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PEDIATRIA Profª: Luciana terça-feira, 22 de fevereiro de 2022 ASMA E RINITE ALÉRGICA Comment by Karoline Barbosa da Silva: Doença restritiva DEFINIÇÃO – ASMA · Episódios recorrentes de sintomas respiratórios, que variam de intensidade com o tempo, acompanhados de limitação variável ao fluxo aéreo. É uma doença das vias aéreas inferiores caracterizada por inflamação crônica do músculo liso dos brônquios, vias aéreas hiper-reativas e episódios de broncoespasmos que limitam o fluxo de ar. · Sintomas: tosse, sibilos, falta de ar (dispneia), aperto no peito, aprisionamento aéreo Comment by Karoline Barbosa da Silva: Acompanhado de taquipneia e uso de musculatura acessória; · Comorbidades frequentes: rinite, dermatite atópica, refluxo gastroesofágico, obesidade, depressão, apneia do sono EPIDEMIOLOGIA · 20% das crianças brasileiras em idade escolar · Brasil é país de alta prevalência de asma · Na AL, Brasil e República Dominicana têm esta classificação · 5 pessoas morrem por asma no Brasil por dia · A exposição a alérgenos, particularmente nos primeiros anos de vida, pode determinar inflamação crônica alérgica nas vias aéreas de indivíduos geneticamente suscetíveis. Outros fatores de risco para o desenvolvimento de resposta inflamatória são: · Infecções virais na infância; · Ausência de amamentação com leite materno · Exposição ambiental domiciliar à fumaça do tabaco de pais fumantes; · Poluição atmosférica (sem evidências convincentes); · Dietas com baixos teores de antioxidantes ou ácidos graxos poliinsaturados; FISIOPATOLOGENIA Classificada em alérgica/atopia (comumente nas crianças) ou oriunda de Crises frequentes e periódicas de vaso espasmo, obesidade, atonia do sono e RGE; FISIOPATOLOGIA Asma na atualidade · Doença heterogênea e complexa com diferentes · Endótipos (T helper 2 alto ou baixo) Mecanismo molecular ou fisiopatológico · Fenótipos (eosinofílica, neutrofílica ou mista) Características observáveis Inflamação (bronquíolo, as vezes de brônquio e de arvore brônquica) · Envolve vários tipos celulares · Não é igual em todos os asmáticos · Em pediatria, geralmente eosinofílica e T helper 2 altos, isto é, se apresenta muito mais como uma asma atópica/alérgica com boa resposta aos corticoides Comment by Karoline Barbosa da Silva: Início na infância: marcha atópica (padrão de evolução das doenças alérgicas na infância;) Sensibilização alérgica Citocinas Th2: IL-4, IL-5 e IL-13Eosinofilia em sangue e escarro QUADRO CLÍNICO Fatores desencadeantes · Alérgenos · Irritantes · Exercício físico · Mudança de tempo · Infecções respiratórias virais Sintomas respiratórios (em crise) · Tosse · Perda de fôlego · Opressão torácica Sinal clínico · Sibilos Comment by Karoline Barbosa da Silva: Resultado de uma passagem de um fluxo de ar turbulento por uma via aérea estreita Início: expiratórios Evolução: inspiratórios e expiratórios, difusosEstágios finais: redução global de murmúrio vesicular (tórax silencioso) DIAGNÓSTICO História · Sintomas são variáveis ao longo do tempo · Pioram à noite ou ao acordar devido a concentração de cortisol (a asma é cortisol-dependente) · Pioram com exercício, alérgenos, mudanças de temperatura, irritantes e/ou infecções virais (na pediatria é muito comum) Antecedente pessoal e familiar · Dermatite atópica, alergia alimentar, asma, rinite Exame físico · Observação ou relato médico de chiado (piado, sibilos) Exame complementar · Espirometria Comment by Karoline Barbosa da Silva: VC (volume corrente): o ar que entraVM (volume minuto) = VC X FrVM é a soma de todos os VC Comment by Karoline Barbosa da Silva: Em maiores de 6 anos Espirometria · Observar CVF, FEF1 e CVF/FEF1 · Para adultos, valores abaixo de 80% são anormais · Para crianças, 90% · Exame de difícil execução · Geralmente consegue fazer os > 7 anos · Sempre pedir com e sem broncodilatador mesmo com valores normais basais, fecha-se o diagnóstico se após o BD houver aumento de 12% ou 200 mL; O que é GINA? Iniciativa global das sociedades de epidemiologia do mundo para controle de asma. Controle e gravidade são a mesma coisa? Controle: intensidade com que as manifestações da asma são suprimidas pelo tratamento; varia rapidamente • No Brasil, apenas 12,3% controlados • Principal causa: baixa adesão ao tratamento - 32% aderentes no Brasil Gravidade: quantidade de medicamentos necessários para o controle da doença; varia lentamente • Maioria, leve Indicação de tratamento · É baseado na gravidade do caso · Cada gravidade tem o seu passo · Leve: no intervalo inter crise não há sintomas específicos · Moderada: No intervalo inter crise há sintomas específicos · Grave: vive na crise Cada passo / classificação tem sua recomendação de tratamento As recomendações também levam em consideração a idade · Todos esses pacientes estão classificados com asma persistente · Tratamento para asma tem suas diferenciações, sendo que há o tratamento da doença em si ou o tratamento da crise. · No PS, em momentos de crise administramos um B2 de curta duração Salbutamol, em caso de não melhora associa corticoide VO ou IV dependendo da crise do paciente. · Budesonida é o mais utilizado no Brasil; Menores de 5 anos Utilizamos mais os corticoides inalatórios de baixa dose; Uso off-label: fora da receita; Medicações “a mais” · A partir de 6 anos: tiotrópio, omalizumabe e mepolizumabe (corticóide oral contínua como última opção) · SUS: tiotrópio e omali · Como escolher? · disponibilidade · custo · fenotipagem (eosinófilo sanguíneo) No SUS... Fora do SUS Várias opções, inclusive corticoides associados a beta2 longa de uso 1 vez ao dia ou com antimuscarínico junto (terapia tríplice) Pequeno dicionário Por consenso... Menores de 6 anos devem usar a medicação com espaçador Evidências de que mesmo adultos se beneficiam ao usar a medicação com espaçador (maior deposição pulmonar, menor mecanismo de primeira passagem, menos efeitos colaterais) Entre pó e spray: pó tem melhor deposição, mesmo comparando com o espaçador Como avaliar o controle? O que fazer com o controle? Cuidados extras · Vacinas: influenza, pneumocócica 13 valente e 23 valente após 6 meses da 13 · SABA por mais de 2 dias: considerar reajustar a dose preventiva naqueles com CI isolado, dobrar a dose; se já estiver em dose alta de CI, associar LABA; naqueles com CI + LABA usar em dose fixa a dose mais alta da combinação Covid e asma · Em adultos com asma controlada não grave, risco menor de complicações · Em adultos com asma grave, mesmo controlada, risco maior de complicações · Em crianças, primeiro fator de risco de gravidade é a obesidade; segundo, asma, qualquer gravidade, controlada ou não DIAGNÓSTICO · Aspiração de corpo estranho · Fibrose cística · Erro inato da imunidade · Mal formação Comorbidades sempre pensar · E pensar de novo se as coisas não forem bem · Rinite · Dermatite atópica · Refluxo gastroesofágico · Apneia do sono / ronco · Obesidade · Depressão O que fazer diante de um paciente asmático que não melhora? · É asma mesmo? · É só asma? · Está usando a medicação corretamente? · Dose · Intervalos Técnica E na crise, como tratar? · Manter as medicações de base · Associar beta2 de curta, 4 jatos, 3 vezes ao dia, por 5 dias · Se não estiver em uso de corticoide inalatório, associar corticoide inalatório no período de tratamento · Corticoide sistêmico deve ser reservado para casos GRAVES TRATAMENTO 6-11 ANOS 1. Educação + controle ambiental + B2 de curta duração se necessário 2. Adicionais medicação de controle à etapa 1 Corticoide inalatório em baixa dose ou antagonista de leucotrieno ou corticoide inalatório + B2 de curta duração se necessário RINITE Inflamação e/ou disfunção da mucosa de revestimento nasal, caracterizada por alguns dos sintomas nasais: - obstrução nasal - rinorreia anterior e/ou posterior - espirros (muitas vezes em salvas) - prurido nasal e/ou ocular - hiposmia Prevalência · 38% das crianças brasileiras · 80% das crianças com asma também têm rinite · 10 a 40% das crianças com rinite também tem asmaDiagnóstico · História · Evidência de atopia (história ou exames) · Atentar para diagnóstico de outras rinites: · - medicamentosa · - rebote (uso de vasoconstritores) · - gravidez Classificação · Menos de 4 dias por menos de 4 semanas: intermitente · Mais de 4 dias ou mais de 4 semanas: persistente · Impacto no dia a dia, sono lazer · Não – Leve · Sim – Moderada/Grave Tratamento · Lavagem nasal · Higiene ambiental · Anti histamínico oral nas crises · Na persistente: > 2 anos, preferência por corticoide nasal, antileucotrienos como opção, associação ou menores de 2 anos
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