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Patologia – 03/03/2022 • Sistema circulatório: sangue – coração – vasos • Age levando o sangue para todas as células, tecidos e órgãos; • Coração – órgão muscular divido em 4 partes átrios recebem sangue e passam para os ventrículos • Circulação pulmonar (direito) – vai pela artéria pulmonar (sangue desoxigenado) e volta pela veia pulmonar (oxigenado) • Circulação sistêmica (esquerdo) sai pela a. aorta (oxigenado) para o corpo – débito cardíaco (distribuição do sangue pelos órgãos) e volta pela veia cava (desoxigenado) Fluxo sanguíneo: forças mantem o fluxo no sentido unidirecional • Força contrátil do coração; • Músculos esqueléticos para o retorno venoso (gastrocnêmico – panturrilha) • Valvas atrioventriculares, vantriculosarteriais e venosas; Fatores que influenciam no fluxo sanguíneo: • Fluxo sanguíneo é a passagem do sangue - volume- que passa em um dado ponto do sistema por unidade de tempo -L/min- • É diretamente proporcional a pressão arterial e relacionado ao diâmetro do vaso (vasoconstrição ou vasodilatação) • Viscosidade – quantidade de hemácias e quantidade de plasma; • Resistência periférica; • Estrutura vascular; Mecanismos de adaptação do SC: • Presença de pressorreceptores e volumorreceptores – respostas autônomas (SN simpático e parassimpático) • Regulação renal – SRAA • Variações de sódio – hormônio antidiurético – reabsorção renal DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS; HIPEREMIA: aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico • Ativa: dilatação arteriolar com aumento do fluxo sanguíneo (vasodilitação – sangue vermelho). Pode ser fisiológica (rubor facial da timidez, pós exercício físico, entre outros) ou patológica • Passiva = congestão: redução da drenagem venosa, provocando distensão das veias distais, vênulas e capilares • Insuficiência cardíaca do lado esquerdo → congestão pulmonar Distúrbios da Circulação • Insuficiência cardíaca do lado direito → congestão sistêmica (afetas diversos órgãos), edema generalizado Congestão hepática: EDEMAS: acúmulo de liquido no interstício ou em cavidades pré-formadas do organismo Lei de Starling: lei da movimentação hídrica • De uma forma fisiológica, o sangue tem que vir pelas artérias, arteríolas, metarteríoloas e nos capilares ocorre a saída desse liquido levando oxigênio nutrientes / a saída se dá pela pressão hidrostática (lado arterial – filtração) → liquido banha os tecidos com oxigênio e nutrientes e depois será absorvido, se o sangue sai, diminuo o volume e a pressão hidrostática → a pressão coleidostatica aumenta (o soluto continua no vaso) → lado venoso – atrai a agua, trazendo os metabólitos e depois manda para o sistema linfático que também reabsorve Causas de aumento da pressão hidrostática: Causas de diminuição da pressão osmótica do plasma: • Diminuição da albumina plasmática; • Síndrome Nefrótica (quebra da barreira de filtração glomerular e perda de albumina na urina) • Insuficiência hepática e desnutrição (baixa produção de albumina) Classificação: • Localizado ou sistêmico (extensão) • Transudato ou exsudato (composição) ✓ Transudato – liquido pobre em proteína ✓ Exsudado – liquido rico em proteína, mais denso, corado – relacionado ao processo inflamatório Nomenclaturas especializadas: • Anasarca: edema generalizado + derrames. • Alternativas para derrames não-inflamatórios: • Hidrotórax (derrame pleural) • Hidropericárdio (derrame pericárdico) • Hidroperitôneo ou ascite (derrame peritoneal) Etiopatogênese: • Aumento da P hidrostática intravascular – aumento do volume (hiperemia) • Diminuição da P oncótica do plasma – água saí do meio mais concentrado por diminuição de proteína plasmática, doenças hepáticas e renais (proteinúria) • Obstrução linfática – não tem reabsorção • Aumento da permeabilidade capilar – mediadores como histamina, prostaglandina aumento a vasodilatação e a permeabilidade Edema localizado: • Obstrução da veia cava inferior – edema de MMII (gravidas), dificuldade de retorno • Insuficiência valvular venosa • Obstrução linfática – comum em mulher pós mastectomia (remoção da mama e linfonodos associados) Edema pulmonar: insuficiência cardíaca esquerda Alveolos preenchidos; vasos dilatados com muitas hemácias, hemácias fora do vaso (hemorragia) Edema generalizado: • Diminuição da P. oncótica (desnutrição, lesões gastrointestinais, doenças do fígado ou rins) – por proteinúria • Insuficiência cardíaca (direita)- causa mais comum • Edema renal (diminuição da proteína plasmática) DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA Hemostasia: Conjunto de processos fisiológicos envolvendo plaquetas, fatores de coagulação e o endotélio vascular que leva a formação de um coágulo em um local de lesão vascular, limitando desta forma sangramentos. Funciona de acordo com o tripé: Fases da Hemostasia: 1. Vasoconstrição arteriolar: mediada por reflexos neurais e fatores endoteliais (endotelina). Transitório e insuficiente para estancar o sangramento. 2. Hemostasia primária: plts aderem ao colágeno exposto (usando o FvW como ponte) e entre si (utilizando o fibrinogênio como ponte). Resultado= tampão (plug) plaquetário. 3. Hemostasia secundária: consolidação do tampão plaquetário através da ativação da cascata de coagulação (que culmina com a formação da rede de fibrina que reforça o plug plt). 4. Estabilização e reabsorção do coágulo: Mecanismos contra-regulatórios que limitam formação de mais coágulo (propagação), promovem sua reabsorção (fibrinólise) e reparação do vaso. CASCATA DA COAGULAÇÃO: • É uma série de reações enzimáticas amplificadoras que levam à formação de uma rede insolúvel de fibrina (para controlar o sangramento) • A coagulação pode ocorrer dentro ou fora de um organismo e os dois processos são muito parecidos. • Cada etapa da cascata envolve: uma enzima (fator ativado na etapa anterior), um substrato (proenzima inativa) e um cofator (acelerador de reação) • Inicia-se em uma superfície rica em fosfolípides negativos (=plts), na presença de Ca2+. Cálcio se liga ao ácido glutâmico dos fatores II, VII, IX e X. • A produção de AG dep de vitamina K, anticoagulantes do grupo dos cumarínicos (Varfarina/Marevan) são antagonistas da vitamina K. • A cascata da coagulação pode ser dividida em uma via intrínseca e uma via extrínseca. • Tempo de protrombina (TP) avalia a via extrínseca • Tempo de tromboplastina parcial (TTP) avalia a via intrínseca • Fator + importante= trombina (def. de protrombina é incompatível com a vida): • Ativação plaquetária • Amplifica a coagulação ativando outros fatores (XI, V e VIII) • Catalisa a formação de Fibrina • Efeitos inflamatórios (ativação de PARs em células inflamatórias) AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA HEMOSTASIA: HEMORRAGIA: saída do sangue do espaço vascular (vasos ou coração) para o compartimento extravascular (cavidade ou interstício) ou para fora do organismo. Classificação: • Externas ou internas (localização) • Por rexe – ruptura do vaso ou por diapedese (integridade do vaso) Terminologias: • Petéquias: hemorragia puntiforme esparsas; • Púrpuras: até 1 cm de diâmetro ou reunião de petéquias; termo usado para descrever quadro hemorrágico generalizado • Sufusões: manchas difusas, planas irregulares • Hematoma: sangramento circunscrito formando coleção volumosa; • Apoplexia: hemorragia maciça grave, intensa, com destruição do órgão Etiopatogênese: • Trauma • Proc. inflamatórios ou neoplásicos destrutivos da parede vascular • Congestão crônica (↑ risco de rotura espontânea) • Aterosclerose (↑ risco de rotura espontânea) • Aneurisma (↑ risco de rotura espontânea) • Tamanho do vaso • Defeitos/alterações genéticas ou secundárias em: parede de vasos, plts, fatores de coagulação Consequências ecomplicações: • Choque hipovolêmico; • Anemia; • Asfixia; • Tamponamento cardíaco; • Hemorragia intracraniana (AVE, aneurisma) Diátese Hemorrágica: tendencia para sangramento sem causa aparente (hemorragias espontâneas) ou hemorragia mais intensa ou prolongada após um traumatismo) Causas: • Anormalidades da parede vascular – afrouxamento, deficiência de vit C (produtora de colágeno) • Diminuição das plaquetas – trombocitopenia • Alterações do sistema de coagulação (ausência de algum fator); • Alteração do sistema de fibrinólise (aumento); TROMBOSE: processos patológicos caracterizado pela solidificação de sangue dentro dos vasos ou do coração dentro do indivíduo vivo; Resulta na formação de: I. Um coágulo intravascular (trombo), na ausência de lesão vascular traumática. OU II. Um trombo obstrutivo/oclusivo, na presença de lesão vascular. Tríade de Virchow Formação de um trombo em veia profunda dos MMII: Válvulas venosas: lugares com fácil formação de turbulência → normalmente começam o processo, com mudança do fluxo laminar, alteração do endotélio, ativação plaquetária → formação da massa sólida de sangue que tende a aumentar Estados de Hipercoagulabilidade: • São estados primários ou secundários onde a coagulação está favorecida (geralmente, por deficiência de fatores anticoagulantes). • Trombofilia primária (doenças genéticas) - pouco frequente: Deficiência de anti-trombina III Deficiência de proteína C Deficiência de proteína S Fator V de Leiden (fator V resistente à proteína C ativada): é uma exceção. • Trombofilia secundária (+ freq.): ACO Gravidez Neoplasias malignas Obesidade/tabagismo Classificação dos trombos: • Localização: arterial, venoso, cardíaco, capilar; • Obstrução da luz: oclusivos, murais, canalizados; • Estrutura: vermelho, branco, hialino (+ fibrina), misto • Presença de infecção: séptico ou asséptico Evolução/destino do trompo – 4 etapas Coagulação Intravascular Disseminada (CID): • Coagulação do sangue em grande número de pequenos vasos, levando à formação de centenas ou milhares de microtrombos; • Tem uma fase trombótica e uma fase hemorrágica (pela exaustão dos elementos de coagulação – os fatores são esgotados) • Fatores predisponentes: Agentes infecciosos; Complicações obstétricas; Choque; Destruição tecidual; Neoplasias malignas Toxinas de serpentes Síndrome da hiperviscosidade: • Distúrbio da microcirculação caracterizado por aumento da viscosidade sanguínea que resulta em diminuição do fluxo capilar e isquemia dos órgãos. • Causas: Hiperviscosidade plasmática – aumento da quantidade de proteína plasmática; Aumento do hematócrito; Alterações da deformabilidade das hemácias – anemia falciforme; Leucocitose – leucotase – aumento da quantidade de leocócitos → geram aumento da viscosidade EMBOLIA: Existência de um corpo solido, liquido ou gasoso transportado pelo sangue capaz de obstruir um vaso, o que pode levar a disfunção tecidual, isquemia (falta de sg oxigenado), infarto (necrose isquêmica) e até óbito (TEP). Pode ser: • Fragmentos de trombos (+ freq.) • Fragmentos de placa de ateroma (fratura de placa - êmbolo de colesterol) • Fragmentos de medula óssea (fratura óssea) • Gotículas de gordura (fratura óssea – paciente politraumatizado) • Gotículas de líquido amniótico (durante a gravidez) • Bolhas de ar ou nitrogênio (cirúrgica de revascularização cardíaca, neurocirurgias, mergulho) Tromboembolia pulmonar – o êmbolo não é ligado a parede do vaso ISQUEMIA: Redução ou parada do suprimento sanguíneo em determinado órgão; Causas: Obstrução total ou parcial da luz do vaso; Sem obstrução vascular – relacionada a velocidade do sangue, ou aumento de demanda em determinado local; Fisiopatologia: Tipos: • Relativa ou absoluta; • Temporária ou persistente A principal consequência da isquemia é a morte celular (necrose) INFARTO: Área localizada de necrose tecidual isquêmica, por interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso; Pode ser: • Branco ou anêmico – redução de fluxo por obstrução arterial em territórios com circulação terminal (com pouca ou nenhuma circulação colateral); afeta coração, encéfalo, baço e rins. • Vermelho – aumento de fluxo (infarto hemorrágico): pode ser causado por obstrução arterial ou venosa; comum em órgãos frouxos ou com irrigação dupla CHOQUE: É um estado em que uma ↓ do débito cardíaco ou uma ↓ do volume efetivo de sangue circulante prejudicam a perfusão e causam hipóxia celular. No início, o dano celular é reversível; entretanto o choque prolongado eventualmente leva a lesão tecidual irreversível, frequentemente fatal. • Falha aguda do sistema circulatório para abastecer os tecidos periféricos e os órgãos com um suprimento sanguíneo adequado, o que resulta em hipóxia celular – FALENCIA CIRCULATÓRIA • Pode ser a complicação de quadros de hemorragia intensa, trauma, queimadura, IAM, tromboembolismo pulmonar, sepse, etc. Etiopatogênese: • Distúrbio inicial da macro circulação: ✓ Falha da bomba cardíaca ✓ Volume sanguíneo • Distúrbio da distribuição do volume sanguíneo (microcirculação) Causas principais: • Choque cardiogênico: incapacidade do coração de bombear adequadamente – causada por IAM, ruptura ventricular, arritmia sustentada; • Choque Hipovolêmico: perda súbita de grande quantidade de líquidos do organismo – causado por sangramento intensivo, perda de plasma, desidratação severa Patogênese: • Choque Obstrutivo: resultado de uma diminuição mecânica no fluxo sanguíneo através da circulação central – causado por embolia pulmonar maciça, tamponamento cardíaco (compressão do coração); aneurisma dissecante da aorta, pneumotórax • Choque Distributivo (vasodilatador): pode ser séptico, neurogênico e anafilático – vasodilatação maciça da microcirculação drenando e diminuindo o volume centra, gerando o choque distributivo • Choque Séptico: presença de bactérias Gram- negativas produtoras de endotoxinas (Lipopolisacarídeos de membrana – LPS), gerando ativação generalizada de leucócitos → síndrome da resposta inflamatória sistêmica (liberação de todos os mediadores dentro da circulação → resposta inflamatória sistêmica) Patogênese: ✓ Resposta inflamatória e anti-inflamatória (‘contrarregulação’) ✓ Ativação e lesão endotelial (permeabilidade vascular, perda sanguínea) ✓ Indução de um estado pró-coagulante (CIVD) ✓ Alterações metabólicas (resistência insulínica, hiperglicemia, acidose láctica) ✓ Disfunção de órgãos (↓DC, hipóxia celular, falência múltipla de órgãos) Progressão do choque séptico: ✓ Fase inicial: reversível / fase compensatória Forma Hiperdinâmica: inicio do choque, adaptação → ativação do sistema adrenérgico e do SRAA → taquicardia, retenção de líquidos pelos rins, vasodilação Forma Hipodinâmica: queda de PA e CD, ativação de SRAA; estimulação simpática-adrenérgica com liberação de adrenalina e vasopressina, centralização da circulação (sangue apenas para órgãos essenciais); metabolismo anaeróbio = acidose → agravamento do processo, lesões celulares intensas, sistêmicas e irreversíveveis ✓ Estágio progressivo: irreversível / fase de descompensação Forma Hipodinâmica descompensada: agravamento do processo = grau de mudança do metabolismo aeróbio para anaeróbio → lesões irreversíveis → falência múltipla de órgãos • Choque neurogênico: redução do controle simpático sobre o tônus do vaso sanguíneo; defeito no centro vaso-motor (tronco encefálico), defeito no fluxo simpático para os vasos sanguíneos; raro e geralmente transitório • Choque Anafilático: reação Ag-Ac mediada por IgE na superfície de mastócitos e basófilos (reação de hipersensibilidade tipo I) provocando liberação de substancias (principalmente histamina); causado por alergias a medicamentos, alimentos, toxinas, latéx. Patogênese:PROGRESSÃO DO CHOQUE: • Estágios do Choque (*cardiogênico e hipovolêmico) 1) Fase inicial não progressiva → ativação dos mecanismos compensatórios e manutenção da perfusão de órgãos vitais. 2) Fase progressiva → hipoperfusão tecidual e ↑ desequilíbrio circulatório e metabólico (acidose láctica) 3) Fase irreversível → lesões celulares e teciduais irreversíveis (mesmo após a correção do distúrbio circulatório), fatal Morfologia: • Alterações celulares e teciduais relacionadas pela hipóxia, presentes em qualquer tecido: ✓ Rim → necrose tubular aguda ✓ Pulmão → dano alveolar difuso (´choque pulmonar´) ✓ Adrenal → ↓ dos depósitos lipídicos celulares (síntese de esteroides) ✓ Choque séptico → CIVD → microtrombos no cérebro, coração, pulmão, etc. • As manifestações clínicas dependem do mecanismo causador do choque (hipotensão, taquipneia, cianose, sinais inflamatórios, etc.) Complicações do choque: • Lesão pulmonar; • Insuficiência renal aguda; • Ulceração gastrointestinal; • Coagulação vascular disseminada; • Síndrome de disfunção de múltiplos órgãos; RESUMO –CHOQUE POR DISTÚRBIOS DE MACROCIRCULAÇÃO RESUMO –CHOQUE POR DISTÚRBIOS DE MICROCIRCULAÇÃO
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