Buscar

[Revista] Arquitetura & Urbanismo #231 - Jd. Edite

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Jardim Edite reúne habitação social, creche,
restaurante-escola e unidade de saúde.em terreno
valorizado de São Paulo. Projeto de MMBB e H+F
E MAIS
Entrevista com Denise Scott Brown
Sanaa projeta fábrica para a Vitra, na Alemanha
Como especificar fachadas ventiladas
u=J
1"-==
c:r~="'---
~ ~
M=====~0-=
2013
ARQUITETURA
JARDIM EDITE
MMBB e H+F .São Paulo, SP . 2008/2013
BRASIL --HABITAÇAO
SOCIAL EM
TERRENO
VALORIZADO
Conjunto projetado pelo MMBB e H+F em área nobre paulistana-
e onde por 40 anos existia uma favela - é formado por torres que
contrastam com o entorno de espelhados prédios comerciais
POR RAFAEl URANO FRAINDLlCH FOTOS LEONARDO FINOTTI
Unidades habitacionais, uma
creche, uma unidade de saúde e um
restaurante-escola. O complexo de
edifícios que forma o Jardim Edite
foi inaugurado em maio de 2013,
e completa mais um capítulo da
longa história de transformação de
uma favela com mais de 40 anos
localizada em meio à cidade formal.
Promovido pela Secretaria Munici-
pal de Habitação (Sehab), o projeto
dos escritórios MMBB e H+F é
resultado da proposta da secretaria
em um plano de reurbanização de
favelas em todo o município. Aliado
ao plano, não se pode esquecer da
forte pressão política dos mora-
dores da antiga favela do Jardim
Edite, que conseguiram resistir às
desapropriações e despejos e sedi-
mentar um conjunto habitacional no
mesmo terreno que Jáocupavam. A
área da favela foi frequente alvo de
disputas entre o poder público e o
privado por sua posição estratégi-
ca, ao lado da ponte estalada. em
plena região de crescimento eco-
nômico, e de edifícios comerciais
26 aU JUNHO 2013 BRASIL
com suas fachadas de vidro.
Mesmo urbanizando o terreno,
o conjunto sozinho não deu conta
das aproximadamente 500 famílias
que viviam ali; uma parte foi para
outros programas de locação
social, outras famílias voltaram
para sua cidade natal e 240 vão
de fato residir no novo conjunto.
Os escritórios MMBB e H+F são
formados por arquitetos de forte
lastro acadêmico (os sócios dos
dois escritórios são ou foram pro-
fessores universitários) e um grande
acervo de contratos públicos. Os
desafios começaram logo na elabo-
ração do programa. Uma série de
equipamentos públicos estava em
situações precárias no bairro, e uma
articulação da Sehab com outras se-
cretarias fez com que uma unidade
básica de saúde, uma creche e um
restaurante-escola viessem a fazer
parte do conjunto. O coeficiente de
aproveitamento para zonas de in-
teresse social chega a quatro vezes
a área do terreno, o que permite a
máxima inserção de unidades, mas,
I
I
I,
,,',[l!
.~; 1
1·ln-~1 ~~_-J 2. ~. -~
27
1 torre 1
2 torre Z
3 lâmina 1
4 restaurante-escola
5 unidade básica de saúde
6 torre 3
7 lâmina Z
8 creche
QUADRA 1 QUADRA 2
áreas de uso condominal
_ áreas de uso dos equipamentos
~ hi5Tlr-rr:---m 1iC5TTliTTT"""ilhi5Tlr-rr:---m '
EIrrill hriijjbTTTij hriijjbTTTij
EIT5I! ", "II'! "I ". !'II" .,1 I,.
EEiE:iIJ i I I ! I ,tíjtTíj FfJ7Tlf !" I! i
CORTE LONGITUDINAL
28 aU JUNHO 2013 BRASIL
A SOLUÇÃO PARA REUNIR AS UNIDADES
HABITACIONAIS E OS PROGRAMAS
PEDIDOS PELA PREFEITURA FOI
ARTICULAR TRÊS TORRES E DOIS
EDIFíCIOS LINEARES - ESTES ÚLTIMOS
CHEGAM RíGIDOS AO CHÃO, EM UM
TÉRREO QUE RESOLVE OS PROGRAMAS
PÚBLICOS: CRECHE, RESTAURANTE-
ESCOLA E UNIDADE DE SAÚDE
1 restaurante-escola
2 unidade básica de saúde
3 creche
------'qssr-91-"·:i::tP~~:~,í:c9::Ll_
O 10-----
_____1______ __1., "·'1
O O O O O O D O D D []h
O O O O O O O O n rlh
O O O O O O O O O O [l~1O O O O O O O O O C]
O O O O O O O O O O Dfl
O O O O O O O O O CJh
O O O O O O O O O O [lj
DDonDnD'D~[i]u U L1_ l u l ~
~..".... O O O O O O DJ O 0.00drf1 O O O O O O uno r;lh
riUloOODOr n []~r:-nw n n 0--- 'o i !""'--Xyp [J lJ IJ • I Illr
G[T] O O O O O [íln
r1JDDOOO c-lh
[J O O O O O I [li;._. , , :-lr
igualmente, exige sofisticação de
projeto para o forte adensamento.
A solução foi articular três torres,
que se erguem na paisagem, e
dois grandes edifícios lineares.
Estes últimos chegam rígidos no
chão e resolvem os programas
públicos e o acesso aos blocos.
O térreo público tem usos distin-
tos, o que exigiu projeto especial
para cada uso. A creche foi fechada
ao exterior, mas dentro proporciona
uma amplitude para as crianças,
com um grande jardim interno, para
o qual todas as salas de aula e pátio
se abrem, garantindo a entrada de
luz natural ao mesmo tempo em
que protege as crianças do barulho
intenso das avenidas vizinhas.
A unidade básica de saúde é ainda
mais fechada, por exigências de legis-
lação e por seu uso como micro-hos-
pital. Uma laje cobre toda a extensão
da unidade, recebendo luz natural
somente pelos grandes tanques de
iluminação feitos de concreto arma-
do, que iluminam o saguão central
das alas de espera para tratamentos.
O restaurante-escola está quase na
esquina, sendo o programa mais
aberto à cidade pela sua pretensão
de servir refeições aos trabalhadores
e executivos que trabalham no bairro.
São três programas que exigem
certo resguardo e que, no dia a dia,
interagem pouco entre si. Por isso,
o efeito no térreo não é o de uma
ampla galeria livre de circulação,
mas o de uma série de edifícios
sob a mesma cobertura. Entende-
-se melhor esta decisão de projeto
primeiro pela estratégia de não ter
muros no conjunto: não há grades
no perímetro, que se fecha apenas
com as paredes, mesclando-se
no tecido da cidade e deixando os
recuos como áreas públicas, praças
abertas para as pessoas que virão
à gleba usar os equipamentos
da prefeitura. Ao mesmo tempo,
a cobertura desses prédios são
áreas comuns dos moradores -
terraços que se abrem para a ponte
estalada e para a praça linear criada
pelos arquitetos. Ali, os tanques de
iluminação da unidade de saúde se
tornam grandes volumes escul-
tóricos em meio ao pátio seco.
À complexa organização do térreo
tem-se uma igualmente elaborada
organização das unidades. Duas
lâminas baixas de quatro andares
contêm unidades em um jogo
complexo de plantas distintas,
dependendo do pavimento. As
três torres, por sua vez, têm uma
CORTE TRANSVERSAL
O 5-...-....-
29
~~-~
~'~~
I _~_.
I--
I -6-
j-
J~
I
~ dl'
TÉRREO
30 aU JUNHO 2013 BRASIL
,,,
-' . ,
: :=11 :
'~'
PAVIMENTO-TIPO (LÂMINA)
~ L]1
---~
-~, ,· ,, ,
t:m
o!~-,
· ic:a
:~W
-',,· ,,:~ II "-, I
O
O
O
O
,
,, ,
... - -~
PAVIMENTO CONDOMINIAL PAVIMENTO-TIPO PAVIMENTO-TIPO
(TORRE)
IMPLANTAÇÃO
oTIPO 1 - 47,9 M' DTIPO 2 - 50,1 M'
PLANTAS - UNIDADES ----
As UNIDADES DAS TORRES ESTÃO
DISPOSTAS PARA QUE SE ABRAM A UM
CORREDOR COMUM, ILUMINADO PELA
LUZ QUE ENTRA PELOS CAIXILHOS PISO-
TETO. DE ACORDO COM OS ARQUITETOS,
ESSES CORREDORES PODEM SERVIR
COMO UMA ÁREA COLETIVA ENTRE OS
VIZINHOS - NO SORTEIO DAS UNIDADES,
TENTOU-SE REUNIR MORADORES QUE JÁ
ERAM VIZI N HOS NA ÉPOCA DA FAVELA
31
COM PROGRAMAS DE USO DISTINTOS, O
TÉRREO TEM DIFERENTES TRATAMENTOS:
A CRECHE FOI FECHADA AO EXTERIOR,
POR EXEMPLO, AINDA QUE NO CENTRO
TENHA GRANDE AMPLITUDE PARA AS
CRIANÇAS. A UNIDADE DE SAÚDE É
A MAIS FECHADA, POR EXIGÊNCIAS
DA LEGISLAÇÃO, ENQUANTO O
RESTAURANTE-ESCOLA É O MAIS ABERTO
À CIDADE, PELA POSSIBILIDADE DE
OFERECER REFEiÇÕES AOS MORADORES E
TRABALHADORES DA REGIÃO
32 aU JUNHO 2013 BRASIL
janelas alongadas que enquadram
a vista do bairro de alto padrão,
somam-se as unidades e suas
plantas retilíneas, as fachadas de
métrica rigorosa. Não se tratou
somente de dar um teto aos habi-
tantes, mas também incluir uma
qualidade estética incomumem
todos os ramos de construção da
cidade, sejam públicos ou privados.
O conjunto habitacional do Jardim
Edite é parte de uma investida do po-
der público na busca de novas tipolo-
gias para a habitação econômica na
cidade. Iniciativa que ainda é exceção
e não regra nas políticas urbanas do
centro expandido: não à toa, repousa
ainda como um corpo estranho
no bairro de classe média alta.
proporção laminar, contendo quatro
apartamentos em proporção retan-
gular se abrindo para um corredor
comum, com aberturas de piso ao
teto para o exterior. O sorteio dos
apartamentos foi feito de modo
a agregar moradores que já eram
vizinhos na época da favela. "Esses
corredores podem servir de lugar de
encontro os moradores podem abrir
as portas e usar uma área coletiva",
diz Marta Moreira, sócia do MMBB.
A torre foi o ponto diferencial da
intervenção. Trata-se do primeiro
conjunto habitacional com eleva-
dores desde 2001, e o único que
atende a 15 andares na história da
habitação social em São Paulo. Essa
solução deveu-se primordialmente à
necessidade de adensar o conjunto, e
trouxe desdobramentos arquitetôni-
cos ímpares, como o contraste entre
os panos de alvenaria do conjunto
e os vidros espelhados dos prédios
de escritório ao lado, marcando
a chegada da ponte estaiada.
"Do alto, você pode ver o Real
Parque (AU 228), do outro lado do
rio Pinheiros, a ponte estaiada, os
prédios da Berrini, a várzea do rio ...
é bonita essa soma de situações",
divaga Marta sobre a vista do último
andar da torre. Tal ponderação
revela a sensibilidade da interven-
ção: os barracos e a precariedade
em que viviam os moradores são
substituídos por uma construção
durável e com apuro. Além das
SOCIAL HOUSING IN HIGHLY
VALUED LOT
Housing units, a nursery, a health service
and a schoolrestaurant. The building com-
plex forming the Jardim Edite was inaugu-
rated in May of 2013 and compieted one
more chapter ofthe long history oftrans-
formation of a so-vear old slum located
in the center ofthe formal city. Promoted
by the São Paulo Secretariat for Housing
(Sehab), the MMBB and H+F studios is
the result ofthe Secretoriat's proposal to
urbanize slums in the entire city. Allied to
the plan there was strong political pressure
from the residents ofthe oldJardim Edite
slum, who resisted the expropriations
and evictions and established a housing
complex in the same lot they were already
occupying. The challenges began rightfrom
the start of the programo A series of public
equipment was stored in the district in
precarious conditions and a combination
ofSehab with othersecretariats made it
possible to establish a Basic Health Unit,
a nursery and a school-restaurant in the
complex. The social interest zones usage
coefficient isfour times the lol's area which
allows the maximum insertion of units, but
also requires a sophisticated project for the
higher density. The solution was to combine
three blade-shaped towers and two large
linear buildings. The latter are rigid at the
ground levei and solve the public programs
and access to the blocks.
DADOS DA OBRA
ÁREA CONSTRUIDA 25.714 m'
CLIENTE Prefeitura Municipal de São
Paulo - Secretaria Municipal da Habitação
(Sehab/Habi) e Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano (SMDU)
CUSTO TOTAL DA OBRA 55.296.763,53 reais
FICHA T~CNICA
COORDENADOR DE PROJETOS (SEHAB) Luiz
Fernando Fachini
ARQUITETURA MMBB e H+F
EQUIPE MMBB Marta Moreira, Milton Braga.
Fernando de Mello Franco
COLABORADORES MMBB Eduardo MartinL
Marina Sabino, Giovanni Meirelles, Cecilia Góes,
Gleuson Pinheiro Silva, Adriano Bergemann,
André Rodrigues Costa, Maria João Figueiredo,
Martin Benavidez, Naná Rocha, Tiago Girao,
Guilherme Pianca, Gisele Mendonça, Eduardo
Pompeu, Rafael Monteiro, Lucas Vieira
EQUIPE H+F ARQUITETOS Eduardo Ferroni.
Pablo Herefiú
COLABORADORES H+F Tammy Almeida, joel
Bages, Natália Tanaka, Diogo Pereira, Gabriel
Rocchetti, Danilo HidekL Thiago BenuccL
Mariana Puglisi, Luca Mirandola, Thiago
Moretti, Luisa Fecchio, Bruno Nicoliello, Renan
Kadomoto, Carolina Domshcke
ESTRUTURA Kurkdjian e Fruchtengarten
Engenheiros Associados (projeto de 2008),
Projetal Projeto Estrutural e Consultoria
(projeto de 2010)
FUNDAÇÕES MAG Projesolos Engenheiros
Associados (projeto de 2008) e Portella Alarcon
Engenheiros Associados (projeto de 2010)
SONDAGEM Geosolo Geotecnia e
Engenharia de Solos
INSTALAÇÕES PHE Projetos Hidráulicos
e Elétricos
PAISAGISMO Suzel Márcia Maciel (projeto de
2008), Bonsai Paisagismo - Ricardo Vianna
(projeto de 2010)
ORÇAMENTO Nova Engenharia (projeto de 2008)
CONSTRUTORA Kallas Engenharia
GERENCIADORA Consórcio Bureau Sistema PRI
PROJETO GEOMÉTRICO System Engenharia
IMPERMEABILlZAÇAO Proiso Projetos e
Consultoria de Impermeabilização
ESTRUTURA METÁLICA Cia de Projetos
FORNECEDORES
ESQUADRIAS DE ALUMINIO Trialux Esquadrias
Metálicas
ESQUADRIAS DE AÇO Serralheria Arcobox
ESQUADRIAS DE MADEIRA Eucatex
ELEVADORES Otis
TUBULAÇÕES Tigre, Amanco
•.:: endereços no final da revista
www.revistaau.com.br
Comente este projeto
33

Outros materiais