Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES DEFINIÇÃO Substâncias capazes de bloquear, de forma reversível e localizada, a condução nervosa. → Sabe-se que o estímulo doloroso é transmitido pelas fibras nervosas desde sua origem (p. ex., polpa dental, periósteo, etc.) até o cérebro, na forma de potenciais de ação, que são propagados por despolarizações transitórias das células nervosas, devido à entrada de íons sódio (Na+) através dos canais de sódio. SISTEMA NERVOSO: ORGANIZAÇÃO GERAL COMO AGEM OS ANESTÉSICOS LOCAIS → A hipótese mais aceita para explicar o mecanismo de ação dos anestésicos locais se baseia na teoria do receptor específico. Segundo essa teoria, os anestésicos locais, na sua forma não ionizada, atravessam a membrana do axônio e penetram na célula nervosa. No interior da célula nervosa, as moléculas ionizadas de anestésico local se ligam a receptores específicos nos canais de sódio, reduzindo ou impedindo a entrada do íon na célula. Isso resulta no bloqueio da condução nervosa e, consequentemente, na percepção da dor. • bloqueio reversível e localizado da condução nervosa; REQUISITOS INDISPENSÁVEIS/DESEJÁVEIS 1. Bloqueio reversível do nervo 2. Irritação mínima no tecido injetado 3. Baixa toxicidade sistêmica 4. Ter boa difusibilidade 5. Apresentar início e duração de ação adequados CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS • Os anestésicos locais são bases fracas, pouco solúveis em água e instáveis quando expostos ao ar. • Para uso clínico, são adicionados ao ácido clorídrico, formando um sal, o cloridrato, que apresenta maior solubilidade e estabilidade na solução. • Na forma de cloridrato, apresentam pH ácido, variando de 5,5 (soluções anestésicas sem vasoconstritor) a 3,3 (soluções com vasoconstritor) QUANTO À CONFIGURAÇÃO QUÍMICA • os anestésicos locais exibem três porções bem definidas em sua estrutura: 1. Porção hidrofílica, que permite sua injeção nos tecidos. 2. Porção lipofílica, responsável pela difusão do anestésico através da bainha nervosa. SISTEMA NERVOSO Sistema nervoso periférico Sistema nervoso central Divisão eferente SNS Divisão aferente SNA Parassimpático simpático AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES 3. Cadeia intermediária, que une as porções hidrofílica e lipofílica e, de acordo com sua estrutura química, permite classificar os anestésicos locais em ésteres ou amidas. HISTÓRIA • Os ésteres foram os primeiros anestésicos locais a serem sintetizados, tendo como precursor a cocaína. Além da cocaína, fazem parte desse grupo: → procaína, a cloroprocaína, a tetracaína e a benzocaína. Desses, a benzocaína é o único atualmente empregado em odontologia, apenas como anestésico de superfície em mucosas, na forma de pomadas ou géis. • As amidas surgiram a partir de 1948, com a síntese da lidocaína. A menor capacidade de produzir reações alérgicas foi determinante para o sucesso desse grupo de anestésicos. Além da lidocaína, fazem parte do grupo: → mepivacaína, prilocaína, articaína, bupivacaína, ropivacaína e etidocaína. QUÍMICA • Baixa toxicidade local e sistêmica • Representantes: Aminoamidas • Boa difulsão e adequada dissociação MECANISMO DE AÇÃO • Causam bloqueio dos canais de (Na+) voltagem dependentes de membrana plasmática das fibras nervosas, inibindo a geração e a propagação do potencial de ação. EX.: bloqueio do alveolar inferior – 1 tubete FARMACOCINETICA CLÍNICA • USO TÓPICO: fina camada de anestésico (Benzacaína), pomada. → Alcançar uma anestesia superficial para o paciente não sentir a punção agulhas • ANESTESIA POR PUNÇÃO: Agulhas → Infiltração local puncionar de forma superficial OBS.: Em odontologia quase nunca se consegue fazer esse tipo de anestesia, sendo mais comum bloqueio de campo atingir toda uma determinada área. EX.: de canino a incisivo central • BLOQUEIO DE NERVO: → Canal → forame→ nervo Objetivo: colocar anestésico suficiente a ponto de AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES conseguir fazer todo o procedimento. Na mandíbula: canal mandibular → alveolar inferior • ANESTESICOS PARA INFILTRAÇÃO: → Tubete ou cartucho odontológico ANESTÉSICOS LOCAIS SIMPATICOMIMÉTICOS → Imita o sistema nervoso autônomo → vasoconstrictor → As aminas simpatomiméticas, em sua estrutura química, podem apresentar ou não um núcleo catecol, daí serem chamadas, respectivamente, de catecolaminas ou não catecolaminas. → As aminas simpatomiméticas agem sobre os receptores adrenérgicos, encontrados na maioria dos tecidos do organismo. Esses receptores são de dois tipos: alfa (α), com os subtipos α1 e α2, ou beta(β), com os subtipos β1, β2 e β3. A ação vasoconstritora é exercida pela interação com os receptores α. • Adrenalina ¹,² ¹,²,³ • Noradrenalina ¹,² ¹ • Fenilefrina ¹ Mais tempo fazendo efeito • Levonordefrina ¹ → ¹= vasoconstrictor → P.A. → B¹= vasoconstrictor → D.A. • A adrenalina são menos seletivas que noradrenalina. • Todos os ¹ ao atingir causa vasoconstricção e aumento da pressão arterial. • Para um paciente hipertenso o melhor é adrenalina, o pior e noradrenalina. • todo mundo que meche com receptor aumenta a gricemia diabetes • Ativar ¹ e ² aumenta mais ainda a gricemia → adrenalina diabetes NÃO • Corticolaninas→ degrada por e tipos de enzimas a MAO e CONT essas substâncias degradam além do fígado, então traz mais confiança usar elas. EPINEFRINA• É o vasoconstritor mais utilizado em todo o mundo, devendo ser o agente de escolha para a quase totalidade dos procedimentos odontológicos em pacientes saudáveis, incluindo crianças, gestantes e idosos • Após a infiltração na maxila ou o bloqueio mandibular, a epinefrina promove a constrição dos vasos das redes arteriolar e venosa da área injetada por meio da estimulação dos receptores α1. Ao ser absorvida para a corrente sanguínea, e dependendo do volume injetado, também interage com receptores β1 no coração, aumentando a frequência cardíaca, a força de contração e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. • produz dilatação das artérias coronárias, levando a um aumento do fluxo sanguíneo coronariano. A epinefrina liga-se ainda aos receptores β2, promovendo a dilatação dos vasos sanguíneos da musculatura esquelética. • Por essas ações, a dosagem de epinefrina deve ser minimizada para os pacientes com doença cardiovascular, particularmente as doenças cardíacas isquêmicas, como a angina do peito ou história de infarto do miocárdio. • em odontologia, o bom senso fala a favor de se empregar soluções anestésicas com epinefrina na concentração de 1:100.000, que também produz um bom grau de hemostasia. Por sua ação na vasculatura local, é eficaz na redução da perda de sangue durante os procedimentos cirúrgicos odontológicos. AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES NOREPINEFRINA • Atua nos receptores α e β, com predomínio acentuado sobre os receptores α (90%), apesar de também estimular os receptores β1 (10%). Não apresenta vantagens sobre a epinefrina, tendo 25% da potência vasoconstritora desta. • Ao contrário, a maioria dos relatos de reações adversas devidas ao uso de vasoconstritores parece ter ocorrido com a norepinefrina, como cefaleia intensa decorrente de episódios transitórios de hipertensão arterial,17 assim como casos de necrose e descamação tecidual. Em função disso, seu uso em odontologia está sendo cada vez mais restrito ou até mesmo abolido. CORBADRINA (LEVONORDEFRINA) • Atua por meio da estimulação direta dos receptores α (75%), com alguma atividade em β (25%). Tem somente 15% da ação vasopressora da epinefrina, sem nenhuma vantagem em relação a esta. FENILEFRINA • É um α-estimulador por excelência (95%), pois exerce pequena ou nenhuma ação nos receptores β1. Apesar de apresentar apenas 5% da potência vasoconstritora da epinefrina, na concentração empregada (1:2.500), pode promover vasoconstrição com duração mais prolongada. Em contrapartida, nos casos de sobredosagem de fenilefrina (relativa ou absoluta), os efeitos adversos também são mais duradouros, como o aumento da pressão arterial e cefaleia na região occipital. Não apresenta qualquer vantagem em relação à epinefrina. DERIVADO DO ADH • Felipressina v² → veia → ativa → pode usar em diabético → deixa o campo cirúrgico muito sujo FELIPRESSINA • Análogo sintético da vasopressina (hormônio antidiurético), está contida em soluções cujo sal anestésico é a prilocaína. • A vasoconstrição promovida pela felipressina é decorrente de sua ação sobre os receptores V1 da vasopressina, presentes no músculo liso da parede dos vasos sanguíneos, com ação muito mais acentuada na microcirculação venosa do que na arteriolar com ativação da fosfolipase C e liberação de cálcio. • Por esse motivo, tem valor mínimo no controle da hemostasia, o que explica o maior sangramento observado durante os procedimentos cirúrgicos, quando se empregam soluções que contêm esse vasoconstritor, em relação às que contêm epinefrina ou outros agentes simpatomiméticos. • Absorvível → chegou no sangue como base anestésica, mais antes é como sal. • o metabolismo dos anestésicos é diferente → de amidas é no fígado Dentistas • Paciente com problema hepático → articaína LIDOCAÍNA • Anestésico local mais empregado em todo o mundo, considerado como padrão do grupo, para efeito de comparação com os demais anestésicos. Início de ação (tempo de latência) entre 2-4 min. • Devido a sua ação vasodilatadora, o que promove sua rápida eliminação do local da injeção, a duração da anestesia pulpar é limitada a apenas 5-10 min. Por isso, praticamente não há indicação do uso da solução de lidocaína 2% sem vasoconstritor em odontologia. • Quando associada a um agente vasoconstritor, proporciona entre 40-60 min de anestesia pulpar. Em tecidos moles, sua ação anestésica pode permanecer em torno de 120-150 min • É metabolizada no fígado e eliminada pelos rins. • Sua meia-vida plasmática é de 1,6 h.5 AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES • Toxicidade: os níveis plasmáticos para o início de reações tóxicas são de 4,5 μg/mL no SNC e de 7,5μg/mL no sistema cardiovascular. A sobredosagem promove a estimulação inicial do SNC, seguida de depressão, convulsão e coma. MEPIVACAÍNA • Potência anestésica similar à da lidocaína. • Início de ação entre 1,5-2 min. • Produz discreta ação vasodilatadora. Por isso, quando empregada na forma pura, sem vasoconstritor (na concentração de 3%), promove anestesia pulpar mais duradoura do que a lidocaína (por até 20 min na técnica infiltrativa e por 40 min na técnica de bloqueio regional). • Sofre metabolização hepática, sendo eliminada pelos rins. • Meia-vida plasmática de 1,9 h.5 • Toxicidade semelhante à da lidocaína. PRILOCAÍNA • Potência anestésica similar à da lidocaína. • Sua ação tem início entre 2-4 min. Por sua baixa atividade vasodilatadora (50% menor do que a da lidocaína), pode ser usada sem vasoconstritor, na concentração de 4%. No Brasil, não é comercializada na forma pura. • É metabolizada mais rapidamente do que a lidocaína, no fígado e nos pulmões. • Eliminação renal. • Meia-vida plasmática de 1,6 h.5 • Apesar de ser menos tóxica do que a lidocaína e a mepivacaína, em casos de sobredosagem produz o aumento dos níveis de metemoglobina no sangue. Portanto, é recomendado maior cuidado no uso deste anestésico em pacientes com deficiência de oxigenação (portadores de anemias, alterações respiratórias ou cardiovasculares).maior cuidado no uso deste anestésico em pacientes com deficiência de oxigenação (portadores de anemias,alterações respiratórias ou cardiovasculares). ARTICAÍNA • Introduzida em 1976 na Alemanha e na Suíça, e por volta de 2000 no Canadá, nos Estados Unidos e no Brasil. • Rápido início de ação, entre 1-2 min. • Potência 1,5 vezes maior do que a da lidocaína. • Possui baixa lipossolubilidade e alta taxa de ligação proteica. • É metabolizada no fígado e no plasma sanguíneo. Como a biotransformação começa no plasma, sua meia-vida plasmática é mais curta do que a dos demais anestésicos (~ 40 min), propiciando a eliminação mais rápida pelos rins. Por essas características farmacocinéticas, a articaína reúne as condições ideais de ser o anestésico de escolha para uso rotineiro em adultos, idosos e pacientes portadores de disfunção hepática. • Sua toxicidade é semelhante à da lidocaína. • A presença de um anel tiofeno em sua estrutura química parece ser responsável pela maior difusão tecidual da articaína, permitindo seu uso em técnica infiltrativa, mesmo na mandíbula, dispensando assim o uso de técnicas anestésicas de bloqueio. BUPIVACAÍNA • Sua potência anestésica é 4 vezes maior do que a da lidocaína. • Por ser mais potente, sua cardiotoxicidade também é 4 vezes maior em relação à lidocaína. Por isso, é utilizada na concentração de 0,5%. • Ação vasodilatadora maior em relação à lidocaína, mepivacaína e prilocaína. • Quando associada à epinefrina, apresenta, em técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior, tempo de latência variando de 10-16 min na região de molares e pré-molares. • Possui longa duração de ação. No bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual, produz anestesia pulpar por 4 h e em tecidos moles, por até 12 h. • Meia-vida plasmática de 2,7 h.15 • É metabolizada no fígado e eliminada pelos rins. AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES • Não é recomendada para pacientes < 12 anos, pelo maior risco de lesões por mordedura do lábio, em razão da longa duração da anestesia dos tecidos moles. BENZOCAÍNA • Único anestésico do grupo éster disponível para uso odontológico no Brasil. É empregada apenas como anestésico tópico ou de superfície. • Embora as reações alérgicas aos anestésicos locais sejam raras, sua incidência é maior com o uso dos ésteres. Por isso, a benzocaína não deve ser empregada em indivíduos com história de hipersensibilidade aos ésteres. • Na concentração de 20%, a benzocaína, após aplicação por 2 min, promove anestesia da mucosa superficial (previamente seca), diminuindo ou eliminando a dor à punção da agulha, especialmente na região vestibular. • Na região palatina essa ação é menos eficaz, da mesma forma que no local de punção para o bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual. VASOCONSTRITORES PROPRIEDADES GERAIS • Todos os sais anestésicos possuem ação vasodilatadora. Portanto, quando são depositados próximos das fibras ou dos troncos nervosos que se pretende anestesiar, a dilatação dos capilares sanguíneos da região promove sua rápida absorção para a corrente circulatória, limitando em muito o tempo de duração da anestesia. • o risco de toxicidade é aumentado quando se empregam grandes volumes da solução ou quando ocorre uma injeção intravascular acidental, especialmente em relação ao SNC. • Por esse motivo, a associação de vasoconstritores aos sais anestésicos produz uma interação farmacológica desejável, pois essa ação vasoconstritora faz com que o sal anestésico fique por mais tempo em contato com as fibras nervosas, prolongando a duração da anestesia e reduzindo o risco de toxicidade sistêmica. → Ainda por meio dessa ação vasoconstritora,não apenas a vasodilatação exercida pelos anestésicos locais é revertida, como há diminuição efetiva no calibre dos vasos, podendo ser observada isquemia no local de injeção. Assim, outro importante efeito observado é a hemostasia, ou seja, a redução da perda de sangue nos procedimentos que envolvem sangramento. CLASSIFICAÇÃO • No Brasil, o cirurgião-dentista dispõe de soluções anestésicas locais que contêm vasoconstritores de dois tipos: aminas simpatomiméticas ou felipressina. → A classificação está explicado em anestésicos locais. REAÇÕES ADVERSAS • Fenômenos alérgicos: → Ésteres → Conservantes OBS.: Reações alérgicas graves associadas à anestesia local em odontologia são raramente observadas, ainda mais após a introdução dos anestésicos do grupo amida e a diminuição do uso dos anestésicos do grupo éster • Reações locais: → Parestesias → Lesão tecidual • Músculos lisos: → Depressão • Sangue: → Metemoglobinemia (prilocaína) • Sistema cardiovascular: → Estabilização da membrana cardíaca → Taquicardia e fibrilação (bupivacaína) • Aparelho respiratório: → Depressão (indireta) • SNC → Excitação AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS CÁLCULO DA DOSE MÁXIMA AULA 7 2AF FARMACOLOGIA @ODONTO_RAFA RAFAELLY ALVES PARÂMETROS CLÍNICOS SELEÇÃO ✓ Conheça a doença e situação clínica do pct e os tratamentos que realiza; ✓ Se necessário, converse com o médico assistente; ✓ Reveja as contraindicações de cada medicamento; ✓ Consulte as possíveis interações medicamentosas.
Compartilhar