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→ Reabilitar é apagar a condenação da vida da pessoa (apaga do cartório civil) • Do artigo 93 até o artigo 95 Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo Lei de Execução Penal Lei 7.210/84 Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei. CONCEITO Para Cezar Roberto Bitencourt, “trata-se de uma medida de política criminal que objetiva restaurara dignidade pessoal e facilitar a reintegração do condenado à comunidade, que já deu mostras de sua aptidão para exercer livremente sua cidadania.” • Importante mencionar que o instituto da reabilitação criminal não tem o condão de apagar a reincidência, mas sim de garantir seu sigilo, de modo a possibilitar àquele que praticou um crime e cumpriu sua pena, o direito a reinserção em sociedade. • A reabilitação tem o intuito de ressocializar e esta tem como objetivo o direito à humanização do período de transição da vida condicionada na instituição carcerária, ao direito a uma nova vida em paz com a sociedade. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.” REQUISITOS: → Condenação definitiva; → Que já tenha transcorrido 2 anos da data da extinção da pena; ou do início do período de provas no caso do sursis e do livramento condicional, que não tenham sido revogados; → O sentenciado tenha tido domicílio no país durante estes 2 anos. → Que durante esse prazo o condenado tenha dado demonstração efetiva de bom comportamento público e privado; → Que tenha ressarcido a vítima do crime ou que demonstre a impossibilidade de fazê-lo ou, ainda, que exiba documento no qual a vítima renuncie à indenização. Em relação a exigência de que o sentenciado tenha tido domicílio no país durante estes 2 anos, Cezar Roberto Bitencourt entende que representa uma limitação indevida e desnecessária no ius libertatis do indivíduo que, cumprida ou extinta a pena, tem o direito de locomover- se por onde, como e quando quiser. Segundo o referido autor, haveria dúvidas quanto à constitucionalidade dessa obrigatoriedade EFEITOS a) Sigilo sobre os registros criminais do processo e da condenação. Este efeito é obtido imediata e automaticamente após o cumprimento da pena, por expressa previsão no art. 202 da LEP. Não constitui cancelamento, mas apenas impede a sua divulgação, afora as hipóteses expressamente ressalvadas. b) Suspensão dos efeitos extrapenais específicos. A lei veda a recondução ao cargo e a recuperação do pátrio-poder, ficando a consequência da reabilitação limitada à volta da habilitação para dirigir veiculo. Reabilitação Pode o agente, após a reabilitação, passar a exercer cargo, função ou mandato eletivo, mas está vedada a sua recondução ao cargo anterior. • Recupera o exercício do pátrio-poder, mas somente em relação aos filhos que não foram vítimas do crime. REVOGAÇÃO Pode ser decretada de ofício ou a requerimento do Ministério Público. Ocorre se sobrevier condenação que torne o reabilitado reincidente, a não ser que essa condenação imponha apenas pena de multa. “Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.” COMPETÊNCIA A competência para a reabilitação é do Juízo da condenação e não o da execução, uma vez que a reabilitação só pode ser concedida após o término da execução. Observações: → A morte do reabilitando extingue o processo por falta de interesse jurídico no prosseguimento. → A reincidência não é apagada pela reabilitação, pois ela só desaparece após o decurso de mais de 5 anos entre a extinção da pena e a prática de novo crime. → Negada a reabilitação ela pode ser requerida a qualquer tempo, desde que com novos elementos. (Art. 94, parágrafo único).
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