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MECÂNICA APLICADA CURSO Técnico em Mecânica 1ª Edição Janeiro - 2013 Professor: Evanilton J. A. Barbosa Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 2 SUMÁRIO 1-Grandezas físicas .............................................................................................................03 Sistema Internacional de Unidades (SI) ...........................................................03 Notação Científica e Potências de 10 ..............................................................04 Exercícios de Fixação ......................................................................................06 2-Vetores .........................................................................................................07 Composição de Vetores ...................................................................................08 Determinação Analítica da Direção da Resultante .........................................12 Decomposição de Vetores em Componentes Ortogonais ...............................13 Exercícios de Fixação ......................................................................................14 3-Momento de Uma Força .............................................................................16 Momento de um Sistema de Forças Coplanares .............................................16 Momento de um Binário ...................................................................................18 Exercícios de Fixação ......................................................................................18 4-Vínculos Estruturais ...................................................................................22 Tipos de Estruturas ..........................................................................................24 Classificação das Vigas ....................................................................................25 5-Equilíbrio de Forças e Momentos ..............................................................26 Princípios da Estática .......................................................................................26 Equilíbrio de uma Carga Pontual ......................................................................31 Equilíbrio de um Corpo Rígido ..........................................................................37 Exercícios de Fixação .......................................................................................46 6-Força Cortante e Momento Fletor ..............................................................48 Exercícios de Fixação ......................................................................................50 7-Centro de Gravidade ...................................................................................66 8-Momento de Inércia .....................................................................................67 9-Exercícios de CG e MI .................................................................................70 10-Trabalho ......................................................................................................72 11-Rendimento ................................................................................................79 12-Potência ......................................................................................................81 13-Referências Bibliográficas.........................................................................90 Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 3 1 - GRANDEZAS FÍSICAS Apesar de existirem muitas grandezas físicas, são estabelecidos padrões e definidas unidades para que se tenha um número mínimo de grandezas denominadas grandezas fundamentais. Utilizando as grandezas fundamentais definem-se unidades para todas as demais grandezas, as chamadas grandezas derivadas. A partir de uma das grandezas fundamentais, o comprimento, por exemplo, cuja unidade é o metro (m), pode-se definir as unidades derivadas, como área (m2) e volume (m3). Utilizando o metro e a grandeza fundamental de tempo são definidas as unidades de velocidade (m/s) e aceleração (m/s2). 1.1 - Sistema Internacional de Unidades (SI) Até o final do século XVIII era muito grande a quantidade de padrões existentes. Cada região escolhia arbitrariamente as suas unidades. Por motivos históricos, os países de língua inglesa utilizam até hoje os seus padrões regionais. O elevado aumento nos intercâmbios econômicos e culturais levou ao surgimento do Sistema Internacional de Unidades ou SI, cujas unidades fundamentais são mostradas no quadro abaixo. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 4 Em 1971, a 14ª Conferência Geral de Pesos e Medidas escolheu sete grandezas como fundamentais, formando assim a base do SI. Além das grandezas, definiram-se também os símbolos, unidades derivadas e prefixos. O quadro abaixo mostra algumas unidades derivadas. 1.2 - Notação Científica e Potências de 10 A notação científica é uma forma de representar números, em especial muito grandes, como por exemplo, a distância da Terra à Lua que vale 384.000.000 m ou muito pequena, como por exemplo, o diâmetro de um átomo de hidrogênio: 0,0000000001 m. É baseada no uso de potências de 10. Notação Científica Padronizada A definição básica de notação científica permite uma infinidade de representações para cada valor. Mas a notação científica padronizada inclui uma restrição: a mantissa deve ser maior ou igual a 1 e menor que 10. Desse modo cada número é representado de uma única maneira. REGRA PRÁTICA: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 5 Números maiores que 1: desloca-se a vírgula para a esquerda, até atingir o primeiro algarismo do número. O número de casas deslocadas para a esquerda corresponde ao expoente positivo da potência de10. Números menores do que 1: desloca-se a vírgula para a direita, até o primeiro algarismo diferente de zero. O número de casas deslocadas para a direita corresponde ao expoente negativo da potência de10. Algumas potências de 10 recebem nomes especiais e se tornam na verdade prefixos que acompanham algumas unidades do Sistema Internacional. A seguir são mostrados os prefixos, símbolos e potências de dez que acompanham certas unidades. OPERAÇÕES: ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO Para somar dois números em notação científica, é necessário que o expoente seja o mesmo. Ou seja, um dos valores deve ser transformado para que seu expoente seja igual ao do outro. A transformação segue o mesmo princípio de equilíbrio. O resultado possivelmente não estará na forma padronizada, sendo convertido posteriormente. Exemplos: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 6 MULTIPLICAÇÃO Multiplicam-se as mantissas e somam-se os expoentes de cada valor. O resultado possivelmente não será padronizado, mas pode ser convertido: Exemplos: DIVISÃO Dividem-se as mantissas e subtraem-se os expoentes de cada valor. O resultado possivelmente não será padronizado, mas pode ser convertido: Exemplos: EXPONENCIAÇÃO A mantissa é elevada ao expoente externo e o expoente da base dez é multiplicado pelo expoente externo. 1.3 - Exercícios de Fixação: 01 - Escreva os seguintes númerosem notação científica: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 7 2 – Efetue as operações com potências de 10 e expresse os resultados em notação científica. 2 - VETORES Objetivo: Identificar as grandezas vetoriais e determinar a resultante das forças atuantes em um corpo por meio da utilização das relações trigonométricas, regra do paralelogramo e pela lei dos Senos. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 8 Grandezas como deslocamento, força e aceleração para serem definidas necessitam de um módulo, uma direção e um sentido por isso são chamadas de grandezas vetoriais e podem ser representadas por vetores que se definem como um segmento de reta orientado por uma seta conforme mostra a figura abaixo: 2.1 - Composição de Vetores Ao analisarmos uma estrutura mecânica, constantemente verificamos que tal estrutura ou simplesmente algum membro da mesma estrutura estará sujeito a esforços derivados de uma ou mais forças atuantes. Para completarmos tal análise e até mesmo tirarmos uma conclusão qualquer, devemos nos valer de um esforço resultante que poderá ser representado por um vetor resultante. A composição de vetores nos possibilita a obtenção do vetor resultante através de métodos gráficos ou analíticos. A seguir analisaremos várias situações onde um ou mais vetores atuantes em um mesmo corpo podem ser substituídos por um único vetor resultante e calcularemos o valor desse vetor. Exemplo 1: Para mover o corpo “A” sobre o plano “B” utilizam se F1, F2 e F3 como mostra a figura abaixo Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 9 O problema acima pode ser resolvido com o mesmo efeito se substituirmos os vetores F1, F2 e F3 por um vetor resultante cujas características são: Sentido – Os três vetores têm o mesmo sentido; horizontal para a direita, logo o vetor resultante será também horizontal para a direita. Direção = a direção de F1, F2 e F3 ( horizontal ). Módulo = F1 + F2 + F3 A figura acima representa a solução do exemplo 1 com a utilização do vetor resultante, que pode ser obtido pelos métodos: Gráfico – utilizando se uma escala mede se os vetores F1, F2, F3 e em seguida traça-se um vetor contendo a medida dos três vetores somados. Analítico – Simplesmente faz-se a soma algébrica dos vetores F1, F2 e F3. Exemplo 2: Estando o corpo “A” sob a ação dos vetores F1, F2 e F3 como mostra a figura abaixo, o que acontecerá? Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 10 Nesse exemplo os vetores F2 e F3 têm mesmo sentido e mesma direção porém o vetor F1 tem sentido contrário ao dos demais. Logo o vetor resultante terá: Sentido – horizontal para a direita se o somatório de F2 e F3 for maior em módulo que F1. Direção – horizontal. Módulo = F1 – ( F2 + F3 ) A figura acima representa a solução do exemplo 2 com a utilização do vetor resultante, que pode ser obtido pelos métodos: Gráfico – utilizando se uma escala mede se os vetores F1, F2, F3 e em seguida traça-se um vetor contendo a medida de F2 mais F3 menos F1. Analítico – faz-se F1 – ( F2 + F3 ) = FR Exemplo 3: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 11 O corpo está sob a ação de vetores que formam com a horizontal ângulos diferentes de 0 e 180 graus. Na figura acima o corpo está sendo puxado por duas forças F1 e F2 que formam entre si um ângulo qualquer. Qual é o valor e a direção da resultante FR? Da mesma forma que nos exemplos anteriores podemos resolver o problema gráfica e analiticamente. Gráfico – Traçamos uma paralela a F1 ( x ), em seguida traçamos outra paralela a F2 ( y ), do ponto de origem dos vetores ( O ) traçamos até o ponto A o vetor resultante FR. Analítico – Faz-se o prolongamento de F2 e perpendicularmente a esse prolongamento traça-se uma reta que passa pelo ponto A. Pelo triângulo ODA temos: I ) FR 2 = (F2 + x) 2 + y 2 => FR 2 = F2 2 + 2F2 x + x 2 + y2 Onde: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 12 Pelo triângulo CDA temos: F1 2 = x2 + y2 portanto: II ) y2 = F1 2 – x2 Do mesmo triângulo CDA conclui-se que: III ) x = F1 cos Substituindo a equação II na equação I temos: IV ) FR 2 = F2 2 + 2F2x + x 2 + F1 2 – x2 => FR 2 = F2 2 + 2F2 x + F12 Substituindo a equação III na equação IV temos: FR 2 = F1 2 + F2 2 + 2 F1 F2 cos Logo: 2.2 - Determinação Analítica Da Direção Da Resultante: Pelo triângulo OAD temos: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 13 No triângulo ACD temos: Portanto podemos escrever que: 2.3 - Decomposição De Vetores Em Componentes Ortogonais Quando temos um vetor oblíquo, podemos decompô-lo em componentes vertical e horizontal afim de tornar mais fáceis os cálculos. Na figura abaixo temos a decomposição do vetor “F” através do método das projeções ortogonais. Conhecidos Fx e Fy, podemos determinar os valores de e . Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 14 2.4 - Exercícios De Fixação: 1 - Determinar gráfica e analiticamente a resultante dos sistemas de forças representados pelos vetores abaixo. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 15 2 – Determinar as componentes vertical e horizontal de uma carga F que forma com a horizontal um ângulo de 40º. 3 – As componentes de uma carga F são respectivamente: Fx = 115N Fy = 75N Determinar: a) a carga F; b) o ângulo que F forma com a horizontal; c) o ângulo que F forma com a vertical. 4 – As cargas F1 = 200N horizontal, e F2 = 600N formam entre si um ângulo de 60º. Determinar a resultante F e o ângulo que a mesma forma com a horizontal. 5 – Para os sistemas abaixo, determine o módulo, direção e sentido da resultante das forças. 6 – Duas forças ortogonais de módulos 6 e 8 kgf, constituem um sistema. Determinar a intensidade e a direção da resultante. 7 – Duas forças formam entre si um ângulo de 60º e tem módulos iguais a 15 e 18 kgf. Determinar a intensidade e a direção da resultante. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 16 8 – Uma força de 25 kgf deve ser decomposta em duas componentes ortogonais de modo que uma delas tenha a intensidade de 24 kgf. Calcular o módulo da outra componente e a direção da resultante. 9 – Uma força de módulo igual a 30 2 kgf foi decomposta em duas componentes ortogonais de mesma intensidade. Calcular a intensidade de cada uma delas e a direçãoda resultante. 10 – Uma força de módulo igual a 28 5 foi decomposta em duas componentes ortogonais. Sabendo-se que uma é o dobro da outra, determinar o módulo de cada uma delas e a direção da resultante. 3 - MOMENTO DE UMA FORÇA: Define-se Momento como a tendência de uma força F fazer girar um corpo rígido em torno de um eixo fixo. O Momento depende do módulo de F e da distância de F em relação ao eixo fixo. Considere-se uma força F que atua em um corpo rígido fixo no ponto 0, como indicado na figura. A força F é representada por um vetor que define seu módulo, direção e entido. O vetor d é a distância perpendicular de 0 à linha de ação de F. Define-se o momento escalar do vetor F em relação a 0, como sendo: M = F × d Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 17 onde: M0= momento escalar do vetor F em relação ao ponto 0; 0 = pólo ou centro de momento; d= distância perpendicular de 0 à linha de ação de F, também chamada de braço de alavanca. O momento M0 é sempre perpendicular ao plano que contém o ponto 0. O sentido de M0 é definido pelo sentido de rotação imposto pelo vetor F. Convenciona-se momento negativo se a força F tender a girar o corpo no sentido anti-horário e, positivo se tender a girar o corpo no sentido horário. No SI, onde a força é expressa em newtons (N) e a distância em metros (m). Portanto, o momento é expresso em newtons × metros (N × m). 3.1 - Momento De Um Sistema De Forças Coplanares Chama-se Momento de um sistema de forças coplanares S={(F1,A1),....,(Fn,An)} em relação ao ponto 0, à soma algébrica dos Momentos de cada força em relação ao mesmo ponto 0. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 18 3.2 - Momento De Um Binário Duas forças F e –F que tenham o mesmo módulo, linhas de ação paralelas e sentidos opostos formam um binário. A soma das componentes das duas forças em qualquer direção é zero. Entretanto, a soma dos momentos das duas forças em relação a um dado ponto não é zero. Apesar de as duas forças não transladarem o corpo no qual atuam, tendem a fazê-lo girar. 3.3 - Exercícios de Fixação: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 19 Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 20 5. O momento provocado na alavanca da morsa durante a fixação da peça conforme indicado na figura abaixo é de: (A) 24 N.m (B) 340 kg (C) 240000 MPa (D) 240000 N.mm Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 21 Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 22 4 - VÍNCULOS ESTRUTURAIS APOIOS: Para o estudo do equilíbrio dos corpos rígidos não bastam conhecer somente as forças externas que agem sobre ele, mas também é necessário conhecer como este corpo rígido está apoiado. Apoios ou vínculos são elementos que restringem os movimentos das estruturas e recebem a seguinte classificação: • Impede movimento na direção normal (perpendicular) ao plano do apoio; • Permite movimento na direção paralela ao plano do apoio; • Permite rotação. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 23 • Impede movimento na direção normal ao plano do apoio; • Impede movimento na direção paralela ao plano do apoio; • Permite rotação. • Impede movimento na direção normal ao plano do apoio; • Impede movimento na direção paralela ao plano do apoio; • Impede rotação. Outro: Articulação Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 24 4.1 - Tipos de Estruturas As estruturas são classificadas em função do número de reações de apoio ou vínculos que possuem. Cada reação constitui uma incógnita a ser determinada. ΣFx = 0 ΣFy = 0 ΣM = 0 Estruturas hipoestáticas: São aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é inferior ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio da Estática. Estruturas isostáticas: Estruturas isostáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é igual ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio da Estática. Estruturas hiperestáticas: Estruturas hiperestáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é superior ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio da Estática. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 25 4.2 - Classificação Das Vigas Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 26 5 - EQUILÍBRIO DE FORÇAS E MOMENTOS Estática Ciência que estuda os corpos em equilíbrio, no estudo estático dos corpos devemos desconsiderar as deformações dos mesmos. Equilíbrio Um corpo estará em equilíbrio se e somente se estiver em repouso ou em movimento retilíneo uniforme (MRU). Equações fundamentais do equilíbrio. Fv = 0 ( somatório das forças verticais é igual a zero ) Fh = 0 ( somatório das forças horizontais é igual a zero ) M = 0 ( somatório dos momentos de força é igual a zero ) 5.1 - Princípios Da Estática: I – Equilíbrio de duas forças. Duas forças estarão em equilíbrio se forem colineares, de mesma intensidade e sentidos contrários. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 27 II – Princípio da ação e reação. A toda ação corresponde uma reação de módulo igual e sentido contrário. III – Princípio de forças concorrentes em um plano. Três ou mais forças não paralelas concorrentes em um plano estarão em equilíbrio, se e somente se, as suas linhas de ação passarem por um ponto comum e seus vetores formarem um polígono fechado. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 28 Exemplo: No problema acima temos um dos extremos da barra fixada na parede no ponto “A” e suspensa no extremo “B” por um cabo que também é preso na parede no ponto “C”. No extremo “B” da barra temos uma carga de 1000 kgf. Deseja-se saber o valor das forças atuantes no cabo BC e na barra AB. Solução: A primeira providência a tomar é identificar todas as forças que atuam no sistema. Se soltarmos o cabo BC no ponto C a barra AB tende a girar no sentido horário devido a ação da carga de 1000 kgf. Logo, pelo princípio da ação e reação, concluímos que existe uma força que se opõe à carga, e que esta força tem a mesma orientação da linha do cabo. Do mesmo modo, se fizermos um furo na parede no ponto A, a barra se moverá para a esquerda penetrando no furo devido a ação da força nocabo BC e da força de 1000kgf. Logo, pelo mesmo princípio da ação e reação, concluímos que existe uma força na parede contrária a esta ação. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 29 A figura abaixo ilustra de maneira clara todas as forças do sistema. Identificadas as cargas no sistema, podemos agora calcular os valores das mesmas e para isso dispomos de três métodos diferentes que passaremos a estudá-los a seguir: 1º - Método das projeções Consiste em decompor as forças atuantes no sistema, em componentes verticais e horizontais num sistema de eixos cartesianos X e Y. 2º - Método dos momentos: Momento de uma força => É o número que mede a maior ou menor facilidade de um corpo girar em torno de um referencial que pode ser um ponto, um plano ou um eixo. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 30 Na solução do problema acima pelo método dos momentos temos: 3º - Método do polígono fechado: Utilizando-se de uma escala, construímos um polígono com os vetores representativos das cargas do sistema. Neste exemplo o nosso polígono terá três lados, logo um triângulo como vemos na figura abaixo: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 31 5.2 - Equilíbrio de uma carga Pontual. A construção representada na figura está em equilíbrio. Calcular as forças normais atuantes nos cabos. Solução: Os cabos estão todos tracionados, portanto os nós A, B, C, D estão sendo “puxados’”. Baseados no exposto, podemos colocar os vetores representativos das forças nos cabos. Para determinarmos a intensidade das forças, iniciamos os cálculos pelo nó que seja o mais conveniente, ou Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 32 seja, que possua a solução mais rápida, nó com o menor número de incógnitas, para o nosso caso nó D. Determinada a força na barra 3, partimos para determinar F1 e F2, que serão calculados através do nó C. Exemplo 2 A construção representada na figura está em equilíbrio. Calcular as forças normais atuantes nos cabos 1, 2, 3. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 33 Solução: Analogamente ao exemplo 1, partimos do nó D para determinar F3. O nó C é o mais conveniente. Porém, neste exemplo, temos a oportunidade de apresentar mais um artifício, que poderá ser utilizado sempre que for necessário. Este artifício (mudança de plano) torna-se conviniente, sempre que duas ou mais forças estiverem colineares ou defasadas 90º. Os cabos 1, 2, 3 estão tracionados, portanto teremos o nó C com o sistema de forças a seguir. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 34 Exemplo 3 Uma carga de 2000 kgf está suspensa conforme mostra 1, 2 e 3 a figura ao lado. Determinar as forças normais atuantes nas barras. Solução: Iniciamos os cálculos pelo nó D. A carga de 2000 kgf traciona a barra 3, portanto teremos o sistema de forças abaixo. A barra 3, tracionada, tende a “puxar" o nó A para baixo, sendo impedida pela barra 2 que o “puxa" para cima, auxiliada pela barra 1 que o “empurra" para cima para que haja equilíbrio. Temos, portanto a barra 1 tracionada e a barra 2 comprimida, resultando no sistema de forças atuante no nó A representado na figura. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 35 Exemplo 4 A construção dada está em equilibrio. A carga P aplicada em D é de 2,0 tf. Determinar as forças normais atuantes nos cabos, utilizando o método do polígono de forças. Neste caso, como temos apenas 3 forças a serem determinadas, o nosso polígono será um triângulo de forças. Sabemos que F3 = P, como estudamos em exemplos anteriores. Para traçarmos o triângulo de forças, vamos utilizar o nó C, procedendo da seguinte forma: 1. Traçamos o vetor força F3 = P, que sabemos ser vertical. 2. A F2 forma com F3 um ângulo de 37º, sabemos ainda que, o vetor F2 tem o seu início no final do vetor F3, portanto, com uma inclinação de 37º em relação ao final do vetor F3, traçamos o vetor F2. 3. O vetor F1 forma 90º com o vetor F3, sabemos que o início de F3 é o final de F1, teremos, portanto, o triângulo de forças abaixo. Pela lei dos senos temos: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 36 Exemplo 5 A estrutura representada na figura está em equilíbrio. A carga P aplicada em D é de 3,0 tf. Determinar as forças normais atuantes nas barras 1, 2 e 3 utilizando o método do polígono de forças. Solução: Observando a figura a seguir, concluímos que as barras 1 e 3 estão tracionadas, e a barra 2 está comprimida. Teremos, portanto o esquema de forças a seguir. Novamente para este caso, teremos um triângulo de forças. Sabemos que F3 = 3,0 tf, como já foi estudado. Através de C, traçaremos o triângulo de forças. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 37 1. Traçamos o vetor a força F3 = 3,0 tf, que sabemos ser vertical, e para baixo. 2. A força de F2 forma com a força F3 um ângulo de 37º, sabemos ainda que o vetor F2 tem o seu início no final do vetor F3, portanto, com uma inclinação de 37º em relação ao final do vetor F3, traçamos o vetor F2 . 3. O vetor F1 forma 90º com o vetor F2, pela extremidade final de F2, com uma inclinação de 90º em relação a este, traçamos o vetor F3, teremos desta forma o triângulo de forças. 5.3 - Equilíbrio de um Corpo Rígido: Exemplo 01 Calcular a reação de apoio R e a força F para levantar a carga Q com auxílio da alavanca na figura abaixo. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 38 Exemplo 02 Calcular a força F necessária para equilibrar a alavanca da figura abaixo. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 39 Exemplo 03 Calcular a reação de apoio e a força F para equilibrar a alavanca da figura abaixo. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 40 Exemplo 04 O suporte vertical ABC desliza livremente sobre o eixo AB, porém é mantido na posição da figura através de um colar preso no eixo. Desprezando o atrito, determinar as reações em A e B, quando estiver sendo aplicada no ponto C do suporte, uma carga de 5kN. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 41 Exemplo 05 A figura a seguir, representa uma junta rebitada,composta por rebites de diâmetros iguais. Determinar as forças atuantes nos rebites. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 42 Como os diâmetros dos rebites são iguais, na vertical as cargas serão iguais: O rebite B, por estar na posição intermediária, não possui reação na horizontal. O rebite A está sendo "puxado" para a direta, portanto possuirá uma reação horizontal para a esquerda. O rebite C, ao contrário de A, esta sendo "empurrado" para a esquerda, portanto possuirá reação horizontal para a direita. Exemplo 06: Determinar as reações de apoio. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 43 Exemplo 07 Calcular as reações de apoio R1 e R2 dos mancais do eixo da figura a seguir. 1ª condição: Mi = 0 Convém calcular os momentos em relação ao ponto onde houve maior número de forças incógnitas. Neste exemplo são os pontos 1 e 2. Escolhendo o ponto 1 e o sentido anti-horário como positivo, resulta: -100 . 20 – 150 . 30 – 200 . 50 + R2 . 60 = 0 Esta equação fornece o valor de R2. N 275 60 50 . 200 30 . 150 20 . 100 R2 2ª condição: Vi = 0 Convencionando como forças positivas as forças voltadas para cima, resulta: R1 – 100 – 150 – 200 + 275 = 0 Esta equação fornece o valor de R1. R1 = 100 + 150 + 200 – 275 = 175 N + Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 44 3ª condição: Hi = 0 Esta condição não se aplica neste problema devido a inexistência de forças horizontais. Exemplo 08 Determinar as reações nos apoios, nas vigas solicitadas pela ação das cargas localizadas conforme figura abaixo. + Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 45 Exemplo 09 Determinar as reações nos apoios, nas vigas solicitadas pela ação das cargas distribuídas, conforme as figuras dadas. A resultante da carga distribuída de intensidade q e comprimento l será ql, e atuará no ponto l/2 em relação a A ou B, como já foi estudado anteriormente. Teremos, então: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 46 5.4 - Exercícios De Fixação 1) Calcular as reações e as forças conforme solicitado em cada uma das figuras. 02) Calcular as reações e as forças nos cabos conforme solicitado em cada uma das figuras. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 47 3) O sistema mostrado na figura está em equilíbrio. Os pesos das roldanas e da alavanca, bem como as forças de atrito, são desprezíveis. Determine: a) O valor do peso P? b) A reação do apoio no ponto O sobre a alavanca. 4) Determine as reações nos apoios. (Colocar as unidades de medidas). 5) A figura abaixo mostra um veículo de manutenção de vias urbanas com estrutura constituída por um braço ABC rotulado em A com uma caçamba em sua extremidade. Este braço é acionado por um atuador linear cuja seleção é realizada levando em conta a carga a ser suportada. Considere que a carga total referente a um operário e à caçamba seja de 2,0 kN e despreze o peso da estrutura. Na posição indicada na figura, determine a força atuante no pino A em kN. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 48 6 - FORÇA CORTANTE Q E MOMENTO FLETOR M Convenção de Sinais – Força Cortante: A força cortante será positiva, quando provocar na peça momento fletor positivo. Vigas Horizontais Convenciona-se a cortante como positiva, aquela que atua à esquerda da secção transversal estudada de baixo para cima. Vigas Verticais Convenciona-se cortante positiva aquela que atua a esquerda da secção estudada, com o sentido dirigido da esquerda para direita. Convenção de Sinais – Momento Fletor M Positivo: O momento fletor é considerado positivo, quando as cargas cortantes atuantes na peça tracionam as suas fibras inferiores. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 49 Negativo: O momento fletor é considerado negativo quando as forças cortantes atuantes na peça comprimirem as suas fibras inferiores. O momento fletor é definido através da integral da cortante que atua na secção transversal estudada. Portanto, tem-se que: Para facilitar a orientação, convenciona-se o momento horário à esquerda da secção transversal estudada, como positivo. Força Cortante Q Obtém-se a força cortante atuante em uma determinada secção transversal da peça, através da resultante das forças cortantes atuantes a esquerda da secção transversal estudada. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 50 Exemplos: Momento Fletor M O momento fletor atuante em uma determinada secção transversal da peça, obtém-se através da resultante dos momentos atuantes a esquerda da secção estudada. 6.1 - Exercícios De Fixação: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 51 Ex. 1 - Determinar as expressões de força cortante ( Q ) e Momento fletor ( M ), e construir os respectivos diagramas na viga em balanço solicitada pela carga concentrada P atuante na extremidade livre, conforme mostra a figura. Solução: a) Através da variável x, estudam-se todas as secções transversais da viga, da extremidade livre ao engastamento. O momento fletor máximo ocorrerá no engastamento, ou seja, para o maior valor de x. b) Expressões de Q e M c) Construção dos diagramas Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 52 A equação da Q é uma constante negativa, portanto, o diagrama será um segmento de reta paralela à linha zero da Q. A distância entre a linha zero da Q e a Iinha limite inferior do diagrama representa a intensidade da carga P. A equação do M é do 1º grau com a < 0; portanto, a sua representação será uma reta decrescente que parte da linha zero do M até o valor que representa Mmáx. Ex. 2 - Determinar as expressões de Q e M e construir os respectivos diagramas na viga biapoiada, solicitada pela ação da carga concentrada P, conforme mostra a figura. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 53 Solução: a) Determinam-se as reações nos apoios através da Σ M = 0 em relação a dois pontos da viga. Os pontos considerados ideais para o caso são A e B. c) Construção dos diagramas C1 - Diagrama da Cortante ( Q ): Com origem na linha zero da Q, traça-se o segmento de reta vertical que representa RA. No trecho 0 < x < a a Q = RA portanto uma constante, representada pelo segmento de retaparalelo, à linha zero. No ponto de aplicação da carga P, traça-se o segmento de reta vertical que corresponde a intensidade da carga P. Como P = RA + RB, conclui-se que o valor da Q que ultrapassa a linha zero é -RB que corresponde a Q que atua no trecho a < x < a + b; portanto, novamente tem-se uma paralela à linha zero. Ao atingir o apoio B, a Q = -RB, como a reação é positiva, traça-se o segmento de reta que sobe e zera o gráfico. Portanto, o gráfico sai da Iinha zero e retorna à linha zero. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 54 C2 - Diagrama do Momento ( M ): Com origem na linha zero do M, traça-se o segmento de reta que une o momento zero em x = 0 até o M = RA . a em x = a. Observe que a equação do Momento no trecho é do 1º grau portanto, tem como gráfico um segmento de reta. Analogamente ao trecho a < xa + b utiliza-se um outro segmento de reta unindo os pontos. Ex. 3 - Determinar as expressões de Q e M e construir os respectivos diagramas na viga biapoiada solicitada pela ação da carga distribuída de intensidade q conforme mostra a figura. Solução: a) A primeira providência, para solucionar este exercício, é determinar as reações de apoio. Através do equilíbrio dos momentos em relação aos pontos A a B, conclui-se que: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 55 Observa-se que a Q passa de positiva a negativa. No ponto em que a Q = 0, o M será máximo, pois a equação da Q corresponde a primeira derivada da equação do momento, que igualada a zero, fornece o ponto máximo da curva do momento. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 56 c) Construção dos diagramas: c.1) Diagrama da Q A partir da linha zero da Q traça-se o segmento de reta vertical correspondente à intensidade de RA. A equação da Q no trecho é do 1º grau com a < 0, portanto, o gráfico corresponde a uma reta decrescente com origem no apoio A até o apoio B. Em B, a cortante corresponde a -RB, como a reação é positiva (para cima), esta sobe e zero o diagrama. c.2) Diagrama de M A equação do momento corresponde a uma equação do 2º grau com a < 0; portanto, uma parábola de concavidade para baixo. A parábola parte do apoio A com M = 0, atinge o máximo em l/2 e retorna a zero no apoio B. Ex. 4 - Determinar as expressões de Q e M e construir os respectivos diagramas na viga em balanço solicitada pela cargo distribuída representada na figura. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 57 Solução: a) Expressões de Q e M b) Construção dos diagramas: b.1) Diagrama da Q A equação da Q na longitude da viga corresponde a uma equação do 1º grau com a < 0; portanto, uma reta decrescente que parte da linha zero na extremidade livre até –ql e no engastamento. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 58 b.2) Diagrama do M A equação do momento corresponde a uma equação do 2º grau, portanto, a sua representação será parte de uma parábola, que sai de zero, na extremidade livre, e vai até –ql /2 no engastamento. Ex. 5 - Determinar as expressões de Q e M e construir os respectivos diagramas na viga biapoiada solicitada pelas cargas concentradas representadas na figura. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 59 Ex. 6 - Determinar as expressões de Q e M e construir os respectivos diagramas na viga engastada solicitada pelas cargas concentradas, representadas na figura. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 60 Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 61 O contramomento M’ possui mesma intensidade e sentido contrário a M máx. portanto M' = 42kNm. Ex. 7 - Determinar as expressões de Q e M e construir os respectivos diagramas na viga biapoiada carregada conforme a figura. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 62 No último intervalo, com o objetivo de simplificar a resolução, utilizaremos uma variável (x) da direita para esquerda. Ao utilizar este artifício, inverte-se a convenção de sinais. Obs.: Os dois momentos são máximos, porém possuem como diferença o sinal. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 63 Ex. 8 Determinar as expressões de Q e M e construir os respectivos diagramas na viga biapoiada carregada conforme a figura dada. Solução: a) Reações nos apoios A e B Como os apoios são simétricos, e a concentrada da carga é de 250 kN, conclui-se que: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 64 Observação: Como a viga e o carregamento são simétricos em relação aos apoios, conclui- se que a análise até a metade da viga já é o suficiente para estudá-la toda, pois a outra metade determina-se por simetria. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 65 c) Diagramas de Q e M: c.1) Diagrama de Q No techo 0 < x < 1, a equação é do 1º grau com a < 0, portanto a sua representação é um segmento de reta decrescente que parte da linha zero e atinge – 50 kN no apoio A. A intensidade da RA está representada pelo segmento de reta vertical que parte de – 50 kN e atinge +75 kN. No intervalo 1 < x < 4, a equação volta a ser do 1º grau com a < 0, portanto temos novamente um segmento de reta decrescente que parte de + 75 kN no apoio A, corta a linha zero em x = 2,5m e atinge o apoio B com –75 kN. A reação RB está representada pelo segmento de reta vertical qua parte de –75 kN a atinge 50 kN. No intervalo 4 < x < 5, a equação continua sendo do 1º grau com a < 0, sendo representada novamente por um segmento de reta decrescente que parte do apoio B com + 50 kN e atinge a extremidade final da viga na linha zero. c.2) Diagrama de M No intervalo 0 < x < 1, a equação do M é do 2º grau com a < 0, portanto um segmento de parábola com a concavidade voltada para baixo, que parte da linha zero na extremidade livre e atinge o apoio A com a intensidade de - 25kNm. No intervalo 1 < x < 4, tem-se novamente uma equação do 2º grau com a < 0, portanto a sua representação será uma parábola com a concavidade voltada para baixo, que parte de -25kNm no apoio A, e atinge o Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 66 seu máximo em x = 2,5m com a intensidade de 31,25 kNm. O restante do diagrama determina-se por simetria. 7 - CENTRO DE GRAVIDADE É o ponto de atuação da força peso de um corpo. É o ponto pelo qual se suspendermos um corpo ele permanece emequilíbrio na horizontal. Aplicação => dimensionamento de polias, correias, engrenagens, parafusos, eixos, vigas etc. Determinação do Centro de Gravidade (C.G). Teorema de PAPPUS: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 67 Formulário: 8 - MOMENTO DE INÉRCIA É o número que mede o grau de facilidade que um corpo tem de entrar em movimento de rotação em torno de um referencial. O referencial pode ser: um ponto; um eixo; um plano. Tipos e aplicações: Momento de inércia polar ( Ip ): O referencial é um ponto. É utilizado no dimensionamento de órgãos de máquinas submetidos a esforço de torção. Momento de inércia axial ( I ): O referencial é um eixo. É utilizado no dimensionamento quanto a flexão, flambagem e torção composta. Momento de inércia planar ( Ipl ): O referencial é um plano. Não tem aplicação na engenharia. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 68 Onde: Ix => momento de inércia em relação ao eixo x. Ix’=> momento de inércia em relação ao eixo x’ sabendo-se que o mesmo é paralelo ao eixo x. A => Área da figura. d => distância entre eixos. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 69 Formulário: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 70 9 - Exercícios de CG e MI: 01) Calcular o centroide das figuras abaixo. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 71 02) Calcular o momento de Inércia das figuras abaixo: Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 72 10 - TRABALHO O trabalho T de uma força F é o produto da intensidade desta força pelo deslocamento S do seu ponto de aplicação e pelo co-seno do ângulo α formado entre a força e a direção do deslocamento. cos . s . F T O bloco da figura é puxado por uma força F que forma um ângulo α com a direção do deslocamento. Quando a força atua na própria direção do deslocamento, isto é, quando α = 0º, a fórmula se torna mais simples pois cos 0 = 1. s . F T Quando a direção da força é perpendicular ao deslocamento o ângulo α = 90º e cos 90º = 0, resultando: T = 0. Logo, força perpendicular ao deslocamento não realiza trabalho. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 73 Examinando a fórmula, nota-se que o trabalho não depende da velocidade ou do tempo em que a força é aplicada. A força é medida em N e o deslocamento em metros. O trabalho será expresso em ( J ). Equivalência: 1 J = 1 N. m O cálculo do trabalho pode ser feito também com auxílio de um gráfico, de eixos perpendiculares, chamado diagrama de trabalho. Assim, para representar o trabalho realizado por uma força F numa distância s marca-se a força no eixo vertical e o deslocamento no eixo horizontal; o trabalho é igual à área do diagrama obtido. Exemplo: Traçar o diagrama de trabalho de uma força F = 80 N num percurso de 12 m. A área hachurada é o trabalho realizado por F. J 960 12 . 80 T Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 74 O diagrama de trabalho é muito útil quando se quer calcular o trabalho realizado por uma força variável. A figura obtida é irregular e o cálculo de sua área se faz de duas maneiras: Dividindo-se a figura em vários trapézios e calculando-se parceladamente a área de cada um; Contando-se o número de quadrinhos dentro da figura, caso o gráfico tenha sido feito em papel milimetrado. PROBLEMAS RESOLVIDOS Calcular o trabalho realizado pela força F = 50 N para puxar o bloco da figura a uma distância de 6 m. s . F T J 300 6 . 50 T Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 75 01 - O bloco da figura abaixo requer uma força F = 60 N para ser conduzido sobre o plano inclinado. Qual o trabalho desenvolvido pela força ao longo de 6 m? s . F T J 360 6 . 60 T 02 - Calcular o trabalho realizado pela força F = 70 N para deslocar o bloco da figura abaixo a uma distância de 10 m. A força forma um ângulo de 30º com a direção do deslocamento. 30º cos . s . F T J 606,2 0,866 . 10 . 70 T 03 - Qual o trabalho realizado pela força F para deslocar o bloco ao longo do plano inclinado até à posição indicada na figura? Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 76 m 43,3 30º cos . 50 s s . F T J 3464 43,3 . 80 T 04 - O martelo de um bate-estaca pesa 500 N. Calcular o trabalho necessário para levantá-lo à altura de 4 m. s . F T J 2000 4 . 500 T Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 77 05 - Uma cidade consome 500 mil litros de água por dia. Esta água é recalcada de uma represa a um reservatório, cujo desnível é de 15 m. Qual é o trabalho realizado pelo motor da bomba durante um dia? 500.000 L de água equivale neste desnível a uma força peso de 500.000 N s . F T J 7500000 15 . 500000 T 06 - Calcular o trabalho de um elevador para transportar 50 tijolos a uma altura de 20 m. Considerar que cada tijolo pesa mais ou menos 1,3 N. d . F T N 65 1,3 . 50 F J 1300 20 . 65 T Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 78 07 - Resolver o problema 6 supondo que os tijolos foram conduzidos um a um. d . F T F = 1,3 N T = 1,3 . 20 = 26 J para cada tijolo Trabalho Total = 26 . 50 tijolos = 1300 J 08 - Calcular o trabalho realizado por uma máquina cuja força obedece ao diagrama de trabalho da figura abaixo. T = área hachurada T = 40 . 10 = 400 J 09 - A força exercida por uma máquina varia conforme o diagrama abaixo. Calcular o trabalho desenvolvido. F ( N ) F ( N ) Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 79 T = área hachurada (trapézio) J 150 6 . 2 10 40 T 11 - RENDIMENTO Parte do trabalho fornecido a uma máquina se dissipa devido às resistências passivas (atrito, forças que se opõem ao movimento, etc.) e o restante é aproveitado para satisfazer a necessidade da máquina. O trabalho fornecido é chamado trabalho motor e o trabalho aproveitado é chamado trabalho útil. Chama-se rendimento (eta) a relação entre o trabalho útil (Tu) e o trabalhomotor (Tm). m u T T Como o trabalho motor é sempre maior que o trabalho útil, verifica-se pela fórmula que o rendimento é sempre menor que 1. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 80 Costuma-se representar rendimento em porcentagem ou em número decimal. Assim, uma máquina com rendimento = 0,7, significa que 70% do trabalho motor é aproveitado como trabalho útil. É bastante vantajoso construir máquinas de máximo rendimento possível, o que se consegue diminuindo o atrito entre as peças com uso de lubrificantes. Exemplos: 01 - Qual o rendimento de uma máquina que recebe um trabalho motor Tm = 200 J e desenvolve sob forma de trabalho útil Tu = 160 J? m u T T 80% 0,8 200 160 02 - Calcular o trabalho motor de uma furadeira de 80% de rendimento para furar uma chapa que requer um trabalho útil de 320 J. m u T T J 400 0,8 320 T T um Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 81 12 - POTÊNCIA A potência de uma máquina é o trabalho que ela é capaz de produzir na unidade de tempo. Designando de P a potência e T o trabalho realizado durante o tempo t, tem-se a seguinte fórmula: t T P Medindo-se T em J e t em segundos, resulta em J/seg. Além dessas unidades usa-se watt (joule/seg), quilowatt (Kw), cavalo vapor (CV), horse power (HP) . Equivalências: 1 J/seg = 9,81 watt 1 Kw = 1000 watt 1 CV = 736 watt 1 HP = 746 watt Na prática, costuma-se confundir as unidades CV e HP, dividindo-se a fórmula da potência por 75: t75 T P P em CV e HP Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 82 Observações: Em todas as máquinas, parte da potência fornecida de dissipa por atrito, e somente uma parte é aproveitada, chamada potência útil. A relação entre estas potências chama-se rendimento. m u P P O trabalho produzido durante um certo tempo, depende da potência da máquina: quanto maior a potência, maior será o volume de trabalho realizado durante o referido tempo. OUTRAS FÓRMULAS DA POTÊNCIA Substituindo T, na fórmula da potência por F . s, conforme a definição de trabalho tem-se: t75 s . F P Se o movimento for uniforme, sabe-se pela cinemática que s = v . t, logo: 75 vF P Quando o movimento é circular: 6000 n r 2 v Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 83 com v em m/seg, r em cm e n em rpm. CV 71620 nr F 6000 nr 2 . 75 F P Na fórmula anterior o produto F. r, representa o momento torçor que é indicado com Mt, logo: Isolando Mt no primeiro membro, chega-se à seguinte fórmula: N.m n P 71620 Mt Esta é a expressão mais conhecida e usada para o cálculo de motores, polias, engrenagens, eixos, etc. PROBLEMAS RESOLVIDOS 01 - Calcular o momento torcedor no eixo de um motor de 2 HP a 1000 rpm. n P 71620 M t N.m 143,24 1000 2 71620 M t Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 84 02 - Calcular a potência necessária para levantar um bloco de 50 N a uma altura de 1,5 m em 2 seg. t75 s . F P CV 2 1 2 . 75 1,5 . 50 P 03 - Um elevador de carga tem as seguintes características: Velocidade de subida: v = 6 m/seg Carga total: 20000 N Contra-peso: 2500N Pede-se a potência do motor, admitindo-se um rendimento de 70%. 75 vF P F = 20000 – 2500 = 17500 N 2500 N 2 0 0 0 N Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 85 v = 6 m/seg CV 1400 75 6 . 17500 P Este é o valor da potência útil. 04 - Calcular a potência da manivela da figura abaixo quando acionada a 30 rpm. 71620 nr F P CV 0,084 71620 30 . 20 . 10 P F = 10 N Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 86 05 - Calcular a carga que o sarilho em figura pode elevar com a velocidade de 0,5 m/seg. Admitir que o rendimento do conjunto (sarilho) seja = 80%. m u P P CV 1,6 0,8 . 2 P P mu 75 vF P N 240 0,5 1,6 . 75 v P . 75 F 06 - Calcular a potência de uma bomba destinada a encher uma caixa d’água de 50 m3 em 2 h, sabendo-se que o desnível é de 15 m. Admitir que o rendimento do conjunto, incluindo perdas de carga seja de 50%. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 87 t75 s . F P CV 1,4 7200 . 75 15 . F P - Potência útil m u P P CV 2,8 0,5 1,4 P P um - Potência do motor 07 - Que rotação deverá apresentar um eixo acionado por um motor de 3 HP para ter um momento torcedor de 1000 N.m ? n P 71620 M t Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 88 rpm 214,86 1000 3 . 71620 M P . 71620 n t 08 - Para calcular o raio de uma manivela acionada por uma força de 15 N para se ter um momento torcedor de 300 N.m ? r . F Mt m 20 15 300 F M r t 09 - No par de engrenagens da figura abaixo, calcular o momento torcedor da coroa, sabendo-se que a relação de transmissão é de 1:2,5. Admitir rendimento de 90%. Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 89 1 2 n n rpm 400 1000 . 2,5 1 n . n 12 m u P P CV 1,8 0,9 . 2 . P P mu n P 71620 M t N.m 322,3 400 1,8 71620 M t Evanilton Barbosa Mecânica Aplicada 90 13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MELCONIAN, Sarkis, 1949, “Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais”, 10 ed. São Paulo/SP: Érica, 1999. NASH, William Arthur, 1922, “Resistência dos Materiais”, 2 ed. São Paulo/SP. HIBBELLER, R. C. Resistência dos materiais. Rio de Janeiro, LTC, 1997. BEER, F. P., JOHNSTON Jr., R. Mecânica vetorial para engenheiros - estática. 5ed. São Paulo, Makron Books, 2004. ALVARENGA E MÁXIMO, Beatriz e Antônio. Curso de Física. Ed. Scipione, vol. 1, 2 e 3. São Paulo. 2000. CEFET-MG, Mecânica Técnica, Curso Técnico Em Mecânica Vol. 1, BELO HORIZONTE, MG - 2012. SENAI Euvaldo Lodi, Mecânica Técnica, Curso Técnico Em Mecânica, Vol. 1, CONTAGEM, MG– 2006.
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