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Doença de Alzheimer

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Introdução 
➤ Forma mais frequente de demência em idosos 
e sua prevalência aumenta de modo expressivo 
com a idade; 
➤ Fatores de risco adquiridos: hipertensão arterial, 
obesidade, níveis elevados de LDL e baixos de 
HDL colesterol na meia idade, diabetes, tabagismo, 
traumatismo cranioencefálico e níveis elevados de 
homocisteína; 
➤ Fatores Protetores: alta escolaridade, atividade 
intelectual produtiva, atividade física e fatores 
alimentares como dieta mediterrânea; 
➤ Teoria da “reserva cognitiva”: habilidade de 
processar estratégias cognitivas alternativas e 
recrutar redes neurais análogas a fim de 
compensar os déficits resultantes das alterações 
patológicas da DA, atuando como fator protetor ao 
postergar os inícios dos sintomas; 
➤ Genética 
• A maioria dos casos de DA é de ocorrência 
esporádica. 
• Formas familiares, em que há padrão de herança 
autossômica dominante, também são descritas, 
perfazendo, no entanto, menos de 2% do total de 
casos da doença. Nestes indivíduos, já foram 
identificadas mutações nos cromossomos 1, 14 e 21, 
condicionando início dos sintomas usualmente antes 
dos 65 anos (DA pré-senil), mais frequentemente 
antes dos 60 anos; 
• Outro fator genético de grande importância é a 
presença do alelo Epslon4 do gene da Apolipoproteína 
E, proteína plasmática relacionada com o transporte de 
colesterol; 
Fisiopatologia e Neuropatologia 
➤ Principal achado anatomopatológico macroscópico 
na DA é a atrofia cortical, especialmente em áreas 
neocorticais associativas e temporais mesiais (formação 
hipocampal); 
➤ Exame microscópico: perda neuronal, deposição de 
peptídeo-beta-amiloide sob a forma de placas 
neuríticas e emaranhados neurofibrilares contendo 
proteína tau hiperfosforilada. 
➤ Considera-se que o acúmulo do peptídeo-beta-
amiloide no tecido cerebral seja o evento 
fisiopatológico primordial na Doença de Alzheimer: 
 → Esse peptídeo é formado a partir da clivagem 
da proteína precursora do amiloide – codificada por 
um gene localizado no cromossomo 21 – pelas enzimas 
Beta e Gama-secretases; 
 → Se deposita no espaço extracelular, 
inicialmente sob a forma de oligômeros solúveis e, 
posteriormente, de placas difusas que contêm formas 
insolúveis do peptídeo; 
 → Há formação de placas neuríticas que 
representam lesões maduras em que densos depósitos 
de beta-amiloide acumulam-se na região central da 
placa, circundados por axônios, dendritos degenerados 
e micróglia ativada; 
 → Teoria da “cascata amiloide” – após o 
processo amiloidogênico, ocorre a patologia 
neurofibrilar, de natureza neurodegenerativa. Os 
emaranhados neurofibrilares têm como constituinte 
molecular principal a proteína tau hiperfosforilada. 
➤ O córtex entorrinal e a formação hipocampal são as 
primeiras áreas cerebrais acometidas pelos 
emaranhados neurofibrilares. Depois, há 
comprometimento de núcleos colinérgicos localizados 
no prosencéfalo basal, acarretando perda de inervação 
colinérgica para o córtex cerebral; 
➤ O exame neuropatológico constitui o padrão-ouro 
para o diagnóstico da DA, baseando-se na distribuição 
topográfica e na quantidade das lesões 
neuropatológicas descritas; 
Doença de Alzheimer 
 
Neurologia 
 
 
 
Quadro clínico e diagnóstico 
➤ Quadro Clínico 
• Déficit de memória episódica, muitas vezes sob a 
forma de comprometimento cognitivo leve amnéstico 
e de outros domínios; 
• Com o envolvimento de áreas neocorticais 
associativas frontais, temporais e parietais, surgem as 
demais alterações cognitivas e comportamentais, com 
preservação de funções motoras e sensitivas primárias 
até as fases mais avançadas. 
• Há três apresentações atípicas de DA: a variante 
frontal ou disexecutiva (com manifestações cognitivo-
comportamentais que emulam a demência 
frontotemporal), a atrofia cortical posterior 
(proeminente acometimento visual-espacial precoce) e 
afasia logopênica (déficit de linguagem em primeiro 
plano); 
• Sintomas comportamentais incluem apatia, depressão 
e agitação. Alucinações, delírios (sobretudo de roubo) e 
agressividade também são observados, especialmente 
nos estágios moderado a avançado da doença; 
• Podem ocorrer alterações do ciclo vigília-sono, 
Mioclonias, parkinsonismo, disfagia, incontinência 
esfincteriana e, mais raramente, crises epilépticas, 
ocorrem nas fases avançadas. 
• Óbito ocorre após a evolução de sete a 15 anos 
(podendo ser maior), geralmente por complicações 
comuns em acamados, como pneumonia aspirativa, 
infecção do trato urinário com sepse ou 
tromboembolismo; 
➤ Diagnóstico 
• Quando há demência, é essencialmente clínico; 
• Se baseia na presença de alterações cognitivas, 
comportamentais e funcionais, aferidas por meio de 
instrumentos específicos, e na exclusão de outras 
causas de demência, por meio de exames laboratoriais 
e de neuroimagem estrutural; 
• Exames complementares (descartar outras 
demências): hemograma completo, creatinina, 
hormônio tireoestimulante, albumina, transaminases 
hepáticas, vitamina B12, ácido fólico, cálcio, reações 
sorológicas para sífilis (VDRL) e vírus HIV. O exame do 
LCR está indicado em casos de demência pré-senil, 
com apresentação ou curso clínico atípicos, com 
hidrocefalia comunicante e quando há suspeita de 
doença inflamatória, infecciosa ou priônica do sistema 
nervoso. 
• No LCR: elevação significativa dos níveis de tau total 
e de tau hiperfosforilada, juntamente com níveis 
reduzidos de beta-amiloide, parâmetros estes 
altamente sensíveis e específicos para a detecção da 
doença, mesmo em sua fase pré-demencial; 
• RM: atrofia de estruturas temporais mesiais 
(formação hipocampal) e consequente dilatação do 
corno temporal dos ventrívulos laterais; 
Tratamento 
➤ Tratamento farmacológico: de natureza sintomática 
com drogas que atuam nas vias colinérgicas (inibidores 
da colinesterase ou IChE) ou glutamaérgicas 
(antagonistas de receptores NMDA do glutamato); 
 → Leve a moderada: donepezila, galantamina e 
rivastigmina. (IChE) (a donepezila também está 
aprovada para o tratamento da DA grave, enquanto a 
galantamina está indicada para o tto. Da DA com 
doença cerebrovascular associada). 
 → Fase moderada a grave: memantina 
(antagonista não competitivo dos receptores NMDA do 
glutamato) é eficaz, levando à melhora cognitiva e 
funcional e à redução do grau de dependência: A 
posologia inicial recomendada é de 5mg/dia, com 
aumento de 5mg/dia a cada semana. A posologia final 
recomendada é de 10mg a cada 12 horas (ou 20mg/dia) 
e a tolerabilidade é muito boa, podendo ser combinada 
em qualquer um dos três IChE em pacientes com DA 
moderada a grave. 
➤ Antidepressivos, sobretudo inibidores seletivos da 
recaptção de serotonina (particularmente o citalopram) 
podem ser úteis em quadros de depressão associada 
ou mesmo, em alguns pacientes, sobre sintomas como 
irritabilidade e agitação; 
➤ Acompanhamento do paciente por equipe 
multiprofissional, composta por enfermeiros, 
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, neuropsicólogos e 
terapeutas ocupacionais, entre outros, complementa o 
tto. Farmacológico. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
GAGLIARDI, Rubens; M. TAKAYANAGUI, Osvaldo. Tratado de neurologia da Academia Brasileira de Neurologia. 2. 
ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2019

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