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MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @jujnamed Pediatria Reanimação neonatal Condições associadas a necessidade de reanimação ao nascer . Fatores antenatais: síndromes hipertensivas, IG < que 39 semanas ou > que 41 semanas, polidrâmnio . Fatores relacionados ao parto: trabalho de parto prematuro, uso de fórceps, nó verdadeiro de cordão Protocolo de reanimação Perguntas - É RN ≥ 34 semanas (a termo)? - Tônus muscular normal ? - Choro ao nascer ou respiração rítmica e regular? Respostas A) Se todas as respostas forem sim: 1. Colocar o RN junto com a mãe para vínculo pele a pele (vantagens: estímulo de ocitocina interrompendo mais rapidamente o sangramento materno, acelerando regressão uterina, estimulando a produção de leite) 2. Realizar clampeamento tardio do cordão entre 1-3 minutos após nascimento (vantagens: maior concentração de hemoglobina e ferritina com menos chance de desenvolvimento de anemia ferropriva) 3. Manter RN no colo da mãe para evitar perda de calor 4. Amamentação na primeira hora B) Se ao menos uma das respostas for não: 1. Realizar clampeamento imediato do cordão em até 30 segundos após o nascimento 2. Prover calor (colocar RN sob fonte de calor) e checar VA (posicionar a cabeça do RN em leve extensão, aspirar boca e narina para manter permeabilidade da VA) 3. Se houver resposta (VA pérvea, respiração e FC normais) -> colocar RN junto á mãe (..) 4. Se não houver resposta (FC <100bpm, apneia ou respiração irregular) -> iniciar ventilação com pressão positiva em até 60 segundos após nascimento (colocar oxímetro de pulso no MSD sob o pulso radial e ligar monitor cardíaco no momento de iniciar a VPP) -> inicia-se a ventilação em ar ambiente com 21% O2 -> monitorizar saturometria -> se o RN não atingir os níveis desejáveis da SatO2 (até 5 minutos de vida: 70-80%) deve-se checar possíveis causas de má ventilação: má adaptação da máscara (reposicionar a máscara), vias aéreas não pérvias (reposicionar a cabeça, aspirar as secreções e ventilar com a boca levemente aberta) ou pressão insuficiente (aumentar pressão da VPP) -> se o RN evoluir com boa expansibilidade sem melhora da saturação de O2 e/ou FC -> aumentar FiO2 (aumentar para 40% e verificar satO2, se ainda assim não houver melhora aumentar para 60%) -> se não houver melhora trocar interface (cânula traqueal ou máscara laríngea) -> se ventilação com máscara não efetiva (FC permanece <100 bpm), ventilação com máscara prolongada ou necessidade de MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @jujnamed compressões torácicas (quando FC<60 bpm) iniciar intubação orotraqueal -> ventilação por 30 segundos sem O2 (se intubação por uso inadequado da máscara) ou com O2 (se FC<100 com uso adequado da máscara) -> após 30 segundos reavaliar FC e respiração -> se atingir os parâmetros de normalidade -> titular O2 e extubar precocemente / se FC<100 -> aumentar FiO2 / se FC<60 -> iniciar compressões torácicas . Após 1 minuto de RCP -> se FC>60 -> suspender compressões -> manter VPP até FC>100 -> transferir para UTI / se FC<60 -> realizar cateterização umbilical -> administrar epinefrina pela via umbilical -> realizar expansão se necessário Considerações importantes - Minuto ouro/golden hour = primeiro minuto de vida, o mais importante (adaptação cardiopulmonar ao novo ambiente, fora do corpo da mãe) - Técnicas para avaliação dos batimentos cardíacos (FC) = palpação do cordão umbilical, ausculta, oxímetro de pulso, monitor cardíaco (melhor método) - Técnica para determinar FC = contar batimentos por 6 segundos e multiplicar por 10 - Sinais de respiração inadequada = respiração irregular, apnéia, gasping - Na VPP a ventilação inicia-se em ar ambiente (21% de O2) pois a hipóxia é um estímulo para respiração mais rápida - Técnica para VPP = técnica do C e E (com a cabeça em extensão leve, a máscara deve ser segurada com o polegar e indicador e apoiar os 3 dedos na região submandibular) - Técnica da ventilação = 40-60 movimentos por minuto (aperta/solta/solta) por 30 segundos com bolsa-valva-máscara - Parâmetros de SatO2 em MSD: . Até 5 minutos de vida = 70-80% . 5-10 minutos de vida = 80-90% . >10 minutos de vida = 85-95% - A avaliação clínica da cor (rosada/cianose) não deve ser usada como indicador da saturação da oxihemoglobina no período neonatal imediato, nem para indicar reanimação (mas, neonatologistas experientes atribuem cor rósea para RN com SatO2 70-100%) - A VPP, durante a massagem cardíaca/ compressão torácica, deve ser feita por cânula traqueal para garantir a expansão plena pulmonar - Quando não reanimar em RN ≥ 34 semanas: dependente do contexto social, familiar, religioso; justificável em malformações ou síndromes genéticas incompatíveis com a vida; discussão prévia com a família - Quando interromper a reanimação em RN ≥ 34 semanas: decisão individualizada; considerar se sofrimento fetal, malformações associadas, qualidade da MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO @jujnamed reanimação, desejo da família, tempo de PCR, retaguarda de UTI; considerar se assistolia após 20 min de RCP Intervenções para reduzir a morbidade e a mortalidade neonatal associadas à asfixia perinatal e à síndrome de aspiração de mecônio 1) Medidas de prevenção primária: melhora da saúde materna, reconhecimento de situações de risco no pré-natal, disponibilização de recursos humanos capacitados para atender ao parto e reconhecer complicações obstétricas 2) Tratamento do evento: reanimação neonatal imediata 3) Tratamento das complicações do processo asfíxico: compreendendo o reconhecimento da asfixia e suas complicações, com terapia dirigida à insuficiência de múltiplos órgãos
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