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AULA - 3 - Falência

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PROCESSO FALIMENTAR
É necessário saber que o processo falimentar possui três fases: 
a) fase pré-falimentar: fase compreendida entre a petição inicial e a declaração da falência, por sentença. Seu grande objetivo é a verificação dos pressupostos da falência.
b) fase falimentar: fase compreendida entre a sentença da falência e a decisão de encerramento da falência. É a fase de execução concursal propriamente dita. Seus grandes objetivos podem ser resumidos em: a) determinação do passivo; b) determinação do ativo; c) liquidação do processo (venda dos bens e pagamento dos credores).
c) fase pós-falencial ou de reabilitação: fase compreendida entre a decisão de encerramento e a declaração da reabilitação do falido. Seu objetivo é o reconhecimento jurídico da extinção das obrigações do falido e sua reabilitação.
FASE PRÉ-FALIMENTAR, QUE SE INICIA COM O PEDIDO DE FALÊNCIA.
Legitimidade Ativa
Qual a legitimidade ativa para o pedido de falência? Quem é que pode ser autor de um pedido de falência?
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
§ 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas     atividades.
§ 2o O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
Quem pode requerer a falência:
a) o próprio empresário (auto-falência) - Se for empresário, deve estar devidamente registrado. Quem não está registrado pode sofrer pedido de falência, pode pedir a sua própria falência (auto-falência), mas não pode pedir falência de terceiro.;
b) sócio (S. limitada) ou acionista (S/A);
c) cônjuge sobrevivente, herdeiro e o inventariante (no caso do empresário falecer);
qualquer credor: se o credor não tem domicílio no país, a lei exige que ele preste caução relativa as custas e ao pagamento da indenização de que trata o artigo 101.
Vale ainda ressaltar que:
Art. 96, VIII - Não há como pedir falência de limitada se houve a cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.
Legitimidade Passiva
Só pode ser réu no processo de falência quem é empresário/sociedade empresária. Nesse universo, existem alguns empresários e sociedades que a Lei exclui da incidência da nova Lei de Falências. São os chamados “excluídos”.
Exclusão absoluta (art. 2º, I): Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista em hipótese alguma podem falir.
São totalmente excluídos, portanto, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Em hipótese alguma, empresa pública e sociedade de economia mista podem falir. 
Exclusão Relativa (art. 2º, II): instituição financeira, cooperativa de crédito, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de saúde, sociedade seguradora e de capitalização.
Em todos os casos do inciso II do Art. 2º da Lei 11.101, haverá a possibilidade da chamada “liquidação extrajudicial”, onde será nomeado um liquidante. O liquidante (e somente ele) é que pode pedir a falência desses casos do inciso II do Art. 2º da Lei 11.101.
Competência e universalidade do juízo falimentar
A competência para a apreciação do processo de falência é da Justiça Estadual local onde se encontrar o principal estabelecimento do devedor. A competência para apreciação do pedido de falência é absoluta. Isto quer dizer que eventual incompetência deve ser reconhecida de ofício pelo juiz.
- Exceção ao juízo universal: ações não reguladas pela Lei de Falências em que a massa seja autora ou litisconsorte, ações que demandem quantias ilíquidas, reclamações trabalhistas, execuções fiscais e ações de conhecimento de competência da Justiça Federal
FUNDAMENTOS JURÍDICOS DESSA PETIÇÃO INICIAL
A peticão inicial pode ser: a) pedido de auto-falência; b) pedido de terceiro, com base na: b1) impontualidade injustificada (Art. 94, I); b2) execução frustrada (Art. 94, II); b3) atos de falência (Art. 94, III). 
Qualquer desses fundamentos jurídicos pode ser utilizado para o ajuizamento de uma ação de falência. Oferecida a inicial, o juiz determina a citação do réu. Depois que o réu foi citado, ele pode oferecer alguma das seguintes manifestações:
Hipóteses de manifestação do devedor após a sua citação:
a) apresentação de contestação�
b) realização de depósito elisivo�.
Quando o devedor efetua o depósito elisivo, o juiz estará impedido de decretar a falência do empresário ou da sociedade empresária. Vale lembrar que quando o juiz manda citar o devedor, já na citação deve estar arbitrado o valor de honorários. Isso para que o devedor possa efetuar o depósito elisivo.
Ressalta-se que o Artigo 98, parágrafo único, diz que só cabe o depósito elisivo quando o pedido de falência for fundamentado no Art. 94, I, e Art. 94, II. Portanto, quando o pedido de falência é fundamentado nos chamados atos de falência (Art. 94, III), nesse caso não caberia o depósito elisivo. No entanto, não é o que a jurisprudência tem entendido a respeito do assunto. Também na hipótese do Art. 94, III, seria possível a resposta do réu com o depósito elisivo. A jurisprudência usa como argumento, como finalidade principal, a preservação da empresa.
Obs.: o devedor pode depositar o valor elisivo e contestar ao mesmo tempo? Claro que pode, porque depois que ocorre o depósito elisivo, o juiz não decreta a falência, mas determina que o autor levante o valor. Mas, se o réu entender que não é caso de falência, ele pode, ao mesmo tempo que faz o depósito elisivo, contestar a ação de falência.
Notas:
1 - Depósito elisivo:  Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
No caso de falência não decretada por que houve o depósito elisivo, o requerido é sucumbente e deverá pagar as custas do processo e os honorários advocatícios. Já no caso de falência não decretada pois as razões do requerido foram aceitas, sucumbente é o requerente e este deverá arcar com as custas e com os honorários advocatícios.
c) realização do depósito elisivo + apresentação da contestação
Não há, entre esses dois atos, inclusive, a preclusão consumativa!!! Isso é tranqüilo na doutrina e na jurisprudência.
d) pleitear recuperação judicial
Nos termos do artigo 95 da Lei 11.101/2005, dentro do prazo de contestação, o devedor pode pleitear a recuperação judicial�
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
Alguns doutrinadores chamam essa recuperação judicial de “recuperação judicial suspensiva”. Isso porque, quando o devedor faz o pedido de recuperação judicial dentro do prazo de contestação, o processo de falência será suspenso. O que vai ter suspensão é o processo de falência. Cuidado!!!
Vistas as hipóteses de resposta do devedor, vamos analisar a sentença de falência proferida pelo juiz.
SENTENÇA DE FALÊNCIA
A sentença de falência pode ser: 
a) procedente - nesse caso, a sentença de falência é chamada de “declaratória”
b) improcedente - nesse caso, a sentença de falência é chamada de “sentença denegatória”
O art. 100 da Lei 11.101 estabelece que da decisão que decreta a falência cabe agravo, no prazo de 10 dias e da sentença que julga a improcedênciado pedido cabe apelação.
Sentença procedente = agravo de instrumento (legitimados: a) devedor; b) Ministério Público (na qualidade de fiscal da lei); c) credor.
Sentença improcedente = apelação (legitimados - legitimados: a) credor; b) Ministério Público (na qualidade de fiscal da lei); c) devedor (quando se tratar de auto-falência. Quem pede a falência é o próprio empresário. O juiz diz que não é caso de auto-falência. É óbvia a legitimidade do devedor para apelar dessa decisão).
Os prazos para interposição desses recursos deve ser o previsto no CPC, que se aplica subsidiarimente.
Aqui, encerramos a fase pré-falimentar (que tem início com a petição inicial e vai até a sentença declaratória ou de procedência).
Se o juiz decretar a falência (sentença declaratória), inicia-se a fase falimentar.
REQUISITOS DA SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;
VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;
XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores. 
A sentença deve ser afixada na porta do estabelecimento, deve ser publicada por edital, deve ser enviada à Junta Comercial e, se houver dinheiro, a sentença deve ser publicada em jornal de grande circulação.
�	 Artigo 98 da Lei 11.101/2005: Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
�	 Alguns comentários precisam ser feitos: a lei diz que o depósito elisivo tem que ser efetuado dentro do prazo de contestação (10 dias); além disso, a lei estabelece, no Art. 98, parágrafo único, que o depósito elisivo tem que ter o seguinte valor: valor principal + correção monetária + juros + honorários advocatícios.	 
�	 Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.

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