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Apostila Direito Falimentar

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http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 1 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
Direito Falimentar 
 
 
06/08/2008 
 
 
 
Insolvência � Empresário � Falência (lei 11.101/2005) 
� Não empresário � insolvência civil 
(execução por quantia certa contra 
devedor solvente). 
 
Noções Gerais 
 
06/08/2008 
 
 
1. Etimologia 
 
- Falência = provém do latim fallere, que significa faltar, 
falsear, enganar, ludibriar. 
 
2. Conceito 
 
“A falência é o procedimento judicial a que se submete o 
devedor empresário insolvente, quer seja por iniciativa do 
credor ou do próprio devedor, ou mesmo pela convolação do 
procedimento de recuperação judicial, com o propósito de 
possibilitar a solução de suas obrigações” 1. 
 
3. O que a Lei disciplina 
 
- Recuperação extrajudicial 
- Recuperação judicial 
- Falência 
 
4. Quem está sujeito à Lei de Falências 
 
a) O art. 1º refere-se ao empresário individual e à 
sociedade empresária, chamados pela Lei de devedores. 
 
b) O art. 2º estabelece quem não está sujeito à Lei. 
 
 
 
 
 
1
 CAMPOS, Rubens Fernando de. Novo direito falimentar brasileiro. Goiânia: IEPEC, 2005, p. 13. 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 2 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
- Empresa pública e sociedade de economia mista: Estas 
últimas estavam sujeitas falência por força da Lei 
10.303/2001 revogou ao art. 242 da Lei das S.A. (Lei 
6.404/76), que dispunha que “as companhias de economia 
mista não estão sujeitas a falência, mas os seus bens são 
penhoráveis e executáveis, e a pessoa jurídica que a 
controla responde, subsidiariamente, pelas obrigações”. 
 
- Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de 
crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, 
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras 
entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
 
ATENÇÃO: Quanto a estas últimas, o art. 197 estabelece que 
a Nova Lei de Falências se aplica a tais sociedades até que 
seja elaborada legislação específica sobre cada uma delas. 
 
5. Competência (art. 3º) 
 
- É competente para homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a 
falência o juízo do local do principal estabelecimento do 
devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do 
Brasil. 
 
 
II. DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇAO JUDICIAL E À FALÊNCIA 
 
1. Obrigações não exigíveis na recuperação judicial ou na 
falência 
 
a) As obrigações a título gratuito; 
- O dispositivo refere-se a doações, atos de benemerência, 
favores prometidos pelo devedor. 
 
b) As despesas que os credores fizerem para tomar parte na 
recuperação judicial ou na falência, salvo as custas 
judiciais decorrentes de litígio com o devedor. 
 
2. Suspensão do curso da prescrição e das ações e execuções 
em face do devedor e do sócio solidário (art. 6º). 
- A decretação da falência ou deferimento da recuperação 
judicial provoca a suspensão: 
- Da prescrição. 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 3 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
Isto quer dizer que o prazo volta a correr pelo 
tempo remanescente após o trânsito em julgado da 
sentença de encerramento da falência (art. 157) ou 
do encerramento da recuperação judicial. Não se 
trata de interrupção da prescrição2. 
- Das ações contra o devedor. 
- Prazo de suspensão das ações na recuperação judicial: 180 
dias, art. 6º, §4º. 
- Os processos que estão em fase de conhecimento não se 
suspendem3 (art. 6º, §§ 1º e 2º). Terão prosseguimento no 
juízo onde correm para até a apuração do valor. 
- As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo 
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão 
de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e 
da legislação ordinária específica (art. 6º, § 7º). 
- Exceção ao plano de refinanciamento dos débitos 
tributários, os quais suspendem a exigibilidade do crédito 
tributário. 
 
3. Da Prevenção 
- A distribuição do pedido de falência ou de recuperação 
judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de 
recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo 
devedor (art. 6º, § 8o). 
- Difere da regra do CPC: citação válida para a competência 
de foro (art. 219); primeiro despacho lançado nos autos 
para a competência de juízo (art. 106) 
 
20/08/2008 
 
 
III- ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA A EXISTÊNCIA DO ESTADO DE 
FALÊNCIA 
 
1. CAUSAS DETERMINANTES DA FALÊNCIA 
 
 
A falência é uma situação jurídica que decorre da 
insolvência do empresário, revelada essa ou pela 
impontualidade no pagamento de obrigação líquida, ou por 
 
2
 C.f. BEZERRA FILHO, Manoel Justino. Lei de recuperação de empresas e falências comentada. São 
Paulo: RT, 2007, p. 61. 
3
 C.f. COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à lei de falência e de recuperação de empresas. 4. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2007, p. 39. 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 4 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
atos inequívocos que denunciem manifesto desequilíbrio 
econômico, patenteando situação financeira ruinosa. 
 
De acordo com o inciso I do art. 94 da Lei de Falências: 
 
Será decretada a falência do devedor que: 
 
I - sem relevante razão de direito, não paga, 
no vencimento, obrigação líquida materializada 
em título ou títulos executivos protestados 
cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 
(quarenta) salários mínimos na data do pedido 
de falência. 
 
Mas, não é a mera impontualidade apenas que caracteriza a 
falência. 
 
A impontualidade pode ser considerada como a manifestação 
típica, o sinal da impossibilidade de pagar e, 
conseqüentemente, do estado de falência. 
 
Com a nova Lei de Falências, dentro do prazo de 
contestação, o devedor pode pleitear sua recuperação 
judicial, com o objetivo de sanear estado de crise 
econômico-financeira da empresa. 
 
Não sendo possível a recuperação, o juiz decretará a 
falência. 
 
� O juiz deve declarar a falência por sentença. 
 
A falência por ser: real ou ficta. 
 
2. A INSOLVÊNCIA 
 
De acordo com o art. 748, do CPC: Dá-se a insolvência toda 
vez que as dívidas excederem à importância dos bens do 
devedor. 
 
De acordo com Amador Paes de Almeida insolvência: 
 
É a condição de quem não pode saldar suas dividas. Diz-se 
do devedor que possui um passivo sensivelmente maior que 
o ativo. Por outras palavras, significa que a pessoa 
(física ou jurídica) deve em proporção maior do que pode 
pagar, isto é, tem compromissos superiores aos seus 
rendimentos ou ao seu patrimônio4. 
 
 
 
 
4
 Curso de falência e recuperação de empresas. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 23. 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 5 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
Assim, diante da impontualidade no pagamento de obrigação 
líquida, ou na existência de outros atos reveladores de 
situação financeira ruinosa, requer-se a falência no 
pressupostode que o patrimônio do devedor é insuficiente 
para pagar seus débitos, caracterizando-se a insolvência. 
 
 
3. IMPONTUALIDADE 
 
Art. 94 da Lei de Falências. 
 
A impontualidade, pura e simples, não é causa determinante 
da falência, senão não haveria lugar para o depósito 
elisivo, que faz elidir a falência, exatamente porque 
afasta a presunção de insolvência. 
 
O depósito elide a falência porque afasta a presunção de 
insolvência. Quem salda seus débitos não pode ser 
considerado insolvente. 
 
 
4. PROTESTO OBRIGATÓRIO 
 
É necessária que a dívida seja de mais de 40 salários 
mínimos, sendo aceito o litisconsórcio ativo. 
 
De acordo com o parágrafo único do art. 23 da Lei n. 9.492, 
de 10 de setembro de 1997 (que disciplina o protesto de 
títulos e outros documentos de dividas): 
 
Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, 
os títulos ou documentos de dívida de responsabilidade 
de pessoas sujeitas às conseqüências da legislação 
fa1imentar. 
 
 
O art. 94, § 3°, da Lei Falimentar segue esta regra, ao 
dispor que: 
 
 
Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido 
de falência será instruído com os títulos executivos na 
forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, 
acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos 
instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos 
da legislação específica.(Grifo nosso) 
 
Neste caso, a impontualidade é exteriorizada não pela mera 
cessação do pagamento, mas pelo protesto. 
 
 
 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 6 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
De acordo com a Lei, o protesto é imprescindível para a 
caracterização da impontualidade, tomando-se obrigatório ou 
necessário para a propositura da ação falimentar. 
 
Também é chamado de protesto especial, por distinguir-se do 
protesto comum, pois, diferentemente deste, deve ser 
providenciado perante o cartório da sede do devedor, foro 
competente para a decretação da falência. 
 
 
4.1. Protesto de títulos de credores distintos 
 
 
De acordo com o § 1° do art. 94: 
 
Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de 
perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com 
base no inciso I do caput deste artigo. 
 
O pedido de falência com base no inciso I do art. 94 funda-
se na impontualidade, exigindo-se para fundamentar o pedido 
de quebra um mínimo de “quarenta salários mínimos na data 
do pedido de falência”. 
 
Ou seja, se o crédito de determinado credor for inferior ao 
limite mencionado, poderá este unir-se ao outro credor 
completando, assim, o valor mínimo de quarenta salários 
mínimos, formando litisconsórcio ativo, e conjuntamente 
requerer a falência do devedor comum. 
 
 
5. NAO-PAGAMENTO DE OBRIGAÇÃO LÍQUIDA (em caso de execução) 
 
Estabelece o inciso II, do art. 94, da Lei: 
 
 
Será decretada a falência do devedor que: executado por 
qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não 
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal. 
 
 
Quando se tratar de título executivo judicial (art. 475-N, 
CPC), transitada em julgado, sendo líquida a sentença, ou 
após a sua liquidação, o juiz, a requerimento do credor, 
intimará o devedor para pagar no prazo de 15 dias sob pena 
de incidência de multa de 10 por cento (art. 475-J, CPC). 
 
Não havendo pagamento, cabe ao credor indicar os bens do 
devedor para efeito de penhora. Após a penhora, abre-se 
prazo de 15 dias para o devedor oferecer impugnação. 
 
 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 7 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
Veja que o CPC não estabelece prazo para o devedor nomear 
bens à penhora, mas apenas prazo para pagar, quando se 
tratar de execução de título executivo judicial. 
 
Já em relação aos títulos executivos extrajudiciais (art. 
585, CPC), com nova sistemática adotada pela Lei 
11.382/2006 que alterou a execução dessa modalidade de 
títulos executivos, o devedor é citado para pagar em 3 
(três) dias (art. 652, CPC). 
 
Caso não pague, poderá ser intimado de ofício pelo juiz, ou 
a requerimento do credor, para indicar bens passíveis de 
penhora, devendo fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias a 
contar da intimação (art. 652, § 3° c/c art. 600, IV, CPC). 
 
A inércia do devedor, após a intimação configura a situação 
prevista no art. 94, II, da Lei 11.101/2005, ensejando 
fundamento para o pedido de falência. 
 
Apesar do inciso II, do art. 94, da Lei Falimentar 
mencionar apenas “quantia líquida”, sabemos que para 
instruir a execução é necessário que o título executivo, 
judicial ou extrajudicial, deve ter liquidez, certeza e 
exigibilidade (art. 586, CPC)5. 
 
O título possui liquidez quando é determinada a importância 
da prestação (quantum) (Calamandrei, apud H. Theodoro 
Júnior). 
 
Ocorre a certeza em torno de um crédito quando, em face do 
título, não há controvérsia sobre sua existência 
(Calamandrei, apud H. Theodoro Júnior). 
 
E a exigibilidade está presente quando o seu pagamento (do 
título) não depende de termo ou condição, nem está sujeito 
a outras limitações (Calamandrei, apud H. Theodoro Júnior). 
 
Sem tais atributos, o título não possui força executiva e, 
portanto, não colocará o dever em situação de mora perante 
o credor, por ausência de força coercitiva. 
 
Optando pelo pedido falência, o credor deverá requerer ao 
juízo da execução certidão que ateste a falta de pagamento 
ou a ausência de nomeação de bens à penhora no prazo legal, 
que instruirá o pedido de falência no juízo competente 
(art. 94, § 4°, LF). 
 
5
 O legislador reformista procurou deixar claro que certeza, liquidez e exigibilidade não são atributos do 
título executivo, mas sim da obrigação que está consubstanciada no título. C.f. HERTEL, Daniel Roberto. 
Lineamento da reforma da execução por quantia certa de título executivo extrajudicial: comentários às 
principais alterações realizadas pelo lei n. 11.382/06. In: Revista Dialética de Direito Processual n. 47, 
São Paulo: 2006, p. 23. 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 8 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
 
 
6. DUPLICATA SEM ACEITE ACOMPANHADA DA NOTA DE ENTREGA DA 
MERCADORIA 
 
� Duplicata + Canhoto da nota fiscal + certidão de 
protesto – Neste caso pode-se requerer falência mesmo 
o valor sendo menor que 40 salários mínimos. 
 
Lei n. 5.474/1968 que disciplina matéria sobre as 
duplicatas estabelece o seguinte quanto ao aperfeiçoamento 
do título efeito de liquidez, certeza e exigibilidade: 
 
Artigo 15 - A cobrança judicial de duplicata ou 
triplicata será efetuada de conformidade com o processo 
ap1icáve1 aos títulos executivos extrajudiciais, de que 
cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se 
tratar: 
 
I — de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou 
não; 
 
II — de duplicata ou triplicata não aceita, contanto 
que, cumulativamente: 
 
a) haja sido protestada; 
 
b) esteja acompanhada de documento hábi1 comprobatório 
da entrega e recebimento da mercadoria; e 
 
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o 
aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos 
previstos nos arts. 72 e 82 desta Lei. (Grifo nosso) 
 
OBS: O canhoto da nota fiscal deve estar devidamente 
assinado. 
 
7. OUTROS INDÍCIOS DE INSOLVABILIDADE QUE ENSEJAM A 
FALÊNCIA 
 
 
ALei de Falências, no seu art. 94, enumera tais atos e 
fatos que, independentemente de impontualidade, 
caracterizam a insolvência do devedor ensejando pedido de 
falência, quando ele: 
 
a) procede à liquidação precipitada, ou lança mão de meios 
ruinosos ou fraudulentos para realizar pagamentos; 
 
Dilapidar o patrimônio da empresa na intenção de saldar 
dívidas. 
 
 
 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 9 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
De acordo Miranda Valverde, citado por Amador Paes de 
Almeida6: 
 
Os meios ruinosos consistem, geralmente, na rea1ização de 
negócios arriscados ou de puro azar, no abuso de 
responsabilidades de mero favor, nos empréstimos a juros 
excessivos, na a1ienação de máquinas ou instrumentos 
indispensáveis ao exercício do comércio. Os meios 
fraudulentos revelam-se nos artifícios ou expedientes 
empregados pelo devedor para conseguir dinheiro ou 
mercadoria, na apropriação indébita de valores confiados 
à sua guarda. 
 
 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o 
fito de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio 
simulado ou alienação de parte ou da totalidade do seu 
ativo a terceiro, credor ou não; 
 
De conformidade com o art. 167, § 12, do Código Civil: 
 
Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas 
diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou 
cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou 
pós-datados”. 
 
� A simulação deve ser provada por quem requereu a 
falência, estando sujeito a indenização caso o pedido 
seja julgado improcedente. 
 
Simulação da declaração enganosa da vontade, objetivando 
efeito diverso daquele ostensivamente indicado, com 
propósito predeterminado de violar direitos de terceiros ou 
disposição de lei. 
 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem 
o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens 
suficientes para solver seu passivo; 
 
� Os credores neste caso deverão ser notificados. 
 
O art. 1.142, Código Civil, define estabelecimento: 
 
Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, 
ou por sociedade empresária. 
 
 
 
6
 Op. cit. p. 38. 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 10 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
Já os artigos 1.145 e 1.146, Código Civil, estabelecem 
regras para a venda válida do estabelecimento e questões de 
responsabilidade do alienante: 
 
Artigo 1.145 - Se ao alienante não restarem bens 
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da 
alienação do estabelecimento depende do pagamento de 
todos os credores, ou do consentimento destes, de modo 
expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua 
notificação. 
 
Artigo 1.146 - O adquirente do estabelecimento responde 
pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, 
desde que regularmente contabilizados, continuando o 
devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de 
um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da 
publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 
 
 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento 
com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização 
para prejudicar credor; 
 
 
Nem sempre o estabelecimento principal coincide com o 
estabelecimento onde se desenvolve a atividade principal, 
ou mais avantajadas, e ainda não necessariamente com aquele 
que é declarado no contrato ou estatuto da sociedade. 
 
Nesse sentido, vejamos: 
 
Carvalho Mendonça: 
 
Centraliza a sua atividade e influência econômica; onde 
todas as suas operações recebem o impulso diretor; onde, 
enfim, se acham reunidos normal e permanentemente todos 
os elementos constitutivos do seu crédito. E, em resumo, 
o lugar da sede de sua vida ativa, o lugar onde reside o 
governo dos negócios7. 
 
Rubens Requião: 
 
O principal estabelecimento, em resumo, não pressupõe o 
estabelecimento mais avantajado ou onde estão 
localizadas as principais instalações. Pode uma grande 
manufatura da empresa estar situada em uma cidade e, no 
entanto, o principal estabelecimento consistir num 
escritório de dimensões modestas, em cidade diferente, 
onde esteja instalado e atue o empresário na 
administração dos negócios8. 
 
 
 
 
7
 Apud ALMEIDA, Amador P. de. Op.cit. p. 40 
8
 Apud ALMEIDA, Amador P. de. Op.cit. p. 40 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 11 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
O C. Civil não se preocupou em estabelecer regras para 
identificação do estabelecimento principal. De tal mister 
tem-se incumbido a jurisprudência. 
 
A dificuldade advém do fato de que a realidade fática é 
muito mais dinâmica do que o processo legislativo, e por 
isso, talvez o acerto da legislação de não engessar com 
regras rígidas. 
 
Por outro lado, a fluidez deixa espaço para as artimanhas 
de advogados hábeis em protelar o andamento do feito, 
alegando exceção de incompetência. 
 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída 
anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados 
suficientes para saldar seu passivo; 
 
A legislação está se referindo à concessão ou reforço de 
garantias reais a créditos constituídos antes da decretação 
da falência. 
 
Tal postura beneficia credores em detrimento dos demais. 
 
� Crédito quirografário � Não tem garantias, é papel. 
Troca por garantia real (hipoteca). 
 
 f) ausenta-se sem deixar representante habilitado com 
recursos suficientes para pagar os credores, abandona o 
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do 
local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
 
Trata-se de abandono do estabelecimento, deixando-o sem 
administrador munido dos meios necessários para pagar os 
credores. É a ausência dolosa, deliberada, e que, embora 
possa patentear propósito de prejudicar credores, 
normalmente decorre de pânico em virtude de situação 
financeira ruinosa. 
 
De acordo com Carvalho de Mendonça: 
 
A ocultação ou ausência devem ser propositais. Se o 
afastamento é devido a motivos que não se prendam à 
situação econômica do devedor, não é o caso previsto na 
lei. A intenção de subtrair-se fraudulentamente à ação 
ou exigência legítima dos credores é essencial para 
caracterizar a falência9. 
 
 
 
 
9
 Apud ALMEIDA, Amador P. de. Op.cit. p. 42 
 
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Página .: 12 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação 
assumida no plano de recuperação judicial. 
 
De acordo com o art. 61, §1º, c/c 73 poderá haver 
convolação da recuperação judicial em falecia: 
 
Artigo 61 - Proferida a decisão prevista no art. 58 
desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial 
até que se cumpram todas as obrigações previstas no 
plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da 
concessão da recuperação judicial. 
 
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste 
artigo, odescumprimento de qualquer obrigação prevista 
no plano acarretará a convolação da recuperação em 
falência, nos termos do art. 73 desta Lei. 
 
Artigo 73 - O juiz decretará a falência durante o 
processo de recuperação judicial: 
 
I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na 
forma do art. 42 desta Lei; 
 
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de 
recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; 
 
III – quando houver sido rejeitado o plano de 
recuperação, nos termos do § 4º do art. 56 desta Lei; 
 
V – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no 
plano de recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta 
Lei. 
 
 
Ou então, poderá ser requerida por qualquer credor, como 
estipula o art. 62 da Lei de Falências: 
 
 
... no caso de descumprimento de qualquer obrigação 
prevista no plano de recuperação judicial, qualquer 
credor poderá requerer a execução específica ou a 
falência com base no art. 94 desta Lei. 
 
 
IV. DA LEGITIMIDADE PASSIVA NA AÇÃO FALIMENTAR 
 
 
1. DEVEDOR EMPRESÁRIO E SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
 
 
1.1. Estão sujeitos à falência no novo instituto: 
 
Diz o art. 1° da Lei n. 11.101/2005: “Esta Lei disciplina a 
recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a 
falência do empresário e da sociedade empresária, doravante 
referidos simplesmente como devedor”. 
http://universo.4shared.com Direito Falimentar 
Página .: 13 / 17 Luciano Ribeiro de Castro 
 
a) o empresário: equivale ao comerciante individual, pessoa 
física que exerce atividade empresarial sob firma 
individual. 
 
b) a sociedade empresária: é a empresa enquanto organização 
coletiva da atividade econômica. Nos termos do art. 983 do 
Código Civil, são sociedades empresárias aquelas reguladas 
nos arts. 1.039 a 1.092, ou seja: em nome coletivo, 
comandita simples, limitada, comandita por ações e anônima. 
 
c) Empresa Individual. 
 
 
1.2. Não estão sujeitos à falência: 
 
a) Sociedades cooperativas, empresa pública, sociedade de 
economia mista, bem como instituições financeiras públicas 
ou privadas, cooperativas de crédito, consórcios, entidades 
de previdência complementar, sociedades operadoras de plano 
de saúde, seguradoras e capitalização. 
 
 
� Enquanto o legislador não elaborar uma lei específica 
para as sociedades previstas no artigo 2º, II, aplica-
se a lei de falência (art. 197). 
 
� Empresa pública e sociedades de economia mista podem 
sofrer liquidação. 
 
 
Isto, de acordo com a Lei: 
 
Art. 2° Esta Lei não se aplica a: 
 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
 
II – instituição financeira pública ou privada, 
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de 
previdência complementar, sociedade operadora de plano 
de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade 
de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
 
 
b) Os profissionais liberais, advogados, médicos, 
engenheiros,economistas, contadores, engenheiros, 
economistas, contadores, entre outros, não estão sujeitos à 
falência e, tampouco, podem valer-se da recuperação 
judicial, de vez que não são considerados empresários - 
art. 966, parágrafo único, do Código Civil - “salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa”. 
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Os profissionais liberais e a Sociedade Simples não são 
empresa e, por isso, não sofrem falência. 
 
Todavia, podem sofrer EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA 
DEVEDOR INSOLVENTE regulada pelo Código de Processo Civil 
em seus arts. 748 a 786-A. 
 
 
2. FALÊNCIA DOS SÓCIOS SOLIDÁRIOS 
 
 
A nova legislação falimentar instituiu a falência dos 
sócios solidários, conforme disposto no art. 81. 
 
A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios 
ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência 
destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos 
produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, 
deverão ser citados para apresentar contestação, se 
assim o desejarem. 
 
São solidários os sócios de responsabilidade ilimitada: 
todos os que integram a sociedade em nome coletivo (art. 
1.039 do CC); o sócio comanditado, na sociedade em 
comandita simples (art. 1045 do CC), o acionista-diretor, 
na sociedade em comandita por ações (art. 1.091 do CC). 
 
Na sociedade em conta de participação, em razão da sua 
própria característica, a atividade empresarial é exercida 
unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome e, assim, a 
falência, se houver, recairá exclusivamente sobre o mesmo. 
 
Não se trata de responsabilidade subsidiária, em que os 
bens particulares dos sócios só podem ser executados por 
dívidas da sociedade depois de executados os bens sociais 
(arts. 1.024 do CC e 596 do CPC). 
 
Na responsabilidade solidária não existe benefício de 
ordem. 
 
Enfim, se a sociedade falir, os sócios de responsabilidade 
ilimitada também falirão e, por conseguinte, também terão 
os seus bens particulares arrecadados para a massa falida. 
 
 
3. FALÊNCIA DO SÓCIO RETIRANTE 
 
 
Os sócios solidários retirantes ou excluídos da sociedade 
falida, há menos de dois anos, estão sujeitos a falência: 
 
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Art. 81 (...) 
 
§ 1° O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio 
que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido 
excluído da sociedade, há menos de dois anos, quanto às 
dívidas existentes na data do arquivamento da alteração 
do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a 
data da decretação da falência. 
 
A responsabilidade do sócio retirante vai até o limite das 
dívidas existentes até a data do arquivamento da alteração 
contratual perante a Junta Comercial. 
 
É bom lembrar que o Código Civil também se preocupou com a 
responsabilidade do sócio retirante: 
 
Art. 1.003 (...) 
 
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a 
modificação do contrato, responde o cedente10 
solidariamente com o cessionário11, perante a sociedade e 
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. 
 
 
4. A FALÊNCIA E O SÓCIO DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
 
 
O sócio de responsabilidade limitada, o administrador, o 
acionista controlador, em princípio, não são alcançados 
pela falência da sociedade de que façam parte. 
 
Contudo eventual responsabilidade por atos ilícitos (gestão 
fraudulenta, negócios simulados, desvio de bem) será 
apurada na ação denominada ação de responsabilização, 
perante o próprio juízo da falência. 
 
 
Artigo 82 - A responsabilidade pessoal dos sócios de 
responsabilidade limitada, dos controladores e dos 
administradores da sociedade falida, estabelecida nas 
respectivas leis, será apurada no próprio juízo da 
falência, independentemente da realização do ativo e da 
prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, 
observado o procedimento ordinário previsto no Código de 
Processo Civil. 
 
§ 1° Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito 
em julgado da sentença de encerramento da falência, a 
ação de responsabilização prevista no caput deste 
artigo. 
 
 
 
10
 Aquele que cede um crédito, direitos ou obrigações de contrato a terceiros. 
11
 Aquele a quem é cedido um crédito, direitosou obrigações de contrato. 
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§ 2° O juiz poderá, de ofício ou mediante 
requerimento das partes interessadas, ordenar a 
indisponibilidade de bens particulares dos 
réus, em quantidade compatível com o dano 
provocado, até o julgamento da ação de 
responsabilização. 
 
 
Na hipótese de indícios veementes de dano, o juiz pode, de 
oficio, ou a 
requerimento de interessados, ordenar medida cautelar de 
constrição dos bens dos sócios. A ação de responsabilização 
prescreve em dois anos, contados do trânsito em julgado da 
sentença declaratória da falência. 
 
A responsabilização dos administradores, acionistas 
controladores, sócios comanditários ocorrerá em caso de: 
 
a) Excesso de mandato; 
 
b) pratica de atos com violação à lei ou ao 
contrato social. 
 
Prescreve o art. 50, do Código Civil: 
 
Artigo 50 - Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando 
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de 
certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou 
sócios da pessoa jurídica. 
 
E ainda o art. Art. 1.016: 
 
Os administradores respondem solidariamente perante a 
sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no 
desempenho de suas funções. 
 
Responsabilidade solidária do acionista controlador12 de 
acordo com o art. 116 da Lei n. 6.404/76: 
 
I - ter conduzido a atividade econômica da sociedade 
falida no interesse próprio ou de grupo de que faça 
parte; 
 
12
 Acionista controlador: Pessoa, física ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por 
acordo de voto, ou sob controle comum, que:a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, 
de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia geral e o poder de 
eleger a maioria dos administradores da companhia;b) usa efetivamente seu poder para dirigir 
as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. Disponível em: < 
http://www.bovespa.com.br/Home/redirect.asp?end=/Home/ 
HomeBovespa.asp>. Acesso em: 21 ago. 2007. 
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II - contrariamente ao interesse da sociedade falida, 
ter mantido a direção unificada desta, objetivando 
interesses próprios ou do grupo respectivo; 
 
III - ter provocado a confusão do patrimônio particular 
com o da sociedade falida, tornando incindível a reunião 
dos seus ativos e passivos ou da maior parte deles. 
 
Sócio comanditário, na sociedade em comandita simples: tem 
responsabilidade limitada ao valor da sua quota-parte (art. 
1.045 do CC — Direito de Empresa). Será responsabilizado 
se, praticar atos de gestão. 
 
Sócio participante, na sociedade em conta de participação: 
não tem, em princípio, nenhuma responsabilidade para com 
terceiros (art. 991, CC).

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