Buscar

Morte celular

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Patologia 24-02 
 
 
MORTE CELULAR – parada irreversível e 
destrutiva dos processos metabólicos e atividades 
vitais (morte a nível celular) 
Agentes lesivos → causam lesões reversíveis ou 
irreversíveis → morte celular 
Natureza do agente agressor → Intensidade da 
agressão → Duração da agressão → Capacidade de 
reação do organismo 
 
Causas da agressão celular: 
• Oxigênio 
1. Hipóxia (O2 baixa) 
2. Anemias, envenenamento (CO2, insuficiência 
cardiorrespiratória) 
3. Anóxia (O2 ausente) 
4. Descolamento, pré-parto 
5. Isquemia (falta de circulação) 
6. Trombos, êmbolos, aterosclerose, compressões 
7. Radicais livres 
• Agentes físicos 
1. Mecânicos (traumatismos) 
2. Temperatura (frio, calor) 
3. Variações repentinas da pressão atmosférica 
4. Radiações ionizantes 
5. Correntes elétricas 
• Agentes químicos 
1. Venenos (mercuriais, arsênico, cianeto, fenois, 
CCI4, agentes alquilantes etc) 
2. Drogas medicamentosas 
3. Drogas não terapêuticas 
4. Poluição do ar (tabagismo, pneumoconioses) 
5. Inseticidas, herbicidas, CO2 
6. Agentes inócuos em proporções inadequadas 
(manitol, sódio, glicose, O2) 
• Agentes biológicos 
1. Vírus (citolíticos, citopáticos e oncogênicos) 
2. Riquetsias 
3. Bactérias (endotoxinas e exotoxinas) 
4. Metazoários 
5. Fungo 
Resposta da agressão celular depende de: 
• Mecanismos imunes: Imunidade humoral (células 
B); Imunidade celular (células T); Distúrbios 
genéticos 
• Distúrbios nutricionais: Avitaminoses (escorbuto, 
xeroftalmia); Desnutrição proteica – calórica 
(marasmo e kwashiorkor); Envelhecimento 
TIPOS – A distinção é feita pelos achados 
morfológicos e pelos aspectos moleculares 
envolvidos 
 
Definição: morte celular em organismo vivo, 
seguida de autólise - os lisossomos perdem a 
capacidade de manter as hidrolases, que saem para 
o citosol, são ativadas pela alta concentração de 
cálcio e iniciam a autólise, com liberação de 
alarminas que desencadeiam a reação inflamatória. 
• É sempre um processo patológico; 
• É um fenômeno regressivo (metabolismo vai cair 
em função de uma agressão) 
• Toda necrose é seguida de um processo 
inflamatório; 
• Necrofanerose: aparecimento das 
características morfológicas da necrose no 
tecido – depende do tempo, tipo de tecido, 
temperatura, metabolismo e método de 
observação 
 
Classificação da necrose: 
1. NECROSE DE COAGULAÇÃO (necrose isquêmica): 
O padrão macroscópico depende do órgão 
acometido e seu padrão específico de circulação; 
perda nuclear, eosinofilia e manutenção da 
arquitetura do órgão 
 
 
• Necrose isquêmica por hipóxia – hipotensão 
prolongada – Hipóxia (choque) 
• Principalmente fígado e rins (necrose tubular 
aguda) 
• Macroscopia: área esbranquiçada e saliente, 
triangular ou irregular, pálida, pode ter halo de 
hiperemia (ao redor da parte “branca” – processo 
inflamatório) (infarto branco) 
• Microscopia: picnose nuclear – cariorrexe e cariólis 
(ausência de núcleo, s/ hematoxilina - roxo) e, 
citoplasma róseo, granuloso ‘coagulado’ 
(desnaturação das proteínas) 
Rim, coração, baço, tumores de crescimento rápido 
NECROSE ISQUEMICA DO MIOCÁRDIO (infarto): 
 
 
 
CARCINOMA DE MAMA: 
 
2. NECROSE LIQUEFATIVA: A região necrosada 
adquire consistência amolecida, mole, semifluida ou 
liquefeita (liberação de grande quantidade de 
enzimas lisossômicas) Comum em áreas de infecção 
por bactérias piogênicas. 
• Tecido cerebral – no encéfalo a isquemia gera 
necrose liquefativa 
• Não tem manutenção da arquitetura dos órgãos, 
nem aspecto coagulativo 
• Supra-renal 
• Mucosa gástrica 
• Após inflamações purulentas (liberação de 
enzimas com neutrófilos exsudados) 
 
 
3. NECROSE CASEOSA: Aspecto macroscópico de 
massa de queijo branco fresco (latim=caseum) – 
combinação da necrose de coagulação e liquefativa 
(aspecto coagulado em área amorfa) 
• Microscopia: células necróticas se transformam 
em material homogêneo, acidófilo, contendo 
alguns núcleos picnóticos e alguns 
fragmentados na periferia (cariorrexe) – as 
células perdem seus contornos e detalhes 
estruturais 
• Tuberculose (processo inflamatório crônico 
granulomatoso): mecanismos imunitários de 
agressão envolvendo macrófagos e linfócitos T 
sensibilizados (linfotoxinas e produtos 
citotóxicos de macrófagos) além de apoptose de 
células inflamatórias -coloração de Ziehi → 
identificação dos bacilos que causam 
tuberculose 
 
 
 
 
 
4. NECROSE GORDUROSA (esteatonecrose), ou 
necrose enzimática: Aspecto específico de necrose 
em tecido adiposo – reação química de 
saponificação, áreas com “pingo de vela” 
• Pancreatite aguda necro-hemorrágica: aspecto 
macroscópico em pingo de vela (saponificação) - 
combinação de sais de cálcio dos fluidos 
intersticiais com os ácidos graxos liberados pela 
ação da lipase pancreáticasobre triglicérides 
• Mama: calcificações distróficas 
 
5. NECROSE GOMOSA: Tipo de necrose por 
coagulação onde o tecido necrosado assume 
aspecto compacto e elástico como borracha 
(goma), ou fluido e viscoso como goma arábica 
• Sífilis tardia-terciária (goma sifilítica) e congênita 
- fígado 
• Lesão hepática de sífilis terciária – necrose 
gomosa 
 
6. NECROSE HEMORRÁGICA (infarto hemorrágico) 
• Denominação macroscópica: secundária a 
obstrução arterial (aspecto macroscópio – 
vermelho) 
• Pulmão (artéria pulmonar – tromboembolismo 
pulmonar) –necrose isquêmica invadida por 
sangue derramado pela circulação colateral 
adjacente ao infarto (dupla circulação pulmonar 
a. pulmonar e a. brônquica) 
 
• Necrose da região centrolobular do fígado por 
congestão passiva crônica (relacionado a IC – 
fígado com aspecto de noz moscada) 
• Infarto hemorrágico cerebral – ruptura de 
aneurisma ou MAV * (infarto isquêmico 
hemorrágico) ou seguida de necrose liquefativa 
por obstrução vascular com lesão vascular 
secundária (inundação de sangue do vaso 
ocluído) * Má formação artério-venosa 
• Drenagem venosa comprometida em órgãos 
pediculados ou móveis como: 
• Testículos 
• Ovários 
• Tumores pediculados (pólipos de TGI, 
lesões de pele) 
• Trato gastrintestinal (infarto 
mesentérico) 
 
7. NECROSE GANGRENOSA: Forma de evolução 
da necrose de coagulação que resulta na ação de 
agentes externos sobre o tecido necrosado. 
• ‘Gangrena seca’: efeito do ar com desidratação 
do tecido necrosado com aspecto de 
pergaminho (mumificação), em extremidades 
(dedos e ponta do nariz), secundária a lesões 
vasculares – vasculopatia (diabetes – 
principalmente em idosos – cardiovasculopatia 
diabética e lesão vascular) 
✓ Macroscopia: cor escura verde azulada ou 
negra (pigmentos derivados da 
hemoglobina), onde há linha nítida entre o 
tecido necrosado e o tecido viável; 
 
• ‘Gangrena úmida ou pútrida’: efeito de 
microorganismos anaeróbios com produção de 
enzimas que tendem a liquefazer tecidos, com 
emissão de gases com odor fétido (pode levar a 
choque séptico e morte – pode cursar com 
amputação) 
 
 
✓ Macroscopia: tecido necrótico liquefeito de 
aspecto bolhoso cor escura (extremidades – 
pele, pulmões, TGI) 
➔ gangrena por obstrução arterial – 
tabagismo aparece como fator de risco 
 
• ‘Gangrena úmida gasosa’: efeito de bactérias do 
tipo Clostridium com produção de enzimas 
lipolíticas e proteolíticas formando bolhas gasosas - 
alta letalidade. Ex: ferimentos de guerra (com 
grande área de contaminação exposta) e Sd. de 
Fournier (fascite necrosante – diabéticos, 
imunocomprimidos e idosos) 
✓ Macroscopa: tecido necrótico liquefeito de cor 
escura - Gangrena de Fournier (região períneo-
escrotal de diabéticos) ou fasciíte necrosante de 
Fournier 
 
EVOLUÇÃO DA NECROSE: necrose → autólise → 
corpo estranho → resposta do organismo → 
reabsorção → reparo 
Regeneração: se o tecido atingido tem capacidade 
regenerativa (pode ser completa ou parcial na 
dependência da extensão). Ex: fígado 
Reabsorção: há reposta inflamatória, leucócitos 
digerem restos teciduais e com ação de citocinas, há 
liberação por células vizinhasde mediadores para 
proliferação vascular e de tecido conjuntivo 
Cicatrização: conjuntivação da área 
• PDGF (fatores de crescimento derivados de 
plaquetas) 
• FGF (fatores de crescimento derivados de 
fibroblastos), liberados por macrófagos 
• TGBβ (fatores de crescimento transformador β) 
• VEGF (fatores de crescimento endotelial), liberados 
por linfócitos T e macrófagos 
Encistamento: o material necrótico não é totalmente 
reabsorvido (por fatores que impedem migração de 
leucócitos), há exsudação de macrófagos na 
periferia da lesão com formação de cápsula 
conjuntiva que ‘encista’ tecido necrosado, que é 
liquefeito e lentamente absorvido. Ex: Infarto 
cerebral (necrose liquefativa) seguida de 
encistamento 
Eliminação: o material necrótico atinge estrutura 
canalicular pré-existente ou neoformada (fístula) 
que se comunica com o meio externo com migração 
do material necrótico para estrutura formando 
cavidade. Ex: caverna tuberculosa 
Gangrena: necrose em contato com o ambiente → 
necrose gagrenosa, normalmente em áreas de 
circulação terminal, impossibilidade de outras 
formas de evolução 
Morte celular programada – a célula é estimulada 
a acionar mecanismos que culminam com sua 
morte; 
• Aumento da apoptose: lesão básica de 
doenças degenerativas (perda celular = danos 
funcionais) 
• Diminuição da apoptose: progressão de 
neoplasias (linfomas de células ‘B`). 
Base de doenças auto-imunes (corpos apoptóticos 
possuem potenciais auto-antígenos que 
representam fonte de sensibilização) 
Estado fisiológico: 
• Embriogênese; 
• Senescência celular; 
• Eliminação celular em populações celulares 
lábeis; 
• Interrupção da necessidade funcional; 
• Involução dependente de hormônios nos 
adultos – envelhecimento → - hormônios 
• Eliminação de linfócitos auto-reativos; 
Estado patológico - morte acidental (condições 
patológicas): induzida por ação de vírus, hipóxia, 
estresse oxidativo, agressão imunitária, dano ao 
DNA, radiação (Doença de Chagas, Cardiopatias 
dilatadas, etc.) 
ASPECTOS MORFOLÓGICOS: a célula sozinha 
aciona mecanismos que culminam sua morte, sem 
autólise, sem ruptura da membrana citoplasmática 
(célula fragmentada envolvida por membrana 
citoplasmática), endocitada por células vizinhas 
 
 
sem desencadear quimiotaxia, sem ativação de 
células fagocitárias, sem resposta inflamatória. 
• Diminuição celular; 
• Célula se enconokhe, citoplasma + denso, 
cromatina condensada; 
• Fragmentação nuclear (cariorrexe) 
• Brotamentos → corpos apoptóticos 
 
 
Microscopia: difícil identificação pelo HE, os 
corpos apoptóticos são intensamente basófilos 
(núcleo) e acidófilos (citoplasma condensado) 
• Exemplo: Centros germinativos de linfonodos 
onde há linfócitos apoptóticos endocitados por 
macrófagos (macrófagos com corpos 
tingíveiscorpos corados ou ‘tingible body 
macrophages’) 
 
 
MECANISMO: 
A apoptose é o final de uma cascata de eventos 
moleculares dependentes de energia. 
Componentes: 
• Caminhos sinalizadores 
• Controle e integração 
• Fase de execução comum 
• Remoção de células mortas 
 
Mecanismos extrínsecos – receptor de morte 
(estímulos externos propagados por receptores de 
membrana citoplasmática) → membros da família 
TNF (fatores de necrose tumoral) → se liga ao Faz 
→ ativa proteínas adaptoras → ativam caspases → 
ativam caspases efetoras → ativam 
transglutaminase (colapso do citoesqueleto) → 
ativam endonucleases (clivagem específica) 
• Receptores de morte relacionados a proteínas 
tipo Fas → se ligam ao FasL (ligante) expresso 
em células ‘T’ que reconhecem antígenos e 
alguns linfócitos ‘T’ citotóxicos → formam sítio 
de ligação com proteína que contém um 
domínio de morte denominado FaDD → se liga 
a uma forma ativa de caspases inativa → 
desencadeia as caspases executoras e a 
cascata de ativação das caspases 
Mecanismos intrínsecos – via mitocondrial 
(privação de sinais de sobrevivência, lesão de DNA 
(gene p 53 → ativa células apoptóticas), proteínas 
mal dobradas) 
• Anti-apoptóticas: BCL2, BCL-XL e MCL1, 
residem na membrana mitocondrial externa, na 
membrana do RE e no citosol, impermeabilizam 
a membrana e impedem saída do citocromo e 
de outras proteínas indutoras de apoptose para 
o citosol 
• Pró-apoptóticas: BAX e BAK, aumentam a 
permeabilidade da membrana mitocondrial 
externa permitindo a liberação do citocromo 
• Sensores: BAD, BIM, BID, Puma e Noxa, 
sensores de agressão celular, regulam o 
equilíbrio entre os dois outros grupos 
• Desequilíbrio: uma vez liberado no citosol, o 
citocromo c liga-se a uma proteína chamada de 
APAF-1 (fator ativador de apoptose1) ou 
apoptossomo, que se liga a caspase 9 e 
desencadeia cascata de ativação da caspase 
 
 
 
 
 
Mecanismos que atuam na membrana 
citoplasmática sem envolvimento de receptores que 
induzem apoptose. 
• Necroptose: (necrose regulada) é a morte celular 
com características morfológicas de necrose, 
porém, desencadeada por mecanismo programado 
semelhante ao da apoptose, que culmina em morte 
celular (independente da caspase). É 
desencadeada em infecções virais pela ativação de 
receptores com domínio de morte (TNFR1), ação de 
radicais livres, hipóxia, subst. tóxicas, sobrecarga de 
Ca++ (ativam cinases RIPK) 
✓ Descrita em infeções virais, esteato-hepatites, 
pancreatites agudas, doenças 
neurodegenerativas. 
✓ A liberação do conteúdo celular desencadeia 
resposta inflamatória 
✓ Pode ser bloqueada por fármacos ou pela 
inibição de genes que codificam as proteínas 
envolvidas no processo 
Caspases envolvidas na apoptose: 
• Ativadoras - 8, 9 e 10: fazem a proteólise das 
efetuadoras 
• Efetuadoras – 3, 6 e 7: ativam outras proteases que 
degradam diferentes substratos das células (DNA, 
lâminas nucleares, PARP e proteínas do 
citoesqueleto) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apoptose excessiva: 
• AIDS 
• Doenças neurodegenerativas 
• Lesões isquêmicas 
Apoptose insuficiente: 
• Câncer 
• Doenças autoimunes 
• Infecções viróticas 
 
NECROSE X APOPTOSE:

Outros materiais