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Novo CPC (atualiz 27 de abril)

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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - NCPC
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: 01/09/2021 - Lei 14010/20 (vide arts. 528, §3º e 611); Lei nº 14.133/21. Lei nº 14.195, de 26.8.2021.
Última atualização jurisprudencial: 11/03/21 - Inclusão de julgados: Info 676 (art. 495); Info 692 (art. 775); Info 663 (art. 610); Info 664 (art. 99, §3º); Info 668 (art. 1015, II); Info 672 (art. 833, IV); Info 673 (art. 136); Info 673 (art. 523, §1º); Info 1011 (art. 45, I); Info 678 (art. 942); Info 680 (art. 343, §1º); Info 680 (art. 240); Info 686 (art. 782, §3º); Info 688 (art. 523); Info 691 (art. 535, §2º); Info 696 (art. 356); Info 698 (art. 674); Info 698 (art. 889, I); Info 703 (art. 400, § único); Info 703 (art. 833, §2º).
Última atualização de Enunciados (FPPC, ENFAM, JDPC, etc.) e Súmulas: (quadros amarelos) – Até art. 15; arts. 102 a 275 (em construção)
Última atualização questões de concurso: 27/04/2022.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, verbos, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no NCPC).
· EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).
3) Obs. nº 01: Questões pendentes no site Qconcursos sobre o NCPC: i) 2016 a 2020 (fiz todas!); ii) 2021 (109 questões); iii) 2022 (86 questões) Total pendentes (195 questões)
4) Obs. nº 02: Total de questões realizadas no Qconcursos sobre CPC/2015: 5.933 questões. 
5) Obs. nº 03: Alguns artigos estão apenas marcados sem referência a determinado concurso em virtude de sua incidência em bancas desconhecidas ou para evitar o excesso de repetição da mesma informação no material.
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.
	
	Código de Processo Civil.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
PARTE GERAL
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. (MPPR-2016) (DPU-2017) (Cartórios/TJMG-2017) (MPT-2017) (MPBA-2018) (Cartórios/TJRS-2019)
	FPPC nº 369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo. (DPU-2017)
FPPC nº 370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser regra ou princípio.
	(MPBA-2018): Seria correto, sobre os princípios constitucionais do processo, fazermos a seguinte afirmação: A moderna processualística tem como base o trinômio ação-jurisdição-processo, cujos aspectos são gerais e incidentes sobre todas as formas de prestação jurisdicional, desde o processo de conhecimento ao de execução. BL: art. 1º, NCPC.
##Atenção: Pode-se conceituar o Direito Processual Civil como o ramo do direito público consistente no conjunto de normas (regras e princípios) que regulam a função jurisdicional, o exercício da ação e o processo, com o fim de prestar a tutela devida em face de uma pretensão civil.
(MPBA-2018): Sobre o Direito Processual Civil, seria correto afirmar: O Direito Processual Civil possui natureza de Direito público e possui inter-relacionamento com o Direito constitucional muito bem expresso no capítulo III, da Constituição Federal que trata do Poder Judiciário. BL: art. 1º, NCPC.
##Atenção: O Capítulo III entre os arts. 92 e 126 da CF, versam, em síntese, sobre a organização judiciária. O NCPC é baseado no neoconstitucionalismo/neoprocessualismo, de forma que transpassam os valores essenciais da CF à interpretação de todo o ordenamento jurídico, conforme dispõe o art. 1º do NCPC.
(MPBA-2018): Sobre o Direito Processual Civil, seria correto afirmar: São fontes do Direito Processual Civil, além da própria Constituição Federal, as codificações, as leis de organização judiciária dos estados, leis processuais esparsas, além dos regimentos internos dos tribunais de justiça. BL: art. 1º, NCPC.
(MPT-2017): Assinale a alternativa correta: Por previsão expressa, as normas do CPC serão interpretadas de acordo com a Constituição da República. BL: art. 1º, NCPC.
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. (MPBA-2018) (TCMBA-2018) (Anal. Judic./TRT6-2018) (TJPA-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (PGM-São José do Rio Preto/SP-2019) (PGM-Cerquilho/SP-2019) (Cartórios/TJMS-2021) 
	(Cartórios/TJMG-2019-Consulplan): A instauração do processo depende de provocação das partes e seu desenvolvimento se dá por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. BL: art. 2º, NCPC
(TCEPE-2017-CESPE): Dado o princípio da demanda, o juiz não pode agir sem ser provocado pelo interessado, salvo no caso das exceções previstas em lei. BL: art. 2º, NCPC.
##Atenção: Princípio dispositivo (inércia da jurisdição; da demanda; da ação) / Princípio do impulso oficial.
(PGM-Mogi das Cruzes/SP-2016-VUNESP): O princípio da demanda e impulso oficial tem relação com a imparcialidade do juiz. BL: art. 2º, NCPC.
##Atenção: ##PGM-Mogi das Cruzes/SP-2016: ##Cartórios/TJPR-2019: ##PGM-São José do Rio Preto/SP-2019: ##Cartórios/TJMS-2021: ##Consulplan: ##FGV: ##UFPR: ##VUNESP: Quanto ao art. 2º do NCPC, denominada de ´princípio dispositivo (ou princípio da demanda), explica a doutrina: "O artigo trata do princípio dispositivo - também denominado de princípio da inércia ou da demanda. O processo não pode ser iniciado de ofício pelo juiz (ne procedat iudex ex officio). Cabe às partes, com exclusividade, a iniciativa para movimentar a máquina judiciária e delimitar o objeto do litígio. (...) Pois bem, constitui direito fundamental do cidadão postular em juízo. Como contrapartida, tem-se o dever do Estado de só prestar jurisdição quando solicitado; esta previsão, aliás, é corolário da impossibilidade de fazer justiça com as próprias mãos. Assim, a partir do momento em que o cidadão socorre-se do Judiciário, compete ao Estado colocar em marcha o processo. O princípio dispositivo é importante para assegurar a imparcialidade do juiz. Se ele pudesse iniciar a ação de ofício, teria que fazer um juízo de valor sobre o caso concreto, tornando-se praticamente coautor desta ação. Situação tal vulneraria o próprio princípio da igualdade, também expressamente previsto no novo Código..." (CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. In: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; e outros. Breves comentários ao novo Código de Processo Civil. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p. 71/72).
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. (MPPR-2016) (TCEPE-2017) (MPBA-2018) (DPEAP-2018) (TRF2-2018) (TRF3-2018) (TJPA-2019) (TJAL-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (PGM-Londrina/PR-2019) (PGM-São José do Rio Preto/SP-2019) (TJMS-2020) (PGEPB-2021) (TCERJ-2021)
	(DPEAP-2018-FCC): “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”. Esse é o princípio da inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio constitucional e infraconstitucional do processo civil. BL: art. 5º, XXXV da CF/88 e art. 3º, NCPC.
##Atenção: ##TJPA-2019: ##TJAL-2019: ##PGM-São José do Rio Preto/SP-2019: ##TJMS-2020: ##CESPE: ##FCC: ##VUNESP: O princípio da inafastabilidade da jurisdição está previsto no art. 5º, XXXV, da CF/88 e no art. 3º do NCPC. A compreensão de tal princípio parte da ideia de que a lei não excluirá da apreciaçãojurisdicional ameaça ou lesão a direito, sendo certo que a exigência de exaurimento da via administrativa como condição de ingresso ao Judiciário violará este princípio, mas tal regra não é absoluta, havendo exceções previstas no próprio texto constitucional, como, por exemplo, no que se refere à Justiça Desportiva, nos termos do §1º do art. 217, §1º da CF.[footnoteRef:1] [1: Art. 217. (...) § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.] 
##Atenção: ##TJAL-2019: ##Cartórios/TJPR-2019: ##TJMS-2020: ##PGEPB-2021: ##TCERJ-2021: ##CESPE: ##FCC: ##UFPR: Pelo princípio da indelegabilidade significa dizer que a jurisdição não pode ser delegada/atribuída a outro Poder (aspecto externo) ou a outro órgão jurisdicional (aspecto interno). Tal princípio decorre do princípio da indeclinabilidade, segundo o qual o órgão jurisdicional, uma vez provocado, não pode recusar-se, tampouco delegar a função de dirimir os litígios, mesmo se houver lacunas na lei, caso em que poderá o juiz valer-se de outras fontes do direito, como a analogia, os costumes e os princípios gerais, nos termos do art. 4º da LINDB. Portanto, não poderá o juiz delegar sua jurisdição a outro órgão, pois, se assim o fizesse, violaria, pela via oblíqua, o princípio da inafastabilidade e a garantia constitucionalmente assegurada do juiz natural.
##Atenção: Vide art. 5º, XXXV da CF/88: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Tal princípio também passou a ser positivado no CPC/15, em seu art. 3º. Entretanto, quando o CPC/15 coloca antes “ameaça”, ao contrário do que consta na CF/88, é em razão do tema da “tutela provisória”.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. (PGESE-2017) (TCEPE-2017) (TRF3-2018) (MPGO-2019) (MPSC-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (MPAP-2021) (DPEBA-2021)
	Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição.
	(MPGO-2019): O novo CPC trouxe medidas alternativas de resolução de conflitos, proporcionando ao ordenamento jurídico uma maior efetividade das normas constitucionais, em especial ao princípio da razoável duração do processo, determinando, expressamente, no seu art. 3° e respectivos parágrafos, que o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos, por meio da conciliação, da mediação e de outros métodos, os quais deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Acerca desta temática, assinale a alternativa correta: Tem-se a partir desse novo modelo de solução consensual de conflitos o que se denomina de sistema multiportas, proposto pelo professor Frank Sander, da Faculdade de Direito de Harvard, em palestra proferida em 1976 (“Multi-Door Courthouse System”), como forma de desafogar os Tribunais. BL: art. 3º, §1º e art. 334, caput, NCPC.
##Atenção: Sobre o "sistema multiportas", esclarece a doutrina: “No Estado Constitucional, os conflitos podem ser resolvidos de forma heterocompositiva ou autocompositiva. Há heterocomposição quando um terceiro resolve a ameaça ou crise de colaboração na realização do direito material entre as partes. Há autocomposição quando as próprias partes resolvem seus conflitos. Nessa linha, note-se que também por essa razão é impróprio pensar a jurisdição como meio de resolução de uma lide por sentença. Na verdade, o conflito deve ser tratado com a técnica processual mais apropriada às suas peculiaridades – que inclusive podem determinar o recurso à jurisdição como ultima ratio. Não é por outra razão que o novo Código explicitamente coloca a jurisdição como uma das possíveis formas de resolução de litígios e de forma expressa incentiva os meios alternativos de resolução de controvérsias (art. 3º do CPC). Ao fazê-lo, nosso Código concebe a Justiça Civil dispondo não apenas de um único meio para resolução do conflito – uma única 'porta' que deve necessariamente ser aberta pela parte interessada. Pelo contrário, nosso Código adota um sistema de “Justiça Multiportas" que viabiliza diferentes técnicas para solução de conflitos – com especial ênfase na conciliação e na mediação” (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil, v.1. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017).
(MPSC-2019): O CPC adota o modelo multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais adequado para a sua solução e devem ser adotados todos os esforços para que as partes cheguem a uma solução consensual do conflito. Em regra, apenas se não for possível a solução consensual, o processo seguirá para a segunda fase, litigiosa, voltada para instrução e julgamento adjudicatório do caso. BL: art. 3º, §1º e art. 334, caput, NCPC.
##Atenção: ##DOD: Conceito: A ideia geral da Justiça Multiportas é, portanto, a de que a atividade jurisdicional estatal não é a única nem a principal opção das partes para colocarem fim ao litígio, existindo outras possibilidades de pacificação social. Assim, para cada tipo de litígio existe uma forma mais adequada de solução. A jurisdição estatal é apenas mais uma dessas opções. Como o CPC/15 prevê expressamente a possibilidade da arbitragem (art. 3, §1º) e a obrigatoriedade, como regra geral, de ser designada audiência de mediação ou conciliação (art. 334, caput), vários doutrinadores afirmam que o novo Código teria adotado o modelo ou sistema multiportas de solução de litígios (multi-door system). Vantagens: Marco Aurélio Peixoto e Renata Peixoto, citando a lição de Rafael Alves de Almeida, Tânia Almeida e Mariana Hernandez Crespo apontam as vantagens do sistema multiportas: a) o cidadão assumiria o protagonismo da solução de seu problema, com maior comprometimento e responsabilização acerca dos resultados; b) estimulo à autocomposição; c) maior eficiência do Poder Judiciário, porquanto caberia à solução jurisdicional apenas os casos mais complexos, quando inviável a solução por outros meios ou quando as partes assim o desejassem; d) transparência, ante o conhecimento prévio pelas partes acerca dos procedimentos disponíveis para a solução do conflito. (PEIXOTO, Marco Aurélio Ventura; PEIXOTO, Renata Cortez Vieira. Fazenda Pública e Execução. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 118).
(DPEMA-2018-FCC): São considerados subprincípios do acesso à justiça, dentre outros: a operosidade e a utilidade.
##Atenção: Paulo Cezar Pinheiro Carneiro propõe um re-estudo da garantia constitucional do acesso à justiça, a partir de quatro grandes subprincípios do acesso à justiça, a saber: a) acessibilidade, que significa a existência de sujeitos de direito, capazes de estar em juízo, sem obstáculos de qualquer natureza, utilizando adequadamente o instrumental jurídico, e possibilitando a efetivação de direitos individuais e coletivos.; b) operosidade, a seu turno, significa que todos os envolvidos na atividade jurisdicional devem atuar de forma a obter o máximo de sua produção, para que se atinja o efetivo acesso à justiça. c) utilidade, entende-se que o processo deve assegurar ao vencedor tudo aquilo que ele tem direito a receber, da forma mais rápida e proveitosa, garantindo-se, contudo, o menor sacrifício para o vencido. d) proporcionalidade, que se traduz pela escolha a ser feita pelo julgador quando existem dois interesses em conflito. Deve ele se orientar por privilegiar aquele mais valioso, ou seja, o que satisfaz um maior número de pessoas. Outro método atinente à proporcionalidade, é aplicar aquele direito que menos restringe o outro direito conflitante, assim como no método hermenêutico constitucional".
##Atenção: ##DPERN-2015: ##DPESP-2015: ##DPEBA-2021: ##CESPE: ##FCC: Quanto ao tema “Acesso à Justiça”, visando uma melhoria judicial, Mauro Capelletti e Bryanth Grath propuseram, em seus estudos, três ondas renovatórias do processo. Essas ondas têm como foco justamente pontosfrágeis do processo jurídico, visando uma melhoria e economia processual. Vejamos: i) 1ª onda processual: Essa onda se preocupa com a marginalização da sociedade, as pessoas que não podem pagar os custos judiciais. O processo é caro, custas com advogados, recolhimentos judiciais e ainda à custa da outra parte quando perde a ação. Por esse quadro, dificilmente os menos favorecidos teriam possibilidade de fazer uso do poder judiciário e nem ao menos consultar a um advogado, recorrendo com isso a autotutela. Esse movimento tem como princípio a assessoria gratuita à população de baixa renda, permitindo a esses que eles consigam entrar com algum processo. Sem esse princípio teríamos um cerceamento de defesa ou o estímulo à propagação da autotutela.; ii) 2ª onda processual: Essa segunda onda se refere ao tutelamento de interesses coletivos. Muitos processos individuais tem por origem problemas que envolvem mais de um indivíduo e até mesmo classes e sociedades. Se cada indivíduo entrasse com um processo em pleito aos seus interesses, teríamos inúmeros processos com o mesmo objeto e finalidade, essa onda tem por base juntar esses processos em uma causa só, tutelando vários interesses como uma ação coletiva.[footnoteRef:2]; iii) 3ª onda processual: Essa onda tem como alvo a melhoria e a desburocratização do processo. Processos mais objetivos, menos trâmites burocráticos e menos redundâncias. Permite-se a arbitragem e a mediação como solução de conflitos, reconheceu-se o uso da arbitragem com validade judicial, uma decisão feita pela arbitragem não cabe recurso judicial. Foi implantada a antecipação da tutela, que garante ao autor um “adiantamento” de seu requerimento em caso de prova inequívoca de verossimilhança da alegação. Esse passo foi um marco dessa mudança. (Fonte: http://www.lopesperret.com.br/2013/05/30/ondas-renovatorias-do-processo/).[footnoteRef:3] [2: (Anal. Judic./TJPI-2015-FGV): Em sua clássica obra “Acesso à Justiça", Mauro Cappelletti e Bryant Garth identificaram os obstáculos a serem transpostos para assegurar o direito ao acesso efetivo à justiça e propuseram soluções práticas para os problemas relacionados a esse acesso, denominando-as de “ondas". Nesse contexto, a alternativa que caracteriza uma das ondas de acesso à justiça é: representação dos interesses difusos.] [3: (DPEBA-2021-FCC): Considerando o aspecto plurissignificativo da expressão “acesso à justiça” e o estudo realizado pelo Projeto Florentino de Acesso à Justiça, publicado em 1979, com especial atenção às ondas renovatórias relatadas por Cappelletti e Garth, a preocupação com a facilitação e simplificação dos procedimentos dispostos aos jurisdicionados e também com a criação de vias alternativas de Justiça identifica: a terceira onda, já que o simples acesso à Justiça não é suficiente à garantia dos direitos e, ainda, não se deve promover toda solução de conflito por meio do Poder Judiciário.
##Atenção: A terceira onda propugna que os magistrados abandonem o tradicional papel de mero expectador para serem criativos e inovadores na condução do processo. Nesse sentido, deve o magistrado, por meio da ação civil pública e das técnicas processuais colocadas à sua disposição, fazer valer o seu poder geral de efetivação, buscando os meios idôneos para prestar a tutela adequada, tempestiva e efetiva aos direitos transindividuais, de modo a observar atentamente o cumprimento dos dispositivos do Código de Processo Civil. Esta onda é também denominada de “o ENFOQUE DO ACESSO À JUSTIÇA”. Ela detém a concepção mais ampla de acesso à justiça e tem como escopo instituir técnicas processuais adequadas e melhor preparar estudantes e aplicadores do direito. Ela encontra-se intimamente ligada às formas de AUTOCOMPOSIÇÃO DE LITÍGIOS. A criação dos Juizados também está fundamentada nas chamadas ondas renovatórias de acesso à justiça, notadamente a terceira, que, como dito, se notabiliza pelo incentivo à autocomposição.
(DPERN-2015-CESPE): No processo histórico que caracterizou a passagem da prestação de assistência judiciária para a prestação de assistência jurídica, a discussão em torno do acesso à justiça nos países do mundo ocidental levou ao desenvolvimento de três posições básicas, que surgiram uma após a outra e foram denominadas ondas. Considerando essas informações, assinale a opção correta: Um dos objetivos principais do método empregado pela terceira onda é a prestação de assistência jurídica de forma a prevenir disputas sociais, com foco na solução extrajudicial de conflitos.] 
##Atenção: ##MPAP-2021: ##CESPE: As ondas renovatórias do acesso à Justiça estão relacionadas à terceira fase metodológica do estudo do direito processual que ficou e ainda é conhecida como instrumentalismo, que tem início em meados de 1950, justamente com a publicação da obra de Mauro Cappelletti e Bryant Garth, denominada “O Acesso à Justiça.” Esses autores defendem que deve haver um resgate dos verdadeiros fins do processo e só através do resgate do direito material é que o processo realmente se torna um meio de acesso à justiça.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
	FPPC nº 573. (arts.3º, §§2º e 3º ;334) As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pública estão autorizados a aceitar autocomposição. 
FPPC nº 618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a mediação são compatíveis com o processo de recuperação judicial.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. (PGM-POA/RS-2016) (Cartórios/TJMG-2017) (TRF2-2018) (Anal. Judic./STJ-2018) (MPPR-2017/2019) (MPPI-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (Anal./MPRJ-2019)
	FPPC nº 371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias recursais.
FPPC nº 485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabível conciliação ou mediação no processo de execução, no cumprimento de sentença e na liquidação de sentença, em que será admissível a apresentação de plano de cumprimento da prestação.
	(Advogado-Prefeit. Quixadá/CE-2016): O novo CPC consagra o princípio da promoção pelo Estado da solução por autocomposição, ou seja, uma política pública de solução de litígios, entendimento que já era adotado pelo CNJ, especialmente na Resolução nº 125/10. BL: art. 3º, §3º, NCPC.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. (Cartórios/TJMG-2017) (TRT/Unificado-2017) (MPT-2017) (Cartórios/TJSP-2018) (MPPR-2017/2019) (MPGO-2019) (Cartórios/TJRS-2019) (TJMS-2020)
	FPPC nº 372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes processuais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito, sempre que seja possível a sua correção. 
FPPC nº 373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; devem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução do mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento e transparência.
FPPC nº 574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja anterior.
	(TJMS-2020-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do processo civil, considere o enunciado seguinte: A razoável duração do processo abrange sua solução integral, incluindo-se a atividade satisfativa, assegurados os meios que garantam a celeridade da tramitação processual. BL: art. 4º, NCPC e art. 5º, LXXVIII, da CF.
(MPPR-2019): sinale a alternativacorreta acerca das normas fundamentais do processo civil, de acordo com o CPC/2015: A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração razoável. BL: art. 4º, NCPC.
(Cartórios/TJRS-2019-VUNESP): Nos termos do art. 4º do CPC, as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Considerando que o processo civil deve ser interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que referido dispositivo consagra os seguintes princípios: razoável duração do processo, primazia das decisões de mérito e efetividade. BL: art. 4º, NCPC.
##Atenção: Vejamos o teor do art. 4º do NCPC: “Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável [RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO] a solução integral do mérito [PRIMAZIA DAS DECISÕES DE MÉRITO], incluída a atividade satisfativa [EFETIVIDADE].”
(DPU-2017-CESPE): Um sistema processual civil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados ou violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitucionais de um Estado democrático de direito. Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer de real efetividade. De fato, as normas de direito material se transformam em pura ilusão, sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico, por meio do processo. Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum Acadêmico de Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações). Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do entendimento jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do processo civil. Apesar de o CPC garantir às partes a obtenção, em prazo razoável, da solução integral do mérito, esse direito já existia no ordenamento jurídico brasileiro até mesmo antes da Emenda Constitucional n.º 45/2004.
##Atenção:
· Pacto de São Jose da Costa Rica de 1992.
· Lei dos Juizados Estaduais de 1995 (Lei nº 9.099/95).
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. (TCEPE-2017) (Cartórios/TJMG-2017) (MPPR-2019) (Anal../MPCPA-2019) (PGEPB-2021)
	FPPC nº 374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva.
FPPC nº 375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve comportar-se de acordo com a boa-fé objetiva. (Anal./MPCPA-2019) 
FPPC nº 376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional. 
FPPC nº 377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a alteração, decisões diferentes sobre uma mesma questão de direito aplicável às situações de fato análogas, ainda que em processos distintos. 
FPPC nº 378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé processual orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas dolosas de todos os sujeitos processuais e veda seus comportamentos contraditórios. 
JDPC nº 1. A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do animus do sujeito processual. (Anal./MPCPA-2019)
JDPC nº 2. As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, desde que não sejam incompatíveis com as regras e princípios dessas Leis. 
	(Anal./MPCPA-2019-CESPE): O princípio da boa-fé, consagrado no CPC, demanda a observância de um padrão de conduta ao longo do processo. Nesse sentido, o limite ao exercício de posições processuais constitui dimensão do princípio da boa-fé objetiva processual. BL: art. 5º, NCPC e Doutrina.
##Atenção: ##Anal./MPCPA-2019: ##PGEPB-2021: ##CESPE: Acerca do princípio da boa-fé objetiva, Luiz Guilherme Marinoni explica: “Boa-fé. A boa fé pode ser reconduzida à segurança jurídica, na medida em que é possível reduzi-la dogmaticamente à necessidade de proteção à confiança legítima - que constitui um dos elementos do princípio da segurança jurídica - e de prevalência da materialidade do tráfego jurídico. Como elemento que impõe tutela da confiança e dever de aderência à realidade, a boa-fé que é exigida no processo civil é tanto a boa-fé subjetiva como a boa-fé objetiva. Ao vedar o comportamento contrário à boa fé, o artigo em comento ['art. 5º, CPC/15. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé'] impõe especificamente a necessidade de boa-fé objetiva. Boa-fé objetiva. Comporta-se com boa-fé aquele que não abusa de suas posições jurídicas. São manifestações da proteção à boa-fé no processo civil a exceptio doli, o venire contra factum proprium, a inalegabilidade de nulidades formais, a supressioe a surrectio, o tu quoquee o desequilíbrio no exercício do direito. (...) O venire contra factum proprium revela a proibição de comportamento contraditório. Traduz o exercício de uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente pelo exercente. Age contraditoriamente quem, dentro do mesmo processo, frustra a confiança de um de seus participantes..” (MARINONI, Luiz Guilherme, e outros. Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1 ed. 2015. p. 99).
(TJMSP-2016-VUNESP): A boa-fé no processo tem a função de estabelecer comportamentos probos e éticos aos diversos personagens do processo e restringir ou proibir a prática de atos atentatórios à dignidade da justiça.
(TJRJ-2016-VUNESP): Em ação declaratória, após a prolação da sentença, as partes, de comum acordo, requereram a suspensão do processo por 90 dias. Houve a homologação desse pedido em 11.9.15, porém, em 2.10.15 a sentença foi publicada. A parte sucumbente ofereceu sua apelação em 18.12.15, sendo certo que todas essas datas correspondem a uma sexta-feira. Considerando os princípios da boa-fé do jurisdicionado, do devido processo legal e da segurança jurídica, assinale a alternativa correta: Ao homologar a suspensão do processo, o juízo criou nos jurisdicionados a legítima expectativa de que o processo só tramitaria ao final do prazo convencionado, devendo ser considerada tempestiva a apelação.
##Atenção: Antes mesmo de publicada a sentença contra a qual foi interposta a apelação, o juízo de 1° grau já havia homologado requerimento de suspensão do processo pelo prazo de 90 dias. Em havendo suspensão do processo, o art. 314 do NCPC (art. 266 do CPC/73) veda a prática de qualquer ato processual, com a ressalva dos urgentes a fim de evitar dano irreparável. A lei processual não permite, desse modo, que seja publicada decisão durante a suspensão do feito, não se podendo cogitar, por conseguinte, do início da contagem do prazo recursal enquanto paralisada a marcha do processo. Ao homologar a convenção pela suspensão do processo, o Poder Judiciário criou nos jurisdicionados a legítima expectativa de que o processo só voltaria a tramitar após o prazo convencionado. Por óbvio, não se pode admitir que, logo em seguida, seja praticado ato processual de ofício – publicação de decisão – e, ademais, considerá-lo como termo inicial do prazo recursal. Desse modo, para o STJ, a conduta de publicar a decisão no período de suspensão do processo e de contar o início do prazo recursal caracterizou a prática de ato contraditório por parte do magistrado. Assim agindo, o Poder Judiciário feriu a máxima nemo potest venire contra factum proprium, que é aplicável no âmbito processual (STJ, 2ª Turma. REsp 1.306.463-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 4/9/2012). 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. (TRT/Unificado-2017) (TCEPE-2017) (PGM-Mogi das Cruzes/SP-2017) (DPEPE-2018) (Cartórios/TJSP-2018) (Anal. Judic./STJ-2018) (MPPR-2017/2019) (MPGO-2019) (DPEMG-2019) (PGM-Contagem/MG-2019) (MPSC-2021) (PGEPB-2021) (TCEAM-2021)
	 FPPC nº 6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não pode afastaros deveres inerentes à boa-fé e à cooperação. 
FPPC nº 619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo deverá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório, como a realização de audiências públicas, a participação de amicus curiae e outros meios de participação
	(MPSC-2021-CESPE): Acerca dos princípios que orientam o processo civil brasileiro, julgue o item a seguir: O princípio da cooperação pressupõe a colaboração entre os sujeitos do processo, o que gera necessariamente um dever de esclarecimento pelo juiz. BL: art. 6º NCPC.
##Atenção: ##TJSC-2019: ##MPSC-2021: ##CESPE: Resumidamente, o princípio da cooperação exige do magistrado uma postura dialógica, que ultrapasse a posição de mero fiscal da lei, impondo a ele os seguintes deveres:
· PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as partes sobre os riscos e deficiências das manifestações e estratégias por elas adotadas, conclamando-as a corrigir os defeitos sempre que possível. Tal dever vale genericamente para todas as situações em que o êxito da ação possa ser frustrado pelo uso inadequado do processo, motivo por que deve o magistrado prevenir as partes sobre tal descompasso.
· ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz esclarecer-se quanto às manifestações das partes: questioná-las quanto a obscuridades em suas petições; pedir que esclareçam ou especifiquem requerimentos feitos em termos mais genéricos e assim por diante. Desse modo, o magistrado deverá esclarecer junto às partes eventuais dúvidas que tenha sobre as alegações, pedidos ou posições em juízo.
· DIÁLOGO (ou de CONSULTA): Impõe-se reconhecer o contraditório não apenas como garantia de embate entre as partes, mas também como dever de debate do juiz com as partes. Em outras palavras, está ligado ao direito ao contraditório, devendo o juiz consultar as partes sobre as questões de fato ou de direito antes de decidir a lide, nos termos do art. 10 do NCPC.
· AUXÍLIO (ou de ADEQUAÇÃO): o juiz deve ajudar as partes, eliminando obstáculos que lhes dificultem ou impeçam o exercício das faculdades processuais. Dito de outro modo, tal dever demanda iniciativas do juiz para contribuir na superação de eventuais dificuldades das partes que impeçam o exercício de determinadas posições processuais.Parte superior do formulário
	(TJSC-2019-CESPE): De acordo com os princípios constitucionais e infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta: O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de esclarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio. BL: art. 6º NCPC.
(DPEMG-2019): Analise a seguinte afirmativa referente aos princípios aplicáveis ao Direito Processual Civil: No modelo cooperativo de processo, a gestão do procedimento de elaboração da decisão judicial é difusa, já que o provimento é o resultado da manifestação de vários núcleos de participação, ao mesmo tempo em que todos os sujeitos processuais cooperam com a condução do processo. BL: art. 6º, NCPC.
(DPEPE-2018-CESPE): Em um processo civil cooperativo, o exercício do poder jurisdicional exige a consideração da argumentação de todos os sujeitos processuais. Essa exigência corresponde ao dever de justificar analiticamente as decisões judiciais. BL: art. 6º, NCPC.
##Atenção: Segundo o Fredie Diddier, “o CPC/2015 realizou um sem número de importantes alterações no processo civil brasileiro. Dentre elas, é possível destacar a exigência de justificação analítica das decisões judiciais, prevista no art. 489, §§1º e 2º, e a proposta de construção de um modelo cooperativo de processo, a partir de diversos dispositivos normativos, como o art. 5º, 6º, 9º, 10º, 76, caput, 77, VI, 321, 932, parágrafo único etc. Há uma nítida imbricação entre o modelo cooperativo e a exigência de justificação analítica. Uma das decorrências do processo cooperativo é o aumento do diálogo entre os sujeitos processuais, havendo necessidade de revalorização do contraditório, saindo de um contraditório formal para um contraditório substancial. Isso significa que não basta mais a mera ciência e a possibilidade de manifestação pelos sujeitos processuais. Impõe-se que essas manifestações sejam devidamente levadas em consideração pelos magistrados. Não se admitem mais posições no sentido de que o juiz pode escolher os fundamentos que irá analisar em sua decisão para que ela esteja devidamente justificada. Por mais que caiba ao juiz decidir, havendo o exercício de um efetivo poder jurisdicional, esse poder, em um processo cooperativo, possui um novo condicionamento ao seu exercício, que é justamente a consideração da argumentação dos demais sujeitos processuais. Nesse novo modelo cooperativo, em que o juiz deve ser paritário no diálogo, mas volta a haver a assimetria no momento da decisão”.
Parte inferior do formulário
(PGM-Mogi das Cruzes/SP-2017-VUNESP): Caio ajuizou a competente ação de indenização por danos materiais e morais contra Gaio, em razão de acidente automobilístico. Todavia, o autor deixou de indicar a quantificação dos danos morais sofridos. O juiz da ação determinou que Caio emendasse a inicial, indicando a quantificação dos danos morais sofridos em razão do infortúnio. O caso descrito refere-se ao princípio processual da cooperação. BL: art. 6º c/c art. 321 do CPC.[footnoteRef:4] [4: Art. 321. O juiz, AO VERIFICAR que a PETIÇÃO INICIAL NÃO PREENCHE os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que APRESENTA defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, DETERMINARÁ que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a EMENDE ou a COMPLETE, INDICANDO com precisão o que deve ser corrigido ou completado.] 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. (MPPR-2016) (PGM-POA/RS-2016) (Cartórios/TJMG-2017) (DPU-2017) (MPBA-2018) (MPSC-2021) (PGM-Contagem/MG-2019)
	FPPC nº 107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova documental produzida. 
FPPC nº 235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei 12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. 
FPPC nº 379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do processo pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. (MPSC-2021)
	(TJMS-2020-FCC): Em relação aos princípios constitucionais do processo civil, considere o enunciado seguinte: O princípio da isonomia processual não deve ser entendido abstrata e sim concretamente, garantindo às partes manter paridade de armas, como forma de manter equilibrada a disputa judicial entre elas; assim, a isonomia entre partes desiguais só pode ser atingida por meio de um tratamento também desigual, na medida dessa desigualdade. BL: art. 7º, NCPC.
##Atenção: ##MPSC-2021: ##CESPE: Daniel Assumpção Neves explica: “A regra de que a lei deve tratar todos de forma igual (art. 5.º, caput e inciso I, da CF) aplica-se também ao processo, devendo tanto a legislação como o juiz no caso concreto garantir às partes uma “paridade de armas” (art. 139, I, do Novo CPC), como forma de manter equilibrada a disputa judicial entre elas. A isonomia no tratamento processual das partes é forma, inclusive, do juiz demonstrar a sua imparcialidade, porque demonstra que não há favorecimento em favor de qualquer uma delas”. (Fonte: NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 290.).
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Com referência às normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir: O exercício do direito ao contraditório compete às partes, cabendo ao juiz zelar pela efetividade desse direito. BL: art. 7º, NCPC.
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidadee a eficiência. [Dica: Princípios = PLERP.] (TJMSP-2016) (PGEMS-2016) (PGM-POA/RS-2016) (Cartórios/TJMG-2017) (MPBA-2018) (Cartórios/TJSP-2018) (TJSC-2019) (DPEMG-2019) (Cartórios/TJRO-2017/2021)
	FPPC nº 380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídico”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os precedentes vinculantes.
FPPC nº 620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamento de ações coletivas serão objeto da mais ampla e específica divulgação e publicidade.
	(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): No NCPC, proporcionalidade e razoabilidade passaram a ser princípios expressos do direito processual civil, os quais devem ser resguardados e promovidos pelo juiz. BL: art. 8º, NCPC.
##Atenção: ##TJSC-2019: ##CESPE: No art. 8º do NCPC não consta o princípio da moralidade.
(Cartórios/TJMG-2017-Consuplan): Princípio da legalidade encontra adoção expressa no art. 8º, do CPC/2015, ao atribuir ao juiz o dever de “aplicar o ordenamento jurídico”, atendendo aos fins sociais e às exigências do bem comum. BL: art. 8º, NCPC.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. (TJMSP-2016) (PGEMS-2016) (DPEAC-2017) (DPU-2017) (TRT/Unificado-2017) (Anal. Judic./TRF2-2017) (MPBA-2018) (DPEPE-2018) (PGM-Sorocaba/SP-2018) (MPGO-2019) (DPEMG-2019) (PGM-Contagem/MG-2019) (MPSC-2021) (DPERS-2022)
	FPPC nº 381. (arts. 9º, 350, 351 e 307, parágrafo único) É cabível réplica no procedimento de tutela cautelar requerida em caráter antecedente.
	(MPSC-2021-CESPE): Acerca dos princípios que orientam o processo civil brasileiro, julgue o item a seguir: Em uma acepção moderna, o devido processo legal é reconhecido como o processo justo, cuja materialização pressupõe a consagração do contraditório, da ampla defesa, da razoável duração do processo e da paridade de armas. BL: art. 8º, NCPC.
##Atenção: ##MPSC-2021: ##CESPE: O princípio do devido processo legal encontra-se previsto no art. 5.º, LIV: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. A doutrina entende que o devido processo legal funciona como um supraprincípio, um princípio-base, norteador de todos os demais que devem ser observados no processo. Além do aspecto processual, também se aplica como fator limitador do poder de legislar da Administração Pública, bem como para garantir o respeito aos direitos fundamentais nas relações jurídicas privadas. Ainda que exista certa divergência quanto à sua origem, costuma-se a apontar a Magna Carta de João Sem Terra, de 1215, que utilizava a expressão “law of the land”, tendo surgido a expressão “due process of law” para designar o devido processo legal somente em lei inglesa do ano de 1354. Além disso, cumpre destacar que, nos dias atuais, o princípio do devido processo legal é analisado sob duas óticas: a) Devido processo legal substancial (substantive due process): Diz respeito ao campo da elaboração e interpretação das normas jurídicas, evitando-se a atividade legislativa abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da aplicação concreta das normas jurídicas. É campo para a aplicação dos princípios – ou como prefere parcela da doutrina, das regras – da razoabilidade e da proporcionalidade, funcionando sempre como controle das arbitrariedades do Poder Público. O devido processo legal substancial também vem sendo exigido em relações jurídicas privadas, com fundamento na vinculação dos particulares aos direitos fundamentais, ainda que tal vinculação deva ser ponderada no caso concreto com o princípio da autonomia da vontade. Em resumo, impõe razoabilidade/proporcionalidade para evitar aplicação concreta das normas de forma abusiva e irrazoável; b) Devido processo legal formal (procedural due process): É a definição tradicional do princípio, dirigido ao processo em si, obrigando-se o juiz no caso concreto a observar os princípios processuais na condução do instrumento estatal oferecido aos jurisdicionados para a tutela de seus direitos materiais. Em resumo, obriga a observância de garantias processuais. Ex.: contraditório, juiz natural. Contemporaneamente, o devido processo legal vem associado com a ideia de um processo justo, que permite a ampla participação das partes e a efetiva proteção de seus direitos. (Fonte: NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 259.).
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica: (PGEMS-2016) (MPPR-2016/2017) (MPBA-2018) (PGM-Manaus/AM-2018) (MPGO-2019) (DPERS-2022)
I - à tutela provisória de urgência; (PGEMS-2016) (PGM-POA/RS-2016) (MPPR-2016/2017) (MPBA-2018) (PGM-Manaus/AM-2018) (DPERS-2022)
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; (Anal. Judic./TRF2-2017) (MPBA-2018) (PGM-Manaus/AM-2018) (DPERS-2022)
	Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: (...)
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
III - à decisão prevista no art. 701. [obs.: decisão proferida na ação monitória] (TRT/Unificado-2017) (MPBA-2018) (PGM-Manaus/AM-2018) (MPGO-2019) (DPERS-2022)
	Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
	(DPERS-2022-CESPE): Acerca da vedação de decisões surpresas, consagrada no CPC e logicamente decorrente do princípio do contraditório, julgue o item a seguir: A vedação de decisões surpresas encontra exceções nos casos de exame de tutela provisória de urgência, em hipóteses de apreciação de tutela de evidência, bem como na análise, em sede de ação monitória, do pedido de expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para a execução de obrigação de fazer ou não fazer. BL: art. 9º, caput e § único, NCPC.
(MPBA-2018): Seria correto, sobre os princípios constitucionais do processo, fazermos a seguinte afirmação: A efetivação de tutela imediata, à míngua da triangulação processual, não infirma o princípio do due process of law. BL: art. 9º, § único, NCPC.
##Atenção: A concessão e efetivação da tutela jurisdicional provisória antes da integração do réu à relação jurídica processual é exceção no NCPC. Todavia, é perfeitamente possível, visto que, nessas situações, o contraditório tradicional será postecipado. Basicamente, as razões para tanto são dois: i) a demora inerente ao ato de comunicação e ao ato de reação poderá levar ao perecimento do direito almejado; ii) ouvido previamente o réu, poderá esse adotar medidas ilícitas atentatórias ao direito pleiteado em juízo. Em suma, é possível conceder tutela liminarmente, sem a formação da triangulação. Isso não lesa o devido processo legal. Como exemplo, podemos citar o art. 9º, § único, o art. 562, o art. 332, etc.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. (TJRS-2016) (PGEMS-2016) (DPEAC-2017) (MPF-2017) (TRT/Unificado-2017) (MPT-2017) (Anal. Judic./TRF2-2017) (Anal. Judic./TRF5-2017) (MPBA-2018) (MPMG-2018) (MPPB-2018) (Cartórios/TJSP-2018) (PGM-Sorocaba/SP-2018) (MPSC-2016/2019) (MPPR-2017/2019) (MPPI-2019) (DPEMG-2019) (Cartórios/TJDFT-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (PGM-Contagem/MG-2019) (Anal. Judic./TRF4-2019) (Téc. Judic./TRF4-2019) (TJMS-2020) (MPM-2021) (TCDF-2021) (TCEAM-2021) (Anal. Judic./TJRO-2021)
	FPPC nº 02. (arts. 10 e 927,§ 1º) Para a formação do precedente, somente podem ser usados argumentos submetidos ao contraditório.
	(MPGO-2019): Considerando as normas fundamentais do processo civil, de acordo com a Parte Geral do CPC, é correto afirmar: O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. BL: art. 10, NCPC.
##Atenção: ##Anal. Judic./TREPE-2017: ##MPGO-2019: ##CESPE: Por qual motivo o juiz tem que ouvir as partes se a questão poderia ser analisada de ofício? Para permitir um contraditório substancial. As partes têm o direito de influir na formação do convencimento do juiz. E tudo isso faz parte de um modelo cooperativo em sentido amplo. (Fonte: BORBA, Mozart. Diálogos sobre o CPC. 7ª Edição, Salvador: Ed. Juspodivm, 2020, p. 38-39). 
	(Anal. Judic./TREPE-2017-CESPE): O contraditório substancial tem por escopo propiciar às partes a ciência dos atos processuais, bem como possibilitar que elas influenciem na formação da convicção do julgador. BL: art. 10, NCPC.
##Atenção: ##DPEMG-2019: Consoante arts. 9º e 10 do CPC/15, a regra é a obrigatoriedade de o juiz ouvir as partes antes de prolatar suas decisões, inclusive se essas versarem sobre condições da ação (ex.: ausência de interesse de agir ou legitimidade); pressupostos processuais (ex.: litispendência, coisa julgada, competência etc.) ou pressupostos recursais (preparo, regularidade formal etc.).
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): Com referência às normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir: Ainda que detenha competência para decidir de ofício determinado assunto, o juiz só poderá fazê-lo se permitir às partes a manifestação expressa sobre a matéria. BL: art. 10, NCPC.
(DPU-2017-CESPE): “Um sistema processual civil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados ou violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitucionais de um Estado democrático de direito. Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer de real efetividade. De fato, as normas de direito material se transformam em pura ilusão, sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico, por meio do processo.” Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum Acadêmico de Direito Rideel. 22.ª ed. São Paulo, 2016 (com adaptações). Voltado para a concepção democrática atual do processo justo, o CPC promoveu a evolução do contraditório, que passou a ser considerado efetivo apenas quando vai além da simples possibilidade formal de oitiva das partes. BL: arts. 7º, 9º e 10, NCPC.
##Atenção: ##TJMT-2014: ##DPU-2017: ##MPBA-2018: ##FMP: O princípio do contraditório é um dos princípios fundamentais do direito processual civil. Sobre o seu conteúdo, e em poucas palavras, Luiz Guilherme Marinoni explica: “2. Bilateralidade da instância. Do ponto de vista do seu conteúdo, o direito ao contraditório por muito tempo foi identificado com a simples bilateralidade da instância, dirigindo-se tão somente às partes. Dentro desse quadro histórico, o contraditório realizava-se apenas com a observância do binômio conhecimento-reação. Isto é, uma parte tinha o direito de conhecer as alegações feitas no processo pela outra e tinha o direito de querendo contrariá-las. (...) 3. Direito de influência. Atualmente, porém, a doutrina tem identificado no direito ao contraditório muito mais do que simples bilateralidade da instância. Ao binômio conhecimento-reação tem-se oposto a ideia de cabal participação como núcleo-duro do direito ao contraditório... Contraditório significa hoje conhecer e reagir, mas não só. Significa participar do processo e influir nos seus rumos. Isto é: direito de influência. Com essa nova dimensão, o direito ao contraditório deixou de ser algo cujos destinatários são tão somente as partes e começou a gravar igualmente o juiz. Daí a razão pela qual eloquentemente se observa que o juiz tem o dever não só de velar pelo contraditório entre as partes, mas fundamentalmente a ele também se submeter. O juiz encontra-se igualmente sujeito ao contraditório” (MARINONI, Luiz Guilherme, e outros. Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1 ed. 2015. p. 107/108).
	(TJMT-2014-FMP): Quanto ao direito ao contraditório no processo civil, é correto afirmar que é o direito de ser informado, de reagir e de influenciar, tendo como titulares as partes e como destinatário o juiz no processo.
(TRF2-2017): Caio move ação em face de autarquia federal. O feito é contestado e, depois, o juiz federal verifica, de ofício, que o lapso de tempo prescricional previsto em lei foi ultrapassado, embora nada nos autos loque ou refira o assunto. O Juiz: Deve ser dada às partes oportunidade de manifestação. BL: art. 10, NCPC.
##Atenção: O juiz somente poderá extinguir os feitos, sem dar oportunidade às partes de manifestar sobre prescrição e decadência nos casos de "improcedência liminar do pedido" (art. 332, NCPC), que por sua vez ocorre sem a citação. É diferente do presente caso em que houve a citação.
Art. 11.  Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. (PGM-POA/RS-2016) (Cartórios/TJRO-2017) (PGM-Sorocaba/SP-2018)
	(TJMG-2018-Consulplan): São princípios fundamentais do processo civil, exceto: Informalidade.
##Atenção: ##Dica:
· Informalidade - para os juizados especiais. 
· Formalidade - para o processo civil e penal. 
· Formalidade mitigada - processo administrativo
Parágrafo único.  Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (PGM-POA/RS-2016) (Anal. Judic./STJ-2018) (MPPI-2019) (Cartórios/TJGO-2021)
	FPPC nº 382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de competência de processos dos juizados especiais com outros procedimentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronológicas autônomas, uma para os processos dos juizados especiais e outra para os demais processos. 
FPPC nº 486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cronológica dos julgamentos não implica, por si, a invalidade do ato decisório.
	(PGM-POA/RS-2016-Fundatec): O julgamento segundo a ordem cronológica de conclusão pelos juízes e tribunais é de atendimento preferencial. BL: art. 12, NCPC.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; (MPPI-2019) (MPM-2021)
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; (Anal. Judic./STJ-2018) (MPPI-2019) (Cartórios/TJGO-2021)
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
	Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistênciada ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código. (...)
Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
	(MPMG-2021): Indique abaixo a alternativa que se insere integralmente, no âmbito da Lei 13.105/15, entre as excepcionalidades à ordem preferencial cronológica de julgamento: reconhecimento de perempção. BL: art. 12, §2º, VIII c/c art. 485, V, NCPC.
(PGM-BH/MG-2017-CESPE): Os processos sujeitos a sentença terminativa sem resolução de mérito ficam excluídos da regra que determina a ordem cronológica de conclusão para a sentença. BL: art. 12, §2º, IV c/c art. 485, NCPC.
V - o julgamento de embargos de declaração;
	(MPMG-2021): Indique abaixo a alternativa que se insere integralmente, no âmbito da Lei 13.105/15, entre as excepcionalidades à ordem preferencial cronológica de julgamento: julgamento de embargos de declaração. BL: art. 12, §2º, V, NCPC.
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; (MPMS-2018)	
	##Atenção: ##MPMS-2018: Os presidentes ou representantes dos tribunais do país, reunidos em Brasília/DF, nos dias 20 e 21/11/17, durante o XI Encontro Nacional do Poder Judiciário, aprovaram as 8 Metas Nacionais para o Judiciário brasileiro alcançar em 2018.[footnoteRef:5] São elas: [5: Fonte: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2017/06/fc929d63233f47323282a7e71f304943.pdf ] 
META 1 – Julgar mais processos que os distribuídos (Todos os segmentos)
META 2 – Julgar processos mais antigos (Todos os segmentos)
META 3 – Aumentar os casos solucionados por conciliação (Justiça Federal e Justiça do Trabalho) 
META 4 – Priorizar o julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa (STJ, Justiça Estadual, Justiça Federal e Justiça Militar da União e dos Estados) 
META 5 – Impulsionar processos à execução (Justiça Estadual, Justiça Federal e Justiça do Trabalho) 
META 6 – Priorizar o julgamento das ações coletivas (STJ, TST, Justiça Estadual, Justiça Federal e Justiça do Trabalho) 
META 7 – Priorizar o julgamento dos processos dos maiores litigantes e dos recursos repetitivos (STJ, TST, Justiça do Trabalho)[footnoteRef:6] [6: (MPMS-2018): Os juízes e os tribunais, ao proferir sentenças e acórdãos, deverão observar preferencialmente a ordem cronológica de conclusão, conforme dispõe o caput do art. 12 do CPC. O art. 12, § 2º, inciso VII, do CPC, exclui dessa regra de preferência, entretanto, as metas estabelecidas pelo CNJ. Assinale a seguir a alternativa que contém apenas matérias priorizadas pelo CNJ para o ano de 2018: Julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa, o julgamento das ações coletivas e o julgamento dos processos dos maiores litigantes. BL: Metas 4, 6 e 7 e art. 12, §2º, VII, NCPC.] 
META 8 – Fortalecer a rede de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres (Justiça Estadual).
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
	(MPMG-2021): Indique abaixo a alternativa que se insere integralmente, no âmbito da Lei 13.105/15, entre as excepcionalidades à ordem preferencial cronológica de julgamento: processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal. BL: art. 12, §2º, VIII, NCPC.
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. (MPMG-2021)
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
	(TJPA-2019-CESPE): Após ser elaborada lista que continha a ordem cronológica de conclusão para proferir sentença, a parte requereu prioridade no julgamento, alegando urgência. O juiz, no entanto, indeferiu o pedido, por não ter vislumbrado a urgência alegada. Nessa situação hipotética, o processo retornará para a lista na mesma posição que ocupava, se não houver necessidade de reabertura da instrução. BL: art. 12, §§4º e 5º, NCPC.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
	Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma: (...)
II - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 13.  A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. (DPU-2017) (Aud. Fiscal-SEFAZ/AL-2021)
	##Atenção: ##DPU-2017: ##CESPE: Pela leitura dos arts. 1º e 13 do NCPC, as normas fundamentais do processo civil não estão disciplinadas de forma exaustiva apenas no CPC/2015. Em outras palavras, o NCPC não é exaustivo quando se trata de normas fundamentais de processo civil. Nesse sentido, Enunciado 369, FPPC: “O rol de normas fundamentais previsto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC NÃO É EXAUSTIVO.”
Art. 14.  A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. (PGEMS-2016) (DPEAL-2017) (TCEPE-2017) (TJMG-2018) (Anal. Judic./TJAL-2018) (MPGO-2019) (Proc./MPCPA-2019) (PGEAL-2021) (PGEPB-2021) (Cartórios/TJRO-2021)
	FPPC nº 476. (arts. 1046 e 14) Independentemente da data de intimação, o direito ao recurso contra as decisões unipessoais nasce com a publicação em cartório, secretaria do juízo ou inserção nos autos eletrônicos da decisão a ser impugnada, o que primeiro ocorrer,ou, ainda, nas decisões proferidas em primeira instância, será da prolação de decisão em audiência. 
FPPC nº 616. (arts. 1046; 14) Independentemente da data de intimação ou disponibilização de seu inteiro teor, o direito ao recurso contra as decisões colegiadas nasce na data em que proclamado o resultado da sessão de julgamento.
	##Atenção: ##STJ: ##TCDF-2021: ##CESPE: Nos termos da jurisprudência do STJ, aplica-se a Teoria do Isolamento dos Atos Processuais (tempus regit actum), que orienta as regras de direito intertemporal em âmbito processual, segundo a qual o juízo de regularidade do ato praticado deve ser efetivado em consonância com a lei vigente no momento de sua realização, bem assim que se opera o efeito preclusivo da coisa julgada formal quando não houver impugnação, no momento oportuno, de preliminares analisadas e afastadas pelo órgão julgador. STJ. 4ª T., AgInt no REsp 1835223/DF, Rel. Min. Marco Buzzi, j. 09/12/19.
	(TCDF-2021-CESPE): Acerca de lei processual no tempo, julgue o item a seguir: Ao tratar do direito intertemporal, o ordenamento processual pátrio adota a teoria do isolamento dos atos processuais, segundo a qual, embora a nova lei seja aplicável imediatamente aos processos em curso, o juízo de regularidade do ato já praticado deve ser realizado em consonância com a lei vigente no momento da sua realização. BL: art. 14, NCPC e Entend. Jurisprud.
##Atenção: ##STJ: ##DOD: A sentença foi prolatada e transitou em julgado quando ainda vigorava o CPC/73; ocorre que o cumprimento de sentença foi iniciado quando já estava em vigor o CPC/15; neste caso, esse cumprimento de sentença será regido pelo CPC/15. Logo, é aplicável o CPC/15 ao cumprimento de sentença, iniciado sob sua vigência, ainda que a sentença exequenda tenha sido proferida sob a égide do CPC/73. STJ. 2ª T. REsp 1815762-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 05/11/19 (Info 660).
	(PGEAL-2021-CESPE): As normas processuais civis têm aplicação imediata. BL: art. 14, NCPC.
(MPBA-2018): O CPC, cuja entrada em vigor se deu no dia 18/03/16, portanto um ano após a sua publicação, trouxe à tona a problemática da aplicação da lei no tempo. Sendo o arcabouço jurídico do CPC destinado à regular a relação processual, é correto afirmar que os atos que estavam pendentes nos processos em curso no momento da sua entrada em vigor se sujeitaram à nova lei processual, mas foi preservada a eficácia dos atos processuais já praticados na égide da lei antiga, aplicando a teoria do isolamento dos atos processuais. BL: art. 14, NCPC.
##Atenção: ##MPBA-2018: ##PGEAL-2021: ##CESPE: Acerca do tema, a doutrina explica: “Conforme a teoria do isolamento dos atos processuais (conhecida pelo consagrado brocardo tempus regit actum), a lei nova regula os processos em curso, mas preserva os atos processuais já realizados, assim como seus efeitos. Para uma melhor compreensão, diga-se que essa teoria, ao resguardar o ato processual praticado, visa a proteger o direito processual (ou a situação processual de vantagem) que dele resulta para uma das partes. Como o processo é dinâmico, a cada ato, ou melhor, a cada ação ou omissão surgem direitos processuais adquiridos para uma das partes. Esses direitos não podem ser atingidos pela lei processual civil nova (Cândido Dinamarco. A reforma do Código de Processo Civil. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros, p. 41)... A rigor, a teoria do isolamento dos atos processuais é corolário da garantia prevista no inc. XXXVI do art. 5º da CF, que impede a retroatividade da lei nova para atingir o ato jurídico perfeito e o direito adquirido. A referida teoria, salvo disposição legal em contrário, é a que prevalece para disciplinar a aplicação da lei processual civil nova... O caput do art. 1.046, ao dizer que o novo Código incide nos processos pendentes, confirma a adoção da teoria do isolamento dos atos processuais para disciplinar a aplicação do novo diploma legal. Além desse dispositivo, no Livro I, Capítulo II (Da aplicação das normas processuais) encontra-se o art. 14, que prevê o uso da teoria do isolamento dos atos processuais para regrar o direito intertemporal de qualquer nova lei processual civil. Tal dispositivo é mais completo do que o caput do art. 1.046, porque não só diz que a nova norma processual deve incidir nos processos em curso, como também ressalva que devem ser 'respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. (CRAMER, Ronaldo. In: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; e outros. Breves comentários ao novo Código de Processo Civil. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p. 2470).
(MPBA-2018): Sobre o Direito Processual Civil, seria correto afirmar: Sobre a aplicação da lei processual no tempo, diverso das condições da ação que é regulada pela lei vigente quando da propositura da ação, à resposta do réu é aplicada aquela em vigor quando do surgimento do ônus da defesa produzido pela citação. BL: art. 14, NCPC.
##Atenção: Fazendo-se uma relação entre o que consta na assertiva e o texto do art. 14. do NCPC, deve-se entender que, uma vez citado o réu, sua inclusão no processo implica automaticamente no direito de resposta da parte demandada, direito esse que será processado segundo as regras vigentes no exato momento da citação, ainda que o ato que formaliza a resposta do réu (por exemplo, a contestação) seja praticado em momento posterior. Nesse sentido, deve-se ler “situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”, ou seja, a citação consolida o direito de resposta do demandado e a lei aplicável ao caso para a resposta. Em resumo, segundo a regra tempus regit actum, os atos jurídicos serão regidos pela lei da época em que ocorreram, de modo que, à resposta do réu será aplicada a lei em vigor quando do surgimento do ônus da defesa produzido pela citação.
(PGESC-2018-FEPESE): Segundo dispõe o art. 14 do CPC/15, “A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. Considerando isso, é correto afirmar que: A teoria adotada pelo legislador foi a chamada “teoria do isolamento dos atos processuais”, ou seja, cada ato é claramente identificado (e olhado de forma individualizada), promovendo-se a aplicação da nova lei quando houver novo ato processual na demanda em curso. BL: art. 14, NCPC.
##Atenção: ##STJ: ##PGESC-2018: ##PGEAL-2021: ##CESPE: ##FEPESE: “Embora o processo seja reconhecido como um instrumento complexo, no qual os atos que se sucedem se inter-relacionam, tal conceito não exclui a aplicação da teoria do isolamento dos atos processuais, pela qual a lei nova, encontrando um processo em desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já realizados e disciplina o processo a partir da sua vigência. Com isso, pode-se dizer que o direito brasileiro não reconhece a existência de direito adquirido ao rito processual. A lei nova aplica-se imediatamente ao processo em curso, no que diz respeito aos atos presentes e futuros. Vale a regra do ‘tempus regis actum’. Por isso, é impreciso afirmar que a execução de título judicial, uma vez ajuizada, está imune a mudanças procedimentais” (STJ. REsp 1.076.080/PR, Rel. Min. Nancy Andrighi). Acerca do tema, Cássio Scarpinella Bueno explica: “Aprimorando a segunda parte do art. 1211 do CPC atual, o texto do art. 14 agasalha expressamente o princípio do tempus regit actum que deve ser entendido como a incidência imediata das novas leis no processo em curso com a preservação dos atos processuais já praticados. É essa razão pela qual do dispositivo também o chamado “princípio do isolamento dos atos processuais", corretamente garantido (art. 5º, XXXI, da CF), ao assegurar o respeito aos atos processuais praticados e às situações jurídicas consolidadas sob o pálio da lei anterior” (BUENO, Cássio Scarpinella. Novo Código de processo Civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2015. P. 51).
(PGEAM-2016-CESPE): O NCPC aplica-seaos processos que se encontravam em curso na data de início de sua vigência, assim como aos processos iniciados após sua vigência que se referem a fatos pretéritos. BL: art. 14, NCPC.
(DPEBA-2016-FCC): Sobre o direito processual intertemporal, o novo CPC não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. BL: art. 14, NCPC.
(MPDFT-2015): O novo CPC, aprovado pela Lei 13.105/15 (CPC/15), entrará em vigor a contar de um ano de sua publicação oficial, em substituição ao CPC/73. Sobre a aplicação do novo diploma processual, julgue o item a seguir: A contagem de prazos processuais em dias úteis, não mais em dias contínuos, estabelecida pelo CPC/15, incidirá nos prazos que iniciarão contagem a partir da vigência do CPC/15.
##Atenção: Os prazos que já estavam em curso quando do início da vigência do NCPC não terão sua contagem modificada. Enunciado nº 267 do FPPC: “Os prazos processuais iniciados antes da vigência do CPC serão integralmente regulados pelo regime revogado”. Enunciado nº 268 do FPPC: “A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica aos prazos iniciados após a vigência do Novo Código.”
(MPDFT-2015): O novo CPC, aprovado pela Lei 13.105/15 (CPC/15), entrará em vigor a contar de um ano de sua publicação oficial, em substituição ao CPC/73. Sobre a aplicação do novo diploma processual, julgue o item a seguir: Os atos processuais praticados sob a vigência do CPC/73, em processos não sentenciados, por exemplo, a citação de empresas públicas e privadas, não serão renovados devido à vigência da nova disciplina processual do CPC/15. BL: art. 14, NCPC (tempus regit actum).
(MPDFT-2015): O novo CPC, aprovado pela Lei 13.105/15 (CPC/15), entrará em vigor a contar de um ano de sua publicação oficial, em substituição ao CPC/73. Sobre a aplicação do novo diploma processual, julgue o item a seguir: A norma processual do CPC/15 não retroagirá e será aplicada imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência do CPC/73. BL: art. 14, NCPC.
Art. 15.  Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. [obs.: função integrativa das normas de direito processual civil] (Cartórios/TJMG-2019) (TJSP-2021) (MPSC-2021)
	JDPC nº 03. As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. (TJSP-2021) (MPSC-2021)
LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Art. 16.  A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. (MPBA-2018) (TRF3-2018) (TJPA-2019) (Cartórios/TJPR-2019) (Proc.-MPC/TCERO-2019) (TJMS-2020) (PGEPB-2021) (PF-2021) 
	(TJMS-2020-FCC): No que tange à jurisdição, é correto afirmar: a integração obrigatória à relação jurídico-processual concerne ao princípio da inevitabilidade da jurisdição, gerando o estado de sujeição das partes às decisões jurisdicionais. BL: art. 16, NCPC.
##Atenção: ##DPEAC-2017: ##MPBA-2018: ##TJPA-2019: ##Cartórios/TJPR-2019: ##TJMS-2020: ##PGEPB-2021: ##CESPE: ##TJMS-2020: ##FCC: ##UFPR: Daniel Assumpção explica que o princípio da inevitabilidade da jurisdição é aplicado em dois momentos distintos, a saber: 1º) Vinculação obrigatória dos sujeitos do processo judicial: Ainda que se reconheça que ninguém será obrigado a ingressar com demanda contra a sua vontade e que existem formas de se tornar parte dependente da vontade do sujeito (por exemplo, assistência, recurso de terceiro prejudicado), o certo é que uma vez integrado a relação jurídica processual, ninguém poderá, por sua própria vontade, se negar a esse “chamado jurisdicional”. Essa vinculação é automática, não dependendo de qualquer concordância do sujeito, ou mesmo de acordo entre as partes para se vincularem ao processo e se sujeitarem à decisão e; 2º) Suportar os efeitos da decisão jurisdicional: O estado de sujeição das partes torna a geração dos efeitos jurisdicionais inevitável, inclusive não havendo necessidade de colaboração no sentido de aceitar em suas esferas jurídicas a geração de tais efeitos. Mesmo diante de resistência, a jurisdição terá total condição de afastá-las e, consequentemente, de fazer valer suas decisões (os meios executivos bem demonstram tal fenômeno). (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. Volume Único. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017. p. 88). Portanto, tal princípio indica que o poder estatal impõe-se por si mesmo, independentemente da vontade das partes, motivo pelo qual, proposta uma ação em face de outrem, este fica sujeito à jurisdição, ainda que, tendo sido citado, à sua revelia. Logo, a inevitabilidade da jurisdição de fato guarda pertinência com a imposição do direito ao fato e com sujeição das partes. 
	(PGEPB-2021-CESPE): Quando se diz que as partes deverão submeter-se ao decidido pelo órgão jurisdicional faz referência ao princípio da inevitabilidade. BL: art. 16, NCPC.
(TJPA-2019-CESPE): A regra de que as partes deverão submeter-se ao quanto decidido pelo órgão jurisdicional coaduna-se com o princípio da inevitabilidade. BL: art. 16, NCPC.
(TRF3-2018): Sobre a jurisdição é correto afirmar que: Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos.
##Atenção: ##TRF3-2018: ##Cartórios/TJPR-2019: ##UFPR: Cândido Rangel Dinamarco explica que “isso não significa que a missão social pacificadora se dê por cumprida mediante o alcance de decisões, quaisquer que sejam e desconsiderando o teor das decisões tomadas. Entra aqui a relevância do valor justiça. Eliminar conflitos mediante critérios justos – eis o mais elevado escopo social das atividades jurídicas do Estado” (DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2013. p. 191)
##Atenção: ##TRF3-2018: Escopos da Jurisdição: São os principais objetivos perseguidos com o exercício da função jurisdicional. Pode-se verificar a existência de ao menos três, e no máximo quatro, escopos da jurisdição: jurídico, social, educacional (que parcela doutrinária estuda como aspecto do escopo social) e político. Vejamos a cada um deles:
i) Jurídico: É o mais tradicional. É a aplicação concreta da vontade do direito, resolvendo-se a chamada “lide jurídica”. 
ii) Social: Consiste em resolver o conflito de interesses proporcionando às partes envolvidas a pacificação social (resolver a “lide sociológica”). A solução jurídica da demanda deve gerar a pacificação no plano fático, em que os efeitos da jurisdição são suportados pelos jurisdicionados. Daí a visão de que a transação é uma excelente forma de resolver a “lide sociológica”, porque o conflito se resolve sem a necessidade de decisão impositiva de um terceiro. Mas mesmo a decisão impositiva é capaz de gerar a pacificação social, desde que seja dada em processo rápido, barato, com amplo acesso de participação e com decisão justa. No processo a pacificação social se dará da seguinte maneira: 
- PARTE VENCEDORA – SATISFEITA
- PARTE VENCIDA - CONFORMADA 
iii) Educacional: Tem como função ensinar seus jurisdicionados (não somente às partes envolvidas no processo) sobre seus direitos e deveres. Seus julgamentos são públicos e sua linguagem clara, simples e objetiva.
iv) Político: É analisado sob 3 diferentes vertentes: 1) Fortalecimento do Estado; 2) A jurisdição é o último recurso na proteção das liberdades públicas e dos direitos fundamentais; e 3) Participação democrática por meio do processo.[footnoteRef:7] [7: NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. Volume Único. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017. pp. 79-80.] 
(DPEAC-2017-CESPE): No que se refere à jurisdição civil nacional, assinale a opção correta: A desconstituição de uma sentença transitada

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