Elcós ao sul de Jerusalém. Se Cafarnaum foi lugar de sua residência, então foi ele da mesma localidade de Jonas e mais tarde, de Jesus. CAPÍTULO 1 – A SENTENÇA DE NÍNIVE O profeta Jonas tinha pregado aos ninivitas, os quais se arrependeram, mas cerca de um século depois, o povo havia pervertido. A conversão dos ninivitas fora temporária, e portanto, agora Deus lhes envia Naum com uma mensagem de julgamento e destruição daquela que era considerada a rainha do Eufrates. Desta feita não haveria oportunidade de arrependimento e, por conseguinte, a queda do grande império assírio seria inevitável. O zelo do Senhor não permitiria a continuidade de tanta impiedade, brutalidade, crueldade, etc., leia Na 1.2. Assíria naqueles dias vivia um estado de tal impiedade que sua queda imediata era a única opção justa para o justo Senhor. Os assírios eram temidos por todos os povos por sua brutalidade, crueldade sem limites e sua vil idolatria. Açoitavam os seus prisioneiros até o ponto de arrancar a sua pele, que eram depois usadas como ornamento nos seus castelos e templos, sem falar das outras atrocidades que cometiam. Interessante que ao pregar a assolação do império assírio, procurava confortar ou consolar o seu próprio povo, e isto concorda com o seu próprio nome que significa “consolação”. De fato um grande e ferrenho inimigo dos israelitas, certamente desapareceria pela providência divina. O profeta revela que o Senhor estava indignado, e a sua cólera se derramaria como fogo, Na 1.2,6. Os elementos da natura secam-se, definham e derretem diante dele, Na 1.3-5. A mensagem de Naum é contundente: 1. Ele é tardio em irar-se, mas quando age, fá-lo poderosamente, Na 1.3 2. Não há quem possa suportar o seu furor, Na 1.6 3. Em meio a sua vingança, há um refúgio para os justos, Na 1.7 4. A Deus pertence o direito; Ele se revela justo ao executar vingança, Na 1.9,11. 5. A vingança do Senhor é total e completa, Na 1.12,14. “Porém contra ti, Assíria, o Senhor deu ordem que não haja posteridade que leve o teu nome; da casa dos teus deuses exterminarei as imagens de escultura e de fundição; farei o teu sepulcro, porque é vil”, Naum 1.14 A morte de Nínive está decretada, agora o profeta volta o seu olhar para Judá e diz: “Eis sobre os montes os pés do que anuncia boas novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos, porque o homem vil já não passará por ti; ele é inteiramente exterminado”, Naum 1.15 Embora seja uma palavra profética dirigida aos seus contemporâneos, há uma conotação messiânica, pois as boas novas de salvação se concretizaria no ministério e reinado do Messias. CAPÍTULOS 2 E 3 – A DEVASTAÇÃO DE NÍNIVE O profeta Naum num relato vívido, descreve a terrível destruição que se abaterá sobre a grande cidade de Nínive, a qual cairá sem poder contar com a misericórdia divina. O Senhor com este ato de justiça, estava restaurando a glória de Jacó, Na 2.2. Nos versículos de 3 a 13, o profeta descreve com impressionantes detalhes, a assolação da cidade rainha. Embora fossem valentes suas tropas, Na 2.3, seus carros velozes, Na 2.4, contudo, nada poderiam fazer, e nem fugir, pois as saídas estavam bloqueadas, leia Na 2.5-8. O leão, o símbolo da Assíria, estava dominado, Na 2.11, e a voz dos líderes estava em silêncio, Na 2.13. Outros aspectos da iniqüidade de Nínive são indicados, a saber: Sua falta de escrúpulos no comércio e sua má influência, Na 3.1. Seus pecados são punidos na batalha pelas ruas, Na 3.2,3. Esses versículos são um exemplo superlativo dos poderes de descrição de Naum e formam uma das mais vívidas cenas de batalhas na literatura hebraica. A confusão e o barulho das carruagens e dos cavaleiros a atacar, o brilho do sol refletindo-se nas armaduras e nas armas, os mortos amontoados pelas ruas, tão numerosos e entrançados uns aos outros que as tropas que avançavam tropeçavam em seus corpos. Que quadro horrível é este! Naum passa então a falar da cidade de Nínive sob a símilede uma meretriz, Na 3.4- 7. Essa metáfora sobre nações e cidades pecaminosas era favorita entre os escritores bíblicos. Algumas vezes era empregada para descrever a idolatria. O POVO DE Israel, a adorar outros deuses, era comparado a uma mulher adúltera, Lv 17.7. Essa metáfora também era usada em referência às suas ações, quando imitavam os caminhos dos gentios, Ez 23.30. Condenava as práticas supersticiosas, associadas à idolatria, Lv 20.6. Finalmente, como neste caso, era aplicada às trocas comerciais que os povos gentios levavam a efeito entre si. É evidente que após suas conquistas, Nínive procurava edificar-se como centro do comércio mundial. Presumivelmente isso era feito porque buscavam as riquezas e o luxo que assim seriam adquiridos. Ela se aproximava dos povos com suas mercadorias. Enganava-os com suas mentiras. Amolecia-os com seus luxos. À semelhança de uma prostituta ela os corrompia com suas imoralidades. Por causa desses pecados, igualmente, ela seria punida. Em lugar de honrarias, ela serviria de espetáculo, Na 3.6. Em lugar de viver suntuosamente e entre panos finos, ela seria humilhada com toda circunstância de degradação, Na 3.5,6. A fim de convencer Nínive sobre a certeza de sua destruição, Naum a relembra do fim da populosa Nô-Amom, Na 3.8, ou seja, Tebas, que caiu apesar de seu poder. Essa cidade, descrita por Homero em Ilíada, 9:383, como cidade que possuía cem portões, era a mais antiga e mais honrada do Alto Egito. Dotada de grande extensão, estava adornada de templos, obeliscos e esfínges. Situava-se em ambas as margens do rio Nilo, cujas águas eram levadas aos portões de seus templos por meio de canais. As maravilhas desse poderoso lugar ainda podem ser visto visitando-se Carnaque e Luxor. Naum se refere a seu grande rio e aos canais, ao escrever que Nô-Amom estava situada entre os rios, cercada de águas, Na 3.8. Em adição ao seu poder natural, Nô-Amom tinha formado poderosas alianças. A Etiópia, um país pobre e atrasado, mas que produzia vigorosos guerreiros sudaneses, estava intimamente ligada com ela. O Egito ficava entre Tebas e seus adversários assírios, do norte. Nô-Amom também era ajudada po Pute e Lubim, geralmente nomes que são considerados como anônimos da Líbia, Na 3.9. Pute é traduzida como Libyas, tanto pela Vulgata como pela Septuaginta. A despeito de tudo isso, porém, os próprios cruéis assírios derrotaram Nô-Amom, Na 3.10. Uma sorte semelhante seria a parte de Nínive. Ela rodopiaria como embriagada sob o peso de suas desgraças. O brilho de sua glória seria empanado. Também buscarás força, Na 3.11; isto é, procuraria formar alianças defensivas, tal como Tebas havia feito. Porém, os baluartes de seu anel externo de defesa estavam prestes a ruir por terra. Tal como um homem sacode uma árvore e ajunta os frutos maduros demais que desprendem facilmente, assim o adversário ajuntaria suas fortalezas, Na 3.12. Seu povo não teria forças para a resistência. Abririam os portões ao inimigo. O inimigo entregaria às chamas as suas defesas, para que nunca mais pudessem oferecer resistência, Na 3.13. Tal como em Na 2.1, o profeta ironicamente, ordena então à cidade que se prepare para a guerra. Que preparassem um suprimento de água que não terminasse durante um prolongado cerco. Que edificassem rampas e reparassem as brechas nas torres. Que se dirigissem aos calabouços da cidade e cavassem barro, misturando-o com palha, colocassem-no em moldes, pusessem lenha nos fornos, e reparassem os muros com esse material, Na 3.14. Tais medidas, embora muito necessárias, eram um tanto tardias, visto que o inimigo já se aproximava célere, isto é, ligeiro, apressado. Os grandes edifícios de Nínive seriam incendiados. A espada cortaria seus homens principais. A cidade seria assolada como um campo é deixado desnudo pelos gafanhotos, Na 3.15. O profeta aproveita a figura da locusta, um dos fatos da natureza familiar para as mentes orientais, e serve-se dela para fazer uma ilustração literária favorita. Tendo aplicado a figura aos ataques do exército invasor, Na 3.15a, o profeta agora a emprega para descrever o número dos habitantes de Nínive, Na 3.15b,16. Os capitães da cidade eram tantos como gafanhotos ou locusta. Seus militares estavam amontoados dentro da cidade como uma nuvem de gafanhotos, bem juntos para se esquentarem nos arbustos, em dia de frio. Porém, quando o sol se pôs a brilhar, foram espalhados. Não se poderá ver mais nem um só deles. Assim como as locustas subitamente desaparecem, elevando-se em nuvens em busca de novos campos, assim os guerreiros de Nínive, em seu dia mau, sairão fugindo em todas as direções, Na 3.17. Verdadeiramente, o quadro é de uma nação indefesa, privada de todos os seus líderes, leia Na 3.18. Não há cura para a tua ferida, Na 3.19. ara a Assíria não havia esperança de ficar um “remanescente”. Aquilo era o fim. E a fama, (isto é, as notícias) de sua queda causaria satisfação em todos os lugares onde sua iniqüidade havia sido experimentada. LIÇÃO 4 HABACUQUE SOFONIAS E AGEU Introdução Nada sabemos a respeito de Habacuque fora das informações prestadas neste livro, mas mesmo aqui ele não nos fornece sua genealogia nem nos diz quando profetizou. O próprio nome é aparentado de um vocábulo assírio, que significa uma planta ou vegetal. Na Septuaginta, seu nome aparece como “Ambakoum”. Jerônimo a derivou de uma raiz hebraica que significa “segurar”, e disse que: “ele chamado abraçar” ou o que abraça”. O livro contém um monólogo entre ele mesmo e o Todo-Poderoso. O que o deixava perplexo era a aparente discrepância entre a revelação e a experiência. Ele procurava explicação para isso. Nenhuma resposta direta é dada à sua interrogação, mas é lhe assegurado que a fé paciente terminará saindo vencedora, Hc 2.4. Ele expressa sua fé mui vividamente em Hc 3.17-19. Devido ao arranjo musical do capítulo 3, alguns têm pensado que Habacuque foi levita. Contudo, isso não assegura que de fato fosse um levita, pois Davi também era cantor e no entanto, não era levita. É possível que ele tenha sido membro de um grupo de profetas associados ao templo, I Cr 25.1. Ele é o único dos profetas canônicos que a si mesmo chama de profeta, Hc 1.1. Esta profecia pertence ao período entre 625 a 605 a.C., provavelmente mais ou menos 606 a.C., no começo do reinado de Jeoaquim. Os caldeus (babilônicos) investiam na direção do oeste, Hc 1.6. A cronologia do período foi: 640-609 a.C. Josias, grande reforma – Sofonias 630 a.C. A assíria foi enfraquecida pela invasão dos citas. 626 a.C. A Babilônia declarou-se independente da Assíria. 609 a.C. Jeoacaz reinou 3 meses. Levado para o Egito. 609-597 a.C. Jeoaquim. Reinado muito perverso. Habacuque. 612 a.C. Os babilônicos destruíram Nínive. 605 a.C. Os babilônicos invadiram Judá. Levaram cativo. 605 a.C. Os babilônicos derrotaram os egípcios em Carquemis. 597 a.C. Joaquim reinou 3 meses. Levado para Babilônia. 597-587 a.C. Zedequias. Rei fraco e perverso. Levado para Babilônia. 587 a.C. Jerusalém é queimada. Assolação do país. A PRIMEIRA QUEIXA DO PROFETA, Hc 1.1-4. A profecia é uma queixa a Deus, por permitir que sua nação, em virtude de sua maldade, seja destruída por outra nação ainda mais perversa. Habacuque não podia ver onde, no caso, havia justiça. A RESPOSTA DE DEUS, Hc 1.5-11 Deus replicou-lhe que, nas conquistas aterrorizadoras dos exércitos dos caldeus, ele tinha propósito. A SEGUNDA QUEIXA DO PROFETA, Hc 1.12-2.1 Reconhecendo que Judá merecia castigo e correção por seus pecados, Habacuque procura mais esclarecimento, Hc 2.1. A SEGUNDA RESPOSTA DE DEUS, Hc 2.2-20 O poderio caldaico, embriagado com o sangue das nações, será destruído por seu turno, Hc 2.2-5; e o povo de Deus ainda encherá a terra. Neste capítulo temos os cinco ais. 1º) Ai contra a agressão, Hc 2.6-8
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