Buscar

MAPA MENTAL MANEJO DE QUEIMADURAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Epidemiologia -> BR ................................................ 3
3. Fisiopatologia -> necrose de coagulação / 
zonas de lesão ................................................................. 6
4. Mecanismo de cura ................................................... 9
5. Classificação ..............................................................11
6. Cálculo de superfície corpórea ...........................18
7. Tratamento .................................................................22
Referências Bibliográficas ........................................28
3QUEIMADURAS
1. INTRODUÇÃO
Podemos definir as queimaduras 
como uma lesão tecidual decorrente 
de trauma térmico, elétrico, químico 
ou radioativo, que destrói parcialmen-
te ou totalmente a pele e seus ane-
xos, podendo alcançar camadas mais 
profundas como o tecido celular sub-
cutâneo, músculos, tendões e ossos.
Figura 1. Foto de uma queimadura. Fonte: https://drogariasantoremedio.com.br/o-que-fazer-em-caso-de-queimadura/
As lesões por queimadura estão en-
tre as mais devastadoras de todas as 
lesões e são responsáveis por uma 
grande crise global de saúde pública. 
As queimaduras são o quarto tipo de 
trauma mais comum no mundo, após 
acidentes de trânsito, quedas e vio-
lência interpessoal. Aproximadamen-
te 90% das queimaduras ocorrem em 
países de baixa a média renda, regi-
ões que geralmente não possuem a 
infraestrutura necessária para re-
duzir a incidência e a gravidade das 
queimaduras.
2. EPIDEMIOLOGIA -> BR
Segundo a Organização Mundial de 
Saúde (OMS), 320 mil crianças mor-
rem todos os anos em consequência 
de queimaduras. Números impressio-
nantes, principalmente, por se trata-
rem de acidentes que acontecem nos 
próprios lares por distração e que, 
portanto, poderiam ser evitados.
Segundo a Sociedade Brasileira de 
Queimaduras, no Brasil acontecem 
um milhão de casos de queimaduras 
a cada ano, 200 mil são atendidos 
em serviços de emergência, e 40 mil 
Mariana
Destacar
Mariana
Destacar
4QUEIMADURAS
demandam hospitalização. As quei-
maduras estão entre as principais 
causas externas de morte registra-
das no Brasil, perdendo apenas para 
outras causas violentas, que incluem 
acidentes de transporte e homicídios. 
Estudo conduzido no Distrito Federal 
demonstrou taxa de mortalidade de 
6,2% entre os queimados internados 
em hospital de emergência.
As lesões por queimadura não inten-
cionais e intencionais variam de acor-
do com a faixa etária, sexo, renda e 
região global. Nos países de alta ren-
da, a tendência nos últimos anos tem 
sido uma redução na incidência de 
queimaduras, gravidade da queima-
dura, tempo de internação e taxa de 
mortalidade.
As lesões por queimadura estão en-
tre as 15 principais causas globais 
de carga de doenças. Queimaduras 
são mais comuns em países de baixa 
e média renda. As três regiões com 
as maiores taxas de prevalência são 
a região do Pacífico Ocidental, a re-
gião do Mediterrâneo Oriental e a re-
gião do Sudeste Asiático. Os países 
de baixa renda apresentam maior 
carga de queimaduras relacionadas 
ao fogo do que os países de alta ren-
da. Uma pesquisa de base comunitá-
ria realizada em Bagdá entre 2003 e 
2014 mostrou que a prevalência de 
queimaduras foi de 1,1% dos 5148 
indivíduos entrevistados em 900 fa-
mílias. A prevalência de queimadu-
ras é maior para mulheres (0,09 por 
100.000) do que homens (0,06 por 
100.000).
SE LIGA! Os grupos mais vulneráveis 
a lesões por queimaduras são crianças, 
mulheres e adultos mais velhos. A falta 
de supervisão de crianças, a fragilida-
de e as doenças comórbidas de idosos, 
roupas feitas de materiais inflamáveis, 
analfabetismo dos pais, moradia con-
gestionada, comprometimento pree-
xistente de uma criança e baixo status 
socioeconômico são fatores de risco im-
portantes para lesões por queimaduras.
Sabemos que o prognóstico de uma 
vítima de queimadura vai depender 
da extensão da Superfície Corporal 
Queimada (SCQ), da profundidade e 
localização da lesão, da presença ou 
não de doenças crônicas associadas 
e da idade do paciente (mais grave 
em crianças e idosos).
Assim, as queimaduras de primeiro 
grau e algumas queimaduras de se-
gundo grau curam-se em dias ou se-
manas sem deixarem cicatrizes. As 
queimaduras profundas de segundo 
grau e as queimaduras pequenas de 
terceiro grau demoram semanas para 
se curarem e, normalmente, causam 
cicatrizes. A maior parte requer en-
xertos de pele. As queimaduras que 
afetam mais de 90% da superfície 
corporal ou mais de 60% numa pes-
soa idosa, são normalmente mortais.
Houve um declínio na mortalidade 
devido a incêndios e chamas em todo 
o mundo. Nos Estados Unidos (EUA), 
5QUEIMADURAS
a taxa de mortalidade por incêndio e 
queimaduras ajustada à idade dimi-
nuiu de 2,99 por 100.000 em 1981 
para 1,2 por 100.000 em 2006. En-
tre 1990 e 2010, o Global Burden of 
Disease Project observou um declí-
nio de 6% no mundo em mortes por 
incêndio e queimaduras, de 5,3 para 
4,9 por 100.000. Durante esse perí-
odo, entre 1982 e 2002, a mortalida-
de por incêndios e queimaduras nos 
homens australianos caiu de 1,5 para 
0,7 por 100.000. Da mesma forma, a 
taxa de mortalidade por incêndio em 
mulheres brasileiras diminuiu de 1,1 
para 0,5 por 100.000. Outros países 
que observaram redução na mortali-
dade por incêndios e queimaduras de 
1982 a 2002 incluem Canadá, Fran-
ça, México, Panamá, Tailândia, Reino 
Unido e Venezuela.
Aproximadamente 90% de todas as 
mortes relacionadas a queimaduras 
ocorrem em países de baixa e média 
renda ou baixa renda, enquanto 3% 
ocorrem em países de alta renda. Nos 
EUA, em 2006, as taxas de mortali-
dade por mortes relacionadas a quei-
maduras em crianças até quatro anos 
de idade foram 1,24 vezes mais altas 
para meninas do que meninos. Para 
crianças de 4 a 20 anos, a taxa de 
mortalidade foi quase idêntica para 
meninos e meninas (0,7 por 100.000 
e 0,65 por 100.000 crianças).
6QUEIMADURAS
3. FISIOPATOLOGIA 
-> NECROSE DE 
COAGULAÇÃO / ZONAS DE 
LESÃO
A fisiopatologia da lesão por queima-
dura se dá pela destruição da inte-
gridade capilar e vascular, em razão 
de seus efeitos serem locais e sistê-
micos. O comprometimento do tecido 
vai depender da intensidade da expo-
sição térmica, das características da 
área queimada e das reações locais e 
sistêmicas.
Assim, a queimadura irá comprome-
ter a integridade funcional da pele, 
responsável pela homeostase hidro-
eletrolítica, controle da temperatura 
interna, flexibilidade e lubrificação da 
MAPA MENTAL DA EPIDEMIOLOGIA
Brasil
QUEIMADURAS
Mortes
Maior em mulheres
Idosos
Crianças
Mulheres
Grupos vulneráveis
CasosPrevalência
Mundo
6,2% no 
Distrito Federal 320 mil crianças
Brasil 
1 milhão
200 mil atendidos
40 mil hospitalizados
90% em países 
subdesenvolvidos
7QUEIMADURAS
superfície corporal. Portando, a mag-
nitude do comprometimento dessas 
funções depende da extensão e pro-
fundidade da queimadura.
A injúria térmica provoca no organis-
mo uma resposta local, traduzida por 
necrose de coagulação tecidual e pro-
gressiva trombose dos vasos adjacen-
tes num período de 12 a 48 horas. 
A ferida da queimadura a princípio é 
estéril, porém o tecido necrótico ra-
pidamente se torna colonizado por 
bactérias endógenas e exógenas, 
produtoras de proteases, que levam 
à liqüefação e separação da escara, 
dando lugar ao tecido de granulação 
responsável pela cicatrização da feri-
da, que se caracteriza por alta capa-
cidade de retração e fibrose nas quei-
maduras de terceiro grau. 
Figura 2. Foto com a formação de flictena por li-
quefação. Fonte: https://images.app.goo.gl/
PAFEzGKY5deNseCk6
Nas grandes queimaduras, além da 
resposta local, o dano térmico desen-
cadeia ainda uma reação sistêmica do 
organismo, em conseqüência da libe-
ração de mediadores pelo tecido le-
sado. Ocorre extenso dano à integri-
dade capilar, com perda acelerada de 
fluidos, seja pela evaporaçãoatravés 
da ferida ou pela seqüestração nos in-
terstícios, que é agravada por subpro-
dutos da colonização bacteriana. 
Além disso, nas queimaduras exten-
sas, superiores a 40% da área cor-
poral, o sistema imune é incapaz de 
delimitar a infecção, que, sistemati-
zando-se, torna rara a sobrevida nes-
ses casos. Essa resposta sistêmica 
manifesta-se por febre, circulação 
sanguínea hiperdinâmica e ritmo me-
tabólico acelerado, com aumento do 
catabolismo muscular, decorrente de 
alteração da função hipotalâmica (au-
mento da secreção de glucagon, cor-
tisol e catecolaminas), da deficiência 
da barreira gastrointestinal (passa-
gem de bactérias e seus subprodutos 
para a circulação sistêmica), da con-
taminação bacteriana da área quei-
mada (liberação sistêmica de bacté-
rias e subprodutos), da perda de calor 
(evaporação através da ferida levan-
do à hipotermia) e da perda de fluidos 
(desequilíbrio hidroeletrolítico).
Outro ponto importante que precisa-
mos ter em mente são as zonas de 
lesão. Sendo a pele responsável por 
fornecer uma forte barreira à trans-
ferência de energia para os tecidos 
8QUEIMADURAS
mais profundos, mesmo com a remo-
ção do foco desencadeador da quei-
madura, a resposta dos tecidos locais 
pode levar à lesão nas camadas mais 
profundas. A área de lesão cutânea 
ou superficial é assim dividida em três 
zonas – zona de coagulação, zona de 
estase e zona de hiperemia. A área 
necrótica da queimadura onde as cé-
lulas foram destruídas é denominada 
zona de coagulação. Esse tecido é 
danificado irreversivelmente no mo-
mento em que ocorre a lesão. A área 
imediatamente adjacente à zona ne-
crótica tem um grau de lesão mode-
rado, com perfusão tissular reduzida. 
Essa área é chamada de zona de es-
tase e, dependendo das condições 
da ferida, pode sobreviver ou evoluir 
para necrose coagulativa. Tratamen-
to direcionado para o controle da in-
flamação local, imediatamente após 
a queimadura pode preservar a zona 
de estase. A última área é denomina-
da zona de hiperemia, caracterizada 
pela vasodilatação em razão da infla-
mação circunjacente à queimadura. 
Essa região contém o tecido clara-
mente viável do qual se inicia o pro-
cesso de cicatrização e, geralmente, 
não tem risco de necrose adicional.
Zona de coagulação
Zona de estase
Zona de hiperemia
Figura 3. Foto das zonas de lesão. Fonte: https://images.app.goo.gl/
RtxDxQUnVQnyfNSf8 
9QUEIMADURAS
4. MECANISMO DE 
CURA
Por acometerem apenas a epi-
derme resultando de uma sim-
ples resposta inflamatória, as 
queimaduras de primeiro grau 
apresentam sua reversão em 
até uma semana sem mudan-
ças na coloração, espessura ou 
textura da pele a partir da mul-
tiplicação celular, com a desca-
mação da subcamada acometi-
da e normalmente não possuem 
repercussões sistêmicas
Assim como as queimaduras 
superficiais, as queimaduras de 
segundo grau podem ter cicatri-
zação espontânea se não houver 
complicações pele pelo proces-
so conhecido como reepitaliza-
ção e naquelas mais profundas 
MAPA MENTAL DA FISIOPATOLOGIA
Zona de coagulação 
EXPOSIÇÃO 
TÉRMICA
Destruição da 
parede celular
Liberação de 
proteases
Zona de estase
Zona de hiperemia
Perda da integridade 
capilar e vascular
Necrose de coagulação
Queimadura
Zonas de lesão
Danificado 
irreversivelmente 
Perfusão 
tissular reduzida
vasodilatação
pelo mecanismo de contração 
associado, a partir dos bordos 
da ferida, pela metaplasia de 
fibroblastos em miofibroblas-
tos e a consequente retração 
dos bordos.
10QUEIMADURAS
Já as queimaduras de terceiro grau ou 
de espessura total, aquelas em que há 
lesão de todos os elementos da pele, 
incluindo epiderme, derme, tecido ce-
lular subcutâneo, com destruição de 
folículos pilosos, glândulas sudorípa-
ras e sebáceas receptoras para dor e 
da coagulação do plexo vascular, são 
incapazes de se regenerarem, pois os 
anexos dérmicos e sua reserva epite-
lial estão destruídos e, portanto, ne-
cessitam de algum tipo de cobertura 
cutânea, usualmente enxerto cutâneo 
pele autólogo.
Figura 4. Foto de reepitalização de queimadura. Fonte: https://images.app.goo.gl/NJ5TaPGSfWDtUJDZ9
11QUEIMADURAS
5. CLASSIFICAÇÃO
As queimaduras podem apresentar 
duas principais classificações, seja 
em função de sua causa e de sua 
profundidade. A seguir iremos apre-
sentar as duas classificações. 
Causas
• Calor - As queimaduras térmi-
cas mais comuns estão 
associadas a chamas, 
líquidos quentes, 
objetos sólidos 
quentes e va-
por. A profun-
didade da lesão 
térmica está relacio-
nada à temperatura 
do contato, duração do contato da 
fonte de calor externa e espessu-
ra da pele. Como a condutividade 
térmica da pele é baixa, a maioria 
das queimaduras térmicas envolve 
a epiderme e parte da derme. 
MAPA MENTAL DA CURA
Reepitalização
QUEIMADURA
Segundo Grau 
superficial
Terceiro grau
Segundo grau 
profundo Primeiro Grau
Descamação
Cobertura 
cirúrgica
Figura 5. Foto de queimadura 
por calor. Fonte: https://saude.cultu-
ramix.com/dicas/queimaduras
12QUEIMADURAS
• Descarga elétrica - A energia elé-
trica é transformada em calor à 
medida que a corrente passa pe-
los tecidos do corpo com má con-
dução. A eletroporação (lesão das 
membranas celulares) interrompe 
o potencial e a função da membra-
na. A magnitude da lesão depende 
da trajetória da corrente, da resis-
tência ao fluxo de corrente através 
dos tecidos e da força e duração 
do fluxo de corrente.
Figura 6. Foto de queimadura por descarga elétrica. 
Fonte: https://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/
noticia/sorte-que-fiquei-consciente-diz-pintor-que-so-
breviveu-a-descarga-eletrica-de-11-mil-volts-em-ita-
tiba.ghtml
• Fricção - Lesões por fricção po-
dem ocorrer devido a uma com-
binação de ruptura mecânica dos 
tecidos, bem como o calor gerado 
pela fricção.
Figura 7. Foto de queimadura por fricção. Fonte: 
https://saude.umcomo.com.br/artigo/como-curar-uma-
-queimadura-por-friccao-13855.html
• Produtos químicos - A lesão é 
causada por uma ampla gama de 
reações cáusticas, incluindo altera-
ção do pH, rompimento das mem-
branas celulares e efeitos tóxicos 
diretos nos processos metabólicos. 
Além da duração da exposição, a 
natureza do agente determinará a 
gravidade da lesão. O contato com 
ácido causa necrose da coagula-
ção do tecido, enquanto queima-
duras alcalinas geram necrose de 
liquefação. A absorção sistêmica 
de alguns produtos químicos ame-
aça a vida e os danos locais podem 
incluir toda a espessura da pele e 
dos tecidos subjacentes.
13QUEIMADURAS
• Radiação - A energia de radio-
frequência ou a radiação ionizan-
te podem causar danos à pele e 
aos tecidos. O tipo mais comum de 
queimadura por radiação é a quei-
madura solar. Atualmente, as quei-
maduras por radiação são mais 
comuns hoje após a terapia tera-
pêutica com radiação e também 
em pacientes que recebem radia-
ção excessiva por procedimen-
tos de diagnóstico. Queimaduras 
por radiação podem ser vistas em 
indivíduos que trabalham na in-
dústria nuclear. As queimaduras 
por radiação são frequentemente 
associadas ao câncer devido à ca-
pacidade da radiação ionizante de 
interagir e danificar o DNA. Os re-
sultados clínicos da radiação ioni-
zante dependem da dose, tempo 
de exposição e tipo de partícula 
que determina a profundidade da 
exposição. Dependendo da ener-
gia do fóton, a radiação pode cau-
sar queimaduras internas muito 
profundas.
Figura 8. Foto de queimadura por produtos químicos. Fonte: https://images.app.goo.gl/mGAnw4C8y98w4BpZ6
14QUEIMADURAS
Classificação por profundidade
As queimaduras cutâneas também 
podem ser classificadas de acordo 
com a profundidade da lesão tecidual. 
A profundidade da queima determina 
em grande parte o potencial de cica-
trização e a necessidade de enxerto 
cirúrgico.
As feridas por queimadura geralmen-
te não são uniformes em profundida-
de, e muitas apresentam uma mistura 
de componentes profundos e super-
ficiais. Uma avaliação precisa da pro-
fundidade da ferida de queimadura 
pode ser difícil inicialmente,pois as 
feridas são dinâmicas e podem pro-
gredir e converter-se em feridas mais 
profundas e, portanto, podem levar 
vários dias para uma determinação 
final. A pele fina, particularmente nas 
superfícies volares dos antebraços, 
coxas mediais, períneo e orelhas, 
sustenta lesões de queimadura mais 
profundas do que as sugeridas pela 
aparência inicial. É melhor assumir 
que não há queimaduras superficiais 
nessas áreas. Crianças menores de 
5 anos e adultos acima de 55 anos 
também são mais suscetíveis a quei-
maduras mais profundas devido à 
pele mais fina.
• Primeiro grau - queimaduras su-
perficiais ou epidérmicas envol-
vem apenas a camada epidérmica 
da pele. Eles não causam bolhas, 
mas são dolorosos, secos, verme-
lhos e empalidecem com a pres-
são. Nos próximos dois a três dias, 
a dor e o eritema diminuem e, apro-
ximadamente, no dia 4, o epitélio 
lesionado se afasta da epiderme 
recém-cicatrizada. Tais lesões são 
Figura 9. Foto de queimadura por radiação. Fonte: https://images.app.goo.gl/22BDMj1Yz4eodGuC7 
15QUEIMADURAS
geralmente curadas em seis dias 
sem cicatrizes. Este processo é co-
mumente visto com queimaduras 
solares.
Figura 10. Foto de queimadura de primeiro grau. Fon-
te: UpToDate, 2020
• Segundo grau - queimaduras de 
espessura parcial envolvem a epi-
derme e porções da derme. Eles 
são caracterizados como superfi-
ciais ou profundos.
◊ Segundo grau superficial - 
Essas queimaduras caracte-
risticamente formam bolhas 
dentro de 24 horas entre a 
epiderme e a derme. São do-
lorosas, vermelhas, choram 
e empalidecem com a pres-
são. Queimaduras que inicial-
mente parecem ser apenas 
epidérmicas em profundida-
de podem ser determinadas 
como espessura parcial 12 a 
24 horas depois. Essas quei-
maduras geralmente curam 
em 7 a 21 dias; cicatrizes são 
incomuns, embora possam 
ocorrer alterações de pigmen-
to. Uma camada de exsudato 
fibrinoso e detritos necróticos 
pode se acumular na super-
fície, o que pode predispor a 
ferida de queimadura à colo-
nização bacteriana pesada e 
à cicatrização retardada. Es-
sas queimaduras geralmen-
te curam sem comprometi-
mento funcional ou cicatrizes 
hipertróficas.
Figura 11. Foto de queimadura de segundo grau su-
perficial. Fonte: UpToDate, 2020
◊ Segundo grau profunda - Es-
sas queimaduras se esten-
dem até a derme mais profun-
da e são caracteristicamente 
16QUEIMADURAS
diferentes das queimaduras 
de espessura parcial. Queima-
duras profundas danificam os 
folículos capilares e o tecido 
glandular. Elas são dolorosas 
apenas por pressão, quase 
sempre com bolhas (facilmen-
te abertas), são úmidas ou se-
cas por cera e apresentam co-
loração manchada variável, de 
branco irregular a branco. Eles 
não empalidecem com a pres-
são. Se a infecção for evitada 
e as feridas puderem cicatrizar 
espontaneamente sem enxer-
tia, elas serão curadas em duas 
a nove semanas. Essas quei-
maduras invariavelmente cau-
sam cicatrizes hipertróficas. 
Se envolverem uma articula-
ção, espera-se uma disfunção 
articular mesmo com fisiote-
rapia agressiva. Uma queima-
dura profunda de espessura 
parcial que não cicatriza em 
duas semanas é funcional e 
cosmeticamente equivalente 
a uma queimadura de espes-
sura total. A diferenciação das 
queimaduras de espessura to-
tal é muitas vezes difícil.
Figura 12. Foto de queimadura de segundo grau pro-
funda. Fonte: UpToDate, 2020
• Terceiro grau - Essas queimadu-
ras se estendem através e destro-
em todas as camadas da derme e 
geralmente danificam o tecido sub-
cutâneo subjacente. A presença 
de escaras, a derme morta e des-
naturada, geralmente está intacta. 
A escara pode comprometer a via-
bilidade de um membro ou tronco, 
se circunferencial. As queimaduras 
de espessura total são geralmen-
te anestésicas ou hipoestéticas. A 
aparência da pele pode variar de 
branco ceroso a cinza acinzenta-
do a carbonizado e preto. A pele é 
seca e inelástica e não empalidece 
com a pressão. Os cabelos podem 
ser facilmente retirados dos folí-
culos capilares. Vesículas e bolhas 
não se desenvolvem.
A escara eventualmente se separa 
do tecido subjacente e revela um 
leito não curado de tecido de gra-
nulação. Sem cirurgia, essas feridas 
cicatrizam por contratura da ferida 
17QUEIMADURAS
com reepitalização em torno das 
bordas da ferida. A cicatrização é 
grave com contraturas; a cura es-
pontânea completa não é possível.
Figura 13. Foto de queimadura de terceiro grau. Fonte: 
UpToDate, 2020
• Quarto grau - queimaduras de 
quarto grau são lesões profundas 
e potencialmente fatais que se es-
tendem através da pele até os te-
cidos moles subjacentes e podem 
envolver músculos e / ou ossos.
Figura 14. Foto de queimadura de quarto grau. Fonte: https://doi.org/10.1590/S1983-51752011000100032.
18QUEIMADURAS
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS PELA PROFUNDIDADE
PROFUNDIDADE APARÊNCIA SENSAÇÃO TEMPO DE CURA
Superficial 
(epidérmica)
Seco, vermelho
Brancas com pressão
Doloroso 3 a 6 dias
Espessura parcial 
superficial
Bolhas
Úmido, vermelho, chorando
Brancas com pressão
Doloroso à tempe-
ratura e ao ar e ao 
toque
7 a 21 dias
Espessura parcial 
profunda
Bolhas (facilmente abertas)
Molhado ou seco por cera
Cor variável (irregular ao branco, 
branco ao vermelho)
O branqueamento por pressão pode 
ser lento
Doloroso apenas à 
pressão
> 21 dias, geralmente re-
quer tratamento cirúrgico
Espessura completa
Branco ceroso a cinza acinzentado a 
carbonizado e preto
Seco e inelástico
Sem branqueamento com pressão
Apenas pressão 
profunda
Raros, a menos que trata-
dos cirurgicamente
Lesões mais profun-
das (quarto grau)
Estende-se para a fáscia e / ou 
músculo
Pressão profunda
Nunca, a menos que seja 
tratado cirurgicamente
Tabela 1. Classificação das queimaduras pela profundidade
MAPA MENTAL DAS CLASSIFICAÇÕES
QUEIMADURAS
Profundidade
Causa
Calor
Descarga elétrica
Radiação
Fricção
Produtos químicos
Primeiro Grau
Segundo Grau
Terceiro Grau
Quarto Grau
Superficial
Profunda
6. CÁLCULO DE 
SUPERFÍCIE CORPÓREA
Uma estimativa completa e precisa do 
tamanho da queimadura é essencial 
para orientar a terapia e determinar 
quando transferir um paciente para 
um centro de queimadura. Usando 
um dos métodos descritos abaixo, 
a extensão das queimaduras é esti-
mada e expressa como a porcenta-
gem área total da superfície corporal 
(SCQ). 
SE LIGA! Queimaduras superficiais (pri-
meiro grau) não estão incluídas na ava-
liação percentual de queima de SCQ.
19QUEIMADURAS
o método mais preciso para esti-
mar a SCQ para adultos e crianças. 
As crianças têm cabeças propor-
cionalmente maiores e extremida-
des inferiores menores, portanto a 
porcentagem de SCQ é estimada 
com mais precisão usando o gráfi-
co de Lund- Browder.
Os locais das áreas queimadas de 
segundo e de terceiro grau são regis-
trados em um diagrama de queima. 
Presume-se que queimaduras com 
aparência compatível com segundo 
grau profunda ou terceiro grau sejam 
de terceiro grau até que seja possível 
uma diferenciação precisa.
Métodos de 
estimativa
Os dois métodos 
mais usados para 
avaliar a porcen-
tagem de SCQ em 
adultos são o grá-
fico de Lund-Brow-
der e “Regra dos 
noves”. O gráfico 
de Lund-Browder é 
o método recomen-
dado em crianças, 
porque considera 
a porcentagem re-
lativa da área de 
superfície corporal 
afetada pelo cresci-
mento. Se a queima 
for irregular e/ou ir-
regular, o método 
da palma da mão 
pode ser mais útil.
• Lund-Browder 
- O gráfico de 
Lund-Browder é 
Adultos
Bebês
Crianças (5 anos)
Figura 15. Distribuição corpórea pela regra de Lund-Browder. Fonte: UpToDate, 2020 
20QUEIMADURAS
• Regra dos Nove - Para 
avaliação de adultos, o 
método mais expedito 
para estimar a SCQ em 
adultos é a “Regra dos 
Nove”:
◊ A cabeça representa 
9% de SCQ
◊ Cada braço repre-
senta 9% de SCQ
◊ Cada perna repre-
senta 18% de SCQ
◊ O tronco anterior e 
posterior represen-
tam 18% de SCQ
◊ Genitália representa 
1% de SCQ
GRÁFICO DE LUND-BROWDER MODIFICADO PARA AVALIAR A PORCENTAGEM DE QUEIMADURATO-
TAL DA SUPERFÍCIE CORPORAL EM CRIANÇAS E ADULTOS
ÁREA*
NASCIMENTO 
ATÉ 1 ANO
1 A 4 ANOS 5 A 9 ANOS 10 A 14 ANOS ADULTO
Cabeça 9,5 8,5 6.5 5.5 4.5
Pescoço 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Tronco 13 13 13 13 13
Braço 2 2 2 2 2
Antebraço 1.5 1.5 1.5 1.5 1.5
Mão 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25
Coxa 2,75 3,25 4 4,25 4,5
Perna 2.5 2.5 2.5 3 3,25
Pé 1,75 1,75 1,75 1,75 1,75
Nádega 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
Genitália 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Tabela 2. Distribuição corpórea pela regra de Lund-Browder 
Figura 16. Foto Regra dos Noves. Fonte: https://images.app.goo.gl/
e1WNXbfXPgTjjJkj8
21QUEIMADURAS
• Método da palma da mão - quei-
maduras pequenas ou irregulares 
podem ser aproximadas usando a 
área da palma da mão do pacien-
te. A palma da mão do paciente, 
excluindo os dedos, é aproxima-
damente 0,5% da área total da 
superfície corporal, e toda a super-
fície palmar, incluindo os dedos, é 
1% em crianças e adultos.
Figura 17. Foto palma da mão. Fonte: https://images.
app.goo.gl/NARQskjDUEKVdMHY9 
SAIBA MAIS!
Precisão das estimativas percentuais da SCQ - Em vários relatórios observacionais com-
parando a estimativa do tamanho da queimadura no hospital de referência com a estimativa 
no centro receptor de queimaduras, o tamanho das queimaduras maiores foi subestimado. 
Isso resultou em sub-reanimação no hospital de referência. A transferência antecipada para 
um centro de queimaduras deve ser organizada quando as lesões atenderem aos critérios 
para queimaduras graves.
A porcentagem de EATB queimada pode estar subestimada em mulheres com mamas grandes 
que apresentam queimaduras no tronco anterior. Uma tabela baseada no tamanho do copo de 
um soutien destina-se a complementar o gráfico de Lund-Browder para estimativa de queima-
duras em adultos. Em uma revisão de 60 voluntários para determinar a diferença na porcenta-
gem de SCQ do tronco anterior entre homens e mulheres, constatou-se que as mulheres com 
seios grandes (tamanho do copo D e maior) tinham uma quantidade significativamente maior 
de porcentagem de SCQ no peito anterior em comparação com homens (16 versus 11%) [ 17] 
Essa porcentagem adicional de SCQ está concentrada na região peitoral e representa 10% do 
SCQ em comparação com 5% para homens e 7% para mulheres com seios menores. 
Houve uma distribuição igual da SCQ do tronco anterior e posterior nos homens, mas uma 
proporção de 1,6: 1 nas mulheres de seios grandes. Para cada aumento no tamanho do copo, 
o SCQ do tronco anterior de uma mulher aumenta em um fator de 0,1, em relação ao tronco 
posterior.
Além disso, um estudo em pacientes obesos sugeriu que os diagramas “Regra dos Noves” 
e Lund-Browder subestimam a extensão das queimaduras envolvendo o tronco e superesti-
mam a porcentagem de queimaduras envolvendo as extremidades no paciente obeso. Neste 
estudo, a forma primária do paciente (andróide versus ginecóide) foi importante para determi-
nar a porcentagem de EAPT em comparação com o índice de massa corporal (IMC) e o sexo.
22QUEIMADURAS
7. TRATAMENTO
É preciso ter em mente que o trata-
mento de pacientes queimados é 
complexo e longo. Se inicia com um 
primeiro atendimento, o qual será ba-
seado na estabilização do paciente e 
na correção dos distúrbios hidroelé-
tricos decorrentes das perdas volêmi-
cas após a quebra da barreira da pele 
e exposição de capilares; até a corre-
ção das complicações geradas como 
infecções e contraturas.
Assim, será preciso uma equipe mul-
tidisciplinar, composta desde a equi-
pe de pronto atendimento para a 
situação aguda, até uma equipe es-
pecializada composta por médicos 
dermatológicos, cirurgiões plásticos, 
enfermeiros, fisioterapeutas, nutricio-
nais e psicólogos. Essa equipe multi-
disciplinar irá enfrentar, junto com o 
paciente, uma longa jornada baseada 
em conquistas diárias.
CRITÉRIOS DE REFERÊNCIA DO CENTRO DE GRAVAÇÃO
Queimaduras de espessura parcial superiores a 10% de TBSA
Queimaduras que envolvem o rosto, mãos, pés, genitália, períneo ou articulações principais
Queimaduras de terceiro grau em qualquer faixa etária
Queimaduras elétricas, incluindo danos causados por raios
Queimaduras químicas
Lesão por inalação
Queimadura em pacientes com distúrbios médicos preexistentes que podem complicar o tratamento, prolon-
gar a recuperação ou afetar a mortalidade
Qualquer paciente com queimaduras e trauma concomitante (como fraturas) em que a lesão por queimadura 
represente o maior risco de morbimortalidade. Nesses casos, se o trauma apresentar maior risco imediato, 
o paciente poderá ser estabilizado inicialmente em um centro de trauma antes de ser transferido para uma 
unidade de queima. O julgamento do médico será necessário em tais situações e deve estar de acordo com o 
plano regional de controle médico e os protocolos de triagem.
Crianças queimadas em hospitais sem pessoal ou equipamento qualificado para o atendimento de crianças
Lesão por queimadura em pacientes que necessitarão de intervenção social, emocional ou de reabilitação 
especial
Tabela 3. Critérios de referência do centro de gravação  
23QUEIMADURAS
Estabilização
Durante a estabilização do paciente, 
é preciso realizar um exame físico mi-
nucioso para que possamos identifi-
car a gravidade das lesões e calcular a 
SCQ queimada, o que irá nos orientar 
na correção hídrica deste paciente, já 
que a reposição volêmica adequada 
é crucial no tratamento do paciente 
com mais de 20% de SCQ. A infu-
são de líquidos deve ser iniciada, de 
preferência, já no ambiente pré-hos-
pitalar. Em Centros de Tratamento de 
Queimados (CTQs), após um cálculo 
mais preciso da área envolvida, a ad-
ministração de líquidos obedecerá a 
uma fórmula mais rigorosas. É impor-
tante que o volume prescrito até este 
momento seja também contabilizado.
A última edição do ATLS (10ª) reco-
menda uma reposição inicial de volu-
me, nas primeiras 24 horas, de 2 ml 
de Ringer lactato x peso do paciente 
(em kg) x SCQ. Metade do volume in-
fundido nas primeiras 8 horas, a con-
tar do momento do acidente, e a outra 
metade nas 16 horas subsequentes.
É importante termos em mente que 
o resultado inicial desse cálculo re-
presenta o volume que será inicia-
do; posteriormente, a infusão deverá 
ser ajustada (para mais ou para me-
nos), com o objetivo de manter um 
débito urinário, em adultos, de 0,5 
ml/kg/h e, em crianças ≤ 30 kg, de 1 
ml/kg/h; nesta população pediátrica, 
recomenda- se a administração de 
solução glicosada juntamente com o 
Ringer.
Um volume administrado insuficiente 
resulta em hipoperfusão e lesão or-
gânica; por outro lado, uma infusão 
excessiva de líquidos pode agravar 
o edema, fenômeno que tem como 
consequências a progressão da quei-
madura para planos mais profundos 
ou a síndrome compartimental de ab-
dome ou extremidades.
Cicatrização
Pacientes que apresentem queima-
dura de primeiro grau irão apenas 
precisar de hidratação da pele, já que 
a lesão se restringe a epiderme, se 
caracterizando uma inflamação local. 
No caso de pacientes com queima-
duras de segundo grau superficial, 
onde existe um acometimento até a 
derme papilar, é preferível a realiza-
ção de enxertos de pele parciais 
após o desbridamento de toda 
a região acometida, assim, o 
paciente irá apresentar uma 
menor contratura e altera-
ções estéticas da região 
acometida.
Mariana
Destacar
Mariana
Destacar
24QUEIMADURAS
Quando existe acometimento da der-
me total, chegando ao subcutâneo, 
o organismo não será mais capaz de 
realizar uma cicatrização eficiente, já 
que os anexos dérmicos e sua reserva 
epitelial estão destruídos. Nessas si-
tuações, é preferível a utilização de 
retalhos cutâneos para prevenir o 
surgimento de contraturas e deformi-
dades na pele do paciente.
Figura 20. Foto de retalho em queimadura. Fonte: https://images.app.goo.gl/hYHW5kaJWUxLH6zD9
25QUEIMADURAS
evolução do paciente. Para impedir 
seu surgimento, o cirurgião plástico 
pode fazer uso dos enxertos e reta-
lhos para impedir a reepitalização de-
sordenada nestas regiões. Caso o pa-
ciente já se encontrecom contraturas 
em seu atendimento, pode-se fazer 
uso de retalhos, como na Zetaplastia, 
para permitir uma maior mobilidade a 
região.
Complicações 
A depender do tipo, do local e de 
como foi realizado o tratamento da 
queimadura do paciente, ele pode 
evoluir com algumas complicações 
como contraturas e infecções.
Assim, em regiões de grande mobi-
lidade, como articulações e pescoço, 
é preciso ficar atento para o surgi-
mento de contraturas, já que pode-
rá impactar de maneira negativa na 
Figura 21. Foto do tratamento de uma contratura. Fonte: https://images.app.goo.gl/h6BYuaXdw4JQj2Wr8
Por fim, para impedirmos o surgimen-
to de infecções, é preciso ter em men-
te a sua fisiopatologia. Após a quei-
madura, a barreia de proteção que a 
pele confere é perdida, permitindo o 
extravasamento de nutrientes para o 
meio externo, criando um local pro-
pício para a colonização bacteriana e 
posterior surgimento de infecções. Os 
organismos gram-positivos predomi-
nantes encontrados nas infecções 
por queimaduras permanecem sen-
do o Staphylococcus aureus , segui-
dos pelas espécies de Enterococcus, 
que são encontradas em números 
decrescentes. Patógenos gram-ne-
gativos dominam após o quinto dia 
de uma internação hospitalar tipica-
mente prolongada e emergiram como 
os agentes etiológicos mais comuns 
de infecção invasiva em virtude de 
seu grande repertório de fatores de 
virulência e características de resis-
tência antimicrobiana. Pseudomonas 
aeruginosa continua sendo o micror-
ganismo gram-negativo mais fre-
quente isolado de feridas queimadas, 
seguido por Escherichia coli. Dessa 
26QUEIMADURAS
forma, quando recebemos esse pa-
ciente, ainda durante a realização 
de seu primeiro curativo, precisamos 
impedir que ocorra a infecção, já que 
após a adequada reposição volêmica 
70% dos pacientes que morrem se-
rão em decorrência de infecções. O 
tratamento preventivo será realizado 
com sulfadiazina de prata tópica em 
1% nas feridas. Caso venha a evoluir 
com uma infecção, faremos uso de 
uma antibioticoterapia inicialmente 
empírica, baseada nos principais pa-
tógenos encontrados no seu hospital, 
sendo guiada, posteriormente, pelo 
antibiograma da cultura realizada a 
partir das secreções coletadas.
Figura 22. Foto de infecção em uma queimadura. Fonte: https://pt.slideshare.net/profluiscarloscarvalho/
estafilococos-13472102
27QUEIMADURAS
MAPA MENTAL GERAL
Regra dos Noves
QUEIMADURA
SCQ
Contratura
Infecção
Complicações
TratamentoProfundidade
Classificação de Risco
Sulfadiazina de Prata
Reposição volêmica
Prevenção de Infecção
Cirúrgico
Enxerto
Desbridamento
Retalho
Terceiro Grau
Segundo Grau
Primeiro Grau
Superficial
Profunda
28QUEIMADURAS
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Igreja D, Elsayed S, Reid O, et al. Queime infecções de feridas. Clin Microbiol Rev 2006; 19: 
403.
Azzopardi EA, Azzopardi SM, Boyce DE, Dickson WA. Infecções gram negativas emergen-
tes em queimaduras. J Burn Care Res 2011; 32: 570.
Aldana MC, Navarrete N. Epidemiologia de uma década de queimaduras fatais pediátricas 
na Colômbia, América do Sul. Burns 2015; 41: 1587.
Smolle C, Cambiaso-Daniel J., Forbes AA, et al. Tendências recentes na epidemiologia das 
queimaduras em todo o mundo: uma revisão sistemática. Burns 2017; 43: 249.
Santos JV, Oliveira A, Costa-Pereira A, et al. Carga de queimaduras em Portugal, 2000-
2013: uma análise clínica e econômica de 26.447 hospitalizações. Burns 2016; 42: 891.
Hwee J, Canção C, Tan KC, et al. As tendências da epidemiologia de queimaduras em um 
centro tropical regional de queimaduras. Burns 2016; 42: 682.
Saeman MR, Hodgman EI, Burris A, et al. Epidemiologia e resultados de queimaduras pedi-
átricas há mais de 35 anos no Parkland Hospital. Burns 2016; 42: 202.
Organização Mundial de Saúde. A carga global de doenças: atualização de 2004. Organiza-
ção Mundial da Saúde, Genebra 2008. Disponível em: www.who.int/healthinfo/global_bur-
den_disease/GBD_report_ 2004update_full.pdf (Acesso em 02 de abril de 2010).
Forjuoh SN. Queimaduras em países de baixa e média renda: uma revisão da literatura dispo-
nível sobre epidemiologia descritiva, fatores de risco, tratamento e prevenção. Burns 2006; 
32: 529.
Alnababtah K, Khan S, Ashford R. Fatores sociodemográficos e prevalência de queimaduras 
em crianças: uma visão geral da literatura. Paediatr Int Saúde Infantil 2016; 36:45.
Gupta M, Gupta OK, Goil P. Queimaduras pediátricas em Jaipur, Índia: um estudo epidemio-
lógico. Burns 1992; 18:63.
Collis N, Smith G, Fenton OM. Precisão da estimativa do tamanho da queimadura e subse-
quente ressuscitação de fluidos antes da chegada à unidade regional de queimaduras de 
Yorkshire. Um estudo retrospectivo de três anos. Burns 1999; 25: 345.
Hagstrom M, Wirth GA, Evans GR, Ikeda CJ. Uma revisão da ressuscitação fluida do depar-
tamento de emergência de pacientes queimados transferidos para um centro regional de 
queimaduras verificado. Ann Plast Surg 2003; 51: 173.
29QUEIMADURAS
Freiburg C, Igneri P, Sartorelli K, Rogers F. Efeitos das diferenças na estimativa percentual da 
área de superfície corporal total na ressuscitação fluida de pacientes transferidos por quei-
madura. J Burn Care Res 2007; 28:42.
Hidvegi N, Nduka C, Myers S, Dziewulski P. Estimativa do tamanho da queimadura da mama. 
Plast Reconstr Surg 2004; 113: 1591.
Williams RY, Wohlgemuth SD. A “regra dos noves” se aplica a vítimas de queimaduras obe-
sas mórbidas? J Burn Care Res 2013; 34: 447.
30QUEIMADURAS

Continue navegando