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RETARDO MENTAL

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ANA BEATRIZ CAMPOS 1 
 
PSIQUIATRIA – A3B2 
Déficit Cognitivo 
 
• Antigamente era conhecido como retardo mental. 
• Apresentam maiores taxas de doenças crônicas, maior risco 
para transtornos mentais, maior utilização da atenção 
primária e secundária de saúde, além de taxas mais altas de 
mortalidade. 
• Escassez de informações e expertise à cuidado subótimo a 
esses indivíduos. 
• O D.I é um transtorno de neurodesenvolvimento que provoca 
prejuízos significativos tanto no funcionamento intelectual 
quanto nos comportamentos adaptativos. 
• A manifestação ocorre antes dos 18 anos. 
• A sua epidemiologia é de 1-2% de prevalência e varia 
conforme a renda dos países. 
• É mais comum no sexo masculino. 
• O diagnóstico é feito com base nos critérios do DSM-5: 
 
 
 
É necessário realizar a testagem para definir o déficit no 
funcionamento intelectual. 
O funcionamento intelectual pode ser mensurado por 
diversos testes de inteligência (avaliam o quociente de 
inteligência – QI), que devem ser culturalmente adequados à 
população do indivíduo a ser testado e ter validade 
psicométrica. 
O resultado mediano é definido como 100 e o desvio-
padrão é de 15 pontos; portanto, 95% da população possui 
escores dentro de 2 desvios-padrão da media (ou seja, estão 
dentro de um intervalo de QI entre 70 a 130). 
Indivíduos com D.I apresentam scores de QI em torno 
de 2 ou mais desvios-padrão abaixo da média populacional, o 
que significa escores de QI £ 70. 
O nível de gravidade é definido com base no 
funcionamento adaptativo, e não em escores de QI (DSM-5). 
 
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO 
 
• Refere-se a quão bem uma pessoa alcança os padrões de 
sua comunidade em termos de independência pessoal e 
responsabilidade social em comparação aos pares (idade e 
condições socioculturais similares). 
• Envolve os domínios conceitual, social e pratico. Considera- 
se déficit quando pelo menos um destes domínios encontra-se 
prejudicado, necessitando de apoio contínuo (ou intermitente, em 
caso de DI leve) para que a pessoa consiga desempenhar as 
tarefas de vida cotidiana em casa, na escolha ou no trabalho. 
• O funcionamento adaptativo é investigado tanto pela avaliação 
clínica quanto por medidas individualizadas, culturalmente e 
psicometricamente. 
• INSTRUMENTOS PARA AVALIAR NÍVEL INTELECTUAL E 
COMPORTAMENTO ADAPTATIVO: 
 
VERIFICAR à O nível de inteligência e o comportamento 
adaptativo, visto que são aspectos de grande comprometimento 
nessa população. 
 
 
 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA E CLASSIFICAÇÃO DO D.I 
 
• Varia de acordo com a idade e com o grau de comprometimento 
do quadro. 
• Mais grave: D.I se apresentar e ser diagnosticada mais cedo. 
• Mais leve: Idade mais avançada, com aumento das demandas de 
vidas cotidianas. 
• Pode apresentar, inicialmente, atrasos no desenvolvimento da 
linguagem e dificuldade em se expressar, atrasos nas habilidades 
adaptativas (como ir ao banheiro, vestir-se sozinha), déficits 
motores finos, dificuldades nas habilidades de resolução de 
problemas, imaturidade social e dificuldades em controlar 
emoções, impulsos e agressividade. 
 
 
 
 
 
 
ANA BEATRIZ CAMPOS 2 
 
PSIQUIATRIA – A3B2 
INVESTIGAÇÃO CLÍNICA 
 
• É importante buscar a etiologia. 
• Necessário investigar sobre a história familiar (3 gerações 
ou +): buscar presença de consanguinidade ou outros 
membros conhecidos com quadro de D.I. 
• História gestacional: abortos prévios, uso de 
medicamentos/álcool/outras substancias, doenças maternas 
prévias ou gestacionais, intercorrências gestacionais, etc. 
• História do período perinatal: prematuridade, traumas 
neonatais, hipoxemia, icterícia, malformações congênitas, etc. 
• História do período pós-natal: marcos do desenvolvimento 
neuropsicomotor, déficits sensoriais (auditivo, visual; devem 
ser corrigidos se identificados), presenc ̧a de 
convulsões/epilepsia, admissões hospitalares, história de 
imunizac ̧ão, etc. 
• Exame físico detalhado: avaliar para ̂metros de crescimento, 
buscar dismorfismos – abordagem “da cabec ̧a aos pés”. 
• Exame neurológico e padrões de comportamentos: 
possibilidade de síndromes genéticas conhecidas. 
• Se o clínico suspeitar de uma síndrome específica como 
etiologia para a DI, devem ser realizados exames 
laboratoriais para confirmar ou descartar essa síndrome. Para 
pacientes com suspeita de infecc ̧ão por TORCH e Zika, 
recomendam-se testes sorológicos, neuroimagem, exame 
oftalmológico e testes auditivos. 
• TESTES GENÉTICOS: 
® Análise cromosso ̂mica por microarray 
® 	A síndrome do X frágil 
® 1/5.000 nascimentos à DI moderada em meninos e 
um fenótipo variável em meninas. 
® Menos de 1% da DI, firmar o diagnóstico é importante 
porque sua heranc ̧a é ligada ao X e pelo consequente 
alto risco de recorre ̂ncia nas famílias. 
• INVESTIGAÇÃO METABÓLICA E BIOQUÍMICA: 
® Erros inatos do metabolismo são responsáveis por uma 
pequena porcentagem (0 a 5%) das crianc ̧as com DI 
sem fator etiológico conhecido. 
® A maioria dessas condic ̧ões está associada a sintomas 
neurológicos (hipotonia, ataxia, deme ̂ncia, epilepsia, 
espasticidade), déficits sensoriais (deficie ̂ncia visual e 
auditiva), sintomas gastrintestinais, achados 
dermatológicos, odor atípico e problemas em 
crescimento. 
® TRIAGEM DAS CRIANC ̧AS COM DI PARA CONDIC ̧ÕES 
TRATÁVEIS. 
• CONDIÇÕES ASSOCIADAS: 
® Epilepsia (22%), paralisia cerebral (20%), déficits 
sensoriais (problemas visuais e auditivos) e condic ̧ões 
diversas, como doenc ̧a pulmonar 
obstrutiva cro ̂nica (DPOC), doenc ̧as gástricas e esofágicas, doenc ̧as 
osteomusculares, entre outras. 
® Apresentam taxas significativamente mais altas de 
problemas comportamentais, dificuldades emocionais, 
hiperatividade, dificuldade no relacionamento com pares e 
comportamento pró- social. 
® Transtornos de ansiedade (17%), transtorno opositor 
desafiador (12%), transtorno do espectro autista (10%), 
transtorno de conduta (5%). 
 
MANEJO 
 
• Detecção e a intervenção precoce. 
• Buscar etiologia e tratar. 
• Direcionar os problemas apresentados para tratamento 
multidisciplinar (ex: déficits motores – fisioterapia/linguagem – 
fono). 
• Na maioria dos casos, o objetivo do tto é minimizar os déficits, 
aumentar a funcionalidade do paciente, melhorar a qualidade de 
vida e apoiar a família. 
 
PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS 
 
• Incluem agressividade, automutilação, destruição de objetos, 
comportamentos socialmente inadequados, entre outros. 
• Buscar a causa subjacente: desconfortos físicos/dor? Dificuldade 
comunicação? 
• Fatores internos, como dificuldade em lidar com experiências 
negativas, dificuldade de adaptação a mudanças, estratégias de 
enfretamento inadequadas para uma situação? 
• Problema no ambiente externo (casa, escola, trabalho, etc.)? 
 
FARMACOTERAPIA 
 
• Opta pela farmacoterapia se falha em intervenções não baseadas 
em medicamentos; risco de danos a si próprio ou a terceiros; alta 
frequência/intensidade dos PC. 
• Menor dose e pelo período mais curto possível. 
• Atualmente, não é possível recomendar o tipo de medicamento 
para o tto de PC específicos, pois não existem evidências que 
sustentem essa especificidade. 
• Prática clínica: Antipsicóticos, anticonvulsivantes e antidepressivos. 
↳	ÁCIDO VALPRÓICO, CARBAMAZEPINA E TOPIRAMATO. 
Esses medicamentos são usados de modo “off-label”, funcionando 
como “sintomáticos” em casos de comportamentos específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA BEATRIZ CAMPOS 3 
 
PSIQUIATRIA – A3B2 
 
 
 
 
 
 
Para denominar os comportamentos violentos ou 
agressivos exercidos por pessoas portadoras de inabilidades 
intelectuais, como aqueles com retardo mental, muitos autores 
têm utilizado o termo “comportamentos desafiadores”, que 
incluem: agressão física contra outros; agressão verbal; 
agressão física contra si mesmo; e agressão contra objetos 
inanimados. 
A prevalência dos “comportamentos desafiadores” entre 
portadores de inabilidades intelectuais tem variado de estudo 
para estudo,e atingindo entre 10 a 50%. Seguramente, esses 
comportamentos, na maioria das vezes, são transitórios e não 
devem ser utilizados, sob quaisquer hipóteses, como 
justificativa para separar pessoas com inabilidades intelectuais 
do convívio social. Os comportamentos ditos “desafiadores” 
podem, também, servir para uma variedade de fins, como: 
angariar atenção, demarcar território, comunicar necessidades, 
satisfazer desejos, anunciar rejeição a tarefas ou demandas, 
dentre outras. 
O abuso de álcool e outras drogas entre portadores de 
retardo mental constitui agravantes para comportamentos 
violentos, da mesma forma como para muitos outros 
transtornos mentais. 
Alguns autores têm defendido a teoria de que agressores 
sexuais portadores de retardo mental não teriam, a princípio, 
fantasias sexuais desviadas propriamente ditas, mas, devido às 
suas inabilidades intelectuais e afetivas, não conseguiram 
distinguir um ato coercivo de um consensual. No entanto, 
muitos portadores de retardo mental leve conseguem fazer 
tal distinção corretamente. 
De uma forma geral, no retardo mental profundo não há 
muito a declarar em relação à violência, pois o portador tem 
grandes limitações físicas e psíquicas que o impedem de 
perpetrar atos violentos. Porém, no retardo mental moderado 
podem existir graves alterações do comportamento e já foram 
descritos quadros de agitação aguda, episódios delirantes, 
crises de confusão mental e euforia. Existe a possibilidade de 
ocorrer figas, atentados sexuais e, por vezes, violências que 
podem atingir o homicídio. 
O retardo mental leve, antigamente chamado de fronteiriço, 
é importante no estudo da violência. De acordo com Henri Ey, 
indivíduos são incapazes de integrar um sistema de valores em uma 
estruturação logica de pensamento. São sugestionáveis, as atitudes 
são egocêntricas e em situações difíceis procuram escapar das 
mesmas por meio da mentira ou da violência. Os conflitos são, 
então, resolvidos por descarga brutal da tensão emocional, gerando 
agressividade e/ou condutas agressivas. Nestes atos, notamos a 
ausência de precaução, bem como de organização, a não existência 
de motivação aparente e a reação que conduz os atos é súbita e 
inesperada. O indivíduo é imprevidente e faz má analise dos riscos. 
É vaidoso, sugestionável, agindo sob influencia dos outros. 
 
 
 
 
 
• Esse transtorno, também chamado de deficiência intelectual, tem 
causas diversas desde fatores genéticos (variações genéticas, 
problemas cromossômicos) até fatores ambientais (relacionados 
ao uso de álcool e drogas no período de formação fetal e outros 
aspectos envolvendo a gestação, o parto, e pós-natais como 
infecções/traumas/isquemias cerebrais) que levam a um conjunto 
de deficiências intelectuais e adaptativas que se manifestam 
antes dos 18 anos. 
• O desempenho intelectual envolve raciocínio, solução de 
problemas, aprendizagem acadêmica, planejamento, etc. Enquanto 
que o desempenho adaptativo está relacionado com o 
desenvolvimento de independência e responsabilidade pessoal, 
bem como habilidades praticas. Este funcionamento adaptativo 
é dividido em 3 domínios: 
® Conceitual (acadêmico): relativo a competências de 
memória/linguagem/leitura/escrita dentre outros; 
® Social: que envolve habilidades de comunicação interpes- 
soal/empatia/percepção de sentimentos; 
® Prático: envolve cuidados pessoais/controle 
financeiro/respon- sabilidade profissional/autocontrole 
comportamental dentre outros. Estes prejuízos na função 
adaptativa devem ser avaliados conforme gênero, idade e 
aspectos socioculturais. 
• O quociente de inteligência (QI) mensura o funcionamento 
intelectual, mas pode ser um escore insuficiente para avaliação 
do raciocínio em situações cotidianas e domínio de tarefas prá- 
ticas, pois, por exemplo, uma pessoa com QI > 70 pode ter um 
compro- metimento tão pronunciado das suas funções 
adaptativas que seu funcioamento cotidiano pode se assemelhar 
ao de uma pessoa com QI mais baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: AULA DR. AÉCIO. Referências: Clinica psiquiátrica 2a edic ̧ão, 2020, Manole, São 
Paulo-SP. 
 
ANA BEATRIZ CAMPOS 4 
 
PSIQUIATRIA – A3B2 
 
 
• Com isso, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais 5a edição (DSM-V) não se utiliza do QI para 
determinar o nível de gravidade da deficiência intelectual, 
classificando a gravidade com base em critérios da função 
adaptativa (domínio conceitual, prático e social) em: leve, mo- 
derada, grave e profunda. 
• Apro- ximadamente 85% das pessoas têm deficiência 
intelectual leve o que dificulta inclusive o diagnóstico 
durante a infância antes da 1 ou 2ª série que é quando 
aumentam as demandas acadêmicas, no entanto, apesar de 
dificuldade em acompanhar as habilidades acadêmicas 
esperadas para sua idade, muitos tornam-se adultos que 
vivem de forma independente. 
• Antes de orientar o tratamento, deve-se avaliar as 
necessidades sociais, ambientais, educacionais e psiquiá- 
tricas da criança e sua família. Além disso, como crianças 
com deficiência intelectual costumam ter transtornos 
psiquiátricos comórbidos ou até mesmo doenças clínicas que 
devem também ser manejadas, o tratamento deve ser 
direcionado com tratamentos específicos para cada condição 
de saúde e comorbidades sempre oferecendo suporte 
psicossocial. 
• A abordagem terapêutica vai desde intervenções 
educacionais em instituições voltadas para acolher crianças 
com deficiência intelectual que auxiliam no treinamento das 
habilidades acadêmicas e adaptativas, passa também pela 
terapia cognitiva comportamental (TCC) e terapia familiar. 
Inclusive, a educação familiar é um momento importante da 
consulta médica, explicando um pouco para as famílias aquilo 
que estejam em dúvida acerca da condição da criança e seu 
desenvolvimento, pois é comum que os pais tenham 
expectativas diversas quanto ao desenvolvimento da criança, 
bem como por vezes possuem dificuldade em criar um 
ambiente que incentive a independência e estimule as 
crianças. 
• As intervenções farmacológicas devem seguir o tratamento 
de sintomas e comorbidades, muitas vezes sendo necessárias 
abordagens empíricas devido à escassez de evidências di- 
recionadas ao tratamento da deficiência intelectual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: Sanarflix.

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