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Regulação ácidobásica Para que as enzimas funcionem com sua totalidade, é preciso que o pH seja ideal e não apresente muitas variações, sendo, portanto, constante. Ácidos podem doar íons hidrogênio e bases podem receber hidrogênio. O pH 7,4 é o ideal. Acima de 7,4 o sangue se torna alcalino e abaixo de 7,4 o sangue se tornaácido. pH é a medida de concentração de hidrogênio. Existe a tendência do organismo se acidificar com o passar da idade. Dióxido de carbono ( CO2 ) é o principal composto ácido a ser produzido constantemente no organismo. Sangue venoso pH Gás Sangue arterial Ácido Alcalino O2 CO2 CO2 O2 A classificação de ácido e alcalino no sangue se dá pela concentração de oxigênio e gás carbônico na corrente sanguínea Mecanismos de homeostase acidobásica Existem várias estratégias para que haja o equilíbrio do pH, tais como tampões, que são combinações de bases e ácidos que impedem variações muito bruscas no pH. 1) Hemoglobina e bicarbonato de sódio 2) Pulmões 3) Rins Homeostase Acidobásica Acidificação: Reabsorção de bicarbonato e eliminação de hidrogênio 1) Hemoglobina e bicarbonato de sódio Esses tampões estão presentes no sangue e atuam em pequenas variações no pH, sendo o primeiro mecanismo a ser ativado. 2) Pulmões É o principal mecanismo de regulação ácido básico porque é ilimitado e possui ação imediata. Através da respiração é possível reter e eliminar o composto ácido CO2 controlando, assim, as variações no pH. A alta concentração de CO2 aumenta a frequência cardíaca. 3) Rins É a última estratégia do organismo para equilibrar o pH, pois só atua cerca de 24-48h após o início do distúrbio. Atua eliminando os íons hidrogênio ou reabsorvendo o bicarbonato de sódio. Alcalinizaçao: Reabsorção de hidrogênio e eliminação de bicarbonato Os distúrbios acidificantes são muito mais comuns e frequentes do que os distúrbios alcalinizantes. A maré alcalina é um distúrbio alcalinizante que ocorre durante o processo de digestão no qual o organismo perde ácido para o lúmen e o sistema fica mais alcalino e o pulmão retém mais CO2 para tentar equilibrar o pH. Observações: As atividades musculares produzem constantemente o ácido lático. Equação de Henderson-Hasselbalch H2CO3 H+ + HCO3- Reserva de bicarbonato HCO3- Adição de H+Remoção de H+ CO2 + H2O Aumento na FR Redução na FR Outros sistemas tampão Acidose respiratória é causada pelo acúmulo de dióxido de carbono, que diminui o pH do sangue. Alcalose respiratória é causada pela perda de dióxido de carbono, que aumenta o pH do sangue. Anormalidades acidobásicas sangue pH Taquipneia pH Bradipneia Regulação respiratória do pH 1) Acidose: acumulo de CO2 que diminui o pH do sangue 2) Alcalose: perda de CO2 que aumenta o pH do sangue Origem metabólica 1) Acidose: acúmulo de ácidos fixos ou perda de base tampão que diminui o pH do sangue; eliminação excessiva de bicarbonato ou retenção de hidrogênio 2) Alcalose: eliminação excessiva de hidrogênio ou reabsorção de bases/ bicarbonato que aumenta o pH do sangue Origem respiratória hipotálamo é o centro respiratório Alterações acidobásicas O diagnóstico dos distúrbios ácidobásicos dependem da interpretação das medidas do pH e da tensão de CO2 no sangue arterial a partir das quais se calculam as concentrações de bicarbonato e o total de base tampão. As alterações podem ser acidose ou alcalose respiratória. Acidose respiratória Hemogasometria = teste que identifica a quantidade de CO2 no sangue arterial. É causada por hipoventilação alveolar, que pode ser decorrente de lesão ou depressão dos centros respiratórios, lesão na bomba respiratória ( ex: fratura de costela, timpanismo ) ou doença respiratória grave que provoque obstrução das vias respiratórias ou enrijeça excessivamente os pulmões. Quando ocorre hipoventilação alveolar, a pressão arterial de CO2 no organismo aumenta porque o gás não é completamente eliminado dos pulmões. Alcalose respiratória É causada pela hiperventilação alveolar, o CO2 é eliminado com maior rapidez do que é produzido pelos tecidos. É resultado da estimulação de quimiorreceptores por hipóxia ou da estimação de receptores intrapulmonares decorrentes de inflamação ou lesão pulmonar. O uso muito intensivo de um ventilador pode provocar hiperventilação no animal anestesiado. Eliminação excessiva de CO2. Pressão normal de CO2: 40 Pressão normal de H+ (pH ): 7.4 Pressão de bicarbonato: 24 mEQ/L Papel dos rins no equilibrio ácidobásico de disturbios respiratórios Interfere na filtração de HCO3 pelos glomérulos, na reabsorção nos túbulos renais e na excreção de H+ A interferência é determinada pela concentração plasmática de HCO3 e pela taxa de filtração glomerular – quantidade de bicarbonato ou hidrogênio que os rins têm que reabsorver ou eliminar de acordo com os quimiorreceptores - e secreção de H+. PCO2>H+>HCO3 PCO2<H+<HCO3 Diagnóstico de distúrbios acidobásicos Ao analisar os dados da gasometria arterial, é útil questionar o seguinte: a) A amostra é acidótica ( Ph<7,4 ) ou alcalótica ( PH > 7,4 )? b) Qual é o componente respiratório ( Paco2 alta, baixa ou normal?) Isso explica o Ph? Está compatível com o pH? c) Qual é o componente metabólico ( excesso ou déficit de base?) Isso explica o PH? Se a alteração da PACO2 não se relaciona diretamente à alteração do pH significa que ela é uma alteração compensatória. Se a alteração de PACO2 se relaciona diretamente com o pH significa que ela é uma causa primária. 3 4 5 6 7 8 9 10 2 1 Explicações 1- Linha normal/parâmetro. 2- Muito CO2 e pH baixo. O CO2 alto baixo justifica o pH baixo e por isso é uma alteração acidótica respiratória. Ainda não apresenta compensação renal porque, apesar de apresentar acidose e um nível pouco elevado de HCO3, não há excesso ou déficit de bases. Provavelmente é uma alteração aguda ( <24h ). 3- Muito CO2 e pH baixo. O CO2 alto justifica o pH baixo e por isso é uma alteração acidótica respiratória. Apresenta pouca compensação renal pelo aumento de HCO3 e excesso de base. Provavelmente é uma alteração crônica ( >24h ) 4- CO2 normal e pH baixo. O CO2 normal não justifica o pH baixo e por isso é uma alteração acidótica metabólica. O organismo está perdendo base e o pulmão não está compensando, se não a pressão de CO2 estaria menor para equilibrar os ácidos. 5- Pouco CO2 e pH baixo. Baixa concentração de HCO3 para compensar a perda de ácidos para o organismo. É uma alteração metabólica porque o CO2 baixo não justifica o pH baixo. Alteração pouco compensada. 6- Pouco CO2 e pH alto. O CO2 baixo justifica o pH alto e por isso é uma alteração alcalótica respiratória. Baixa concentração de HCO3 para tentar equilibrar a baixa concentração de ácidos no organismo. Pouco compensada. 7- CO2 normal e pH alto. O CO2 não justifica o pH alto e por isso é uma alteração alcalótica metabólica. Apresenta excesso de base para equiparar com os ácidos e é uma alteração não compensada porque o CO2 continua com níveis normais. 8- Muito CO2 e pH baixo. O CO2 justifica o pH baixo e por isso é uma alteração acidótica respiratória. Por também ocorrer um déficit de bases, conclui-se que há uma tentativa de equipar os níveis de ácidos, que não é justificado porque a concentração de HCO3 está baixa, e por isso também é um distúrbio metabólico. 9- Pouco CO2 e pH alto. O CO2 justifica o pH alto e por isso é uma alteração alcalótica respiratória. Baixa concentração de HCO3 para tentar equilibrar os níveis de ácidos no organismo. Não está sendo compensada. 10- Pouco CO2 e pH baixo. O CO2 não justifica o pH baixo e por isso é uma alteração acidótica respiratória. O déficit de bases e a baixa concentração de HCO3 justificam uma tentativa de compensar a baixa concentração de CO2.
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