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Hysla Carneiro -P9 Manejo comportamental de pacientes com necessidades especiais -A utilização de técnicas de manejo do comportamento durante o atendimento odontológico de pessoas com deficiência, contribui não só para a comunicação com o paciente, mas também para o controle da ansiedade, do medo e até da dor. -Tais técnicas podem ser classificadas em farmacológicas e não-farmacológicas -Dentre as técnicas farmacológicas tem-se a sedação oral, sedação com óxido nitroso e anestesia geral. -As técnicas não-farmacológicas são divididas em psicológicas e de estabilização -Antes de aplicar qualquer uma dessas técnicas, é importante salientar que os responsáveis precisam ser esclarecidos, estar de acordo com a utilização e principalmente, dar consentimento por escrito. -Tal procedimento é necessário para o profissional ter respaldo do ponto de vista ético e legal -Além das técnicas, algumas medidas quanto à abordagem do paciente são universais, independente da deficiência: atenção às formas de expressão, gestos e reações, programação de consultas mais curtas, adoção de condutas lúdicas e início do atendimento pelos procedimentos com menor grau de dificuldade, progredindo gradualmente para os mais complexos. -A participação ativa dos responsáveis também é de suma importância durante o atendimento. -Abordagens mais específicas devem ser condizentes com a deficiência e estado de saúde. -Pacientes com problemas visuais devem ser apresentados tanto ao ambiente odontológico quanto aos instrumentais e materiais. -Para aqueles com deficiência auditiva que fazem uso de aparelho amplificador de som, recomenda-se que o volume deste seja diminuído ou o aparelho seja desligado quando do uso da turbina de alta rotação. -Pacientes com paralisia cerebral podem necessitar de cadeiras especiais ou macris (para crianças), entretanto um dispositivo de posicionamento disposto na região posterior do occipital e nos joelhos (rolos de espuma), para suporte dos membros inferiores é de suma importância para manter o paciente inclinado e assim, reduzir a dificuldade de deglutição. -Pacientes com deficiência intelectual leve ou moderada podem conseguir ser cooperativos e responder bem a técnicas não-farmacológicas de cunho psicológico -já aqueles com deficiência intelectual severa, podem necessitar de estabilização física ou até mesmo de técnicas farmacológicas -Para pacientes com autismo, que apresentam padrão estereotipado e repetitivo de comportamento, recomenda-se estudar individualmente a rotina do paciente para entender melhor o processo e buscar a abordagem mais adequada. -Os mesmos autores ressaltam ainda que a utilização da estabilização de maneira isolada não está indicada pois poderá traumatizar o paciente, dificultando futuros atendimentos. -Técnicas não-farmacológicas psicológicas: - Falar- mostrar- fazer -Esta técnica consiste em explicar antecipadamente um procedimento, demonstrar como um equipamento será utilizado, apresentar o equipamento ou instrumento ao paciente e só então executar o procedimento. -Tem por objetivo familiarizar o paciente com o consultório odontológico, deixando o paciente calmo e adaptado a reagir de maneira positiva aos procedimentos. -É importante que se utilize explicações individualizadas (de acordo com a deficiência) e linguagem apropriada ao nível de compreensão do paciente. -Durante a demonstração do procedimento para o paciente pode-se utilizar dos sentidos (tato, olfato e visão) para explicar que a situação pode parecer ameaçadora, mas é algo simples de ser realizado, o que deixará o paciente mais tranquilo e seguro -No caso de pessoas com deficiência visual, além das informações acerca dos procedimentos que estão sendo realizados, deve-se fazer com que eles possam situar- se no consultório, sentindo o ambiente; deixá-los tocar em todos os elementos do consultório. -Já para pessoas com deficiência de áudio- comunicação, além de sempre explicar o que vai ser feito ao paciente; caso use aparelho amplificador de som, este deve ser diminuindo ou desligado no caso de ser usado o aparelho de alta rotação; elevar a voz quando falar com eles e exprimir expressões faciais; falar de frente e diretamente, observando sua expressão facial. -modelagem: Hysla Carneiro -P9 -Consiste em visualizar previamente em um “modelo” o procedimento que será realizado no paciente. Esse modelo pode ser outro paciente, os responsáveis ou até um manequim ou boneco. -Objetiva reduzir a ansiedade do paciente que está tendo o primeiro contato com o dentista ou teve alguma experiência prévia desagradável. -É uma alternativa importante no condicionamento do comportamento de indivíduos com deficiência auditiva, uma vez que a técnica Falar-Mostrar-Fazer pode gerar dificuldade na comunicação do profissional com o paciente. -Para esses pacientes, sugere-se também que o profissional troque as máscaras tradicionais por viseiras transparentes, para facilitar a visualização durante a comunicação -Distração: -Consiste em desviar a atenção do paciente para outra atividade enquanto o profissional realiza o procedimento. -Tal atividade pode ser: conversar com o paciente, cantar músicas, contar estórias, projetar vídeos numa televisão ou aparelho celular, de modo a mantê-lo entretido e relaxado -Uma das vantagens dessa técnica é aumentar o limiar de espera (tempo de cadeira) do paciente. -Reforço positivo: -Consiste em reforçar comportamentos positivos do paciente por meio de lembrancinhas, elogios, gestos positivos ou expressão facial que denotem satisfação do profissional com o comportamento do paciente. -Visa obter ou dar continuidade a um comportamento adequado, ajudando a firmar uma boa relação com o paciente -Controle de voz: -Trata-se de uma técnica na qual o volume, tom e/ou ritmo da voz são adaptados conforme a necessidade, de modo a influenciarem ou direcionarem o comportamento do paciente. -Objetiva conseguir a atenção e colaboração do paciente e evitar o comportamento negativo ou recusa. Pode ser usada em quase todos os pacientes, exceto os que possuem problemas auditivos. -Técnicas não-farmacológicas de estabilização: -Entende-se por estabilização qualquer método utilizado com o objetivo de limitar os movimentos do paciente, possibilitando condições favoráveis para a execução do atendimento com eficiência e tranquilidade, tanto para o profissional, quanto para o paciente, além de proteger o profissional e a equipe de qualquer trauma ou injúria. - Ela pode ser feita com auxílio de acessórios para imobilizar o paciente (estabilização passiva) ou pelo responsável e/ou auxiliares (estabilização ativa) -Estabilização passiva com auxílio de abridores de boca -Os abridores de boca permitem que o paciente permaneça com a boca aberta para realização do procedimento. -Tem-se disponível no mercado diferentes tipos de abridor de boca, entretanto os mais utilizados são o de silicone e o abridor de Molt. Caso o profissional não possua nenhum dos dois, pode-se confeccionar um com espátulas de madeira e gaze. -O abridor deve ser posicionado entre as arcadas superior e inferior, do lado oposto ao da realização do procedimento. Lembrando que, no caso do abridor de boca de silicone, é recomendado segurá-lo durante o uso e para maior segurança, amarrá-lo com uma gaze ou fio dental, para evitar deglutição do mesmo -Estabilização passiva com auxílio de acessórios: -Para limitar os movimentos do corpo do paciente, de modo a prevenir uma injúria ao próprio paciente, ao profissional e a equipe, a clínica de Pacientes com Necessidades Especiais dispõe de um dispositivo denominado “Zinkpinho”. -Tal dispositivo possibilita imobilizar os membros superiores e inferiores, além de limitar osmovimentos do pescoço. -É particularmente indicado para pacientes que realizam movimentos involuntários -Estabilização ativa: -A imobilização deve ser o último recurso a ser utilizado e consiste em limitar os movimentos do paciente a fim de obter segurança e estabilidade para a realização do procedimento. -Na nossa clínica escola recomendamos que a estabilização seja feita com o auxílio do responsável pelo paciente, o qual deve ser devidamente esclarecido a respeito da necessidade da utilização da técnica. -Ainda assim, a mesma só deverá ser aplicada após concordância verbal e assinatura do termo de consentimento
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