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APG 19 - Dengue

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Objetivos 
 
OBJETIVO 1: Compreender a fisiopatologia da dengue, suas manifestacoes clínicas e 
complicações
OBJETIVO 2: Conhecer as restrições farmacológicas para o tratamento da dengue 
OBJETIVO 3: Analisar os fatores de risco 
OBJETIVO 4: Entender como o clima influencia nas arboviroses
FISIOPATOLOGIA DA DENGUE 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
 
• Vetor: Aedes Aegypti 
• Etiologia: Arbovírus do gênero Flavivírus, 
pertencente à família Flaviviridae, com 4 sorotipos 
conhecidos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. 
• Pessoas que vivem em regiões endêmicas que 
contém os 4 sorotipos podem adquirir a infecção 
por todos eles ao longo de sua vida 
• Os arbovírus necessitam de artrópode para 
completar seu ciclo biológico de transmissão 
TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA DENGUE: 
• O mosquito adquire o vírus ao se alimentar do 
sangue de doente que se encontra na fase de 
viremia (1 dia antes do surgimento da febre) 
• O vírus permanece nas glândulas salivares do 
mosquito onde se prolifera, deixando o artrópode 
infectante durante toda sua vida 
• Uma vez infectada a fêmea inocula o vírus junto com 
a saliva ao picar a pessoa saudável 
• Além disso a fêmea faz transmissão transovariana do 
vírus para sua prole, favorecendo a expansão da 
doença 
• Depois de inoculado o vírus adentra as células e se 
replica 
• O período de incubação varia de 8-12 dias 
REPLICAÇÃO DO VÍRUS DA DENGUE: 
Os DENVs são vírus envelopados contendo genoma de 
RNA de fita simples e polaridade positiva, ou seja, não 
necessitam de um RNA complementar para realizar a 
transcrição 
Glicoproteína do envelope viral (E): permite a 
ligação dos vírions da dengue às células 
Etapas De Replicação Do Vírus: 
1. Fixação à superfície da célula 
2. Entrada no citoplasma 
3. Tradução de proteínas virais 
4. Replicação do genoma do RNA viral 
5. Formação de vírions (encapsidação) 
6. Liberação da célula 
 
PATOGÊNESE DA DENGUE: 
A replicação viral estimula os monócitos e linfócitos a 
produzirem citocinas: 
• IFN-gama, TNF-alfa, IL-6, IL-8 e IL-12: são 
responsáveis pelo aparecimento da febre 
hemorrágica, aumento da permeabilidade vascular e 
possuem efeito pró-inflamatório 
Outras citocinas estimulam a produção de anticorpos: 
Anticorpos IgM: 
Dengue 
 
• Produzidos do 5º ao 6º dia 
• Neutralizam o vírus de forma que seu aparecimento 
marca o declínio da viremia 
• Permanecem detectáveis por aproximadamente 2 
meses 
Anticorpos IgG: 
• Produzidos do 7º ao 10º dia 
• Caracterizam a fase tardia da doença 
OBS: até hoje não há nenhuma hipótese certa sobre 
a patogênese da dengue 
INFECÇÃO PRIMÁRIA X SECUNDÁRIA 
As infecções primarias fornecem imunidade duradoura 
apenas às infecções com vírus do mesmo sorotipo 
O risco de doença grave na infecção secundária é maior 
Se a infecção secundária for por um sorotipo diferente 
do que a infecção primária os anticorpos irão se ligar ao 
vírus, porém não conseguem neutralizá-lo 
Assim, se instaura a teoria de Halsted: 
Teoria de Halsted: 
A ligação do anticorpo com um sorotipo diferente 
daquele que causou a primeira infecção acaba facilitando 
a entrada do vírus na célula por meio da opsonização., 
ou seja, o vírus adentra mais facilmente os fagócitos 
Isso aumenta a viremia e gera uma “tempestade” de 
citocinas pró-inflamatórias, ou seja uma resposta 
imunológica exacerbada, como liberação de TNF-alfa e 
interleucina 6 
FATORES QUE INFLUENCIAM A GRAVIDADE 
DA DOENÇA: 
A maioria das infecções por sorotipos de dengue 
produzem sintomas leves e inespecíficos. 
Dengue grave, febre hemorrágica da dengue e 
síndrome do choque da dengue ocorrem em menos de 
1% de todas as infecções por DENV. 
Fatores antivirais: vírus da dengue-2 é o que 
apresenta maior risco 
Exposição prévia à dengue: aumento da infecção 
dependente de anticorpos, respostas aceleradas de 
linfócitos T (teoria de Halsted) 
Idade: o risco para febre hemorrágica da dengue 
diminui com a idade 
Estado nutricional: sintomas de dengue grave são 
menos comuns em crianças desnutridas do que em 
crianças bem nutridas 
Fatores genéticos: febre hemorrágica acomete mais 
pessoas brancas do que negras 
QUADRO CLÍNICO: 
Dengue sem sinais de alerta: 
• Dor de cabeça 
• Dor retro orbital/ocular 
• Febre 
• Dor muscular ou óssea 
• Artralgia (dor nas articulações 
• Irritação na pele (pele avermelhada) 
• Leucopenia (diminuição do número de 
leucócitos na circulação sanguínea) 
Dengue Grave ou c/ sinais de alerta: 
• Dores abdominais fortes e contínuas 
• Vômitos persistentes 
• Pele pálida, fria e húmica 
• Sangramentos de mucosas (boca, nariz, gengiva) 
• Hepatomegalia 
• Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural) 
• Aumento progressivo do hematócrito 
Febre hemorrágica da dengue (DHF): as 
citocinas promovem uma disfunção endotelial, que acaba 
levando ao aumento da permeabilidade vascular, 
resultando em extravasamento do plasma. 
Ocorre quando a pessoa infectada sofre alterações no 
processo de coagulação; o vírus continua a se multiplicar 
e atinge a medula óssea, comprometendo a produção 
de plaquetas 
 
 
 
 
Síndrome do choque da dengue (DSS): febre 
hemorrágica com grande vazamento de plasma, 
resultando em colapso circulatório (choque). É 
evidenciado pelo estreitamento da pressão de pulso ou 
hipotensão 
DIAGNÓSTICO: 
ABORDAGEM CLÍNICA: 
Sintomatologia: febre, dor retro orbital, dor 
muscular/óssea, manchas vermelhas, perda de apetite, 
dor nas articulações 
TESTES LABORATORIAIS: 
Hemograma: contagem de leucócitos e hematócritos 
(indica extravasamento capilar) 
Teste rápido/sorológico: IgM (Após 4 dias), IgG 
(após 7 dias), possui menor especificidade mal é mais 
acessível; detecta os 4 sorotipos; 
PCR: faz a detecção do ácido nucleico antiviral alta 
especificidade; mais trabalhoso; na primeira semana; é o 
padrão ouro 
Prova do laço: apenas dengue hemorrágica 
 
Restrições de Fármacos 
CONTRAINDICAÇÕES: 
ASS e Aspirina: são anticoagulantes e podem aumentar a 
hemorragia 
AINEs - diclofenaco, ibuprofeno: podem aumentar 
risco de hemorragia pois provocam irritação no estomago 
INDICAÇÕES: 
Dipirona: recomendados devido ao perfil de segurança 
FATORES DE RISCO 
Alguns fatores determinam a gravidade da doença: 
• Idade 
• Etnia 
• Comorbidades (asma brônquica, diabetes mellitus, anemia 
falciforme) e infecção secundária. 
• Outros mencionados acima 
CLIMA E ARBOVIROSES 
• A incidência do vírus da dengue pode variar de acordo 
com as condições climáticas. 
• O aumento de temperatura e da pluviosidade e umidade 
relativa do ar, são fatores que contribuem para um maior 
índice de criadouros. Entretanto o mosquito age durante 
todo o ano em períodos frios e secos 
• Porém o clima isolado não define a epidemiologia dessas 
doenças. Algumas questões sociais, educativas e de 
gestão publica influenciam nos processos. 
Referências: 
• Infecção pelo vírus da dengue: patogênese - Stephen J 
Thomas, MD, Alan L Rothman, MD - 
https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-
infection-
pathogenesis?search=dengue%20&source=search_result&sel
ectedTitle=2~103&usage_type=default&display_rank=2#H28
47719 
• Dengue: transmission, clinical features, diagnosis and 
treatment - Larissa B. A. Dias1, Sérgio C.L. de Almeida2,3,4, 
Tissiana M.de Haes1,5, Letícia M. Mota6, Jarbas S Roriz-
Filho2,7 
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/171/172 
• Fatores socioambientais e sua relação com as arboviroses - 
Leilany Marins Andrino, Bruna Carolina Pereira Cruz, João 
Pedro Gomes de Oliveira, Natália de Fátima Gonçalves 
Amâncio - 
https://downloads.editoracientifica.org/articles/210102687.
pdf 
• Avaliação da Relação Entre a Climatologia, as Condições 
Sanitárias (Lixo) e a Ocorrência de Arboviroses (Dengue e 
Chikungunya) em Quixadá-CE no Período Entre 2016 e 2019 - 
Nathiel de Sousa Silva, José Maria Brabo Alves, Emerson 
Mariano da Silva, Rafael Rocha 
Limahttps://www.scielo.br/j/rbmet/a/nhj6GhqGDnz9JwRCD3WKfcB
 
https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/contributors
https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/contributors
https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/contributors
https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis?search=dengue%20&source=search_result&selectedTitle=2~103&usage_type=default&display_rank=2#H2847719
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https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis?search=dengue%20&source=search_result&selectedTitle=2~103&usage_type=default&display_rank=2#H2847719
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/171/172
https://downloads.editoracientifica.org/articles/210102687.pdf
https://downloads.editoracientifica.org/articles/210102687.pdf

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