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ACORDÃO DO TST DIREITO DO TRABALHO- BOA LEITURA

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO 812.112 PERNAMBUCO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
RECTE.(S) :ASSOCIAÇÃO SALGADO DE OLIVEIRA DE 
EDUCAÇÃO E CULTURA 
ADV.(A/S) :RENATO BRUNO DA GUARDA MUNIZ DE FARIAS 
E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA 
Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão assim 
ementado:
“CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO, DIREITO DO 
CONSUMIDOR E PROCESSO CIVIL. MPF. LEGITIMIDADE 
ATIVA PARA A CAUSA. ENSINO SUPERIOR. DIPLOMA. TAXA 
DE EXPEDIÇÃO. COBRANÇA. ILEGALIDADE. RESTITUIÇÃO 
DOS VALORES COBRADOS INDEVIDAMENTE. CABIMENTO. 
JUROS DE MORA. PERÍODO ANTERIOR AO CC/02. 
REDUÇÃO. 
1. Os interesses jurídicos defendidos pelo MPF nesta ação civil 
pública são de natureza individual homogênea e de relevância social 
evidente, por vinculados ao direito à educação (art. 205 da CF/88) e 
aos direitos do consumidor (art. 5º, inciso XXXII, da CF/88), bem 
como por dizerem respeito à fiscalização do respeito dos poderes 
públicos e serviços de relevância pública aos direitos assegurados 
constitucionalmente (art. 129, inciso II, da CF/88), sendo tais razões, 
independentemente de quaisquer outros questionamentos quanto ao 
fato de que apenas alunos da instituição de ensino Apelante estariam 
tendo seus interesses tutelados judicialmente, fundamentos suficientes 
para embasar a sua legitimidade ativa para a causa, a qual, ainda, 
encontra amparo na aplicação analógica da Súmula nº 643 do STF. 
2. A pretensão de devolução das taxas de expedição de diploma 
cobradas pela Apelante sujeita-se ao prazo prescricional quinquenal do 
art. 27 do CDC e não ao prazo decadencial do art. 26, inciso II, 
daquele diploma legal, vez que não se cuida de reclamação por vícios 
aparentes ou de fácil constatação, mas de pretensão indenizatória por 
danos causados por fato do serviço. 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6139482.
RE 812112 / PE 
3. A jurisprudência do TRF da 5ª Região encontra-se pacificada 
no sentido da ilegalidade da cobrança de taxa de expedição de diploma 
ou certificado de conclusão de curso, pois se cuida de serviço ordinário 
já inserido na contraprestação paga através da mensalidade escolar e 
não de serviço extraordinário, passível de remuneração através de taxa 
escolar. 
4. Ressalte-se, ainda, quanto a essa questão, que a autonomia 
universitária não é absoluta, sujeitando-se as instituições de ensino 
superior ao ordenamento jurídico vigente e que não há necessidade de 
norma expressa proibindo a cobrança da taxa impugnada nesta ação 
para que seja alcançada a conclusão exposta no parágrafo anterior, a 
qual decorre da própria natureza da distinção entre serviços ordinários 
e extraordinários e de suas formas de remuneração, bem como que, se o 
diploma ou certificado de conclusão do curso são os documentos hábeis 
à prova da conclusão deste, é evidente que eles são parte integrante da 
prestação ordinária do serviço educacional. 
5. O fato de o Ministério da Educação ter considerado, por 
algum tempo, devida a cobrança da referida taxa não altera a 
conclusão acima exposta sobre sua ilegalidade nem exonera a Apelante 
das consequências civis de sua ilegal cobrança. 
6. Quanto aos juros de mora fixados na sentença apelada, no 
período anterior ao CC/02 devem ser eles reduzidos para 0,5% (meio 
por cento) ao mês. 
7. Em relação às obrigações impostas à UNIÃO, esta mesmo 
manifestou, após a sentença apelada, concordância com seu conteúdo 
(fl. 363), em face de novo posicionamento de sua Consultoria Jurídica 
quanto às questões debatidas nestes autos. 
8. Não provimento da remessa oficial e provimento, em parte, da 
apelação, apenas para reduzir os juros de mora no período anterior ao 
início da vigência do CC/02 a 0,5% (meio por cento) ao mês” 
(páginas 172-173 do documento eletrônico 9).
Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alega-se 
contrariedade aos arts. 5º, II; e 207 da mesma Carta.
A pretensão recursal não merece acolhida.
2 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6139482.
RE 812112 / PE 
Consta do voto do Relator do acórdão recorrido:
“A pretensão de devolução das taxas de expedição de diploma 
cobradas pela Apelante sujeita-se ao prazo prescricional quinquenal do 
art. 27 do CDC e não ao prazo decadencial do art. 26, inciso II, 
daquele diploma legal, vez que não se cuida de reclamação por vícios 
aparentes ou de fácil constatação, mas de pretensão indenizatória por 
danos causados por fato do serviço.
A jurisprudência do TRF da 5ª Região encontra-se pacificada no 
sentido da ilegalidade da cobrança de taxa de expedição de diploma ou 
certificado de conclusão de curso, pois se cuida de serviço ordinário já 
inserido na contraprestação paga através da mensalidade escolar e 
não, de serviço extraordinário, passível de remuneração através de 
taxa escolar:
‘ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
ENSINO SUPERIOR. EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA 
CONDICIONADA À QUITAÇÃO DE DÉBITOS JUNTO À 
UNIVERSIDADE E A PAGAMENTO DE TAXA. 
IMPOSSIBILIDADE. ART. 6º DA LEI Nº 9.870/99 E ART. 4º 
DA RESOLUÇÃO Nº 03/89 - CFE. REMESSA OFICIAL 
NÃO PROVIDA. 1. A Lei nº 9.870/99, que dispõe sobre as 
anuidades escolares, prevê expressamente no ‘caput’ do seu art. 
6º a proibição de retenção de documentos escolares ou a 
aplicação de quaisquer outras penalidades pedagógicas por 
motivo de inadimplemento. 2. É indevida a cobrança de taxa de 
expedição de diploma ou certificado de conclusão de curso, quer 
em razão de tal documento já se encontrar inserido no valor da 
mensalidade escolar, quer em razão da taxa escolar se destinar a 
remunerar serviços extraordinários e/ou extracurriculares, 
conforme preceitua o art. 4º da Resolução nº 03/89-CFE. 3. 
Direito líquido e certo da impetrante a obter o seu diploma, não 
sendo admissível o condicionamento da expedição deste a 
pagamento de taxa ou à quitação de débitos junto à UNIFOR, 
mormente quando a Universidade dispõe de meios legais hábeis 
à cobrança. 4. Remessa Oficial não provida’ (TRF da 5ª Região, 
3 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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RE 812112 / PE 
1ª Turma, REO 458.624/CE, Relator Desembargador Federal 
Rogério Fialho Moreira, DJU 31.07.2009).
Ressalte-se, ainda, quanto a essa questão, que a autonomia 
universitária não é absoluta, sujeitando-se as instituições de ensino 
superior ao ordenamento jurídico vigente e que não há necessidade de 
norma expressa proibindo a cobrança da taxa impugnada nesta ação 
para que seja alcançada a conclusão exposta no parágrafo anterior, a 
qual decorre da própria natureza da distinção entre serviços ordinários 
e extraordinários e de suas formas de remuneração, bem como que, se o 
diploma ou certificado de conclusão do curso são os documentos hábeis 
à prova da conclusão deste, é evidente que eles são parte integrante da 
prestaçãoordinária do serviço educacional” (páginas 169-170 do 
documento eletrônico 9 - grifei).
O Tribunal de origem decidiu a controvérsia com base em dois 
fundamentos, um infraconstitucional (art. 6º da Lei 9.870/1999), e outro 
constitucional (arts. 5º, II, e 207 da Constituição Federal). 
Todavia, subsiste o fundamento infraconstitucional suficiente para a 
manutenção do julgado recorrido, pois o Superior Tribunal de Justiça 
negou seguimento ao Recurso Especial 1.327.122 (página 81 do 
documento eletrônico 10), interposto pela Recorrente. Essa decisão 
transitou em julgado em 07/05/2015 (página 88 do documento eletrônico 
10), o que atrai a incidência da Súmula 283 desta Corte.
Nesse sentido, cito o seguinte precedente:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. MATÉRIA CRIMINAL. INABILITAÇÃO PARA 
O EXERCÍCIO DE CARGO PÚBLICO. EFEITO DA 
CONDENAÇÃO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. 
OFENSA REFLEXA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 283. Hipótese 
de inabilitação para o exercício de cargo público como efeito da 
condenação e não de suspensão dos direitos políticos em face da norma 
do art. 15, III, da Constituição Federal. Discussão constitucional 
4 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6139482.
RE 812112 / PE 
levantada pelo recorrente que, para ser analisada, necessita de 
apreciação prévia de norma infraconstitucional (Decreto-Lei 
201/1967). Caracterização de ofensa reflexa ou indireta à Constituição 
Federal. Precedentes. Com o trânsito em julgado do recurso especial 
simultaneamente interposto ao recurso extraordinário, os 
fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido 
tornaram-se definitivos (Súmula 283 do STF). Agravo regimental a 
que se nega provimento” (AI 681.482-AgR/MG, Rel. Min. Joaquim 
Barbosa - grifei).
Isso posto, nego seguimento ao recurso (art. 21, § 1º, do RISTF).
Publique-se.
Brasília, 10 de junho de 2014.
Ministro RICARDO LEWANDOWSKI
Relator
5 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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