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Leandro Medeiros – P3B Introdução a função renal e filtração glomerular Homeostase do balanço hídrico Sistema digestivo Ingestão de alimento e água Excreção de resíduos alimentares Sistema respiratório Obtenção de oxigênio Sistema circulatório Recebe nutrientes, água e sais do sistema digestivo Troca CO2 por O2 via sistema respiratório Sistema urinário Troca de água e solutos com o sistema circulatório Excreção dos excessos de água, sais e excretas Ganho diário de água Duas grandes fontes: Ingestão na forma de líquidos ou água dos alimentos (2100ml/dia) Síntese no organismo por meio da oxidação de carboidratos (200ml/dia) Perda diária de água do organismo Perdas insensíveis Não são reguladas com precisão Através da pele difusão através da pele (independentemente da existência de glândulas sudoríparas) Através do trato respiratório respiração Perda de líquidos na transpiração Perda de líquidos nas fezes (pequena quantidade = 100ml/dia) Perda de líquidos nos rins Compartimentos de líquidos corporais Dois compartimentos principais: líquido extracelular e líquido intracelular O líquido extracelular ainda se divide em líquido intersticial e plasma sanguíneo Líquido transcelular: outro pequeno compartimento de líquido. Engloba os líquidos dos espaços sinovial, peritoneal, pleural, pericárdico e intraocular, bem como o LCR Quanto mais velho o indivíduo for = menor porcentagem de peso corporal representada pelos líquidos Compartimento de líquido intracelular Constitui cerca de 40% do peso corporal Compartimento de líquido extracelular Líquidos situados fora das células Correspondem aproximadamente 20% do peso corporal total Líquido intersticial equivale a mais do que três quartos do líquido extracelular Plasma (porção líquida não celular do sangue) equivale a quase um quarto do líquido extracelular Líquido intersticial e plasma se comunicam através de poros nas membranas dos capilares, estando em constante mistura, o que resulta numa constituição semelhante, exceto pelas proteínas Volemia = volume sanguíneo. Importante para o controle da dinâmica cardiovascular 60% do sangue é plasma 40% do sangue é hemácias Hematócrito = volume globular Fração do sangue composta por hemácias Homens = 40% Mulheres = 36% Anemia grave ≅ 10% Policitemia (produção excessiva de hemácias) ≅ 65% Composição líquida Composição iônica similar do plasma e do líquido intersticial Diferença na maior concentração de proteínas do plasma Concentração de íons com cargas positivas é ligeiramente maior no plasma do que no líquido intersticial devido ao efeito Donnan Já os íons com carga negativa tendem a apresentar concentração ligeiramente maior no líquido intersticial Líquido extracelular contém grandes quantidades de sódio e cloreto, razoáveis de bicarbonato e pequenas de potássio, cálcio, magnésio, fosfato e ácidos orgânicos Rins = principal mecanismo de regulação desse líquido Essa regulação permite que as células permaneçam continuamente banhadas em um líquido com quantidade adequada de eletrólitos e nutrientes para sua função celular ideal Composição do líquido intracelular Contém grandes quantidades de potássio e fosfatos, bem como de proteínas também Contém pequenas quantidades de sódio e cloreto Medidas dos volumes líquidos nos compartimentos: princípio indicador-diluição O volume de um compartimento líquido corporal pode ser mensurado adicionando-se uma substância indicadora, permitindo que se disperse igualmente pelo compartimento e, em seguida, analisando a extensão de sua diluição Determinação dos volumes de compartimentos de líquidos corporais específicos: Mensuração da água total do organismo: utiliza-se água radioativa (trítio, ³H2O) ou água pesada (deutério, ²H2O). Também pode se utilizar a antipirina, altamente lipossolúvel, que se difunde rapidamente pelos compartimentos intra e extracelular Mensuração do volume de líquido extracelular: utiliza-se qualquer substância que se dispersam no plasma e no líquido intersticial, sem que adentrem imediatamente as membranas celulares, como o sódio radioativo, o cloreto radioativo, o iotalamato radioativo, o íon tiossulfato e a inulina Fala-se frequentemente em espaço do sódio ou espaço da inulina em vez de uma verdadeira mensuração do volume de líquido extracelular, uma vez que algumas substâncias, como o sódio radioativo, podem se difundir para dentro das células em uma pequena quantidade Cálculo do volume intracelular: não pode ser mensurado de maneira direta, mas calculado da seguinte forma Mensuração do volume de plasma: usa-se uma substância que não penetre prontamente nas membranas apilares, mas permaneça no sistema vascular após a injeção, como a albumina sérica marcada com iodo radioativo, ou um corante que se ligue avidamente às proteínas plasmáticas, como o corante azul de Evans Cálculo do volume de líquido intersticial: não pode ser mensurado diretamente, mas calculado do seguinte modo Mensuração do volume de sangue: deve-se realizar a mensuração do hematócrito e do volume do plasma, a fim de que se possa calcular o volume do sangue (volemia) pela seguinte fórmula Relação osmótica – princípios básicos da osmose e pressão osmótica Osmolalidade: a concentração osmolar de uma solução é expressa em osmóis por quilograma de água Osmolaridade: quando essa mesma concentração osmolar é expressa em osmóis por litro de solução A maior parte dos cálculos clinicamente utilizados baseia-se em osmolaridades, não em osmolalidade Osmolaridade dos líquidos corporais Cerca de 80% da osmolaridade total do líquido intersticial e do plasma se devem aos íons sódio e cloreto, ao passo que no líquido intracelular, quase metade da osmolaridade é atribuída aos íons potássio Líquidos isotônicos, hipotônicos e hipertônicos Solução isotônica = não incha nem murcha as células (ex.: solução de cloreto de sódio a 0,9% ou glicose a 5%) Solução hipotônica = água difundi para dentro da célula, tornando-a tumefeita. Causam inchaço (edema) das células (ex.: solução de cloreto de sódio com concentração menor que 0,9%) Solução hipertônica = água flui para fora da célula para o líquido extracelular, o que faz a célula murchar (ex.: solução de cloreto de sódio com concentração maior que 0,9%) Volume e osmolaridade dos líquidos extracelular e intracelular em condições anormais As alterações dos volumes desses líquidos e os tipos de terapia que devem ser instituídos podem ser calculados tendo-se em mente os seguintes princípios básicos: A água move-se rapidamente através das membranas celulares As membranas celulares são quase completamente impermeáveis a muitos solutos, como sódio e cloreto Efeitos da adição de solução salina ao líquido extracelular: Solução salina isotônica = osmolaridade desse líquido não se altera, sendo o principal efeito um aumento no volume de líquido extracelular Solução hipertônica = osmolaridade aumenta e provoca efeito osmótico de saída de água para o compartimento extracelular, com um efeito resultante de aumento no volume extracelular Solução hipotônica = osmolaridade diminui, de forma que parte da água extracelular se difunda para dentro das células até que os compartimentos intra e extracelular atinjam a mesma osmolaridade Anormalidades clínicas da regulação do volume de líquidos Concentração de sódio plasmático Hiponatremia = concentração abaixo de 142 mEq/L. Uma perda primária de sódio geralmente resulta em desidratação hiponatrêmica e está associada à diminuição do volume do LEC Causas: diarreia, vômito, uso abusivo de diuréticos, doença de Addison Também pode estar associada à retenção excessiva de água, a qual dilui o sódio do líquido extracelular, condição conhecida como hiperidratação hiponatrêmica (ex.: secreção excessiva do hormônio antidiurético – ADH, que aumenta a reabsorção de água nos túbulos renais) Hiponatremia causa edema celular, causando efeitos profundos nas funções de tecidos e órgãos, especialmente no encéfalo, resultando em cefaleia, náuseas, letargia e desorientação. Caso a concentração plasmática de sódio caia para menos que 115a 120 mEq/L, o edema pode levar a convulsões, coma, lesão cerebral permanente e morte Hipernatremia = concentração de sódio acima de 142mEq/L. Causa aumento da osmolaridade, e pode ocorrer pela perda de água do LEC ou excesso de sódio. A perda primária de água do LEC resulta em desidratação hipernatrêmica Causas: incapacidade de secretar ADH (com isso, rins excretam grandes quantidades de urina diluída – diabetes insípido central, gerando desidratação e aumento de cloreto de sódio no LEC), desidratação (causa mais comum, associada a sudorese prolongada durante exercícios duradouros e extenuantes) Também pode ocorrer quando se adiciona excessivamente cloreto de sódio ao LEC, resultando em hiperidratação hipernatrêmica devido ao excesso de cloreto de sódio no LEC também está associado a algum grau de retenção de água nos rins Aldosterona = a secreção excessiva desse hormônio pode causar grau discreto de hipernatremia e hiperidratação Hipernatremia torna as células murchas, e sintomas graves geralmente ocorrem somente com aumentos rápidos e expressivos da concentração de sódio acima de 158 a 160 mEq/L Provoca sede intensa e estimula a secreção de ADH, evitando o aumento exacerbado de sódio plasmático e do LEC Pode ocorrer em pacientes com lesões hipotalâmicas que prejudicam a sensação de sede Edema Refere-se a presença de líquido excessivo nos tecidos do organismo Edema intracelular Três condições são propensas a causa-lo: hiponatremia, depressão dos sistemas metabólicos dos tecidos e nutrição celular inadequada Pode ocorrer também em tecidos inflamados que, geralmente, aumentam a permeabilidade da membrana celular, permitindo a entrada de Na+ e outros íons na célula, com subsequente entrada de água por osmose Edema extracelular Excesso de líquido nos espaços extracelulares, tendo como as duas causas gerais: extravasamento anormal de líquido do plasma aos espaços intersticiais por meio dos capilares e incapacidade do sistema linfático de remover o líquido do interstício, devolvendo-o para o sangue, geralmente denominada linfedema Fatores que podem aumentar a filtração capilar Aumento do coeficiente de filtração capilar Elevação da pressão hidrostática capilar Redução da pressão coloidosmótica do plasma Linfedema Falência de vasos linfáticos em retornar líquido e proteína para o sangue Ocorre devido ao bloqueio ou perda dos vasos linfáticos Também pode ocorrer em pessoas que tem certos tipos de câncer ou após cirurgia, onde os vasos linfáticos são removidos ou obstruídos Umas das mais graves e comuns causas de edema é a insuficiência cardíaca Doenças renais que comprometem a excreção urinária de sal e água resultam na retenção de grande parte da água e do NaCl no líquido extracelular Tem como efeitos principais o grande aumento do volume do líquido intersticial (edema extracelular) e hipertensão, devido ao aumento do volume sanguíneo Principais funções dos rins Regulação da osmolaridade Regulação do volume do líquido extracelular e da pressão sanguínea Eliminação de produtos metabólicos Eliminação de substâncias estranhas Manutenção do equilíbrio iônico Regulação do pH Excreção de resíduos Produção de hormônios EPO Calcitriol Renina Gliconeogênese Topografia e anatomia Córtex renal: região mais externa Medula renal: região mais interna possui 8 a 10 pirâmides A Phidrostática glomerular é 60mmHg (rápida filtração) enquanto a peritubular é de 13mmHg (rápida reabsorção) Néfron Unidade funcional renal Menor estrutura capaz de realizar todas as funções de um órgão 80% são néfrons cortical Glomérulos situados na zona cortical externa Possuem alças de Henle curtas 20% são néfrons justamedulares Glomérulos mais profundos no córtex renal, perto da medula Têm longas alças de Henle Vascularização Fluxo sanguíneo Corresponde normalmente a 22% do débito cardíaco ou 1100mL/min Longas arteríolas eferentes vão do glomérulo para região externa medular chamadas vasas recta que vão para interior da medula Micção Processo pelo qual a bexiga se esvazia quando fica cheia Envolve duas etapas principais Primeira, a bexiga se enche progressivamente até que a tensão na sua parede atinja nível limiar Segunda, que é um reflexo nervoso chamado reflexo da micção, que esvazia a bexiga ou, se isso falhar, ao menos causa um desejo consciente de urinar Inervação da micção Nervos pélvicos Conectam à medula espinal pelo plexo sacro Se ligam aos segmentos medulares S2 e S3 Contêm fibras sensoriais (grau de distensão da uretra posterior) e motoras (fibras parassimpáticas) Pequenos nervos pós-ganglionares inervam o músculo detrusor Nervo pudendo Fibras motoras esqueléticas Inervam e controlam o esfíncter externo da bexiga São fibras somáticas Nervos hipogástricos Inervação simpática (inibe o detrusor-β3) Conectados em sua maioria com o segmento L2 da medula espinal Estimulam principalmente os vasos sanguíneos Têm pouca relação com a contração vesical Refluxo vesicouretral Consiste na incapacidade da parede da bexiga de ocluir o ureter durante a micção Ureter pequeno contração da bexiga empurra urina de volta ao ureter aumento do calibre dos ureteres e hipertensão nos cálices Reflexo ureterorrenal Ureter obstruído constrições reflexas intensas dor muito forte constrições das arteríolas renais reduz o volume de urina produzido pelos rins Enchimento da bexiga e tônus vesical Receptores estirado aumento dos impulsos se o ureter tem urina sinais aferentes pelo nervo pélvico e as eferências pelo parassimpático Facilitação ou inibição miccional Centros cerebrais Centros facilitadores e inibitórios no tronco cerebral, localizados principalmente na ponte Centros localizados no córtex cerebral, podendo ser inibitórios (maioria), mas podem ser excitatórios Centros superiores normalmente exercem o controle final da micção Os centros superiores mantêm o reflexo da micção parcialmente inibido, exceto quando se tem vontade de urinar Os centros superiores podem evitar a micção, até mesmo quando o reflexo da micção está presente, pela contração tônica do esfíncter vesical externo, até o momento conveniente para o esvaziamento No momento da micção, os centros corticais podem auxiliar os centros sacrais a iniciar o reflexo de micção e, ao mesmo tempo, inibir o esfíncter vesical externo, de modo que a micção ocorra Bexiga atônica e incontinência por destruição das fibras sensoriais Pessoa perde o controle vesical devido à destruição de fibras sensoriais da bexiga para a medula espinal Causa comum de bexiga atônica é a lesão por esmagamento na região sacral da medula espinal (bexiga tabética) Sífilis fibrose e destruição das fibras nervosas da raiz dorsal (tabes dorsalis) Perda sobre enchimento esvazia apenas ao máximo de enchimento (incontinência de super-enchimento) Bexiga automática pela lesão da medula espinal acima da região sacral Ocorrência de reflexo miccional Choque espinhal suprime micção aumento da resposta miccional se esvaziada por cateter (regularidade) e retorno do reflexo Bexiga neurogênica não inibida causada pela perda dos sinais inibitórios do cérebro Lesão parcial da medula espinal ou do tronco cerebral Interrompe sinais inibitórios impulsos facilitadores passam pela medula espinal excitam centros sacrais reflexo de micção Formação da urina Excreção de diferentes substâncias na urina representam a soma de três processos renais Filtração glomerular Reabsorção de substâncias dos túbulos renais para o sangue Secreção de substâncias do sangue para os túbulos renais A formação de urina inicia-se com grande quantidade de líquido, praticamente sem proteínas, é filtrada dos capilares glomerulares para o interior da cápsula de Bowmann Maior parte das substâncias, exceto as proteínas, é livremente filtrada Depuração renal de quatro substâncias hipotéticas Se há um aumento de 10% na filtração glomerular (de 180 L/dia para 198 L/dia) poderia resultar num aumento do volume urinário de 1,5 L/dia para 19,5 L/dia, se a reabsorção permanecer constante FG depende de Forças hidrostáticas e coloidosmóticas pressão efetivaCoeficiente de filtração capilar (Kf) Permeabilidade vs área de filtração capilar FG = 125 mL/min (180 L/dia) Fração de filtração = 20% do plasma é filtrado · FF = FG/FPR Aumento do Kf resulta num aumento da FG, onde Hipertensão e diabetes = queda do Kf (devido ao espessamento mebranar) Aumento da Phidrostática Bowman (~18mmHg) resulta na diminuição da FG Aumento da PHG pode aumentar ou diminuir a FG PHG determinada por PA Resistência arteriolar aferente Resistência arteriolar eferente Filtrabilidade: inversamente proporcional ao tamanho MPcapilar (mais espessa/mais porosa) filtra intensamente Perda da negatividade da membrana basal podem resultar em nefropatia com alteração mínina, que ocasiona em proteinúria (albumina) Controle da micção Sistema Nervoso Autônomo Simpático atua reduzindo a FG em situações especiais Defesa, isquemia cerebral ou hemorragia grave Noradrenalina e adrenalina Nos receptores alfa1 das arteríolas aferentes, causam redução do fluxo sanguíneo renal (FSR) e da taxa de filtração glomerular (TFG) Baixa concentração de dopamina = protetor em baixa perfusão Dilata arteríolas cerebrais, coronárias e renais Contrai os músculos esqueléticos e pele Angiotensina II Aumenta a PHG Reduz o fluxo sanguíneo renal Óxido nítrico Reduz a resistência vascular renal (aferente), o que aumenta a FG Hipertensos tem níveis baixos de NO, resultando em destruição tecidual e, por consequência, aumento da PA Autorregulação da FG e FSR Realizada pela variação da resistência vascular renal Variação da PA (75 a 160mmHg) alteram em 10% a FG Realizada pela arteríola aferente e não SNA Mácula densa Detectam variação da volemia Variação da concentração de Na+ faz com que a mácula densa mantenha a concentração de NaCl adequadas no túbulo distal secreção de renina, adenosina, ATP, tromboxano
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